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Chuvas reduzem produtividade do setor de transporte de cargas

por | jan 12, 2024 | Logística, Notícias, Outros

Fonte: Diário do Comércio
Crédito: Charles Silva Duarte
Chapéu: Chuvas

Estimativa foi feita pelo Setcemg

O período de chuvas causa impactos em diversos setores produtivos e um deles é o das empresas de transporte de cargas no Estado. “A perda de produtividade dos veículos varia de 20% a 25% nesta época”, observa o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antonio Luis da Silva Júnior.

O motivo, conforme o dirigente, é que com as chuvas é necessário reduzir a velocidade dos caminhões e ainda há interdições em vários pontos das rodovias mineiras, o que faz com que o tempo de viagem aumente. “O pior mesmo é o aumento do risco de acidentes neste período do ano”, observa.

Silva Júnior diz que os prejuízos contabilizados pelo setor de transporte de cargas e logística variam de acordo com o porte da empresa e o ramo de atividade que ela atende. Ele estima que as perdas com as chuvas para o segmento podem chegar a 40%, em especial, para as transportadoras que trabalham com minério.

E para ajudar os motoristas nesta época, o presidente do Setcemg destacou que há um aplicativo que mostra em tempo real as interdições nas rodovias, que faz parte da campanha “Ir e Vir Seguro”, feita em parceria com órgãos de segurança.

Iniciada em 2022, a campanha tem o objetivo de dar maior segurança para enfrentar o período de chuvas nas rodovias e mitigar os problemas causados pelas precipitações no setor de transporte de cargas.

O dirigente ressalta que a condição precária das rodovias mineiras não é de hoje. “É uma situação de anos, fruto da falta de investimentos na manutenção”, frisa. O último levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta que 78% da malha rodoviária estadual é regular, ruim ou péssima.

Para ele, as correções nas estradas deveriam ser mais rápidas, o que não acontece em razão da dinâmica das obras feitas pelo poder público, como é o caso das licitações, que têm todo um trâmite definido em lei. “A concessão é um caminho para rodovias com muito fluxo e que precisam de investimentos pesados. Além do mais, o Estado não tem recurso para tudo”, destaca. 

O presidente do Setcemg estima que o faturamento do setor em Minas no ano passado teve crescimento no patamar de 5% a 6%. “Só que vale lembrar que a margem foi reduzida por causa do aumento dos custos. O ano de 2023 pode ser avaliado como sendo de razoável para bom”, diz.

Para 2024, ele aposta em um ano complexo em razão da reoneração da folha de pagamento e o impacto negativo da concorrência chinesa em um setor importante para os transportadores, que é siderúrgico, entre outros fatores. “É difícil fazer qualquer tipo de previsão, pois tudo vai depender do ritmo da economia. É possível ter um faturamento um pouco melhor”, analisa.   

Investimentos

Silva Júnior também avaliou os investimentos de R$ 3 bilhões previstos para este ano nas estradas de Minas Gerais, anunciados pela Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra). Ele diz que são um “alento”, mas que o recurso ainda é pouco diante do atual estado das rodovias. “Minas Gerais tem a maior malha rodoviária do País e tudo passa pelo Estado”, observa.

O valor contempla aportes do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais (DER-MG) e das concessionárias de rodovias privatizadas. As obras serão para recuperar trechos, construir pontes e pavimentar locais ainda sem asfalto.

O dirigente lembra do levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgado em novembro passado, que mostra que para recuperar trechos danificados das rodovias de Minas Gerais é necessário investimentos de R$ 16,63 bilhões.

O montante seria gasto com ações emergenciais, como reconstrução e restauração, além de manutenção das estradas. A projeção da 26ª pesquisa CNT de Rodovias contempla apenas a recuperação do pavimento, excluindo valores a serem destinados para melhorias na sinalização e no traçado das vias.