Em reunião realizada no último dia 20/04/2023, em Nova Iorque, na sede da ONU – Organização das Nações Unidas, a Câmara Internacional da Indústria de Transportes – CIT, com a presença de 19 países membros, foi aprovada moção de apoio à aprovação e conversão em lei pelo Congresso Nacional do Brasil de norma estabelecendo a contratação de seguro para cobertura da responsabilidade por danos à carga, durante a operação de transporte, com exclusividade ao transportador.
O presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, representando também a FETRANSCARGA (Federação do Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro) e a CNT (Confederação Nacional do Transporte) esteve presente na audiência pública realizada nesta terça-feira, 3 de dezembro de 2024, na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. O evento teve como tema central “Impactos do roubo de carga no Brasil com foco no Rio de Janeiro”. A iniciativa foi promovida pelo deputado federal Bebeto (PP/RJ), por meio do Requerimento nº 88/2024.
Durante a audiência, Rebuzzi destacou a gravidade do problema enfrentado pelo setor. “O roubo de cargas não é um problema que afeta apenas o setor de transporte de cargas. Trata-se de uma questão que afeta diretamente toda a cadeia produtiva e a sociedade. Essa modalidade criminosa prejudica trabalhadores, desestimula investimentos, resulta em perda de empregos, tributos e possibilidades de desenvolvimento nas regiões afetadas. É urgente adotar uma abordagem integrada e eficiente para combater essa prática criminosa, com foco em ações policiais, de inteligência, com uso de tecnologia, mas sobretudo com reformas na legislação que penalizem principalmente o receptador da carga roubada. O receptador tem que ser penalizado de forma mais severa. Caso contrário, não haverá solução. Precisamos endurecer as leis e garantir que a justiça atue com base em normas mais rigorosas, fortalecendo o combate ao roubo de cargas em todas as frentes”, afirmou o presidente da NTC&Logística.
O encontro reuniu importantes representantes do setor econômico e produtivo, incluindo Filipe Coelho, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte RODOVIáRIO de Cargas e Logística do Rio de Janeiro (SINDICARGA); André de Seixas, diretor-presidente da LOGÍSTICA BRASIL; Ana Paula Rosa, superintendente Jurídica da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ); Isaque Regis Ouverney, gerente de Estudos em Infraestrutura da FIRJAN, e Rodrigo Carvalhal de Carvalho, superintendente-Executivo-Substituto da Polícia Rodoviária Federal do Rio de Janeiro.
A pauta abordou os impactos sociais e econômicos do roubo de cargas, que no ano de 2022 gerou prejuízos de R$ 1,2 bilhão. Além disso, foram discutidos desafios específicos enfrentados no Rio de Janeiro, como a ação de grupos criminosos organizados e o uso de armamento pesado. O estado, que possui posição estratégica para o transporte de mercadorias, é frequentemente citado como uma das regiões mais afetadas pelo problema.
A audiência serviu como plataforma para o compartilhamento de informações e o alinhamento de prioridades entre os diferentes atores envolvidos, consolidando a importância de debates como este na busca por soluções para um dos maiores desafios do setor logístico brasileiro.
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) promoverá, no próximo dia 9 de dezembro, a 22ª edição do Prêmio NTC Fornecedores do Transporte, uma das mais tradicionais iniciativas do setor de Transporte RODOVIáRIO de Cargas. Criado em 1998, o prêmio tem como objetivo valorizar as empresas fornecedoras que mais se destacaram em seus produtos e serviços, contribuindo para o desenvolvimento do setor.
Nesta edição, a solenidade de entrega do prêmio será realizada no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo. Empresários, executivos e representantes do setor estarão presentes para prestigiar as empresas eleitas como as melhores do ano.
A escolha dos vencedores é conduzida pelo Instituto DataFolha, referência nacional em pesquisas de mercado. Fundado em 1983, o instituto é conhecido pela rigor metodológico e pela transparência de seus processos, garantindo que os resultados reflitam a percepção do setor de forma justa e imparcial . Essa parceria fortalece a credibilidade do prêmio e reafirma sua importância no cenário logístico brasileiro.
Ao todo, quinze categorias serão premiadas, abrangendo diferentes segmentos fundamentais para o Transporte Rodoviário de Cargas:
Caminhões Semileves e Leves;
Caminhões Médios;
Caminhões Semipesados;
Caminhões Pesados;
Caminhões Elétricos;
Carrocerias e Implementos;
Fabricantes de Pneus;
Rastreadores Eletrônicos;
Corretoras de Seguro de Carga;
Softwares de Gestão;
Redes Distribuidoras de Combustíveis;
Concessionárias de Rodovias;
Gerenciadoras de Risco;
Instituições Financeiras;
Meios de Pagamento Eletrônico.
O presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, ressalta a relevância da premiação: “O Prêmio NTC Fornecedores do Transporte é resultante de pesquisa de mercado de total confiabilidade e visa valorizar as empresas fornecedoras do Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil. Essa homenagem ratifica nosso compromisso de incentivo à busca pela qualidade, potencializando a parceria entre transportadoras e fornecedores para o avanço do setor”.
O Prêmio NTC Fornecedores do Transporte distingue-se como iniciativa voltada ao fortalecimento do mercado e estímulo à inovação, ao aprimoramento e à sustentabilidade das empresas que compõem a cadeia logística nacional. Mais do que uma celebração, o prêmio é um reconhecimento do esforço e da dedicação que impulsionam o setor. Mais informações sobre o evento:assessoria@ntc.org.br
A NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) realizará a primeira edição do CONET&Intersindical (Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado) de 2025 nos dias 6 e 7 de fevereiro, no Bourbon Thermas Eco Resort Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, interior do Paraná. O evento é organizado em parceria com a FETRANSPAR (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná) e conta com o apoio dos sindicatos filiados à entidade.
O CONET&Intersindical é dividido em duas etapas:
1 – o CONET, cujo enfoque é a apresentação de pesquisas de mercado realizadas pelo Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas (DECOPE) da NTC&Logística, e a discussão de custos e tarifas do setor;
2 – a Intersindical, que aborda temas essenciais para o desenvolvimento das atividades do Transporte RODOVIáRIO de Cargas.
O presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, salienta a importância do CONET&Intersindical e o destacado papel do Paraná na economia nacional: “Com ampla produtividade em diversos setores econômicos, o estado do Paraná tem significativo desempenho no Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) e na Logística, nos âmbitos regional, nacional e internacional. Estamos certos de que esse encontro em Foz do Iguaçu será de grande valor. Esperamos ver reunidos todos os empresários, representantes de entidades e executivos do setor nesse tradicional fórum do TRC”.
O CONET&Intersindical é reconhecido por reunir os principais protagonistas do Transporte Rodoviário de Cargas, promovendo debates de alto nível, troca de experiências e construção de soluções inovadoras para o setor. Além disso, o evento é uma oportunidade para fortalecer parcerias estratégicas e compartilhar boas práticas que impulsionam o desenvolvimento econômico e social.
“Estamos entusiasmados com a realização desse grande encontro do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), que, em parceria com a NTC&Logística, empresários, executivos, representantes e líderes sindicais, além de palestrantes e especialistas nos assuntos a serem abordados, busca unir esforços para encontrar as melhores e mais eficientes soluções para o setor. Já tivemos uma edição do CONET em Curitiba e, agora, será a vez de Foz do Iguaçu receber esse relevante evento”, ressalta o presidente do Sistema Fetranspar, Coronel Sérgio Malucelli.
● NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística)
● Entidade anfitriã: FETRANSPAR (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná)
● Apoio: Sindicatos filiados à entidade
Apoios institucionais:
● Sistema Transporte (CNT – Confederação Nacional do Transporte; SEST SENAT – Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte; ITL – Instituto de Transporte e Logística)
Entidade de classe afirma que incorporação de novas tecnologias será um dos principais motores de transformação no segmento
Segundo dados de um relatório divulgado pela Kinea Investimentos, em 2022 o mercado global de inteligência artificial alcançou um movimento de US$ 450 bilhões, apontando um crescimento significativo para os próximos anos, que pode alcançar US$ 900 bilhões até 2026 e representará uma evolução de 19% ao ano.
O Transporte RODOVIáRIO de Cargas, principalmente o segmento de produtos perigosos, enxergou uma oportunidade de utilizar essas tecnologias para redução de acidentes causados por fadiga, sonolências, distração e uso de aparelhos celulares. As inovações tecnológicas permitem que os sistemas possam analisar um grande volume de dados em tempo real, identificando padrões e tomando decisões inteligentes para aprimorar a eficiência, segurança e economia no setor.
Vale ressaltar que as consequências de um único tombamento com vazamento de produto perigoso podem trazer sérios danos à população, ao meio ambiente e às empresas.
Para a Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos (ABTLP), a incorporação de tecnologias avançadas será um dos principais motores de transformação no transporte de produtos perigosos, revolucionando a forma como as operações logísticas são planejadas e realizadas. Para os próximos anos, espera-se que as inovações proporcionem maior segurança, rastreabilidade e eficiência, além de fortalecer a conformidade com regulamentações específicas do setor, impulsionando o desenvolvimento sustentável e competitivo do segmento.
“Os nossos associados já utilizam diversas ferramentas que fazem a diferença no dia a dia. Entre elas, estão os sistemas de monitoramento em tempo real, que permitem acompanhar veículos e cargas de forma contínua, garantindo mais controle e eficiência. Softwares para otimização de rotas e previsão de manutenção preventiva também são bastante utilizados, ajudando a reduzir custos e a melhorar a produtividade. Além disso, soluções que asseguram a integridade e transparência na gestão de documentos e dados trazem mais confiabilidade para as operações.
Por fim, os sistemas de telemetria avançada têm sido grandes aliados na segurança operacional, monitorando o desempenho dos veículos e o comportamento dos motoristas”, afirma o presidente da ABTLP, José Maria Gomes.
A obtenção de dados relacionados à velocidade, frenagem, aceleração, rotação do motor e outros fatores faz com que a inteligência artificial possa reconhecer padrões e hábitos de direção inadequados ou perigosos. Com isso, os softwares enviam automaticamente um alerta para a equipe de segurança fazer a análise e emite alertas para o motorista dentro da cabine, tudo sem interferência manual.
Quando questionada sobre o apoio aos associados para a implementação dessas novas tecnologias, a entidade revela que tem como principal foco atuar em parceria com os órgãos reguladores, garantindo a evolução da legislação de acordo com as inovações, no qual cria um ambiente propício para a implementação dessas ferramentas. Também realizam seminários e treinamentos, que promovem a conexão entre as empresas parceiras e os fornecedores, e incentivam o desenvolvimento de parcerias estratégicas que impulsionam o setor.
“E com todos esses benefícios citados anteriormente, em questões de sustentabilidade, a tecnologia atual possibilita a otimização de rotas, diminuindo o consumo de combustível e, por consequência, a redução das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, se houver a diminuição de ocorrências, será minimizado o risco de derramamentos de substâncias químicas nocivas, que evita a contaminação do solo, água e ar, e protege a biodiversidade e a saúde humana, além de preservar os ecossistemas naturais”, reforça Gomes.
De acordo com a entidade, o setor ainda enfrenta desafios como os altos custos iniciais de implementação, qualificação profissional e a resistência à mudança em um setor tradicionalmente conservador.
“Para enfrentar esses obstáculos, a ABTLP oferece suporte técnico, promove a troca de experiências entre os associados e busca parcerias com entidades públicas e privadas para viabilizar incentivos fiscais e financeiros que facilitem a adoção dessas tecnologias”, finaliza o presidente.
A economia cresceu 0,9% na passagem do segundo para o terceiro trimestre do ano, empurrada pela indústria e pelo setor de serviços, na 13ª expansão consecutiva. Em relação ao terceiro trimestre de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país) apresentou alta de 4%.
No acumulado de quatro trimestres, o crescimento da economia do país soma 3,1%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (3), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB chega a R$ 3 trilhões de reais.
Em um recorte setorial, os serviços e a indústria cresceram 0,9% e 0,6% respectivamente, na passagem do segundo para o terceiro trimestre. Já a agropecuária foi o único setor que registrou queda, de 0,9%.
Com os resultados divulgados, o PIB e o setor de serviços renovam patamares recordes. Por outro lado, a indústria se encontra 4,7% abaixo do pico, alcançado no 3º trimestre de 2013.
A alta de 0,9% no trimestre ficou abaixo do crescimento de 1,4% apurado na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2024.
Emprego e renda
A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, atribui o resultado positivo do trimestre a fatores relacionados a emprego e renda.
“A gente continua com vários efeitos positivos, como o mercado de trabalho, a inflação está acima da meta, mas não está em níveis altíssimos, e o governo continua com a POLíTICA de transferência de renda”, enumera, lembrando que a taxa de desocupação atingiu patamares mínimos historicamente.
Palis pondera que a desaceleração frente ao crescimento apurado no segundo trimestre (1,4% para 0,9%) não é ainda impacto do aumento, em setembro, da taxa básica de juros, por parte do Comitê de Política Monetária (Copom), passando de 10,5% para 10,75% ao ano.
“Demora um tempo para ter um efeito maior sobre a atividade economia. O terceiro trimestre não tem tanto esse impacto, apesar de o juro estar em um patamar elevado”, diz.
Ela acrescenta que a base de comparação é alta, o que faz com que aumentos sejam menos expressivos.
Nas atividades de serviços – setor com maior participação no PIB –, as altas ficaram por conta de Informação e Comunicação (2,1%); outras atividades de serviços (1,7%); atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5%); atividades imobiliárias (1%); comércio (0,8%); transporte, armazenagem e correio (0,6%), e administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,5%).
Na indústria, houve alta de 1,3% nas indústrias de transformação – segmento que transforma matéria-prima em um produto final ou intermediário, que vai ser novamente modificado por outra indústria. Em contrapartida, caíram construção (-1,7%); eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-1,4%) e indústrias extrativas (-0,3%).
Os técnicos do IBGE calcularam que o investimento no terceiro trimestre, chamado de formação bruta de capital fixo, cresceu 2,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Os consumos das famílias (1,5%) e do governo (0,8%) também tiveram expansão.
As exportações apresentaram queda de 0,6%, enquanto as importações cresceram 1%.
Altas seguidas
Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, a alta de 4% é a 15ª seguida. Na base comparativa, os serviços tiveram novamente maior expansão, de 4,1%, com destaque para a alta de informação e comunicação (7,8%), e outras atividades de serviços (6,4%).
A indústria cresceu 3,6%, com destaque para construção (5,7%) e indústrias de transformação (4,2%), que foi influenciada, principalmente, pela fabricação de veículos automotores; outros equipamentos de transporte; móveis e produtos químicos.
A agropecuária recuou 0,8%. De acordo com o comunicado do IBGE, “alguns produtos, cujas safras são significativas no terceiro trimestre, apresentaram queda na estimativa de produção anual e perda de produtividade, como cana (-1,2%), milho (-11,9%) e laranja (-14,9%)”.
O instituto contextualiza que esses recuos apagaram o bom desempenho de culturas como algodão (14,5%), trigo (5,3%) e café (0,3%), que também possuem safras relevantes no período.
“Já era de se esperar, desde o começo do ano, e esse comportamento, ao longo do tempo, foi piorando, muito por conta das questões climáticas da seca, que têm acontecido no Brasil”, diz Rebeca Palis.
O IBGE destaca que a melhora no mercado de trabalho, que se reflete no aumento da massa salarial, e programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, colaboraram para o consumo das famílias crescer 5,5% na comparação com o terceiro trimestre de 2023 – 14º trimestre seguido de alta.
Na mesma comparação, a despesa do governo cresceu 1,3%.
A taxa de investimento no terceiro trimestre de 2024 foi de 17,6%, o que representa um crescimento em relação à observada no mesmo período do ano anterior (16,4%).
Acumulado do ano
No acumulado do ano até o terceiro trimestre de 2024, o PIB cresceu 3,3% em relação a igual período de 2023. Nessa comparação, a agropecuária (-3,5%) caiu, enquanto a indústria (3,5%) e os serviços (3,8%) apresentaram expansão.
Revisão para cima
O IBGE informou também que o PIB de 2023, anteriormente um crescimento de 2,9%, foi revisto para 3,2%.
Na última sexta-feira, dia 29 de novembro, o Restaurante Xapuri, em Belo Horizonte, foi palco do almoço de encerramento da gestão de Sérgio Pedrosa como presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Estado de Minas Gerais (FETCEMG). O evento contou com a presença de importantes lideranças do setor de transporte de todo o país, além de parceiros e membros da Diretoria e do Conselho de Representantes da entidade.
Com um ambiente de confraternização e reconhecimento, o almoço foi marcado por homenagens e discursos que destacaram a importância do trabalho realizado por Sérgio Pedrosa ao longo de sua gestão à frente da entidade, de 2017 a 2024. A diretora da Federação, Juliana Martins, abriu o momento de homenagens falando sobre a importância de Sérgio no fortalecimento da entidade no estado. “Com dedicação e um comprometimento exemplar, Sérgio atuou, de forma muito elegante, na construção de um relacionamento de união entre os transportadores e as entidades, fortalecendo ainda mais a Federação nesse período”, destacou.
O presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, parabenizou Sérgio Pedrosa pela liderança à frente da FETCEMG e desejou sucesso a Gladstone Lobato, que assumirá a presidência da entidade em 2025. “Percebo uma diretoria alinhada, que certamente dará continuidade ao belo trabalho realizado em prol do fortalecimento do transporte no estado e no país nos últimos anos”, afirmou. Ele aproveitou o momento de união para abordar questões essenciais para o setor, ressaltando os desafios enfrentados pela categoria e trazendo atualizações sobre o cenário legislativo.
O vice-presidente da FETCEMG e presidente eleito para o próximo mandato, Gladstone Lobato, prestou uma homenagem especial a Sérgio Pedrosa, destacando sua dedicação e competência ao longo dos últimos anos. “Seu trabalho foi essencial para os avanços que alcançamos como entidade e para o fortalecimento do setor de transporte em Minas Gerais. Em nome de todos os diretores, agradeço por sua liderança e pelo legado que deixa”, afirmou. Gladstone ainda reforçou que a experiência e visão estratégica de Sérgio continuarão sendo fundamentais para a entidade, uma vez que ele faz parte da diretoria da próxima gestão.
Outro momento de destaque foi a fala de Francisco Pelucio, ex-presidente da NTC&Logística e do SETCESP, que ressaltou o papel inovador de Sérgio Pedrosa no cenário do transporte. “Sua liderança jovem e sempre inovadora me remete ao período da minha gestão no SETCESP, quando recriamos a COMJOVEM. Sérgio possui exatamente esse perfil, sempre à frente do tempo, e acompanha os avanços do setor”, pontuou, reconhecendo o impacto positivo de sua gestão para o desenvolvimento do segmento.
Durante o almoço, a FETCEMG presenteou Sérgio Pedrosa com um relatório de gestão que engloba as principais conquistas do setor ao longo dos seus mandatos à frente tanto do SETCEMG (2011-2016) quanto da FETCEMG (2017-2024), em um período de muitas conquistas, mas também de muitos desafios para o setor.
O diretor da ANTT, Guilherme Sampaio; a diretora adjunta do ITL, Eliana Costa; o presidente do SETCESP, Adriano Depentor; o presidente eleito para a próxima gestão do SETCESP, Marcelo Rodrigues; o presidente eleito para a ABTLP, Osvaldo Caixeta; o diretor da ABTLP, Armando Massao Abe, e o vice-presidente executivo do Sindipesa, Dasio de Souza e Silva Jr. foram algumas das lideranças nacionais que marcaram presença no evento.
Recursos serão integralmente aplicados em projetos da área de logística e transportes
O governador Tarcísio de Freitas assinou, na sexta-feira (29), no Palácio do Planalto, em Brasília, novos contratos de financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Serão contratados R$ 8,15 bilhões para obras de infraestrutura no Estado de São Paulo. O prazo total para pagamento é de 34 anos.
Em sua estratégia de investimento em infraestrutura, o Governo de São Paulo tem dado especial atenção às áreas de logística e transportes. Os valores contratados serão empregados justamente em projetos que já se encontram em execução e necessitam de recursos adicionais para sua conclusão, como o Rodoanel Norte, a expansão da Linha 2-Verde do Metrô e as obras do Trem Intercidades (TIC) Campinas-São Paulo.
“Estamos dando um passo extremamente importante, é uma parceria fundamental para o Estado de São Paulo e para a cidade de São Paulo. Estamos falando de um aporte de recursos para empreendimentos extremamente relevantes”, afirmou Tarcísio de Freitas.
A cerimônia contou ainda com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin, do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), e do prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes, que firmou empréstimo de R$ 2,5 bilhões para a aquisição de 1,3 mil ônibus elétricos.
Do montante total firmado pelo Estado de São Paulo com o BNDES, R$ 3,2 bilhões serão destinados à primeira parte do Trem Intercidades (TIC), um dos projetos mais importantes desta gestão. O TIC será o serviço expresso em 101 km de trilhos entre São Paulo e Campinas, com parada em Jundiaí. O empreendimento engloba ainda a implantação do Trem Intermetropolitano (TIM) entre Campinas e Jundiaí e a concessão da Linha 7-Rubi, atualmente operada pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na ligação de Jundiaí até a capital.
Já R$ 1,35 bilhão será integralmente utilizado como garantia para execução das obras de construção do trecho norte do Rodoanel, fundamental para concluir a conexão entre as principais rodovias que chegam a São Paulo. O projeto contempla a construção de uma pista dupla, com um canteiro central que separa as duas vias e controle total de acesso, seguindo o mesmo padrão adotado nos trechos já em operação (oeste, sul e leste). A extensão total da nova via será de 19,7 km, com 4 faixas em parte desse percurso e 3 faixas em outra parte.
Por fim, outros R$ 3,6 bilhões serão empregados na aquisição de 44 novos trens destinados ao aprimoramento do sistema metroviário da Capital paulista. Com seis carros cada, os novos trens serão destinados principalmente à extensão da Linha 2-Verde do Metrô, contribuindo para aumentar a capacidade de transporte, reduzindo o tempo de espera e proporcionando um fluxo mais fluido de passageiros. Os novos trens serão equipados com tecnologia de última geração, garantindo eficiência energética, segurança e conforto aos passageiros. Além disso, o projeto prioriza a acessibilidade, com vagões adaptados para pessoas com mobilidade reduzida, promovendo a inclusão e a igualdade de acesso aos serviços de transporte público.
A Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados realiza, nesta terça-feira (3), audiência pública sobre a essencialidade dos caminhões semi-leves para fins de tributação. O debate atende a pedido do deputado Zé Trovão (PL-SC), e será realizado às 15h30, no plenário 11.
Caminhões semi-leves são veículos de transporte de carga que possuem Peso Bruto Total (PBT) entre 3,5 e 5 toneladas. Eles ocupam uma posição intermediária na classificação de caminhões, situando-se entre os veículos leves, como caminhonetes, e os caminhões médios ou pesados.
Zé Trovão explica que a classificação desses caminhões sempre foi baseada em critérios técnicos vinculados ao PBT. No entanto, a tentativa de alterar esse entendimento, adotando a carroçaria como critério principal, tem gerado insegurança na cadeia produtiva do setor.
De acordo com o parlamentar, a mudança proposta pode afetar tanto a tributação do veículo quanto os custos de seus insumos, como pneus e peças de reposição. Segundo ele, isso pode representar uma ameaça à sustentabilidade dos fabricantes e transportadores autônomos, além de encarecer serviços públicos que utilizam esses veículos, como ambulâncias, unidades móveis de policiamento, transporte de pessoas com deficiência, entre outros.
O deputado também destaca que os caminhões semi-leves são indispensáveis para o transporte de cargas no Brasil, e que a eventual sobretaxação desses veículos poderá gerar aumentos significativos nos custos logísticos, impactando diretamente os preços de fretes, insumos e serviços públicos. Isso, segundo ele, poderá contribuir para a elevação da inflação e comprometer a eficiência da cadeia produtiva nacional.
“Toda e qualquer sobretaxação aplicada aos caminhões-leves poderá resultar em aumento de custo de serviços públicos, insumos, fretes, logística e, consequentemente, aumento da inflação nacional”.
Adesão marca novos objetivos e obrigações para a execução de obras rodoviárias e ferroviárias federais
A diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou o Programa de Sustentabilidade para rodovias e ferrovias federais, por meio da Resolução n° 6.057, marcando seu alinhamento com o Ministério dos Transportes para adotar práticas modernas de sustentabilidade, assim como enfrentar os desafios ambientais, sociais e climáticos.
O novo regulamento será aplicado tanto a novos contratos de infraestrutura rodoviária e ferroviária quanto aos já existentes, nos casos em que a empresa detentora de contrato optar por aderir ao Programa de Sustentabilidade. “A resolução da ANTT fortalece as políticas públicas de sustentabilidade para a infraestrutura brasileira e se apoia numa diretriz de POLíTICA pública expedida por meio da Portaria 622/2024, que define que os tratos de concessão rodoviária brasileiro terão investimentos em adaptação, resiliência e perspectivas de transição energética”, explica Cloves Benevides, subsecretário de Sustentabilidade do Ministério dos Transportes. “Questões relacionadas à descarbonização, novas tecnologias e ações de resiliência climática e apoio às comunidades impactadas, passam a compor os contratos, seja na modelagem econômica dos contratos dos novos leilões, seja na adaptação dos contratos a partir de reequilíbrios”, complementa.
Adesão
O Programa de Sustentabilidade está estruturado em três níveis, cujo enquadramento decorrerá das obrigações assumidas por meio de termo aditivo aos contratos de concessão ou de autorização ferroviária, ou da correspondência entre obrigações contratuais preexistentes e os Parâmetros de Desempenho de Sustentabilidade (PDS).
No Nível I, a empresa deverá assumir o compromisso de estabelecer uma política de sustentabilidade para seu empreendimento e de atender a, ao menos, um dos PDS relacionados à mitigação do impacto do empreendimento nas comunidades afetadas e um dos PDS relacionados à responsabilidade ambiental. No Nível II, deverá atender a todos os PDS; no Nível III deverá, além de atender todos os PDS, implementar práticas de sustentabilidade adicionais em relação àquelas estabelecidas para o Nível II.
As concessionárias participantes terão acesso a benefícios específicos de acordo com o nível de adesão ao Programa de Sustentabilidade, como a habilitação para a emissão de debêntures incentivadas e de infraestrutura, e recursos financeiros para ajustar a infraestrutura concedida, tornando-a sustentável.
Novo marco verde
O Ministério dos Transportes publicou, em julho deste ano, a Portaria Nº 622/2024, que estabelece diretrizes de alocação de, no mínimo, 1% da receita bruta de contratos de concessões rodoviárias federais para o desenvolvimento de infraestrutura sustentável.
A partir dessa portaria, nos novos projetos de concessões rodoviárias devem incluir ações para alternativas sustentáveis de coleta e descarte de recursos, conservação da fauna e flora, incentivo à eficiência energética e uso de fontes de energia renováveis.
Critérios de sustentabilidade também passaram a ser adotados na Portaria nº 689/2024 do Ministério dos Transportes, que trata de debêntures. A medida exige que os projetos de investimentos prevejam mecanismos de redução de gases causadores do aquecimento global, transição para energias mais limpas e melhoria da infraestrutura para enfrentar as mudanças climáticas.
Discussões promovem serviços de qualidade e uma sociedade mais conectada e inclusiva
A Arena B3 recebeu, na quinta-feira (28/11), um importante momento para o fortalecimento da conectividade no setor dos transportes terrestres do país. Promovido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em parceria com o Ministério dos Transportes e a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), o evento Infraconnect foi dedicado a discutir os impactos positivos da conectividade e das boas práticas para o desenvolvimento de uma infraestrutura moderna e sustentável.
Felipe Queiroz, diretor da ANTT, reforçou que a conectividade é um tema constante na agenda regulatória da Agência. “Garantir a integração de toda a infraestrutura de transporte com os meios de comunicação e tecnologias é primordial para um serviço de qualidade, moderno e adequado às expectativas dos usuários”, destacou.
Para Luciano Lourenço, também diretor da Agência, o tema é essencial e precisa percorrer a intermodalidade. “Para que tenhamos eficiência na intermodalidade dos transportes, precisamos assegurar a integração e conectividade de rodovias, ferrovias, portos, transporte de cargas e passageiros. Por isso, estamos sempre debatendo o assunto com os diversos órgãos envolvidos e incluindo o tema nos nossos marcos regulatórios”, frisou Lourenço.
Durante os painéis, os participantes reforçaram a mensagem de que a inovação e a infraestrutura inteligente promovem uma sociedade mais conectada e inclusiva, fortalecendo as políticas públicas e beneficiando a população.
De acordo com o presidente do Centro de Altos Estudos em Comunicações Digitais e Inovações Tecnológicas (Ceadi) da ANATEL, Alexandre Freire, todo o projeto de infraestrutura exige conectividade, evidenciando o Free Flow. “Além da eficiência na prestação de serviços, a conectividade permite a inclusão social e a universalização da tecnologia para toda a população”.
Premiação
Projetos e ações em serviços de telecomunicações, infraestrutura e conectividade, foram reconhecidos durante a Premiação Infraconnect, fortalecendo o sistema de políticas públicas nacionais e garantindo visibilidade de iniciativas no contexto de Cidades Inteligentes e Internet das Coisas.
Na categoria “Conectividade e Infraestrutura para a Gestão de Crises”, o primeiro lugar foi para o Grupo CCR. “Mais importante do que gerir uma crise, é importante gerir o risco. A CCR, desde 2021, tem como destaque o tema clima na matriz de riscos”, disse a diretora de Riscos e Controles Internos da CCR, Priscila Aparecida Rodrigues Martins.
Na segunda posição, foi premiada a concessionária estadual do Rio Grande do Sul, Rota de Santa Maria. Já o terceiro colocado foi a Telefônica Brasil. Na categoria “Conectividade e Infraestrutura nas Rodovias”, a grande vencedora da categoria foi a TIM Brasil S.A., representada por seu CEO Alberto Griselli. Na segunda posição, a Concessionária Nova Rota do Oeste. E o terceiro lugar ficou com a Concessionária Ecovias do Cerrado.
Segurança cibernética é o ato de proteção de redes, sistemas, computadores e dados de possibilidades de ataques e de coleta de informações sigilosas e importantes para as empresas. Preservar a segurança da informação nunca foi tão importante como nos tempos atuais. A crescente dependência por sistemas e tecnologias, busca por gestão de frota, rastreamento e telemetria tanto para execução de tarefas administrativas como também de veículos, seja para controle ou segurança fez com que o setor de transporte voltasse o olhar para a necessidade de proteção das informações.
É chamado de ataque cibernético qualquer evento intencional de violação de informações seja para uso próprio ou de outros. Algumas vezes isso está relacionado à troca de informações por dinheiro, quando hackers sequestram as informações das empresas e em contraprestação para devolução pedem dinheiro ou criptomoeda.
Na busca incessante de tecnologia, as empresas de transporte também precisam olhar para o controle e acesso das informações. Hoje veículos vem com tecnologia, a chamada tecnologia embarcada, a qual extrai dados de localização, direção, cuidados e desempenho do veículo. Essas tecnologias são capazes de fazer o veículo parar, bloquear ou permanecer rodando. Ao mesmo tempo que são usadas para fins de seguros buscam agilidade de informações e análises mais precisas, que quando são perdidas por qualquer motivo geram sérios problemas no dia a dia das transportadoras.
Com esse risco batendo à porta do transportador, cada vez mais é preciso analisar se a escolha será evitar ou reduzir o custo de violações e perda das informações. Existem diferentes tipos de segurança cibernética que podem ser checados para a busca da diminuição do risco, dentre elas estão criar programas de desenvolvimento da segurança e instruir todos os colaboradores de como se portar frente as tecnologias. Cita-se como diferentes tipos de segurança a de infraestrutura essencial, a segurança de rede, backup de dados e sistemas em nuvem, segurança de IoT, armazenamento de dados, aplicativos, criar planejamento para recuperação de dados em caso de ataques e muito treinamento com os usuários.
Os sistemas de gestão de frota são o coração das operações de transporte rodoviário de cargas, responsáveis pelo monitoramento e coordenação das atividades. A proteção destes sistemas é crucial para evitar invasões que possam levar a interrupções nas operações ou a roubos de mercadorias. Recomenda-se a utilização de mecanismos de autenticação multifatorial e criptografia de dados, além de atualizações regulares do software para corrigir vulnerabilidades conhecidas. A segurança dos sistemas de gestão de frota é, portanto, um pilar fundamental na prevenção de ataques cibernéticos. Os dispositivos de rastreamento por GPS e os dispositivos IoT embarcados nos veículos são pontos de entrada críticos para potenciais ataques cibernéticos. Estes dispositivos, que frequentemente se comunicam com
servidores remotos, devem ser protegidos com criptografia de ponta a ponta e contar com atualizações de firmware que assegurem a integridade do sistema. A manipulação de dados de rastreamento pode levar a desvios não autorizados de rotas ou a paralisia dos veículos, o que torna a proteção desses dispositivos uma prioridade.
A implementação de sistemas de monitoramento contínuo das redes e dos sistemas associados ao transporte RODOVIáRIO é uma estratégia eficaz para a detecção precoce de atividades suspeitas. Ferramentas como Sistemas de Detecção de Intrusão (IDS) e análise de tráfego de rede permitem identificar e responder rapidamente a tentativas de ataque, minimizando possíveis danos. Além disso, ter um plano de resposta a incidentes bem definido ajuda a mitigar o impacto de eventuais ataques, garantindo a continuidade das operações.
A proteção dos dados, especialmente aqueles relacionados a clientes e detalhes de remessas, é fundamental para preservar a confiança e a reputação das empresas de transporte. A adoção de políticas rigorosas de gestão de acesso e a utilização de criptografia garantem que apenas o pessoal autorizado tenha acesso às informações críticas, protegendo-as contra acessos não autorizados ou vazamentos de dados. Assegurar a privacidade e a integridade dos dados é, portanto, um elemento central na estratégia de segurança cibernética.
A segurança cibernética no transporte rodoviário de cargas não é mais uma opção, mas uma necessidade. As ameaças cibernéticas podem comprometer não só a eficiência operacional, mas também a segurança das mercadorias e a integridade das informações sensíveis. A implementação de proteções contra-ataques cibernéticos é necessária assim como a utilização de mecanismos de tecnologias, ambas precisam evoluir e trabalhar de forma simultânea.
A tecnologia blockchain surgiu em meados de 1970, quando o cientista Ralph Merkle patenteou as arvores de Merkle, ou seja, uma estrutura para armazenar dados em blocos vinculados uns com os outros usando a criptografia. No fna de 1990 Stuart Haber e W. Scott Stornetta usaram essa estrutura para implantar um sistema em que a data e hora de documentos não poderiam ser vilados. Assim nasceu a primeira parte da história da blockchain. Podemos considerar que é um sistema de banco de dados avançado que permite o segurança, transparência e compartilhamento de informações de uma empresa. Um banco de dados blockchain armazena informações que são imutáveis, onde não é possível excluir, editar, trocar autor nem mesmo alterar um resultado. São documentos e dados que permanecem inalteráveis perante aos receptores e usuários das informações. Além disso a tecnologia permite controlar e monitorar contratos, pagamentos, transações entre contas, pagamentos entre outros.
A tecnologia oferece recursos tais como, descentralização, imitabilidade e consenso. A descentralização garante transparência aos envolvidos e reduz a necessidade de confiança entre as partes para realização de um negócio, uma vez que cada etapa feita em um contrato por exemplo é salgo separadamente para cada um e tem registrado cada etapa em tempo real, desde assinaturas, até mesmo pagamentos e transferência de propriedades. A imutabilidade diz respeito a não poder mexer no conteúdo das informações, nem em autor do documento, em nenhuma informação, nada pode ser alterado ou violado. Já o consenso estabelece regras claras sobre o consenso de cada parte para o registro das etapas.
Um dos principais benefícios do blockchain é a utilização de contratos inteligentes que as empresas podem usar sem ter ou precisar de um intermediador ou alguém para controlar informações e etapas concluídas das atividades realizadas. Isso pode ser usado em diferentes ramos de negócios, entre eles, financeiro, jurídico, logística, prestação de serviços gerais, mídia, varejo, compra e venda de ativos, entre outras áreas.
Os contratos registrados no ambiente do blockchain, precisam seguir algumas etapas para fazer dar certo e obter os benefícios, por exemplo uma transação da área da logística para cadastro de contrato de prestação de serviços de frete deve seguir basicamente as etapas abaixo:
Quem são os envolvidos?
Qual é o tipo de transação?
Quando inicia e termina a transação?
Onde irá ocorrer a transação?
Por que vai ocorrer a transação?
Qual é o valor do ativo que foi trocado?
Qual é a condição para ser considerado cumprido?
Depois do cadastro das informações da primeira etapa, as partes envolvidas precisam concordar que é válida toda a informação ali cadastrada, essa é a etapa que precisa obter o consenso dos envolvidos. Após se chegar a um consenso as informações e transações acima listadas são gravadas em diferentes blocos para cumprir com a descentralização das informações, assim as informações ficam interligadas de forma segura onde os integrantes não podem editar nada, caso algo seja alterado será identificado a violação dos dados. E por fim, as informações são compartilhadas e etapas vão sendo concluídas.
Agora fazendo uma análise e comparativo para a logística, imaginando um contrato de prestação de serviços de fretes, imagine que cada etapa do serviço desde envolvidos, local de coleta, entrega, informações de preço, estadias, valores para descarga, adicionais de impostos, pedágio, tudo, absolutamente tudo o que vai compor o frete e as condições para a entrega são colocados em uma plataforma, e com o consenso das partes envolvidas as etapas vão sendo concluídas automaticamente, e por fim o pagamento do frete é feito também de maneira automática, sem precisar de várias pessoas nos setores a fim de buscar e transferir informações de umas para as outras. Contratos como esse exemplo, são os contratos inteligentes ligados no blockchain.
E por fim, conclui-se que o blockchain busca automatizar e ao mesmo tempo tornar mais confiável qualquer informação colocada na plataforma. Apresenta segurança, eficiência, e uma forma de auditoria rápida das etapas. Contratos podem ser realizados sem a presença ou intermediação de várias pessoas. Garante também a rastreabilidade das informações, processos mais rápidos, lucrativos e ainda com privacidade de dados.
O setor de transporte e logística desempenha um papel crucial na economia brasileira, conectando diferentes regiões do vasto território nacional. No entanto, enfrenta desafios significativos, como a necessidade de maior eficiência operacional, transparência e segurança nas transações. O blockchain, juntamente com contratos inteligentes, emerge como uma solução inovadora capaz de revolucionar esse setor e impulsionar benefícios significativos. Estas tecnologias reduziriam também a probabilidade de erros humanos, melhorando a eficiência global do setor.
Mas o que é blockchain? A tecnologia blockchain é uma sofisticada estrutura de banco de dados que possibilita a divulgação clara e transparente de dados dentro da rede empresarial. Blockchain é a tecnologia que possibilitou a criação do bitcoin e de outras criptomoedas, como Ether e Litecoin, mas ela pode ser usada para diversas outras aplicações.
Explicando de uma forma mais simples, imagine um sistema de correio global onde as cartas são transportadas por uma rede de bicicletas. Cada carta é colocada em uma mochila, que passa por várias estações de validação ao redor do mundo. Se aprovada, a mochila é selada com um código único e se une a outras mochilas. Para aumentar a segurança, cada mochila carrega não só o seu próprio código, mas também o código da bicicleta que a carrega. Isso significa que, para acessar o conteúdo de uma mochila, alguém teria que decifrar mais de um código. Essa rede de entregas não tem um dono central, então todas as entregas são registradas em um livro público disponível para todos. No entanto, só é possível ver quando uma entrega foi feita, não quem enviou ou o que foi enviado.
O blockchain, por sua natureza descentralizada e imutável, pode fornecer uma infraestrutura segura para o registro e rastreamento de todas as transações ao longo da cadeia de suprimentos de transporte. Cada transação, desde a origem até o destino final, pode ser registrada em blocos interconectados, proporcionando transparência e reduzindo riscos de fraudes e erros. No entanto, segundo Astarita et al (2019), a maioria dos artigos encontrados na literatura para o setor de transportes mostram apenas potencialidades. Ou
seja, o Blockchain ainda não é uma realidade para o TRC. Isso ocorre devido ser frequentemente relacionada a difusão da Internet de sistemas e dispositivos conectados em tempo integral, o que todos sabem, não ocorre em solo brasileiro. Por outro lado, empresas que estão de alguma forma relacionadas com o TRC, já estão obtendo bons resultados com esta nova tecnologia. A Boeing, por exemplo, participa do desenvolvimento da SkyGrid, que usa essa tecnologia para gerenciar o tráfego aéreo. Enquanto isso, o Carrefour monitora e rastreia a cadeia de produção de 30 variedades de produtos, como ovos, salmão e queijo, por meio da blockchain.
A rastreabilidade é um componente crucial para o transporte eficiente, especialmente em um país tão extenso quanto o Brasil. Segundo Tijan et al (2022) esta tecnologia pode facilitar tarefas logísticas: pode ser usado para rastrear pedidos de compra, alterações de pedidos e documentos de frete, e pode ajudar na informação compartilhando sobre o processo de fabricação e entrega. Isso tudo antes mesmo do caminhão passar por uma barreira fiscal ou mesmo pedágios. Além disso, o blockchain poderia otimizar processos e aumentar a confiabilidade de manifesto de cargas e CTE’s. Um sistema poderia ser desenvolvido para vincular todos os interessados na carga, Receitas estaduais, federais e municipais, embarcadores, clientes e transportadores. Todos os interessados receberiam uma chave com as informações de carregamento, entrega e talvez até localização da carga. Isso diminuiria vertiginosamente o trabalho de fiscais e atrasos em postos fiscais. Combinado com tecnologias RFID (Identificador por rádio frequência, uma evolução do código de barras), pode até eliminar aquele fiscal “tendencioso” que procura algum tipo de “favorecimento” escuso, pois o controle de total de toda a documentação seria criptografado e já aprovado pelos órgãos competentes previamente. Isso tudo além de, permitir a antecipação de potenciais problemas, como atrasos ou danos, possibilitando uma resposta rápida e eficaz.
Esta tecnologia poderia inclusive substituir o infindável DTe. Pois não seria mais necessário um novo documento contendo as informações. O próprio Blockchain já reuniria as informações necessárias do manifesto e CTe’s que são mais do que suficientes para identificar e controlar as cargas pelo país. Isso seria uma simplificação significativa de processos burocráticos, como a emissão e verificação de documentos de transporte, faturas e pagamentos. Pois o transportador poderia vincular o recebimento do frete ao manejo das informações, como chegada e partida da carga, etc. Isso é crucial em um setor onde diferentes empresas, como transportadoras, fornecedores, alfândegas e clientes, muitas vezes operam com sistemas distintos.
Em resumo, a implementação de blockchain e contratos inteligentes no transporte e logística brasileiros tem o potencial de otimizar operações, aumentar a transparência, reduzir custos e melhorar a segurança. Embora desafios possam surgir durante a transição para essas tecnologias inovadoras, os benefícios a longo prazo para o setor e para a economia brasileira como um todo são promissores. O futuro do transporte e logística no Brasil pode ser moldado pela adoção inteligente e estratégica dessas tecnologias disruptivas.
Referencias:
ASTARITA, Vittorio et al. A review of blockchain-based systems in transportation. Information, v. 11, n. 1, p. 21, 2019.
TIJAN, Edvard et al. Factors Affecting Container Seaport Competitiveness: Case Study on Port of Rijeka. Journal of marine science and engineering, v. 10, n. 10, p. 1346, 2022.
Em tempos de crise como os atuais, onde a incerteza institucional e a safra em queda permeiam o imaginário dos empresários brasileiros, soluções precisam surgir para dar tranquilidade para quem investe, independente do setor. O transporte RODOVIáRIO de cargas no Brasil, sendo um setor vital para a economia e visando amenizar as dores de si mesmo, nos últimos anos tem passado por uma transformação significativa impulsionada pelo avanço das tecnologias digitais que seus próprios clientes estão navegando. Câmeras que monitoram o trajeto, sensores de fadiga do motorista, dados meteorológicos, informações de tráfego, telemetria digitalizada em tempo real e rastreamento via satélite, são exemplos desses avanços. No entanto, a quantidade de dados gerados, processados e utilizados no transporte é enorme e precisa ser bem gerida para que o gestor não se perca em meio a tanta informação. O uso de análises de Big Data vem para garantir insights valiosos para as partes interessadas no transporte, como a gestão e steakholders (ILIASHENKO, ILIASHENKO e LUKYANCHENKO, 2021).
Segundo Leal e Santos (2015), O uso de Big Data no transporte, visa fornecer informações em tempo real. A proposta é analisar de forma abrangente todos os aspectos relevantes para cada parte envolvida, com o objetivo de otimizar a utilização de uma modalidade específica, diminuir custos e reduzir o tempo de viagem A otimização de rotas, por exemplo, utiliza dados em tempo real para identificar as rotas mais eficientes, levando em consideração o trânsito, condições climáticas e outras variáveis. Isso resulta em economia de combustível, redução no tempo de entrega e menor desgaste dos veículos. No monitoramento de frotas, sensores e sistemas de telemetria permitem que as empresas acompanhem o desempenho dos veículos, prevejam manutenções necessárias e evitem quebras inesperadas, aumentando a disponibilidade da frota. Além disso, a gestão de riscos baseada em Big Data possibilita a identificação de áreas com maior incidência de roubos de carga e condições adversas nas estradas, permitindo a adoção de medidas preventivas para melhorar a segurança.
Além destas possibilidades, infinitas outras surgem como análise de custos e eficiência operacional, planejamento logístico, previsão de demanda entre outros. Essa quantidade de informações supera em muito a capacidade humana de geri-las e prever os próximos passos a serem dados. A Analise Preditiva, então, vem junto para que o gestor possa antecipar as decisões que precisam ser tomadas utilizando técnicas avançadas de estatística, machine learning e inteligência artificial. É outra tecnologia que tem transformado o transporte rodoviário de cargas no Brasil. Essa abordagem permite que as empresas antecipem eventos futuros e tomem decisões informadas com base em grandes volumes de dados históricos e em tempo real. Muitos clientes e embarcadores já utilizam tecnologias de Big Data com Analise Preditiva, como Monsanto, Amazon, Uber, Lyft, etc.. A cidade de Joiville possui inclusive um case especial onde utilização das tecnologias que melhorou a agilidade e tempo no transito da cidade (HIROKI, 2021).
Com todo o arsenal de dados que o Big Data fornece para a Analise Preditiva, esta possui aplicações mais significativas como a previsão de demanda, manutenção preditiva, gestão de riscos e na otimização de rotas, etc.. Empresas como a Polifrete que fornecem softwares com estas tecnologias e funcionalidades, já atuam no mercado e possuem cliente como a Britvic, Eletrolux e SuperBAC. Estas empresas conseguem prever as flutuações no frete e negociar contratos com vantagens econômicas que muitas transportadoras não conseguem enxergar pois não possuem as mesmas ferramentas. Grandes players de comodities possuem equipes dedicadas a analisar dados e prever quando o frete pode subir ou descer, para conseguir economizar o máximo possível no momento de transportar a carga.
Porém, nem tudo são flores. Essa quantidade de informação precisa ser devidamente protegida pelo frotista. Tanto para proteger o próprio negócio, como para proteger os dados de clientes e stakeholders envolvidos na operação. A segurança cibernética é uma responsabilidade inerente a este tipo de trabalho, além também da nova Lei Geral de Proteção de Dados que obriga as empresas a proteger os dados que coleta e trabalha.
Com estas novas tecnologias, as empresas enfrentam novos desafios e vulnerabilidades, como riscos associados ao uso de IoT e telemática, ataques de ransomware, acesso não autorizado a dados sensíveis e manipulação de sistemas de gestão de frotas. Empresas e governos ao redor do mundo sofrem ataques diariamente de hackers. Um bom exemplo no setor de transportes foi a Braspress que sofreu um ataque massivo a seus servidores no 1º semestre de 2024.
Para mitigar essas ameaças, as empresas devem adotar medidas de proteção e boas práticas, como a implementação de firewalls e sistemas de detecção de intrusões (IDS), a criptografia de dados, atualizações e patches regulares, e a educação e treinamento de funcionários. A gestão de acessos também é fundamental, garantindo que apenas usuários autorizados tenham acesso a sistemas e dados críticos, além de implementar autenticação multifator (MFA) e políticas de privilégio mínimo. O monitoramento contínuo e a resposta a incidentes são essenciais para identificar atividades anômalas e responder rapidamente a qualquer ataque cibernético. Finalmente, auditorias regulares de segurança cibernética ajudam a garantir que as políticas e medidas de segurança estejam em conformidade com as melhores práticas e normas de mercado.
O combo “Big Data, análise preditiva e medidas de segurança cibernética” no transporte rodoviário de cargas no Brasil não só otimiza a eficiência e reduz custos, mas também protege as operações contra ameaças emergentes. À medida que o setor continua a adotar novas tecnologias, essas ferramentas se tornarão ainda mais importantes para garantir a competitividade e a sustentabilidade das empresas no mercado. O futuro do transporte rodoviário de cargas no Brasil depende da capacidade das empresas de integrar essas tecnologias em suas operações diárias, respondendo de forma proativa às demandas e desafios do mercado.
Referencia
LEAL, Adriano Galindo; DOS SANTOS, Alessandro Santiago. TENDÊNCIAS E CAMINHOS DAS PESQUISAS EM SISTEMAS INTELIGENTES DE
Ekaterina. Big data in transport modelling and planning. Transportation Research Procedia, v. 54, p. 900-908, 2021.
HIROKI, Stella Marina Yurí. Mobilidade, participação e dados: o caso da aplicação do Waze for Cities Data na cidade de Joinville (SC). URBE. Revista Brasileira de Gestão Urbana, v. 13, p. e20200030, 2021.
A segurança cibernética no setor de transporte RODOVIáRIO de cargas tornou-se um desafio crescente à medida que a tecnologia se integra cada vez mais nas nossas operações diárias, especialmente no mundo digitalizado pós-pandemia. É possível observar que os criminosos também se adaptaram, migrando massivamente para o ambiente virtual.
Apesar dos avanços tecnológicos que prometem aumentar a eficiência e a segurança, muitas empresas, ainda enfrentam dificuldades em proteger seus sistemas contra ameaças cibernéticas. O problema não está apenas na complexidade das ameaças, mas também na alocação inadequada de recursos financeiros em soluções que nem sempre aumentam a segurança cibernética de forma eficaz.
Um dos maiores equívocos que vejo no nosso setor é a crença de que existe uma solução única e definitiva para a segurança cibernética. Na realidade, a segurança eficaz é alcançada através de uma combinação de estratégias e práticas de segurança personalizadas para cada operação específica. Muitas empresas cometem o erro de investir pesadamente em soluções genéricas ou excessivamente complexas, sem uma avaliação adequada das suas necessidades reais, que muitas vezes são vendidas como “soluções definitivas”. Esse investimento inadequado pode não só ser ineficaz, mas também esgotar recursos que poderiam ser melhor utilizados.
A segurança cibernética não se resolve apenas com tecnologia. Embora ferramentas avançadas sejam importantes, elas devem ser complementadas por processos, políticas e, principalmente, pela conscientização e treinamento dos colaboradores, ou seja, uma proteção em camadas. Sem uma cultura de segurança bem estabelecida, até mesmo as melhores tecnologias podem falhar. Este é um esforço conjunto que envolve a colaboração de todos os níveis da nossa organização.
Sendo assim, a mudança não deve ser vista e trabalhada como uma série de medidas isoladas, mas sim como um sistema interligado onde cada componente reforça os outros. Investir em software de detecção de intrusão ou em soluções na nuvem, por
exemplo, é importante, mas deve ser complementado por medidas físicas de segurança e políticas claras de resposta a incidentes.
Cada empresa de transporte tem características e desafios únicos, e a segurança cibernética deve ser adaptada a essas especificidades. Uma avaliação de risco detalhada é essencial para identificar os pontos mais vulneráveis e definir as prioridades. A partir dessa análise, desenvolvemos uma estratégia de segurança cibernética que inclui uma combinação de tecnologias, políticas e treinamento. É crucial que as empresas compreendam que não há uma solução única e que a eficácia das medidas de segurança depende de uma abordagem personalizada e integrada. Investir corretamente, após uma análise detalhada das necessidades específicas, e promover uma cultura de segurança dentro da organização são passos fundamentais para proteger nossas operações contra ameaças cibernéticas em constante evolução. Seguindo as ideias de Bruce Schneier: devemos lembrar que a segurança é um processo, não um produto, e deve ser tratada como tal.
O transporte de cargas é essencial para a economia global, conectando produtores, distribuidores e consumidores. No entanto, o setor enfrenta desafios como ineficiências, altos custos, fraudes e falta de transparência. Tecnologias emergentes, como blockchain e contratos inteligentes, oferecem soluções promissoras para modernizar e transformar essa indústria. O blockchain proporciona registros imutáveis e transparentes, melhorando a rastreabilidade e autenticidade de mercadorias, enquanto contratos inteligentes automatizam processos e reduzem a necessidade de intermediários. Embora esses avanços ofereçam benefícios significativos, sua implementação enfrenta desafios, como complexidade técnica, escalabilidade, padronização, privacidade e conformidade regulatória. Superar esses obstáculos é crucial para realizar o potencial dessas tecnologias e impulsionar uma cadeia de suprimentos mais eficiente, segura e confiável.
Palavras-chave: Cadeia de suprimentos; Blockchain; Contratos inteligentes; Transporte de cargas.
Introdução
O transporte de cargas é um dos pilares fundamentais da economia global, sendo responsável por mover bilhões de toneladas de mercadorias todos os anos, conectando produtores, distribuidores e consumidores em uma complexa rede de comércio e logística. No entanto, o setor enfrenta diversos desafios, como ineficiências operacionais, altos custos de intermediários, fraudes, roubos e uma notável falta de transparência em suas operações. Essas questões não apenas aumentam os custos e os riscos, mas também podem prejudicar a confiança entre os diversos participantes da cadeia de suprimentos.
Nesse contexto, tecnologias emergentes, como o blockchain e os contratos inteligentes, estão ganhando atenção como soluções promissoras para modernizar e transformar a indústria de transporte de cargas. O blockchain, conhecido por sua capacidade de criar registros imutáveis e transparentes de transações, oferece uma plataforma descentralizada que pode melhorar a visibilidade e a rastreabilidade das mercadorias ao longo de sua jornada. Já os contratos inteligentes, que são programas autoexecutáveis codificados diretamente na blockchain, permitem a automação de processos e a execução de termos contratuais sem a necessidade de intermediários.
Ao combinar essas tecnologias, o setor de transporte de cargas pode alcançar uma nova era de eficiência, segurança e confiança. Esta introdução apresenta os principais conceitos de blockchain e contratos inteligentes, destacando suas aplicações potenciais no transporte de cargas e como eles podem abordar os desafios enfrentados atualmente pela indústria. Com isso, busca-se explorar o impacto transformador que essas inovações podem trazer para uma área crítica da economia global, abrindo caminho para operações mais fluidas e menos suscetíveis a fraudes.
Blockchain e Contratos Inteligentes
Blockchain é uma tecnologia de registro distribuído que armazena informações de maneira segura, transparente e imutável. Pode ser visualizado como um livro-razão digital compartilhado por uma rede de computadores (nós). Cada bloco de transações é criptograficamente ligado ao anterior, formando uma cadeia contínua e cronológica.
A descentralização do blockchain elimina a necessidade de intermediários e aumenta a segurança contra falhas e ataques, já que o registro é compartilhado entre todos os nós da rede. Além disso, uma vez que uma transação é registrada, ela não pode ser alterada, garantindo imutabilidade. A transparência é outra vantagem, pois todas as transações são visíveis para os participantes da rede, fortalecendo a confiança.
O blockchain é utilizado em diversas áreas além das criptomoedas, como na cadeia de suprimentos, onde facilita a rastreabilidade e autenticidade dos produtos. Em votações digitais, aumenta a segurança e a transparência, reduzindo o risco de fraudes. Também permite a criação de identidades digitais seguras, facilitando a verificação descentralizada de informações.
Contratos inteligentes são programas de computador que executam automaticamente termos e condições predefinidos quando certas condições são atendidas, funcionando na plataforma de blockchain. Eles oferecem automação, eliminando a necessidade de intervenção humana, o que reduz erros e fraudes.
O criador imaginou um sistema em que os contratos pudessem ser executados automaticamente por meio de um software, sem a necessidade de intermediários ou verificadores externos. (CNN. 2022)
A transparência é garantida, pois as regras e condições do contrato são visíveis e verificáveis por todas as partes envolvidas. Uma vez implantados na blockchain, esses contratos não podem ser alterados, o que assegura o cumprimento dos termos acordados. Além disso, promovem eficiência ao eliminar intermediários, reduzindo custos e acelerando processos.
Esses contratos têm diversas aplicações, como no setor financeiro para empréstimos e seguros automatizados, e no setor imobiliário para transferências de propriedade e pagamentos de aluguéis. No transporte de cargas, podem automatizar o rastreamento de mercadorias e a liberação de pagamentos mediante a entrega. Na gestão de cadeias de suprimentos, garantem que os produtos atendam a padrões de qualidade antes de serem processados para o próximo estágio.
A Aplicabilidade ao Transporte de Cargas
As tecnologias de blockchain e contratos inteligentes têm um potencial significativo para transformar o setor de transporte de cargas, abordando problemas
que atualmente afetam a eficiência, segurança e transparência. Uma das principais aplicações do blockchain no transporte de cargas é o rastreamento em tempo real.
Cada etapa do transporte pode ser registrada de forma imutável e acessível, permitindo que informações sobre localização, condições de transporte, horários de embarque e desembarque sejam atualizadas constantemente. Isso proporciona maior visibilidade e controle ao longo da cadeia de suprimentos, aumentando a confiança de que as mercadorias estão sendo manuseadas corretamente.
[…] a adoção da tecnologia blockchain pelas empresas desse mercado foi apontada como uma das principais tendências que podem ajudar no crescimento do setor nos próximos quatro anos. (EXAME, 2023)
Além disso, o blockchain pode substituir a documentação tradicional em papel, digitalizando registros como faturas, recibos e comprovantes de entrega. A imutabilidade e a transparência do blockchain garantem que esses documentos sejam autênticos e confiáveis, facilitando auditorias e reduzindo a possibilidade de fraudes. Isso também acelera o processo de envio e recebimento de documentos, eliminando atrasos causados pela burocracia e pela papelada.
Os contratos inteligentes desempenham um papel crucial ao automatizar processos relacionados ao transporte de cargas. Por exemplo, eles podem ser configurados para liberar pagamentos automaticamente assim que a entrega for confirmada ou para iniciar ações específicas caso ocorra um atraso ou dano na carga. Isso reduz a necessidade de intermediários, como despachantes e operadores logísticos, resultando em menos custos e maior rapidez nas transações. Além disso, os contratos inteligentes ajudam a resolver disputas de forma mais eficiente, uma vez que todas as condições e eventos são registrados e verificáveis na blockchain.
Essas tecnologias também aumentam a segurança do transporte de cargas, reduzindo o risco de roubo e falsificação. Com o blockchain, todos os movimentos da carga são registrados e monitorados, dificultando ações fraudulentas. A transparência da blockchain permite que todos os participantes da cadeia de suprimentos vejam as transações e os registros em tempo real, garantindo que quaisquer irregularidades sejam detectadas rapidamente.
Os Desafios da Tecnologia
Embora as tecnologias de blockchain e contratos inteligentes ofereçam muitos benefícios para o setor de transporte de cargas, existem também algumas desvantagens e desafios associados à sua implementação.
Uma das principais desvantagens é a complexidade técnica. A adoção de blockchain requer uma infraestrutura tecnológica avançada e profissionais especializados para implementar e manter a rede. Muitas empresas de transporte de cargas podem não ter os recursos ou o conhecimento necessário para lidar com a integração dessas tecnologias em seus sistemas existentes, o que pode resultar em altos custos iniciais de implantação e treinamento.
Outro desafio significativo é a escalabilidade. Embora o blockchain ofereça segurança e transparência, a capacidade de processar um grande volume de transações de forma rápida ainda é limitada em muitas plataformas de blockchain públicas. Isso pode ser um problema em cadeias de suprimentos globais, onde milhares de transações ocorrem simultaneamente. A falta de escalabilidade pode levar a atrasos e custos adicionais, o que contraria os benefícios de eficiência esperados.
Além disso, há questões relacionadas à padronização. Para que o blockchain funcione eficazmente em um setor tão vasto e diversificado como o transporte de cargas, é necessário que haja padrões comuns adotados por todos os participantes. A ausência de normas padronizadas pode dificultar a interoperabilidade entre diferentes sistemas e redes de blockchain, limitando a eficácia das soluções propostas.
A privacidade também é uma preocupação, pois a natureza transparente do blockchain significa que todas as transações são visíveis para os participantes da rede. Isso pode ser problemático para empresas que desejam proteger informações sensíveis de negócios ou detalhes específicos de suas operações de logística. Embora existam soluções de blockchain que oferecem maior privacidade, como blockchains privadas ou permissão de acesso, essas opções podem limitar a transparência e a confiabilidade que tornam o blockchain tão atraente.
Há ainda desafios relacionados à regulamentação e conformidade. A implementação de blockchain e contratos inteligentes no transporte de cargas precisa estar em conformidade com as leis e regulamentos locais e internacionais, que podem variar amplamente. A falta de uma estrutura regulatória clara para o uso dessas tecnologias pode gerar incertezas legais e dificuldades na adoção em larga escala.
Considerações Finais
A incorporação de tecnologias como blockchain e contratos inteligentes no setor de transporte de cargas tem o potencial de revolucionar a forma como as operações logísticas são conduzidas. Ao melhorar a visibilidade, rastreabilidade, e a segurança das transações, essas tecnologias podem enfrentar muitos dos desafios que atualmente afetam a eficiência e a confiabilidade da cadeia de suprimentos. A capacidade de automatizar processos e reduzir a dependência de intermediários também representa um avanço significativo em termos de redução de custos e agilidade operacional.
No entanto, a implementação dessas tecnologias não é isenta de obstáculos. Questões como a complexidade técnica, escalabilidade, padronização, privacidade e conformidade regulatória precisam ser abordadas para que o potencial do blockchain e dos contratos inteligentes seja plenamente realizado. Superar esses desafios exigirá colaboração entre diferentes atores da indústria, investimentos em infraestrutura e uma evolução contínua das tecnologias.
Ao navegar por esses desafios e aproveitar as oportunidades apresentadas por essas inovações, o setor de transporte de cargas pode não apenas melhorar sua própria eficiência e segurança, mas também contribuir para uma economia global mais integrada e resiliente.
Referências
DA CNN. Smart contracts: entenda o que são e qual a relação com as criptomoedas. 2023. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/ smart-contracts/>. Acesso em 22/08/2024
EXAME. Blockchain pode ajudar no crescimento do setor logístico brasileiro, aponta estudo. 2023. Disponível em: <https://exame.com/future-of- money/blockchain-ajudar-crescimento-setor-logistico-brasileiro/>. Acesso em 22/08/2024
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