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Setor de transporte de cargas em MG espera retomar avanço este ano

por | jan 27, 2021 | Notícias

Fonte: Diário do Comércio
Chapéu: Retomada das atividades

Em Minas Gerais, após registrar queda de até 50% na demanda pelo transporte de cargas, no primeiro semestre de 2020, as empresas de transporte de cargas da região do Triângulo conseguiram superar os desafios e reverter os prejuízos, encerrando 2020 com resultados equivalentes aos de 2019. Para 2021, as expectativas são positivas e é esperado retorno do crescimento do setor.

A recuperação econômica e a vacinação contra a Covid-19, o que pode favorecer o reestabelecimento das atividades econômicas, são fatores que irão estimular a recuperação este ano. A estimativa inicial é de encerrar o ano com crescimento de pelo menos 5% frente ao ano anterior.

Mesmo com as expectativas positivas, o setor ainda enfrenta desafios como a alta dos combustíveis e dos insumos, o que vem comprometendo a capacidade de renovação das frotas e o funcionamento das empresas, já que o repasse para o cliente final não acontece na mesma proporção.

De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Triângulo Mineiro (Settrim), Cleiton César da Silva, 2020 foi um ano completamente atípico.

“Em março, logo após o início da pandemia de Covid-19, o impacto do fechamento do comércio e das indústrias foi muito grande no setor de transporte de cargas. No primeiro semestre, fechamos com queda de 30% a 50% na demanda frente ao mesmo período de 2019”.

Ainda segundo Silva, logo no início do segundo semestre, começou uma retomada das atividades econômicas, o que foi importante para aumentar a demanda pelo transporte de cargas. No período, empresários do setor trabalharam para reduzir a queda registrada no primeiro semestre.

Com o aquecimento da demanda, o setor na região do Triângulo conseguiu se recuperar e encerrar 2020 empatando os resultados com 2019. “Houve um aquecimento que permitiu a recuperação dos prejuízos. Em alguns setores atendidos, como de higiene e limpeza, alimentação e bens de consumo, a demanda foi maior, gerando um equilíbrio no setor de transporte e permitindo fechar 2020 com resultados iguais aos do ano anterior”.

Para 2021, a estimativa é positiva e, dependendo do cenário econômico, é esperado crescimento de pelo menos 5% no setor. “O empresário brasileiro é muito otimista. E, no nosso setor, não somos diferentes. Estamos contando com a retomada do crescimento e a expectativa é grande. Acreditamos na retomada econômica, que será estimulada também pelo início da vacinação contra a Covid-19”.

Custos em alta – Dentre os desafios a serem enfrentados pelos empresários do setor está o aumento dos custos. Segundo Silva, além da alta nos preços do diesel, que já foi reajustado pela Petrobras duas vezes este ano, o real desvalorizado frente ao dólar encareceu os insumos, como pneus e peças.

“O impacto dos reajustes de combustíveis e de insumos no transporte de carga é muito grande. Todo o custo com a manutenção dos veículos, como pneus e peças, subiu muito nos últimos seis meses. Infelizmente, o setor de transporte não consegue repassar os aumentos vultosos para os clientes. Com isso, a capacidade de renovação de frota e de investimentos fica comprometida”.

Ainda segundo Silva, somente nos pneus, ao longo dos últimos seis meses, houve um reajuste de pelo menos 30%. Nos últimos anos, os preços dos caminhões também subiram muito. Enquanto em 2014/15 era possível adquirir um caminhão zero em torno de R$ 350 mil, o mesmo modelo hoje sai em torno de R$ 700 mil.

“O preço subiu muito e nosso faturamento não acompanha. Por isso, as empresas estão com dificuldades, reduzindo frota e mão de obra. O governo federal precisa olhar para o setor, modificar os impostos para que se tornem mais justos. A aprovação da reforma tributária será essencial para isso. O setor de cargas também precisa de um acesso diferenciado ao crédito, com taxas de juros mais acessíveis. Hoje, para comprar um caminhão e a estrutura necessária para colocá-lo rodando é necessário um investimento próximo a R$ 1 milhão, é um valor alto e que desestimula o empresário”.