Com 987 sinistros causados por fadiga em 2025 nas rodovias federais, tecnologia da Platform Science unifica dados para prever riscos em tempo real
Apenas no primeiro semestre de 2025, foram registrados 987 sinistros causados por motoristas dormindo ao volante, número que já representa 95% de todos os casos registrados no ano anterior. Os dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) se somam aos de 2024, quando 6.160 pessoas morreram e mais de 84 mil ficaram feridas nas rodovias, acendendo um alerta urgente sobre o cenário do transporte no Brasil.
Em um contexto em que o sono ao volante e a distração figuram entre as principais causas de acidentes, soluções baseadas em inteligência artificial (IA) e automação ganham força no setor de transporte. Nesse sentido, empresas como a Platform Science estão transformando a lógica da segurança para torná-la preditiva, em vez de reativa. A tecnologia assistida por IA atua diretamente na prevenção de ocorrências ligadas a comportamentos de risco, como a fadiga.
O diretor executivo da Platform Science na América Latina, Rony Neri, explica que esse movimento representa uma mudança na dinâmica de proteção nas estradas. “A tecnologia atua de forma ativa e até preditiva, combinando videotelemetria e inteligência artificial para impedir o acidente antes que ele ocorra”, diz.
Ação contra a fadiga e gestão sem ‘achismos’
Para combater o sono ao volante, a solução combina sensores inteligentes e câmeras internas que monitoram o rosto do motorista continuamente. Algoritmos avançados são capazes de detectar microexpressões faciais e sinais físicos claros de fadiga, como bocejos ou o fechamento prolongado dos olhos. Assim que esses sinais são identificados, a tecnologia emite alertas sonoros e visuais imediatos na cabine, permitindo uma intervenção preventiva. “Dessa forma, deixamos de apenas registrar o sinistro via telemetria tradicional para atuar como um copiloto que protege o motorista em tempo real”, comenta Neri.
Os dados coletados não permanecem restritos ao veículo. Eles são enviados a uma plataforma que reúne informações de direção, eventos de risco, sinais de fadiga e histórico da frota em um único ambiente, e atua como uma inteligência centralizadora. Essa integração facilita a leitura do contexto operacional e permite que gestores compreendam padrões antes difíceis de identificar apenas com sistemas tradicionais.
Com os alertas priorizados conforme o nível de criticidade, equipes de gestão conseguem avaliar rapidamente quais situações exigem ação imediata. Em ocorrências urgentes, o sistema é capaz de acionar responsáveis, o que reduz o tempo de resposta, um fator decisivo para impedir que situações de risco evoluam para acidentes.
“Isso gera tranquilidade para o gestor e proteção 24 horas para a equipe, provando que é possível reduzir acidentes drasticamente e, através da cultura de segurança, alcançar também maior eficiência”, afirmou Neri ao enfatizar que o sistema é desenhado para que a segurança mova toda a operação logística.
Mesmo com avanços tecnológicos, o setor ainda enfrenta desafios, como sistemas pouco integrados e altos volumes de informações dispersas, o que dificulta a identificação rápida de riscos. Essa centralização do monitoramento em tempo real e a priorização automática ajudam a antecipar riscos e agir com maior precisão, reduzindo retrabalho e favorecendo decisões baseadas em evidências, um avanço importante para operações mais seguras e eficientes.
Predição de riscos e inteligência compartilhada
A inteligência artificial transforma o enorme volume de dados gerados em disciplina operacional. Um dos recursos oferecidos é o Predição de Acidentes, que identifica automaticamente regiões perigosas com base em dados de direção. Essa inteligência cruza o histórico de eventos bruscos da operação com os dados oficiais de acidentes da PRF.
O papel das empresas de tecnologia, segundo Neri, é entregar ferramentas capazes de processar essa complexidade para que a gestão se baseie em evidências. “Acredito que o cenário ideal para reduzir acidentes nas rodovias brasileiras precisa ser fundamentado na inteligência compartilhada e na automação da segurança, abandonando processos manuais em favor de uma gestão baseada em evidências”, pontua.
A tecnologia antecipa cenários críticos, transformando dados públicos e privados em proteção real nas estradas. Assim, a plataforma funciona como uma assistente proativa para o gestor, monitorando a operação e permitindo que ele se concentre em decisões estratégicas, em vez de agir apenas no gerenciamento de crises após um acidente.


