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Chip nos caminhões brasileiros vai combater o roubo de cargas

Recadastramento obrigatório começa em setembro, e deve durar um ano e meio. Chip vai custar R$50 para o caminhoneiro.

 

A partir de setembro, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a ANTT, vai instalar um chip nos caminhões brasileiros para ajudar a combater o roubo de cargas. E os caminhoneiros vão ser recadastrados.

Mais de um milhão de caminhões nas estradas. Só no ano passado, foram 17,5 mil roubos de cargas, prejuízo de R$1 bilhão.

A solução pode estar num sistema de rastreamento, semelhante aos que já existem nos Estados Unidos e na Europa, que vai verificar a situação do caminhão e da carga, impostos federais e estaduais.

Um chip como o mostrado no vídeo será lido, e as informações, comparadas com um banco de dados toda vez que um caminhão passar por um ponto da ANTT. Aí, já estará sendo feita a fiscalização, sem que seja preciso parar o caminhão.

Os dados também serão repassados para a polícia. Assim, vai ser possível saber que o caminhão procurado está cruzando aquele trecho da rodovia. O chip será fixado no para-brisas. E vai substituir o adesivo atual, colado na carroceria.

“Não vai ter como o ladrão falsificar, que vai estar no interior, lá dentro. Não sei se vai aumentar o custo também”, perguntou Francisco Cirino da Silva, caminhoneiro.

O chip vai custar R$50 para o caminhoneiro, que vai ter que se recadastrar. O recadastramento obrigatório começa em setembro, e deve durar um ano e meio.

“É uma maior segurança para a gente contra roubos de caminhões, roubos de carga ou o que seja”, disse um caminhoneiro.

O ponto de fiscalização é parecido com os radares. Em cinco anos, serão instalados 53. A meta é cobrir 75% das estradas mais importantes ao custo de quase R$8 milhões.

“Caso haja um roubo ou um furto de um veículo de carga, o órgão de segurança competente para fazer a investigação poderá solicitar à ANTT a qualquer momento as informações do nosso banco de dados de passagem para verificar se há ali algum indício que possa ajudar na investigação”, disse Marcelo Vinaud Prado, superintendente de Serviços de Transporte Rodoviário de Cargas – ANTT.

O especialista Flávio Benatti acha que a medida é um passo importante no combate ao roubo de cargas no país.

“É um divisor de águas no setor.  Haverá um controle muito mais efetivo da frota nacional e à medida que tiver o primeiro alerta sobre uma irregularidade naquele transporte, não tenha a menor dúvida que será muito mais fácil para as autoridades poderem atuar”, disse Flávio Benatti, vice-presidente regional Associação de Transporte de Carga e Logística.

Roubo de cargas sobe em SP

O roubo de cargas não recrudesce em São Paulo. Dados da Secretaria Estadual da Segurança Pública do Estado divulgados nesta segunda-feira (25.05) mostram que as ocorrências apresentaram alta de 8,4% em abril em relação ao mesmo mês de 2014.

Em todo o Estado, foram registrados 761 casos ante a 702 no ano anterior. Apenas na capital, foram 463 ocorrências – a alta de 19,63% em relação as 387 registradas em 2014.

Os números preocupam as entidades que representam os transportadores. Várias entidades patronais, como a Associação Nacional do Transporte de Cargas de Logística (NTC & Logística), vêm lutando para reverter essa modalidade do crime, que causa prejuízos para toda a sociedade.

“Todos nós pagamos um preço muito alto quando um caminhão carregado é roubado”, afirma Manoel Souza Lima Jr., presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), estado que lidera as estatísticas no Brasil por ser o mais desenvolvido. “O custo do transporte aumenta muito quando esse crime não diminui, o que acaba impactando os preço de praticamente tudo.”

Depois de muita reivindicação dos empresários do transporte, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), aprovou lei que fecha e cassa o registro do estabelecimento apanhado vendendo carga roubada. É um forma de inibir a receptação. Mas nem isso impediu quadrilhas organizadas de continuarem roubando carga.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que vem combatendo o crime. Um dos exemplos é a prisão de uma quadrilha no interior do Estado especializada no roubo de produtos eletrônicos, como celulares e tabletes. Apenas do depóstio da Samsung foram levados mais de R$ 20 milhões em produtos de alto valor de revenda.

Para agilizar as ocorrências, os transportadores cobram do governador um posto policial dentro do Setcesp, sindicato que fica às margens da Rodovia Presidente Dutra, onde se concentram várias transportadoras. Feito diretamente ao governador, o pedido ainda não foi atendido. “Seria uma forma de comunicar rapidamente todas as esferas policiais e diminuir o tempo de fuga dos ladrões”, disse o presidente do Setcesp.

Roubo de carga atinge níveis assustadores. Até quando?

Além de conviver com os problemas do dia a dia, como o momento econômico do Brasil e os valores de frete, entre outras variáveis que esmagam a rotina dos transportadores de carga, os empresários do setor de transporte estão diante de um grande desafio que hoje já se compara a crimes de gigantes proporções como o tráfico de drogas: os roubos de cargas. O prejuízo com roubo de cargas pode passar de R$ 2,2 bilhões no País.

 

Os dados parciais de 2014 foram divulgados pela NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) no final de abril, durante o XV Seminário de Transporte Rodoviário de Cargas, realizado em Brasília(DF). Somente com mercadorias perdidas, a quantia totaliza R$ 1 bilhão. O restante refere-se ao valor dos caminhões que não foram recuperados. Conforme os dados, 3,2 mil de veículos não foram encontrados, o equivalente a 22% do total.

 

As autoridades buscam soluções ainda muito insuficientes para o problema, como o Aeroporto de Viracopos que anunciou uma parceria com uma empresa de segurança para a construção e operação de uma estrutura física especial dentro do TECA – Terminal de Cargas, para garantir o adequado gerenciamento logístico das cargas de alto valor.

 

Estamos atentos, vigilantes e cobraremos soluções das autoridades para o problema que aflige o empresariado do transporte no Brasil.

Logística – Existe solução para o roubo de cargas?

Para uma pergunta óbvia, uma resposta óbvia: sim. A notícia veiculada pelos meios de comunicação nesta semana dava conta da prisão de um dos maiores executores de roubo de cargas da Região Metropolitana de Campinas, que gerou milhões em prejuízo para indústrias e comércios da região e do país. O roubo de cargas é atividade criminosa de longa data, que recrudesceu ao longo da última década chegando a astronômicos um bilhão de reais, segundo fontes da NTC. Diante disso, cabe o questionamento sobre as possíveis soluções para um problema grave, dadas as eficiências e eficácias que cercam esta atividade criminosa.

 

Em primeiro lugar é necessário compreender que o sistema de controle sobre a atividade criminosa em relação ao roubo de cargas age com crenças e valores diferentes daquelas adotadas pelo sistema criminoso. Enquanto o primeiro sistema acredita (dentre outras crenças), em ações para o bem futuro da sociedade e age para atingir tal objetivo, o segundo se preocupa apenas com o seu grupo e acredita apenas no futuro deste grupo e, portanto age diante dessa crença. Neste sentido, o segundo sistema cria seus valores e age tendo como base as suas próprias regras, construídas para alcançar máxima eficiência e eficácia. A esta altura do embate na guerra contra o roubo de cargas as evidências indicam que este crime aumentará, apesar de vitórias momentâneas como ocorreu nesta semana na região metropolitana de Campinas.

 

A solução para o problema em pauta não passa por ações pontuais e apenas em partes do sistema criminoso, ainda que estas sejam vitórias relevantes, mas sim por uma solução igualmente sistêmica. Neste sentido a Teoria Geral dos Sistemas, criada pelo biólogo austríaco Karl Ludwig Von Bertalanffy, pode fornecer sinais para uma solução definitiva. Compreender o funcionamento das partes do sistema ilegal é fundamental para o início da solução definitiva. Trata-se de uma cadeia improdutiva que se organiza a partir da demanda de consumo final pelos produtos que se apropria. Existe uma máxima aos profissionais de cadeias de suprimento que afirma: se existe demanda, existirá a cadeia produtiva. Isto ocorre em qualquer sistema ilegal, do jogo de azar ao tráfico de drogas, do roubo automóvel ao roubo de cargas. Portanto, qualquer solução de longo prazo passa em sua fase inicial pelo ataque à demanda de consumo final para produtos roubados.

 

Outro detalhe importante para inibir ações no meio da cadeia improdutiva é o ataque a sua logística, ainda que esta seja eficiente e eficaz. Neste aspecto a receita já é adotada através de policiamento, fiscalização e controle, porém não chega perto do necessário para erradicar o roubo de cargas, pois no sistema legal as partes dão indicativos de não agir de forma sistêmica. Não raro os gestores das partes que operam o sistema ilegal que são retirados das suas posições, são reiteradamente alocados no seu posto pela excessivamente branda legislação penal em relação a tal crime ou por mera fuga, quando não simplesmente substituídos. Para que a ofensiva ao sistema ilegal seja definitivamente vitoriosa, torna-se necessária a ação conjunta dos subsistemas e das partes que compõem o governo do sistema legal, com responsabilidade solidária pela proteção deste e não agir como se os seus objetivos não fossem sistêmicos e convergentes aos objetivos da sociedade.

 

Combate ao roubo de cargas passa por legislação e integração entre governos

O Roubo de Cargas no Brasil aumentou 42% entre 2011 e 2014. Só no ano passado houve um crescimento de 16%. A impunidade é a grande motivação dos criminosos, segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas & Logística (NTC&Logística). Para a entidade, há dois caminhos para inibir esse tipo crime: uma legislação efetiva e um sistema articulado entre organismos Federais, Estaduais e até Secretarias da Fazenda para combate a assaltantes e receptadores.
 

Segundo a NTC&Logística, Minas Gerais e São Paulo começaram, no último ano, com uma movimentação de Delegacias Especializadas como opção de combate ao roubo de cargas, mas a legislação atual é branda e as próprias Delegacias Especializadas já enfrentam denúncias. Mas Alguns Projetos de Lei estão em tramitação para endurecer as penas. 

 

São Paulo ainda aprovou a Lei Estadual nº 15.315/2014, que estabelece a cassação da eficácia da inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS das empresas que tiverem em seus estoques algum item oriundo de carga roubada. Também nos estados de Goiás e Paraná, já há legislações similares.

 

Outro exemplo é o PL nº 589/2015, que dispõe sobre a suspensão (por 180 dias) e a cassação da inscrição no cadastro do CNPJ/MF, das empresas envolvidas na receptação de mercadorias ilegais.

 

A NTC&Logística destaca ainda a existência de projetos de lei específicos para o combate ao uso ilegal doJammer, aparelho que bloqueia o sinal de sistemas como GPS e celulares.

Roubo de cargas explode no Rio de Janeiro e financia tráfico, afirmam transportadoras

Estudo da Associação Nacional dos Transportadores de Carga & Logística (NTC) revela que o estado do Rio de Janeiro registrou 5.889 casos de roubo de cargas em 2014, um aumento de 67% em relação ao ano anterior.
 
 
O número foi  divulgado na ultima quarta-feira (29), durante o XV Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, evento realizado pela Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara dos Deputados em parceria com entidades do setor produtivo.
 
 
"Precisamos juntar políticas públicas com ações da iniciativa privada para combater este tipo de crime. Não bastasse a violência, o roubo de cargas traz grandes prejuízos e influencia o Custo Brasil", disse a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), presidente da CVT, que coordenou o seminário.
 
 
"O crime organizado descobriu um maná de dinheiro", define o coronel Paulo Roberto de Souza, assessor de segurança da NCT. "Roubar carga é mais fácil. As quadrilhas só precisam parar o motorista. Não há confronto", explica.
 
 
Segundo Souza, especialistas em segurança acreditam que o roubo de cargas já é uma das principais atividades que financiam o tráfico de drogas. "Uma carga roubada de cigarros, por exemplo, é facilmente vendida. Isso dá dinheiro para comprar mais armas e drogas", justifica.
 
 
O coronel defende um controle mais rigoroso nas fronteiras para tentar diminuir a entrada de armas e drogas no País. A região Sudeste concentra 80% dos casos de roubo de cargas no Brasil. De cada cinco cargas roubadas, quatro são no eixo Rio-São Paulo.