A campanha busca alcançar a meta de 100 cotas solidárias para ajudar famílias paranaenses afetadas por desastres naturais
A NTC&Logística, em conjunto com a COMJOVEM (Comissão de Jovens Empresários e Executivos do Transporte Rodoviário de Cargas), deu início à Ação do Bem 2025, campanha solidária que visa arrecadar recursos para apoiar a reconstrução das cidades paranaenses atingidas pelas recentes catástrofes climáticas.
O lançamento oficial da iniciativa aconteceu durante o Congresso NTC 2025 e o 18º Encontro Nacional da COMJOVEM, realizados em Mogi das Cruzes (SP), entre os dias 27 e 30 de novembro. O momento marcou o início de uma grande mobilização nacional do setor de Transporte Rodoviário de Cargas em prol das famílias que perderam suas casas e bens em decorrência das enchentes no estado do Paraná.
A Ação do Bem foi criada em 2017, por sugestão de Vilma Fernandes, esposa do ex-presidente da NTC&Logística, José Hélio Fernandes, que também é membro do Conselho Vitalício e atual vice-presidente de Assuntos Políticos da entidade. Desde então, a iniciativa se consolidou como uma tradição de solidariedade e engajamento dentro da NTC&Logística e da COMJOVEM.
Nas edições anteriores, a campanha já beneficiou importantes instituições, como o Hospital de Câncer de Barretos (SP), o Hospital Pequeno Príncipe (PR), o Lar dos Idosos de Guarulhos (SP) e o Hospital de Câncer de Rio Verde (GO), reforçando o compromisso social do setor.
Em 2025, o desafio é claro e urgente: arrecadar recursos suficientes para a compra de materiais de construção, como telhas, tijolos, cimento, portas e outros itens essenciais, permitindo que as famílias afetadas possam reerguer seus lares e reconstruir suas vidas.
Cada cota solidária tem o valor de R$ 250,00, e a meta estabelecida é atingir 100 cotas. Todo o valor arrecadado será integralmente destinado à compra dos materiais de construção. “A Ação do Bem é uma demonstração do quanto o nosso setor é movido por solidariedade e compromisso coletivo. Neste momento em que tantas famílias do Paraná enfrentam perdas significativas, unimos esforços para levar não apenas ajuda material, mas também esperança e recomeço. Esse movimento mostra o poder de transformação do Transporte Rodoviário de Cargas quando atuamos juntos por um propósito maior”, afirmou Eduardo Rebuzzi, presidente da NTC&Logística.
O coordenador nacional da COMJOVEM, Hudson Rabelo, também reforçou o envolvimento dos Núcleos e jovens empresários de todo o país na mobilização solidária. “A COMJOVEM está totalmente engajada nesta causa. Sabemos da força que temos quando unimos nossos Núcleos e empresários em torno de um mesmo objetivo. A reconstrução do Paraná é uma missão que vai além da ajuda material – é um gesto de empatia, união e compromisso com as pessoas. Contamos com o apoio de todos os parceiros, associados e lideranças do setor para transformar essa campanha em um grande movimento coletivo de esperança”, destacou Hudson.
As doações podem ser feitas via PIX, utilizando o QR Code disponibilizado abaixo, no espaço específico no seu banco de preferência.
Cada contribuição simboliza reconstrução, esperança e o recomeço de uma família inteira. A Ação do Bem 2025 reafirma o espírito solidário que marca a trajetória da NTC&Logística e da COMJOVEM, inspirando o setor a continuar transformando a força das estradas em gestos concretos de cuidado, união e reconstrução.
Levantamento reúne informações sobre a remuneração de motoristas em diferentes regiões e segmentos do setor
A NTC&Logística, por meio do seu Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Econômicas (DECOPE), iniciou uma nova pesquisa, com foco na realidade salarial dos motoristas de caminhão que atuam no Transporte Rodoviário de Cargas no segmento de carga fracionada.
O levantamento tem como objetivo reunir informações atualizadas sobre os salários praticados em diferentes regiões e segmentos do setor, contribuindo para a elaboração de estudos técnicos e análises que orientem a atuação da Associação junto às empresas, entidades e autoridades públicas.
De acordo com o DECOPE, a participação das empresas é essencial para garantir a representatividade dos dados e aprimorar o entendimento sobre a estrutura de custos e remuneração no transporte de cargas. As informações obtidas permitirão identificar padrões, variações regionais e tendências que impactam diretamente a competitividade e a gestão das operações no setor.
Todas as respostas serão tratadas de forma confidencial, e os resultados consolidados serão divulgados posteriormente pela NTC&Logística em seus canais oficiais.
A pesquisa pode ser respondida de forma rápida e está disponível no link abaixo.
Reunião ordinária dos Conselhos Estatutários da CNT, do SEST SENAT e do ITL reúne lideranças para apresentar projetos que impulsionarão o setor no próximo ano
O Sistema Transporte promoveu, nessa quarta-feira (10), a última reunião ordinária dos Conselhos de 2025. O encontro foi realizado no auditório da sede da instituição, em Brasília, e reuniu o presidente do Sistema Transporte, Vander Costa; o ex-presidente Clésio Andrade, além de representantes das entidades associadas e diretores das três casas do Sistema.
Durante o encontro, foram apresentadas as ações planejadas para o ano de 2026 pelas Entidades do Sistema Transporte. O evento também reforçou o espaço de diálogo com os conselheiros, que puderam contribuir para a definição da agenda estratégica do setor.
CNT
O ano de 2026 será marcado pelas eleições. Por isso, a CNT atuará para mapear as demandas do setor de transporte e apresentá-las aos principais candidatos, dando ênfase à defesa das pautas prioritárias junto aos Poderes Executivo e Legislativo.
Entre os destaques, estão as publicações O Transporte Move o Brasil e o Plano CNT de Transporte e Logística. A primeira apresenta recomendações dos transportadores brasileiros para a retomada da construção de um sistema de transporte e logística condizente com o potencial que o país tem para se destacar entre as maiores economias mundiais. Já a segunda identifica os principais projetos de todas as modalidades de transporte para solucionar os problemas atuais e modernizar a infraestrutura no Brasil, como obras e investimentos.
A diretora-executiva da CNT, Fernanda Rezende, destacou que os estudos da CNT têm gerado ampla repercussão na mídia, ampliando a visibilidade do transporte graças ao rigor técnico e à precisão das análises produzidas.
Fernanda lembrou que essas publicações também servem como ferramentas estratégicas para o empresariado, oferecendo dados qualificados que orientam decisões, investimentos e soluções para desafios operacionais.
Assim, a diretora apresentou projetos que devem compor a atuação da Diretoria Executiva, com foco em estudos e análises técnicas que apontam caminhos para subsidiar decisões políticas e estratégicas do setor de transporte.
Segundo o diretor de Relações Institucionais, Valter Souza, no próximo ano, poderá haver mudanças na dinâmica política. “Nesse cenário, queremos contribuir para a presença do transporte nas propostas governamentais durante e após o processo eleitoral”, afirmou.
Nesse sentido, a entidade está preparando o lançamento de uma nova edição da Agenda Institucional Transporte e Logística, com os projetos mais relevantes em tramitação nos três Poderes, elaborada em parceria com as entidades associadas. A Confederação também planeja realizar uma edição nacional do Fórum CNT de Debates em diálogo com presidenciáveis.
Além disso, entre os temas estratégicos do ano, estão o acompanhamento das concessões de infraestrutura, o avanço do Plano Nacional de Logística 2050 e a transição da reforma tributária.
No Legislativo, destacam-se votações como o Marco Regulatório do Transporte Público de Passageiros, a PEC da Segurança Pública, a PEC 22/2025 e o PL 79/2020, que amplia os recursos do SEST SENAT. Também seguem em pauta revisões trabalhistas e ações judiciais sobre seguro de cargas e desoneração da folha.
SEST SENAT
Em relação às ações do SEST SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) para 2026, a diretora-executiva nacional, Nicole Goulart, apresentou projetos com foco na eficiência operacional, na inovação, no atendimento, na qualificação profissional e no bem-estar dos trabalhadores do transporte.
A capacitação profissional segue como prioridade. Novos cursos técnicos, incluindo Transporte e Saúde Bucal, reforçam o portfólio, junto da ampliação da formação em Manutenção Automotiva. O curso Jovem Aprendiz Motorista será lançado no segundo semestre. Além disso, a plataforma EaD ganhará novos temas ligados à transição energética, tecnologia e habilidades profissionais.
A instituição também avança em frentes de inovação com a modernização do portfólio de ensino e o trabalho desenvolvido no Learning Village, que reforçará a conexão de empresas do setor com startups capazes de resolver desafios reais do transporte.
Iniciativas para diferentes modais se destacam, dando mais ênfase à qualificação profissional e à atração de novos talentos para segmentos como o aéreo, o ferroviário, o aquaviário e o de transporte de valores. Além disso, há foco na melhoria de programas que visam ampliar a entrada de novos motoristas no mercado, enquanto mudanças na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) reduzem custos e possibilitam a formação desses profissionais nas próprias unidades do SEST SENAT.
Entre as ações de gestão e governança, a diretora destacou projetos para aumentar a eficiência operacional das unidades. “O objetivo é garantir ainda mais agilidade nos serviços prestados e melhorar a comunicação entre as unidades e com os clientes por meio de ferramentas de IA e automação”, afirmou Nicole Goulart.
Na área de bem-estar, saúde e segurança, a instituição amplia soluções, com destaque para as alinhadas à nova NR-1, e lança um novo modelo do programa Prevenção de Acidentes, com ações presenciais nas empresas, reforçando a orientação e o cuidado com os trabalhadores, com o apoio do ONSV (Observatório Nacional de Segurança Viária).
Para fortalecer o vínculo com as comunidades, o SEST SENAT contará com ações voltadas à promoção de cultura, inclusão e equidade. Entre os destaques, está a Copa SEST SENAT de Futebol 7 Society, a celebração dos dez anos do Projeto Proteção e o programa Nós, Elas e Todo Mundo, que reforça a agenda de equidade no transporte.
A expansão das unidades operacionais segue com novos investimentos, modernização, autossuficiência em geração de energia elétrica até o fim de 2026 e ampliação do projeto de reúso de água nas unidades.
ITL
O ITL (Instituto de Transporte e Logística) prepara um 2026 marcado pela ampliação da oferta de cursos, eventos e capacitações executivas. Ao todo, estão previstas 14 turmas do Programa Avançado de Capacitação do Transporte, que contará ainda com um novo curso integrado ao portfólio. A expectativa é capacitar mais de 500 executivos em seis cidades brasileiras: São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Salvador (BA) e Brasília (DF).
O diretor-executivo, João Victor Mendes, explica que a iniciativa segue alinhada às parcerias estratégicas com instituições de referência, como FDC, ESPM, Embry-Riddle, NOVA School of Business & Economics, IGCP e Ibmec. Para reforçar esse ecossistema de excelência, o diretor anunciou a chegada do Insper, que passa a integrar o portfólio com a nova especialização em Gestão de Finanças.
Com foco em inovação, o Instituto também lança, em parceria com a NOVA, curso executivo voltado a dados e inteligência artificial para o transporte e a logística, área cada vez mais estratégica para o futuro do setor.
Além da oferta educacional, 2026 será um ano de grandes eventos. O Fórum ITL chega à sua sexta edição, desta vez com debates sobre cibersegurança e gestão de riscos, temas centrais para a competitividade das empresas. O Instituto realizará também a segunda edição do evento “Mulheres no Setor de Transporte”, reforçando o compromisso com a diversidade, equidade e liderança feminina.
Reuniões de Seções
Na terça-feira (9), o Sistema Transporte realizou, também em sua sede, as reuniões ordinárias das Seções, com a presença de representantes de diferentes modais, para debater temas estratégicos para o setor. A agenda do encontro contemplou temas transversais que impactam o transporte nacional.
A diretora-executiva da CNT, Fernanda Rezende, solicitou o envio de sugestões de propostas de projetos por parte dos membros das Seções da CNT, para compor as publicações O Transporte Move o Brasil e Plano CNT de Transporte e Logística. A Diretoria de Relações Institucionais apresentou os principais avanços nos três Poderes, com foco em projetos de lei, concessões públicas e temas trabalhistas que influenciam diretamente o transporte.
Outro ponto de destaque foi a presença do Sistema Transporte na COP30, com atuação simultânea na Estação do Desenvolvimento (Green Zone) e no Pavilhão Internacional do Transporte (Blue Zone), reforçando o protagonismo do setor nas discussões globais sobre clima, sustentabilidade e descarbonização.
O SEST SENAT apresentou um conjunto de iniciativas para fortalecer o setor em 2026, com destaque para ações de atração de novos motoristas e para as atualizações nas regras de formação e obtenção da CNH, medidas que ampliam a entrada de profissionais na atividade e consolidam a instituição como referência na formação de motoristas e instrutores.
Entre as reuniões de Seções, a do Transporte Rodoviário de Passageiros tratou de temas centrais, como a discussão sobre a Tarifa Zero. Na Seção II (do Transporte Rodoviário de Cargas), foram tratados assuntos como a fiscalização dos seguros obrigatórios pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), o pagamento do frete de retorno no transporte de produtos perigosos e o ACT (Acordo de Cooperação Técnica) da Fenaval (Federação Nacional das Empresas de Transporte de Valores) com o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Durante o encontro da Seção III (do Transporte Aquaviário de Cargas e de Passageiros), houve uma apresentação do andamento do estudo sobre o mercado de bunker. A Seção IV (do Transporte Ferroviário de Cargas e de Passageiros) recebeu o secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, que apresentou os fundamentos da Política Nacional de Outorga Ferroviária e o novo arcabouço jurídico, financeiro e operacional das concessões. A reunião também tratou de marcos regulatórios para o segmento, bem como de iniciativas de capacitação profissional do Sistema Transporte.
Na reunião da Seção V (do Transporte Aéreo de Cargas e de Passageiros), foram apresentados os resultados do subgrupo que trata da aviação regular e não regular e do táxi aéreo que opera sob a RBAC 135. E na Seção VI (de Infraestrutura de Transporte e Logística), houve a discussão de temas relevantes para o ambiente regulatório e jurídico do setor, incluindo atualizações sobre a implementação da reforma tributária, pautas relacionadas à segurança pública e mudanças previstas na reforma do Código Civil.
O ano de 2025 foi muito importante para os setores de agronegócio e indústria. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no terceiro trimestre de 2025, o Produto Interno Bruto (PIB) do país variou 0,1% frente ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. A agropecuária (0,4%) e a indústria (0,8%) mostraram variações positivas nessa comparação.
Esses números são animadores para o setor de Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), visto que, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), 70% de todas as mercadorias que circulam pelo país são feitas por este modal. Os impactos desses dados são refletidos na edição do “Panorama Transportes”, revista publicada pelo Observatório Nacional de Transporte e Logística da Infra S.A., que revela que o transporte de cargas nas rodovias em 2025 chegou a 42,5 milhões de m³ movimentados.
Todas essas informações estão atreladas ao trabalho do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Estado do Paraná (SETCEPAR), que representa os transportadores em 265 cidades do estado, oferecendo aos associados diversos serviços e eventos para fomentar melhorias no setor. Para Silvio Kasnodzei, presidente da entidade, o desempenho de outros setores produtivos refletiu no ano do TRC. “O ano de 2025 foi de bons resultados. A indústria, o comércio e o agro tiveram um crescimento importante e, apesar de todas dificuldades que se apresentaram, o empresário foi criativo e encontrou soluções, fazendo com que o Transporte de Cargas caminhasse junto.”
Segundo o dirigente, todo trabalho realizado pela entidade em 2025 foi resultado de um esforço mútuo entre os atores envolvidos. Foi possível contribuir oferecendo ao longo do ano uma série de treinamentos, assessorias técnicas, fiscais, jurídicas, financeiras e de recursos humanos aos associados, além de palestras realizadas em conjunto com a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Polícia Rodoviária Federal e Consultores Tributários.
Destaques também para a 2ª edição do ESG DAY e para o 1º Prêmio ESG SETCEPAR, que reuniu mais de 200 pessoas na sede da entidade em Curitiba, Paraná, para discutir e premiar boas práticas em temáticas ambientais, sociais e de governança no Transporte Rodoviário de Cargas.
Para o próximo ano, devido ao início do processo de estabelecimento da Reforma Tributária, Kasnodzei acredita que os desafios podem ser ainda maiores. “Precisaremos fazer um trabalho focado em lidar com as alterações exigidas nesse processo da reforma tributária. Acredito que essas mudanças podem trazer desafios ainda maiores e teremos que reaprender tudo, revisar todas as nossas planilhas e assim enfrentar o início da reforma tributária.”
Ação quer Desconto de Usuário Frequente em todos os pedágios eletrônicos
O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou, nesta quinta-feira (11), uma ação civil pública requerendo que a União e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sejam obrigadas a adotar imediatamente medidas de regulamentação e aplicação efetiva do chamado Desconto de Usuário Frequente (DUF) para motoristas que passarem pelo sistema de pedágio Free Flow.
Na ação, o MPF pede a imediata suspensão das cobranças até que os abatimentos proporcionais sejam devidamente implementados. Embora a ação trate especificamente da Via Dutra, o Ministério Público Federal requer que o mecanismo de desconto seja estendido a todas as rodovias federais do país onde o sistema eletrônico esteja em funcionamento.
O sistema Free Flow entrou em operação no último sábado (6), com pórticos de tarifação automática instalados em diversos pontos de acesso à Via Dutra, entre os municípios de São Paulo, Guarulhos (SP) e Arujá (SP).
“O usuário local de Guarulhos – que utiliza o trecho diariamente para atividades básicas de subsistência (trabalho, estudo, saúde, serviços essenciais) – suporta 100% da tarifa em todas as passagens mensais, inclusive nas faixas horárias em que a tarifa é artificialmente elevada por mecanismos dinâmicos de gestão de tráfego”, destacou o procurador da República Guilherme Rocha Göpfert, autor da ação.
O MPF ressalta que a aplicação do DUF é regulamentada há 30 anos para pedágios convencionais. O objetivo é diminuir o impacto financeiro para usuários que fazem múltiplas viagens mensais, reduzindo progressivamente o valor das tarifas, de acordo com o número de passagens pelas cabines de cobrança.
Para o Ministério Público, o estabelecimento dos descontos em modelos Free Flow deveria proporcionar justiça tarifária, especialmente em áreas urbanas com grande volume de deslocamentos cotidianos e de curta extensão, como o trecho da Dutra no entorno de Guarulhos.
Segundo o MPF, a omissão da União e da ANTT na regulamentação do DUF em modelos Free Flow viola diversas diretrizes constitucionais, como os princípios da modicidade tarifária, da isonomia e da proporcionalidade. A conduta, de acordo com o órgão, também configura desrespeito ao dever público de regulação adequada de serviços delegados e à função distributiva da política tarifária rodoviária.
A ação contesta ainda a alegação dos órgãos federais e da concessionária Motiva, que administra a Via Dutra, de que o desconto progressivo seria incompatível com o Free Flow na rodovia.
“A tese de ‘incompatibilidade técnica’ não é uma conclusão técnica; é uma escolha política de exclusão tarifária, evidenciada pelo fato de que modelos regulatórios comparáveis demonstram viabilidade material, contratual e operacional do DUF em Free Flow. A existência dessa modelagem estadual – no mesmo ambiente geoeconômico e sob lógica de alta pendularidade – demonstra a total viabilidade do desconto progressivo no Free Flow”, acrescenta Göpfert.
Incapacidade de armazenamento é um dos principais gargalos enfrentados pelo Estado
Embora alguns projetos já concluídos ou em andamento tragam pontos de esperança para que o cenário mude adiante, Minas Gerais enfrenta graves problemas relacionados à armazenagem e de logística para o escoamento de mercadorias. Esses gargalos não surgiram agora e, de acordo com especialistas, cresceram no decorrer dos últimos anos.
Conforme a coordenadora da Comissão de Jovens Empresários e Executivos do Transporte Rodoviário de Cargas (COMJOVEM) do Núcleo de Belo Horizonte e Região do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Ana Paula de Souza, à medida que o consumo e a demanda aumentaram, a situação se agravou.
“A nossa demanda era diferente antes. Hoje, precisamos de velocidade, porque os consumidores querem os produtos com maior rapidez”, ressalta. “Antigamente, quando uma mercadoria era importada, até ser nacionalizada levava dois meses. Hoje, em uma semana já está no Brasil”, salienta, reiterando que é necessário que os gargalos sejam corrigidos.
A título de exemplo da gravidade dos problemas, um diagnóstico logístico da Infra S.A. aponta que Minas Gerais possui um déficit mensal de armazenagem de grãos que varia de 2,3 milhões de toneladas até 2,9 milhões de toneladas, segundo a coordenadora. Ela ressalta que o Estado é o único da região Sudeste que apresenta resultado negativo e que esse número é ainda maior se contabilizar a insuficiência relativa a outros produtos.
Para o diretor comercial e de Marketing da Tópico, empresa que fabrica, aluga e vende galpões de lona e aço destinados à armazenagem e coberturas, Sergio Gallucci, os gargalos históricos decorrem da falta de planejamento, de visão de longo prazo e de um plano nacional focado em infraestrutura de armazenamento. Outro fator citado por ele são as elevadas taxas de juros do país, que desestimulam investimentos nesses empreendimentos.
“Quando falamos em logística e não falamos de armazenagem, estamos abrindo mão de um de uma etapa super importante na cadeia e colocando muita pressão sobre os transportadores, que também estão saturados em capacidade operacional”, pondera.
Concessões, terminais e galpões flexíveis estão entre as soluções para os problemas
Ana Paula Souza, que também é gestora de Operações da AD Souza Transportes e Logística, analisa que os gargalos de armazenagem e logística não serão resolvidos no curto prazo. Ela destaca que é preciso que os investimentos na malha rodoviária aconteçam, assim como em novos terminais logísticos para o agronegócio e demais setores.
Ainda que os problemas não sejam sanados agora, a coordenadora do Comjovem reflete que o caminho correto para resolvê-los está sendo seguido. Isso porque as concessões devem gerar melhorias nas rodovias de Minas Gerais, mesmo que no longo prazo. Além disso, tende a ajudar nesse processo o Centro de Distribuição Avante (CDA), terminal voltado para o escoamento de minério, inaugurado em agosto, em Congonhas, na região Central de Minas Gerais.
“Uma vez que há esse déficit de armazenagem significa que temos que colocar mais caminhões para rodar, gerando mais desgaste às rodovias. E quanto mais veículos, maior o custo do frete”, diz. “Com o CDA, começamos a ter uma oportunidade de melhora”, avalia.
Gallucci, por sua vez, sublinha como uma das soluções para os gargalos a criação de galpões modulares, que surgiram como uma resposta temporária, mas vêm se tornando uma solução definitiva. Segundo ele, as estruturas flexíveis atendem a diferentes setores, possuem montagem rápida, têm baixo custo de implantação em relação aos armazéns convencionais e os clientes podem alugá-las, abrindo espaço para investir em outros ativos.
“O nosso produto é muito versátil. Transitamos desde o agronegócio até a mineração, siderurgia e indústria. A aplicação é muito ampla”, afirma, citando que a Tópico tem projetos relevantes em Minas Gerais destinados, por exemplo, a fertilizantes, e destacando, sem dar detalhes, que a empresa está desenvolvendo outros dois grandes projetos no Estado.