O dólar se aproxima dos R$ 3 nesta quarta-feira (4), depois que o governo foi derrotado, na véspera, quando o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, surpreendeu o Executivo ao rejeitar a medida provisória 669, que trata de desonerações para vários setores. A decisão agrava as dificuldades em torno do ajuste fiscal.
Por volta das 12h40, a moeda era vendida a R$ 2,9963, em alta de 2,33%. Veja cotação
Na terça-feira, o câmbio fechou a R$ 2,928 na venda, maior nível desde 2 de setembro de 2004, quando foi a R$ 2,940.
As vendas no varejo na zona do euro cresceram em janeiro ao ritmo mais rápido desde maio de 2013, bem mais que o esperado. Os dados foram vistos como o sinal mais recente da melhora da confiança dos consumidores num bloco que busca superar a estagnação econômica.
No cenário interno, investidores têm mostrado menor apetite por ativos brasileiros diante da perspectiva de que, mesmo se o ajuste for bem-sucedido em resgatar a credibilidade da política fiscal, a inflação no Brasil deve fechar 2015 acima de 7% e o país deve mostrar contração econômica.
Atuação do BC
A pressão sobre o câmbio tem sido corroborada também por ruídos sobre a intervenção do BC, que sinalizou que deve rolar perto de 80% do lote de swaps cambiais (equivalente à venda de dólares no mercado futuro) que vencem em 1º de abril, uma posição vendida de US$ 9,964 bilhões. Nos últimos meses, o BC fez rolagens integrais.
Segundo analistas, à medida que o mês se aproximar do fim, investidores devem pressionar cada vez mais o BC a se posicionar sobre o futuro do programa de ofertas diárias.
Nesta quarta, o BC dará continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio nesta manhã, ofertando até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólar, com vencimentos em 1º de dezembro de 2015 e 1º de fevereiro de 2016.