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Novo Otimismo Para o Setor

Para felicidade de alguns e infelicidade de outros, tivemos este ano o pleito eleitoral mais polarizado da história recente do Brasil, onde foi renovado metade da bancada do Congresso Nacional, bem como antigos governantes estaduais e uma completa virada de direção na Presidência da República. Paralelamente a todas estas mudanças no legislativo e no executivo, o setor sofre com uma insegurança das interpretações do judiciário no que se refere a recente lei trabalhista e ao novo tabelamento mínimo obrigatório do frete.

Assim, temos para 2019 drásticas mudanças nos três poderes da República em um momento que o setor do TRC (transporte de cargas) vive incertezas de modelos estruturais e econômicos como a vinda da chamada “ubeirização” do transporte e novos modelos tecnológicos oriundos da “indústria 4.0”. Portanto o que os agentes do setor devem esperar para 2019?

Podemos dividir os principais tópicos que deverão trazer grandes mudanças neste próximo ano, sendo eles; Marco Regulatório, Tabela de preços mínimos do frete rodoviário, programa de gerenciamento de risco e economia do setor.

• Marco Regulatório do transporte rodoviário de cargas

O projeto de lei que já se encontra no Senado Federal como PLC 75/2018 tramita em fase final de virar de fato uma lei federal, este projeto faz alterações e regulamenta todo o setor do TRC, isto representa desde a criação e substituição de novos documentos obrigatórios até a regulamentação da natureza de pessoas jurídicas por tamanho e quantidade de veículos. O projeto não é novidade para você leitor, a novidade é que as eleições elegeram novos três parlamentares oriundos do TRC além da reeleição dos já mais antigos no parlamento, isso significa que a pauta deve acelerar para discussão e aprovação, o empresário deve ficar atento.

• Tabela de preços mínimos do frete

A Resolução 5.827 de 4 de setembro de 2018 que causou confusão quanto a sua aplicabilidade e legalidade já está aos poucos sendo melhor aceita e incorporada pelo mercado em geral, existem movimentos de reivindicações dos autônomos que continuam pressionando os setores empresariais trazendo a possibilidade de novas greves e alterações mais drásticas na parte técnica da tabela, mas a extinção de fato da mesma não deve ocorrer em um futuro próximo, a expectativa deste novo governo é de apaziguar as diferenças das reivindicações e trazer melhor segurança jurídica a este piso mínimo do frete.

• Programa de gerenciamento de risco

Este é o quesito que mais vais sofrer mudanças neste ano que se inicia, temos grandes movimentos sobre a obrigatoriedade de seguros no marco regulatório, como novas modalidades de seguro obrigatório ao transportador, fim da DDR gerada pelos embarcadores, e um novo programa de governo que deve atacar o roubo de cargas, os novos representantes do setor em Brasília conhecem profundamente este problema do segmento. Podemos esperar grandes movimentos neste quesito com o novo governo.

• Economia do setor

É notável as inovações e tecnologias que o segmento do transporte rodoviário vem absorvendo durante os últimos anos, contudo, devemos esperar para 2019 um crescimento exponencial neste quesito, isto porque industrias que operam com
sistemas verticais de tecnologia anunciaram investimentos bilionários no País, assim, como o modelo de inovação e tecnologia, embora mais impactante nesta ultima década, ainda é muito baixo no segmento de transporte em relação a cultura industrial, esta grande carência que existe de empresas com cultura de inovação e tecnologia do setor será puxada por uma demanda ainda maior de clientes propostos a pagar pelo serviço.

Sem entrar no mérito de como se comportará a economia do País, podemos dizer que o ano de 2019 será um ano bem movimentado e de muitas mudanças a um setor que já é movimentado por natureza. A diferença é que a expectativa é bem otimista, aparentemente uma parte expressiva das mudanças serão positivas, os agentes precisam ficar alertas para aproveitar todas as oportunidades desta nova fase, pois as mudanças serão tão grandes que quem não acompanhar, tende a estagnar.

Responsável: Mauricio Nogueira Magalhães Júnior

O Efeito PSI

Cenário atual, segundo semestre de 2017, as empresas de transporte de cargas (TRC) sentem uma leve esperança, dão um leve suspiro ainda com medo do que passaram, analisam o passado recente de pura queda no preço do frete, falta de demanda, insegurança jurídica, aliados ao pior, numerosas contas para pagar, é o cenário perfeito para a falência.

A geração de emprego formal no setor de transportes teve uma queda gradual desde 2010 até igualar a 0 em 2015, onde passa a desempregar gerando quase 60.000 demissões em 2016, o fluxo pedagiado de veículos vem em queda desde 2010, esses dados vem na contra mão da noticia da diminuição da informalidade no Brasil, ou seja, o estrago é bem maior.

Fato é que enquanto o emprego diminui e o fluxo de pedágio cai, o PIB do setor oscila em uma linha quase reta com uma leve queda de 2011 até 2014 (onde inicia uma queda mais acentuada), curiosamente no mesmo período o número de empresas abertas vem aumentando ano a ano, diante desta incoerência vemos um grande alarme, ele se chame BNDES.

O desembolso do BNDES com o programa FINAME vem aumentando consideravelmente desde 2001 a 2008 a uma média de 0,88 vezes o seu valor ano a ano, porém o desencontro vem em 2009 com a entrada do FINAME PSI que da um salto de 12.605 para 29.931em 2010.

Os dados mostram que na tentativa de reaquecer a economia foi dado um crédito desenfreado e com pouco controle, funcionou por dois anos, o PIB do setor deu uma respirada em 2009 e 2010, mas o mercado já começou a ajustar sua ordem natural (oferta e demanda) entrando em queda livre de 2015 a 2017, e reduzindo consideravelmente a venda de caminhões.

Sem entrar no mérito de que o governo subsidiou montantes que geraram um aumento significativo na divida pública, vamos focar em entender o problema direto ao setor do TRC.

Quem comprou veículo através do PSI em 2012 por exemplo, teve o benefício do pagamento em oito anos, assim em 2015 e 2016 praticamente todos os veículos subsidiados precisavam pagar as parcelas mensais do financiamento. Como vimos, o PIB andou praticamente de lado até 2014, porém com o aumento da oferta (caminhões) foi abaixando o preço do frete, este fenômeno se agrava em 2015 com a queda do PIB (menor demanda), neste momento os clientes do BNDES estão desesperados para conseguir pagar as parcelas aceitando fretes a preço abaixo de custo e completamente fora da legalidade, aceitando prazos de pagamento irreais em alguns casos de até mais de 3 meses para tentar ainda reduzir  o prejuízo.

Com esse completo desajuste no setor aliado a crise econômica e , temos a triste realidade, aproximadamente 40% de empresas fechadas, entre elas empresas de mais de 50 anos no setor, fretes muito abaixo da tabela referencial de mercado e muitas vezes abaixo de custo, aumento da informalidade, aumento dos prazos de recebimento, escassez de demanda e excesso de oferta.

O que nos leva de volta ao cenário atual, segundo semestre de 2017, depois deste ajuste natural do mercado no setor do TRC e um leve sinal de retomada econômica, os transportadores sentem uma esperança, de maneira tímida vão aos poucos reduzindo os prazos para recebimento e diminuindo o rombo no caixa, os fretes lentamente voltam a aparecer e o poder de negociação junto aos clientes dá sinais de melhora.

Acredita-se que apenas após as eleições de 2018 a economia consolide o crescimento, mas já é possível ver indícios de que o mercado no setor se ajustou, indicando que quem sobreviveu a crise poderá colher os frutos em um futuro próximo.

Resta aos transportadores refletirem se continuarão sendo uma classe desunida e sem poder , tendo que aceitar políticas fiscais, econômicas e sociais que depreciam e excluem o setor, ou se demonstrarão sua força e evidente poder de negociação junto as classes políticas, estamos em um ano com importantes pautas para o setor, como a reforma trabalhista, o marco regulatório e o aumento de tributos no setor de serviços, não podemos permitir que o TRC seja deixado de lado novamente, ou as 60% de empresas que restaram se submeterão ao monopólio de um pequeno grupo de grandes corporações.

Responsável: Mauricio Nogueira Magalhães Júnior

Autônomo, Agregado e Colaborador – Quem São Eles no Ramo de Transportes?

Caminhoneiro autônomo, agregado e colaborador

Com a redução tênue da atividade, o caminhoneiro autônomo terá agora de buscar serviço, talvez em outros lugares e setores. Nesse cenário, multiplica-se a figura do “agregado”. Na moda e nas tendências do mercado de trabalho, hoje fala-se muito no BYOD (ou “Bring Your Own Device”, em inglês). A sigla significa, em português, “traga seu próprio equipamento”. Muitas empresas passam, nos dias de hoje, a permitir que funcionários e colaboradores utilizem seus próprios laptops e tablets em tarefas no trabalho. Para a empresa, isso implica em não incorrer no custo de aquisição do bem, para o colaborador, geralmente a perspectiva de ganhos um pouco maiores.

Por causa do nome, essa modalidade de contratação parece novidade. Entretanto o segmento de cargas já se utiliza desse expediente há décadas. O caminhoneiro autônomo chamado de “agregado” é proprietário do caminhão que conduz. Contudo, ele possui um contrato de exclusividade ou prestação de serviços com uma ou mais empresas em especial – uma espécie de relação de fidelidade. Com isso, ele garante seus ganhos e o acesso a trabalho. As empresas, por outro lado, conseguem ampliar de modo imediato sua frota, sem ter de investir em novos veículos de maneira brusca.

Para os caminhoneiros, qualquer uma das três modalidades de contratação pode ser vantajosa, dependendo aí dos objetivos de cada um.

Caminhoneiro Autônomo

O caminhoneiro autônomo, também conhecido como Transportador Autônomo de Carga (TAC) manda em seu caminhão sob todos os aspectos – bons e ruins. Apesar de possuir horários mais flexíveis e poder negociar livremente valores e honorários pelo seu serviço, também possui o ônus de ter de buscar trabalho e gerenciá-lo. Em épocas de crise ou baixa no mercado, isso pode ser péssimo. Por essa razão, alguns motoristas autônomos recorrem a contratos como agregados quando a situação não está lá tão boa. Há, inclusive, motoristas autônomos que possuem mais de um caminhão ou carreta, por vezes até permitindo que outros motoristas utilizem seus equipamentos.


Agregado

O agregado não está exposto a eventuais oscilações de mercado. Consegue trabalho e oportunidades de frete sem ter de “vender” seus serviços, por intermédio da empresa à qual agrega seu caminhão. Como ele tem algum horário ou jornada específica a cumprir pela empresa à qual se agrega, mas são proprietários de sua carreta, ainda podem fazer “freelas” em horários não conflitantes, mantendo suas características de autônomo quando lhe convém. 

Colaborador 

É o funcionário das empresas transportadoras como qualquer outro colaborador. Esse condutor se utiliza da frota da própria empresa (ou empresas) em que atua, e têm como vantagem o fato de não precisar arcar ele mesmo com a manutenção ou mesmo com valores de financiamento do caminhão que dirige. Por outro lado, os ganhos mensais tendem a ser consideravelmente menores e, no caso de demissão ou desligamento da empresa, não há muito o que fazer de forma imediata.



Quais as vantagens em tornar-se um agregado de uma transportadora?

Mais da metade do transporte do Brasil é feito por profissionais autônomos e por pequenas empresas. Para reverter essa situação as grandes transportadoras estão aumentando cada vez mais suas frotas de caminhões agregados. Muitos são os caminhoneiros que querem ser agregados de empresas, porque esse tipo de serviço traz uma série de benefícios.

Mas qual a diferença entre um caminhoneiro autônomo, um agregado e um funcionário?

Um caminhoneiro autônomo é dono de seu próprio caminhão e de seu negocio. Ele é responsável pelo gerenciamento de suas receitas e de suas despesas. Não tem vínculo empregatício com nenhuma empresa e assim estipula seu próprio horário e condições de trabalho, seus ganhos provem dos fretes contratados, por isso é importante ter planejamento e muita disciplina. Geralmente esse tipo de caminhoneiro fica parado em postos de gasolina esperando até que apareça um frete que compense a viagem. 

O Funcionário de uma empresa transportadora é um colaborador com carteira de trabalho assinada, possui direitos trabalhistas e previdenciários. Além de salário fixo e determinado pela categoria. Geralmente não é o dono do caminhão e assim não tem que cobrir despesas com manutenção.

Já um caminhoneiro agregado, assim como um autônomo, também é o dono de seu próprio caminhão, mas com a diferença de fidelizar os seus serviços a uma empresa de transporte. Desempenha a prestação de serviço como se fosse um funcionário da empresa, mas sem vínculo empregatício. Como trabalha sempre para a mesma empresa pode estimar seus ganhos mensais e geralmente ganha mais que um motorista contratado pela empresa (funcionário). Os custos com manutenção do caminhão geralmente são de responsabilidade do dono do caminhão.

Para a maioria dos autônomos, a grande vantagem de agregar seu caminhão a uma empresa é a garantia de cargas certas e o respaldo de uma logística bem estruturada, evitando longas esperas por fretes nos postos de combustíveis. Sem falar de uma maior segurança quanto aos ganhos mensais, pois você já tem um determinado número de fretes para fazer pela empresa. Além disso, você como dono do caminhão pode transportar pela empresa e fazer fretes particulares nos momentos de folga para tirar uma grana extra.

Já para as empresas, a grande vantagem de agregar caminhões é o fato de não precisar comprar caminhões e assim economizar um bom dinheiro tanto na compra como na manutenção dos veículos.

A grande vantagem dos agregados sobre os funcionários da empresa é que geralmente os agregados ganham muito mais que os funcionários, isso porque o agregado tem o caminhão próprio, não tem vínculo empregatício e assim não possui os benefícios deaposentadoria, plano de saúde, vale-transporte, entre outros. Além disso, a empresa paga mais aos agregados porque geralmente os custos de manutenção do caminhão são pagos pelo dono. 

Em fim, a escolha de agregar seu caminhão a uma empresa ou ser um motorista autônomo, vai muito pelo gosto. Se você prefere ter mais liberdade para trabalhar do jeito que você quer, a melhor opção é ser autônomo, mas se você quer mais segurança financeira e não se importa em cumprir pequenas regras, agregue seu caminhão a uma boa empresa. Se você não possui um caminhão, a única saída é ser motorista de uma empresa, que também tem suas vantagens. Terceirização Logística? Vantagens e Desvantagens.
Hoje, muitas empresas já possuem consciência que a qualidade nos processos logísticos representa um considerável fator de sucesso para os negócios. Além disso, processos logísticos eficientes oferecem uma oportunidade de criar vantagens em relação à concorrência, aumentando assim o seu apelo comercial.

Esta situação causou uma mudança nas empresas que atuam no segmento logístico. Paralelamente à clássica tarefa de distribuição: “mercadorias no prazo certo, em perfeitas condições e colocadas à disposição nas quantidades necessárias.” As empresas, hoje, oferecem uma gama mais completa de serviços logísticos, que, se aproveitados corretamente, estes serviços trazem resultados muito positivos para o contratante.

Na escolha da empresa logística que prestará os serviços é importante analisar as opções do mercado. Hoje, há muitas empresas que prestam estes serviços, porém, nem todas são legalistas, ou seja, é importante verificar se a empresa trabalha com funcionários CLT e se assume todo o ônus da legislação trabalhista. A vantagem é que dessa forma a empresa fica isenta de ações judiciais.

Também é importante verificar se faltas, atrasos e férias de funcionários serão cobertas, por que é importante a imediata substituição para não prejudicar a empresa. E também se há cobertura para gastos de combustível, alimentação, uniforme e outros.

Como vantagens do processo de Terceirização, podemos destacar:
• Redução dos custos logísticos através do aproveitamento dos efeitos de escala no prestador de serviços;
• Controle simplificado dos custos e trabalhos logísticos;

• Aproveitamento do Know-how logístico dos prestadores de serviços inclusive da TI instalada;
• Concentração da empresa em suas competências principais;
• Aumento na qualidade do serviço prestado aos clientes;
• Simplificação nos processos da empresa;

Ou seja, para ter sucesso no processo de terceirização o importante é saber realizar as escolhas, buscar sempre empresas que primam pela qualidade de seus funcionários e que realizam constantes treinamentos, no intuito de oferecer tranqüilidade total a seus clientes. De qualquer forma, recomendamos aproveitar o potencial de terceirização de forma consciente.



Porque cresce no Brasil a Terceirização no sistema de transporte?

Estamos vivendo um período de transformação. Fatores como novas exigências dos mercados consumidores, antigos desequilíbrios de demandas da sociedade, globalização, aumento da competitividade, evolução tecnológica e disputa por recursos escassos, têm exigido mudanças significativas no modo de gerir as organizações. O desejo de qualquer organização é a sobrevivência. As empresas são sistemas abertos, integrantes de ecossistemas complexos, que interagem e são dependentes. Para gerir estes sistemas é preciso planejar, organizar, controlar e dirigir os recursos de forma eficaz e eficiente, por meio de métodos e ferramentas adequadas.

Quando se compra qualquer produto que seja, por qualquer meio disponível (supermercado, internet ou pessoalmente), dar-se início a um ciclo complexo de processos e informações os quais, a princípio, parece inesgotável. Surge um componente de grande importância para o sucesso da cadeia logística, o chamado transporte. O transporte esta relacionado com movimentação e armazenagem dos produtos e é o principal componente do sistema e da composição do custo logístico na maioria das empresas. O mesmo tem um papel preponderante na qualidade dos serviços logísticos, pois impacta diretamente o tempo de entrega, a confiabilidade e a segurança dos produtos.

Desta complexidade, surge a necessidade das empresas estarem com o foco cada vez mais em seus negócios e processos principais, geralmente, dedicando esforço ao seu produto ou serviço, o “core business”. Aparece então, a primeira conseqüência desse pensamento, que é o de contratar pessoas ou empresas para fazer aquilo que não afeta diretamente o negócio e seu desempenho, e que a princípio, pelo menor grau de complexidade e participação no custo final ou até por prioridades de investimentos, parece ser a melhor solução para a vida da organização.

A terceirização ou Prestadores de Serviços, ganharam papel importante na cadeia produtiva da sociedade como um todo, organizando-se em segmentos dos mais variados, sendo os mais conhecidos, os das áreas de conservação e limpeza, vigilância, armazenagem e transportes.

Desta forma serão apresentados os conceitos gerais e visões de diversos autores e entidades especialistas sobre: definições e o papel da logística; a situação do cenário do sistema de transporte no Brasil e seus modais; conceito e a função da terceirização e definição de prestadores de serviços logísticos. O objetivo central do trabalho é mostrar os motivos que levou o surgimento da terceirização no sistema de transporte e quais decisões podem ser tomadas para melhorar a situação atual.

LOGÍSTICA EMPRESARIAL

A Logística é interpretada de diversas maneiras, e até o momento, o campo ainda não tem um título único ou exato para identificá-lo, como os setores marketing, produção ou financeira, porém é vital para a economia mundial e para as organizações. Porém no atual momento a logística supera barreiras no cenário mundial, antes visto como uma área sem expressão, é hoje considerada elemento de fundamental importância para a sobrevivência das empresas.

Uma empresa é bem sucedida na proporção de sua habilidade de rapidamente reunir, transmitir e interpretar todas as informações que descrevem as suas atividades. O processo logístico não começa e nem termina nos limites da própria empresa. Ele é acompanhado pelos fornecedores e só termina no consumidor final. Na visão de Ballou), a Logística associa estudo e administração dos fluxos de bens e serviços e da informação associada que os põe em movimento, ou seja, a missão da Logística é colocar produto e/ ou serviço no lugar certo e no instante corretos e na condição desejada, ao menor custo possível. Desta forma, as organizações deixam de ver a Logística como ferramenta de redução de custo e começam a encará-la como atividade estratégica.

Entretanto, para Dias, a Logística é o sistema de administrar qualquer tipo de negócio de forma integrada e estratégica, planejando e coordenando todas as atividades, otimizando todos os recursos disponíveis, visando ao ganho global no processo no sentido operacional e financeiro.

Pela definição do Council of Logistics Management, Logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender as exigências dos clientes.

Diante dos vários conceitos apresentados, a Logística informa a maneira como as organizações podem responder de maneira mais rápida e eficiente às exigências vindas do ambiente. Logo, ela pode ser compreendida como a forma de disponibilizar o produto certo, no lugar certo, na hora certa, com qualidade e preço justo.

As atividades da logística

Para melhorar a integração no sistema logístico, é necessário identificar as atividades a serem gerenciadas que são importantes para o cumprimento da missão e das metas logísticas.

As atividades são divididas em primárias (atividades-chave) e secundárias (atividades de apoio). As atividades primárias são essenciais para o atingimento do nível de serviço, além de representar com a maior parcela do custo total logístico. São elas: gestão de transportes; gestão de estoques; e processamento de pedidos.

A gestão de transporte é essencial, pois nenhuma organização pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-primas ou de seus produtos acabados de alguma forma. Esta gestão refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos, aos roteiros definidos, a utilização da capacidade de transporte e aos custos apresentados na atividade.

A administração de estoques constitui um componente importante da gestão de capital de giro, principalmente, quando a empresa utiliza grandes quantidades de materiais e/ ou quando precisa manter um alto volume de estoques. Segundo Ballou,os estoques apresentam diversas finalidades, tais como: melhoram o nível de serviço; incentivam economias na produção; permitem economias de escala nas compras e no transporte; agem como proteção contra aumentos de preços; protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo de ressuprimento; e servem como segurança contra contingências.

Em relação aos custos de processamento de pedidos, sua importância deriva do fato de ser uma atividade logística primária. O processamento de pedido refere-se a atividades envolvidas na coleta, verificação e transmissão de informações de vendas realizadas. Envolvem todo trabalho associado à venda dos produtos ou serviços da organização (preparação, transmissão, entrada e relatório de situação do pedido).

Já as atividades de secundárias (atividades de apoio), são caracterizadas por apoiar as atividades primárias e melhorar o nível de serviço apresentado pela empresa. Elas são:

Armazenamento: trata-se da gestão do espaço necessário para manter os estoques.Manuseio de materiais: refere-se à movimentação dos produtos no local de estocagem e apóia a gestão de estoques.Embalagem de proteção: atividade que auxilia a empresa a garantir movimentação segura dos bens, sem danificá-los.Obtenção (compras): trata-se da seleção das fontes de suprimentos, das quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma pela qual o produto é comprado.Programação do produto: esta relacionada com a distribuição (fluxo de saída).Gestão da informação: refere-se ao tratamento das informações importantes para o planejamento e controle logístico e para a tomada de decisão dos gestores.

A integração das atividades primárias e secundárias viabiliza a coordenação dos fluxos correspondentes as necessidades da organização em atender os clientes de forma eficaz e eficiente, ou seja, é necessário integrar as atividades logísticas com o objetivo de agregar valor para os clientes, fornecedores e todos os interessados e envolvidos no processo. 

Sistema de transporte

O conceito de transporte esta relacionado com movimentação e armazenagem dos produtos. O transporte é o principal componente do sistema e da composição do custo logístico na maioria das empresas. Sua importância pode ser medida pelos indicadores financeiros: custos, faturamento e o lucro. Além disto, o transporte tem um papel preponderante na qualidade dos serviços logísticos, pois impacta diretamente o tempo de entrega, a confiabilidade e a segurança dos produtos. As decisões estratégicas sobre transporte envolvem: seleção dos modais; volume de cada embarque; rotas; programação; seleção e negociação com fornecedores; e de consolidação de cargas. São decisões sobre as quais pesam fatores como a distância entre área de produção, armazéns e clientes, que têm influência sobre o nível de serviço apresentado por cada empresa.

Para Ballou ,os níveis de serviço aos clientes, a localização das instalações, o estoque e os transportes são das mais importantes áreas de planejamento, em face do impacto que as decisões tomadas em cada uma delas acabam sobre a lucratividade e o retorno do investimento. Especificamente, melhor sistema de transportes contribui para aumentar a competição no mercado, garantir a economia de escala na produção e reduzir preços das mercadorias.

TERCEIRIZAÇÃO

A partir da década de 80 começou a aumentar a contratação de empresas especializadas para o desempenho de atividades consideradas de apoio. A prática do outsourcing é bastante comum nas organizações, cujo principal objetivo é a redução de custos, porém é importante saber utilizar esta técnica como estratégica competitiva para o alcance dos objetivos e metas traçadas.

A terceirização consiste em conceder a execução de um processo e transferi-lo para um agente externo à organização que possui maior expertise nas atividades que lhe são transferidas pela organização contratante. Tal processo tem levado as empresas a transferir diferentes etapas do processo logístico ao longo do sistema. Na prática é chamado de outsourcing, pois quando bem implantada, libera a empresa contratante para concentrar-se os esforços em seu negócio principal (core business), evoluindo em qualidade, melhoria dos processos, produtividade entre outros, o que gera redução de custos e ganho de competitividade. Desta forma ao contratar atividades terceirizadas, os gestores devem levar em consideração que o fornecedor seja especializado, experiente, detentor de tecnologia própria e atualizada, e que tenha esta atividade a ser fornecida como sua atividade-fim.

Podem-se mencionar algumas vantagens e desvantagens que as organizações podem ter ao terceirizar suas atividades-meio (as que têm a finalidade de dar suporte as atividades principais): 

 Vantagens: estrutura administrativa simplificada, uma vez que não terá de realizar registros/ demissões, pagamentos de salários, FGTS, INSS dos empregados etc; mais participação dos administradores/ gestores nas atividades-fim da empresa; concentração dos talentos no negócio principal da empresa; redução do custo de estoques; maior facilidade na gestão do pessoal e das tarefas; possibilidade de rescisão do contrato conforme as condições preestabelecidas; controle da atividade terceirizada por conta da própria empresa contratada; menores despesas com aquisição e manutenção de máquinas, aparelhos e uniformes fornecidos pela empresa contratada etc.

 Desvantagens: verificar se o pessoal disponibilizado pela empresa terceirizada consta como registrado e se os direitos trabalhistas e previdenciários estão sendo pagos e respeitados; sofrer autuação do Ministério do Trabalho e ações trabalhistas em caso de inobservância das obrigações mencionadas anteriormente; fiscalização dos serviços prestados para verificar se o contrato de prestação de serviços está sendo cumprido integralmente, conforme o acordado; risco de contratação de empresa não qualificada etc.

Segundo Rezende, o processo deve começar por uma análise que permita verificar se a empresa está preparada para a terceirização, ou seja, a organização deverá avaliar realmente a necessidade de mudança que o processo de terceirização irá provocar em suas operações. Para obter sucesso neste processo, pressupõe mudanças culturais, estruturais e gerenciais em todos os níveis (operacional, tático e estratégico) da organização.

Em análise a uma terceirização ou outsourcing, percebe que as empresas, avaliam diversos pontos em relação às suas atividades logísticas, tais como: a necessidade de controle das atividades, as possibilidades de redução de custos nos processos e desenvolvimento de know-how. De acordo Rezende, o processo de terceirização (outsourcing) das atividades logísticas implica no aprofundamento dos relacionamentos entre as empresas e os terceiros que prestam serviços logísticos. O sucesso da terceirização está vinculado com a visão estratégica do negócio para manter a sustentabilidade e promover a competitividade da organização. Desta forma, surge a necessidade de decidir sobre a utilização de prestadores de serviços logísticos para assumir algumas ou todas as responsabilidades logísticas da organização.

Prestadores de serviços logísticos

Com o constante aumento da complexidade dos processos logísticos, aliado ao fato destes terem sido reconhecidos pelas empresas como fonte de vantagem competitiva, surgiu no mercado um novo segmento, o de prestadores de serviços logísticos. A evolução de prestadores de serviços logísticos no Brasil é devido à crescente tendência de terceirização das atividades logísticas nas organizações brasileiras e a entrada de grandes empresas internacionais de prestação de serviços logísticos no país. Os prestadores de serviços logísticos estão mais ligados a prestação de serviços básicos como transporte, armazenagem e estocagem.

Os Prestadores de Serviços Logísticos, segundo Novaes são empresas que fornecem apenas serviços, incluindo as formas mais simples e mais tradicionais, como o transporte, estocagem e armazenagem, ou seja, o termo prestador de serviço logístico envolve todo tipo de atividade logística, por mais simples que seja, não refletindo necessariamente, os avanços tecnológicos e operacionais que dão sustentação ao moderno sistema logístico.

A empresa que não possui infra-estrutura suficiente, meios físicos e técnicos escassos, capacidade financeira limitada e pouca competência logística para algumas atividades básicas da logística, normalmente contrata-se um PSL. Estes prestadores de serviços apresentam um baixo custo de aquisição e um baixo investimento de capital para a contratante. Neste sentido, com a crescente importância da logística nas organizações, têm surgido mais prestadores de serviços logísticos específicos no mercado, oferecendo serviços como: assessoria fiscal (estudo de viabilidade e prestação de contas), acompanhamento de pedidos a fornecedores (rastreamento de pedidos e veículos, recebimento e conferência), e distribuição física junto a produção (embalagem de produtos, armazenagem seca, expedição, documentação, cross-docking, distribuição direta e transferência para centros de distribuição), para agregar valor aos produtos e serviços oferecidos aos clientes.

CONCLUSÃO

Conclui-se que a rede integrada de transporte é essencial, uma vez que garante o acesso aos locais onde a demanda por bens acontece. Também permite planejar o deslocamento da produção de forma a utilizar a combinação mais eficiente das modalidades de transporte disponíveis. Contudo, a ausência e a má qualificação da infraestrutura apresentada nos modais acarretam a ineficiência do transporte, gerando aumento dos prazos de entrega, dos custos de frete e do volume de perdas e riscos de avarias nas cargas, ou seja, a falta de investimento do sistema de transporte e os pontos negativos citados fazem com que os produtos e serviços do Brasil deixem de serem competitivos no mercado.

Sendo o transporte a principal atividade do sistema logístico, a terceirização pode ser uma oportunidade de reduzir os custos operacionais da empresa, e formalizar uma parceria com a contratada. Em função das vantagens e das desvantagens da terceirização é possível traçar cenários do seu negócio, planejando as ações para sustentar e competir de forma segura e viável. Para o cliente dos dias atuais, apenas receber o produto adquirido não o satisfaz plenamente, é preciso que este seja recebido no local e hora que o consumidor julgar necessário. É preciso analisar qual a importância da logística para a eficiência do negócio e se a empresa em questão desenvolve esta atividade com eficácia, se este for o caso é bem provável que a empresa não venha a obter lucro algum terceirizando suas atividades.

Desta forma, alinhado as informações sobre a terceirização das atividades de transporte e dos aspectos negativos apresentado neste sistema, as organizações estão procurando concentrarem-se os esforços em seu negócio principal, para evoluir em qualidade, melhoria dos processos, produtividade entre outros. Isto gera redução de custos e ganho de competitividade. As companhias FIAT, VALE, Grupo ARG, V&M, Usiminas, entre outras, podem ser citadas como exemplos de empresas que focaram no core business, ou seja, as atividades relacionadas ao transporte dos bens foram transferidas para empresas especializadas. 


REFERÊNCIAS

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/ logística empresarial.

BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física.

BOWERSOX, Donald J; CLOSS, David J; COOPER, M. Bixby. Gestão Logística de Cadeias de Suprimentos.

Council of Logistics Management (CLM) associação internacional com mais de 10 mil participantes das áreas de Logística e SCM.

DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 6 ed. – 3. reimpr.

Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS. Disponível em:. NOVAES, A.G. Logística e Gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação..

PLANO CNT DE LOGÍSTICA. Brasília: Confederação Nacional do Transporte,

BB Carros

CargoBr

Pacer Logistica

Sistema Tributário para Transportadoras

Sistema Tributário para Transportadoras

Regime certo reduz até 40% a tributação de transportadoras


Segundo o advogado Jorge Marcelino, o lucro real é mais vantajoso, na maioria dos casos

Segundo relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as empresas de transporte de cargas, que atuam no Brasil, têm uma média de rentabilidade de apenas 6%. Das 101 mil empresas que exercem essas atividades, metade apresenta lucro líquido entre 0 e 5% e somente 5% apresentam lucro líquido superior a 10%. Um dos motivos para a baixa taxa de rendimento é a escolha errada do regime tributário, segundo o advogado, especialista em Tributação, Jorge Marcelino.

De acordo com o especialista, sócio da Marcelino Sociedade de Advogados, excluindo o regime do simples nacional (limitação do faturamento de R$ 3,6 milhões/ano), há outros dois regimes tributários possíveis: lucro presumido e lucro real. Como o próprio nome já diz, o lucro real possibilita o abatimento dos custos e despesas sobre a receita, gerando um valor fiel do lucro líquido. No lucro presumido não importa quanto foi gasto. Para esse setor, o Fisco presume que houve 8% de lucro.

“Por ser mais fácil na prática, o lucro presumido é o regime adotado pela maioria das transportadoras. Ele considera que o lucro líquido da empresa é de 8% do faturamento e, em cima disso, a empresa é tributada. Se considerarmos que 50% das transportadoras do País lucram menos de 5%, segundo informações do Ipea, é fácil perceber que o regime do lucro presumido não trabalha em cima da realidade do setor”, explica Marcelino.

Por esse motivo, para esse tipo de empresa, o regime de lucro real é o mais indicado, na maioria dos casos, pois o ramo de transporte de cargas é um dos mais tributados em todos os seus processos, no País, como na compra de insumos e renovação de frota. No cálculo real, há a possibilidade de um tributo abater o outro. No presumido, isso não é calculado. “No lucro presumido, não são levados em consideração os tributos já pagos nos processos de compras de insumos, como peças, combustíveis e lubrificantes. No fim, o cliente acaba pagando o que chamamos de tributação em cascata”, destaca o advogado.

Em resumo, segundo Marcelino, a escolha do regime tributário correto pode diminuir até 40% a tributação das transportadoras. “Além disso, entendendo melhor os ganhos e despesas da empresa, é possível fazer um melhor planejamento, de acordo com a necessidade e tamanho de cada transportadora.”


Como fazer um planejamento tributário

Devido à complexidade do assunto, o profissional que deve fazer esse planejamento tributário é um advogado especialista em tributação. Ele saberá identificar qual o melhor regime tributário para a empresa e, caso se concretize a necessidade de migrar de um regime para outro, esse processo pode levar de seis a 12 meses.

A opção pelo regime de apuração tributária ocorre no início de cada ano, com o pagamento das primeiras guias de recolhimento de tributos. Uma vez feita a opção, a empresa não poderá mudar a escolha durante todo o ano. “O planejamento tributário deve ser feito com antecedência, uma vez que a opção pelo regime de tributação é irretratável e deve ser mantida até o final do ano. A escolha equivocada pode ocasionar uma elevação da carga tributária que a empresa terá de arcar por todo o período”, conta Marcelino. 

Dados ANTT 

Existem, no Brasil, 101 mil empresas que exercem a atividade de transporte rodoviário de cargas, dotadas de uma frota de, aproximadamente, 850 mil veículos, cujo trabalho é complementado por outros 540 mil transportadores autônomos, com uma frota pouco maior que seu número.

Dados do Ipea

25% das empresas apresentam lucro líquido entre 0% a 2%;

25% das empresas apresentam lucro líquido entre 2% a 5%;

20% das empresas apresentam lucro líquido entre 5% e 10%;

5% das empresas apresentam lucro líquido superior a 10%.


Os custos das transportadoras se dividem em:

20% com manutenção dos caminhões e carretas;

19% com despesas de pessoal;

14% com combustíveis e lubrificantes;

10% com material de consumo;

30% com tributos incidentes direta ou indiretamente sobre a atividade. 


ALTERNÂNCIA LUCRO PRESUMIDO E REAL

No Brasil, as atividades empresariais são tributadas, pela legislação do Imposto de Renda, através de 3 sistemas de tributação:

Lucro Real – Onde a base de cálculo é o resultado contábil, ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação.

Na sistemática do Lucro Real o recolhimento do IRPJ e CSLL poderá ser trimestral ou mensal(Estimativa)tendo como base de calculo o lucro contábil precedido de ajustes(adições, exclusões ou compensações), o lucro real será vantajoso guando a empresa apresentar um grande volume de despesas dedutíveis e uma margem de lucratividade baixa, a outra vantagem seria a possibilidade de compensação de prejuízos de exercícios anteriores tendo como respaldo a escrituração contábil nos moldes da legislação comercial.

Lucro Presumido – há tributação sobre um percentual variável de faturamento, segundo a atividade. Destaquese, no entanto, que nem todas empresas podem optar pelo lucro presumido, pois há restrições relativas ao objeto social e o faturamento.

Nessa sistemática como o próprio nome diz existe uma presunção do lucro, a base de cálculo para o IRPJ e a CSLL de uma forma geral será obtida através da aplicação de 8%(comercio)e 32%(serviços)sobre a receita bruta. O lucro presumido poderá ser vantajoso quando a margem de lucratividade for superior a presumida e a empresa não apresentar um volume considerável de despesas dedutíveis, outro ponto a ser considerado é em relação ao PIS e Cofins pois as empresas que optarem pelo presumido não tem direito ao crédito desses tributos apesar de aplicarem alíquotas mais baixas.

O Lucro Presumido é a forma de tributação simplificada do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL).A sistemática de tributação pelo Lucro Presumido é regulamentada pelos artigos 516 a 528 do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000/1999). 

A PARTIR DE 2014 

Mantidas as demais vedações, a partir de 01.01.2014, o limite de receita bruta total será de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido (Lei 12.814/2013).

A opção pela tributação com base no lucro presumido será aplicada em relação a todo o período de atividade da empresa em cada ano-calendário (Lei 9.430/1996, artigo 26).

A opção será manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário (Lei 9.430/1996, artigo 26, § 1°).

Desde 1999 a opção pela tributação com base no lucro presumido é definitiva em relação a todo o anocalendário (Lei 9.718/1998, artigo 13, § 1°).


PRAZO E FORMA DE PAGAMENTO

O IRPJ e a CSLL devidos com base no Lucro Presumido deverão ser pagos até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de apuração trimestral. Assim, o IR devido no 1º trimestre/2.XX1 deverá ser pago até 30.04.2XX1 (se neste dia não houver expediente bancário, então o vencimento deve ser antecipado).

Códigos de Recolhimento:

2089 – IRPJ

2372 – CSLL


OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS PARA O LUCRO PRESUMIDO

A pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido deverá manter (Lei 8.981/1995, artigo 45):

I – Livro Caixa, no qual deverá estar escriturado toda a movimentação financeira, inclusive bancária, ou escrituração contábil nos termos da legislação comercial;

II – Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término do anocalendário;

III – em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica, bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal.

Nota: O prazo de decadência do Imposto de Renda é de 5 (cinco) anos.

Alíquota

Tabela

Simples Nacional – engloba não apenas o Imposto de Renda, mas também outros tributos, como o ICMS, PIS, COFINS e IPI. Entretanto, há inúmeras restrições legais para opção (além do limite de receita bruta anual, que é de R$ 3.600.000).

Para um adequado planejamento tributário, busca-se, através das características e limitações de cada regime, aplicar-se uma metodologia legal que reduza, efetivamente, a carga tributária global (e não apenas do Imposto de Renda).

O Simples pode parecer para muitos a melhor Opção uma vez que apresenta alíquotas baixas e os inúmeros benefícios apresentados na Lei Complementar 126, de fato dependendo da atividade o simples apresenta a menor carga tributária, porém os prestadores de Serviços devem ficar atentos, pois dependendo do serviço que é prestado o lucro presumido pode ser mais vantajoso outra questão a ser considera seria a ausência de credito de ICMS, IPI,PIS,COFINS e a incidência de INSS sobre a receita.

LUCRO REAL

Em síntese:

1) O lucro real é vantajoso para atividades com pouca lucratividade.

2) O lucro presumido é vantajoso para atividades com alta lucratividade (como, por exemplo, prestação de serviços profissionais).

3) O Simples tende a ser vantajoso para quase todas as empresas de pequeno porte.

Especificamente, cada empreendimento deve ser avaliado com base nos balanços/balancetes, visando-se contemplar as possibilidades de utilizar os diferentes regimes de tributação. Busca-se não apenas comparar o impacto tributário de cada opção em si, mas as possibilidades advindas da alternância entre os regimes, como por exemplo, alternar o lucro real para o presumido em períodos que a atividade esteja com elevada lucratividade.

As seguintes questões são relevantes:

nível de lucratividade (% lucro sobre o faturamento);
– nível de faturamento;
– atividades mais lucrativas x menos lucrativas, dentro da mesma empresa;
– aproveitamento dos créditos do PIS e COFINS;

– possibilidades adicionais de redução tributária no Lucro Real.

No tocante à separação de atividades empresariais, é relevante que o balanço/balancete esteja segregado com as receitas e despesas por área.

Exemplo:

Empresa com 2 atividades, sendo uma comercial e outra de serviços.

Pelo balancete contábil, apura-se que a atividade comercial tem lucro médio de 5% sobre o faturamento, enquanto que a atividade de serviços tem lucro médio de 45% sobre o faturamento.

Portanto, há de se considerar a possibilidade de segregar as atividades em 2 empresas: uma, com atividade exclusivamente comercial, que provavelmente terá menor ônus tributário se optar pelo lucro real; outra, com atividade exclusivamente de serviços, que quase com certeza terá economia tributária se optar pelo lucro presumido.

A opção deve recair para aquela modalidade em que o pagamento de tributos, compreendendo não só o IRPJ e a CSLL, mas também o PIS, COFINS, IPI, ISS, ICMS e INSS se dê de forma mais econômica, atendendo também às limitações legais de opção a cada regime.

Conheça obras voltadas para a Gestão Tributária das empresas:

19% com despesas de pessoal;

14% com combustíveis e lubrificantes;

10% com material de consumo;

30% com tributos incidentes direta ou indiretamente sobre a atividade.


Real, Presumido ou Simples. Qual o melhor regime de tributação?

O contador no exercício da profissão se depara com inúmeras situações, onde ele com base no seu conhecimento e experiência precisa tomar decisões que podem ter um impacto positivo ou negativo para seus clientes, uma das principais decisões que o contador precisa tomar é a escolha do regime de tributação, uma vez que a legislação não permite mudança de sistemática no mesmo exercício, uma Opção equivocada será definitiva para todo ano do calendário tendo como consequência o aumento da carga tributária. A Opção do regime de tributação é feita com o primeira pagamento do imposto(Real ou Presumido) e o simples nacional até o último dia útil do mês de janeiro. Diante de tal duvida surge a figura do planejamento tributário, o contador fazendo uso do seu conhecimento da legislação tributária irá optar pela sistemática que apresente menor carga tributária, sem contudo sonegar ou fraudar o fisco.


CONCLUSÃO

De uma maneira geral não existe um regime de tributação mais benéfico para todas as empresas cada empresa possui suas particularidades devendo ser estudada individualmente, levando em consideração não apenas o IRPJ e CSLL mais o PIS, COFINS, IPI, ICMS, INSS, etc. Nesse caso deve o contador realizar simulações e fazer a Opção para aquela sistemática mais benéfica e que tenha como consequência menor Carga Tributária para seu cliente. 


Fonte: Gilberto Magalhães da Silva Filho.

Fonte: http://www.revistamundologistica.com.br/portal/noticia.jsp?id=1661

Fonte:Portal Tributário

Responsável: Daniela Brenga Laccava, Rodrigo Nunes Gonçalves, Fabricio Tavares da Rocha, Mauricio Nogueira Magalhães Junior, Sarah Amaral Magalhães