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Levantamento traz índices alarmantes sobre roubo de cargas no Brasil

Dados divulgados pela NTC&Logística mostram que houve um aumento de 16% nos casos, se comparado ao ano anterior.

 

Levantamento feito pela Associação Nacional do Transporte de Cargas & Logística (NTC&Logística), coordenado pelo assessor de segurança Coronel Paulo Roberto de Souza, traz índices atualizados e alarmantes sobre o Roubo de Cargas no Brasil. De acordo com as fontes apuradas, estima-se que em 2014 o aumento de casos foi de mais de 16% se comparado ao ano anterior, somando 17.500 casos.  A região sudeste representa 85,31% dessas ocorrências, sendo sua grande maioria em áreas urbanas, com 75% dos casos.

 

Na região sudestes, os números mais preocupantes são do estado do Rio de Janeiro que em 2013 registrou 3.535 casos e, no ano de 2014 contabilizou 5.889, elevando em aproximadamente 67% as ocorrências no período.

 

Segundo Souza, os números continuam subindo porque a legislação é branda com os criminosos. “A sensação de impunidade é o que motiva esse tipo de crime. A fragilidade do enquadramento penal só se intensificou com o passar dos anos. Observemos, por exemplo, a Lei 12.403 sancionada pela presidente no ano de 2011, que está em vigor, e ameniza os efeitos do código penal, criando a categoria de crimes de menor potencial ofensivo, aqueles com até quatro anos de pena, ou seja, com intuito de diminuir a quantidade de presos no país, essa lei garante que, no caso de crimes de menor potencial ofensivo,  nos quais se incluem os de receptação de cargas, o indivíduo seja levado ao Departamento de Polícia e indiciado, porém será liberado e poderá aguardar o processo em liberdade, após o pagamento da fiança”, afirma.

 

Considerando o cenário atual, em que os modus operandi desses criminosos incluem o uso do Jammer (aparelho que bloqueia o sinal de sistemas como GPS e celulares), as transportadoras precisam estar cada vez mais informadas sobre a forma de atuar desses marginais e investir em tecnologia e em processos de gestão (como o planejamento de rotas e regras específicas para a operação), como forma de neutralizar as ações criminosas. Vale um alerta ainda maior para os transportadores de eletroeletrônicos, carga mais visada, segundo o levantamento.

 

Fonte: NTC&Logística

Roubo de Cargas no Brasil aumenta em mais de 16%

Levantamento feito pela Associação Nacional do Transporte de Cargas & Logística (NTC&Logística), coordenado pelo assessor de segurança Coronel Paulo Roberto de Souza, traz índices atualizados e alarmantes sobre o Roubo de Cargas no Brasil. De acordo com as fontes apuradas, estima-se que em 2014 o aumento de casos foi de mais de 16% se comparado ao ano anterior, somando 17.500 casos. A região sudeste representa 85,31% dessas ocorrências, sendo sua grande maioria em áreas urbanas, com 75% dos casos.

 

Na região sudestes, os números mais preocupantes são do estado do Rio de Janeiro que em 2013 registrou 3.535 casos e, no ano de 2014 contabilizou 5.889, elevando em aproximadamente 67% as ocorrências no período.

 

Segundo Souza, os números continuam subindo porque a legislação é branda com os criminosos. “A sensação de impunidade é o que motiva esse tipo de crime. A fragilidade do enquadramento penal só se intensificou com o passar dos anos. Observemos, por exemplo, a Lei 12.403 sancionada pela presidente no ano de 2011, que está em vigor, e ameniza os efeitos do código penal, criando a categoria de crimes de menor potencial ofensivo, aqueles com até quatro anos de pena, ou seja, com intuito de diminuir a quantidade de presos no país, essa lei garante que, no caso de crimes de menor potencial ofensivo, nos quais se incluem os de receptação de cargas, o indivíduo seja levado ao Departamento de Polícia e indiciado, porém será liberado e poderá aguardar o processo em liberdade, após o pagamento da fiança”, afirma.

 

Considerando o cenário atual, em que os modus operandi desses criminosos incluem o uso do Jammer (aparelho que bloqueia o sinal de sistemas como GPS e celulares), as transportadoras precisam estar cada vez mais informadas sobre a forma de atuar desses marginais e investir em tecnologia e em processos de gestão (como o planejamento de rotas e regras específicas para a operação), como forma de neutralizar as ações criminosas. Vale um alerta ainda maior para os transportadores de eletroeletrônicos, carga mais visada, segundo o levantamento.

 

Histórico

Nos últimos quatro anos, o aumento de Roubo de Cargas no Brasil foi de 42% e, só nos últimos dois anos, houve um prejuízo acumulado de 2 bilhões de reais.

 

Muitos Estados, como Minas Gerais e São Paulo, começaram no último ano com uma movimentação de Delegacias Especializadas como opção de combate a esse problema que afeta diretamente toda a sociedade, uma vez que os custos com seguradoras e prejuízos acabam sendo repassados ao consumidor final.

 

Porém, ainda de acordo com Souza, esse processo depende, inevitavelmente, de ações de uma legislação efetiva e de um sistema articulado entre organismos Federais, Estaduais e até Secretarias da Fazenda para combate a assaltantes e receptadores.

 

Os números divulgados foram calculados pela NTC&Logística com base nos dados informados pelas Secretarias de Segurança dos Estados, empresas do mercado segurador, gerenciadoras de riscos, transportadoras e outras fontes.

Estado do Rio registrou mais de cinco mil roubos de cargas, somente em 2014

A BR-101 e a BR-356, rodovias que ligam o município de Campos são palcos de grande movimentação de veículos e muitas vezes de acidentes, mas outro fator tem deixado motoristas, principalmente caminhoneiros, preocupados. O roubo de cargas, que constantemente acontecem pelas estradas.

 

Motoristas de caminhões são abordados e muitas vezes feitos reféns e agredidos pelos bandidos.

 

No último dia 24 de abril, próximo a descida da Ponte Alair Ferreira, mais conhecida como ponte “Mocaiber”, na Rua Espírito Santo, no Caju, Policiais militares do Patamo 2 detiveram um homem e recuperaram um caminhão baú com produtos eletrônicos.

 

Após denúncia anônima de que o caminhão estaria descendo a ponte, os militares foram ao local e abordaram o veículo onde durante revista foi constado que a carga e o veículo tinham sido roubados. De acordo com os militares, a carga foi avaliada em R$ 400 mil.

 

Estudo da Associação Nacional dos Transportadores de Carga & Logística (NTC) revela que o Estado do Rio de Janeiro registrou 5.889 casos de roubo de cargas em 2014, um aumento de 67% em relação ao ano anterior.

 

O número foi  divulgado nesta quarta-feira (29/04), durante o XV Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, evento realizado pela Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara dos Deputados em parceria com entidades do setor produtivo.

 

"Precisamos juntar políticas públicas com ações da iniciativa privada para combater este tipo de crime. Não bastasse a violência, o roubo de cargas traz grandes prejuízos e influencia o Custo Brasil", disse a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), presidente da CVT, que coordenou o seminário.

 

"O crime organizado descobriu um maná de dinheiro", define o coronel Paulo Roberto de Souza, assessor de segurança da NCT. "Roubar carga é mais fácil. As quadrilhas só precisam parar o motorista. Não há confronto", explica.

 

Segundo Souza, especialistas em segurança acreditam que o roubo de cargas já é uma das principais atividades que financiam o tráfico de drogas. "Uma carga roubada de cigarros, por exemplo, é facilmente vendida. Isso dá dinheiro para comprar mais armas e drogas", justifica.

 

O coronel defende um controle mais rigoroso nas fronteiras para tentar diminuir a entrada de armas e drogas no País. A região Sudeste concentra 80% dos casos de roubo de cargas no Brasil. De cada cinco cargas roubadas, quatro são no eixo Rio-São Paulo.

 

Prejuízo com roubo de cargas pode passar R$ 2 bilhões

Dados parciais de 2014 somam valores das cargas e dos caminhões não recuperados

 

As perdas decorrentes dos roubos de cargas, ocorridos em 2014, no Brasil, devem chegar aos R$ 2,2 bilhões. Esta é uma estimativa parcial divulgada pela NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) durante o XV Seminário de Transporte Rodoviário de Cargas, realizado nessa quarta-feira (29), na Câmara dos Deputados, em Brasília. Somente com mercadorias perdidas, a quantia totaliza R$ 1 bilhão. O restante refere-se ao valor dos caminhões que não foram recuperados. Conforme os dados, 3,2 mil veículos não foram encontrados, o equivalente a 22% do total. Foram, aproximadamente, 17,5 mil ocorrências no ano passado contra 15,2 mil em 2013.

 



A região Sudeste do país continua na liderança do total de casos. Somente os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro respondem por mais de 80% das ocorrências. Chama a atenção, ainda, os números do estado fluminense, onde o total de casos cresceu 10% na comparação com 2013. “O que vem caracterizando o crime no Rio de Janeiro é a integração do roubo de cargas com outros crimes, como o tráfico de drogas. O produto do roubo é usado para financiar a atuação dos traficantes”, explica o coronel Paulo Roberto de Souza, assessor de segurança da NTC&Logística. “Os criminosos atacam, geralmente, em locais de parada, em falsas blitz, com a criação de obstáculos no caminho e também em abordagens em movimento”, relata o coronel. 





“Chegamos a um ponto inaceitável. A gravidade é tal que há lugares que companhias seguradoras se negam a segurar determinadas cargas. Isso pode causar até desabastecimento de determinados produtos”, alertou o presidente da NTC&Logística, José Hélio Fernandes. 





Os produtos mais visados pelos criminosos são eletroeletrônicos, cigarros, alimentícios, farmacêuticos, químicos e autopeças. Das ocorrências, 75% foram em áreas urbanas e 25% e rodovias. 





Mais de duzentas mortes desde 1998



Um prejuízo ainda maior é com a perda de vidas. Entre 1998 e 2014, ocorreram 262 mortes durante ações de criminosos contra caminhões de carga. Outro dano, difícil de medir em resultados, são as condições da saúde emocional daqueles motoristas que foram vítimas dos bandidos. “Eles passam por situações de trauma, precisam de apoio psicológico e às vezes enfrentam dificuldades em retomar as atividades”, diz o coronel. Paulo Roberto de Souza conta que, diante dos riscos que existem em certas rotas, especialmente na região Sudeste, transportadores começam a rejeitar fretes.





Enfrentamento ao crime

Conforme Paulo Roberto de Souza, uma das principais estratégias para enfrentar esse tipo de crime é atuar sobre quem recebe a carga. Por isso, durante o Seminário realizado na Câmara dos Deputados, defendeu a aprovação de projetos de lei que agravam a punição para receptadores, com aumento da pena e perda do CNPJ para empresas que comercializarem cargas roubadas. 





Ele fez um apelo para que os parlamentares auxiliem a pressionar o Executivo pela aplicação da lei (LC 121/2006) que cria o Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e Repressão ao Furto e Roubo de Veículos. A norma foi aprovada em 2006. Passados quase dez anos, ainda não foi regulamentada pelo governo federal. 



O coronel também chamou a atenção para a necessidade de regulamentação da lei 12.977/2014, que estabelece as regras para o funcionamento de desmanches de veículos. A norma entra em vigor no dia 21 de maio deste ano, mas ainda não teve a aplicação definida pelo Executivo.

 

Natália Pianegonda

Agência CNT de Notícias

Roubo de Cargas domina os debates do XV Seminário Brasileiro do TRC no período da manhã

Apresentação feita pelo coronel Souza, assessor de segurança da NTC, mostrou os índices atualizados de Roubo de Cargas no país em 2014

 

A capital federal viveu ontem (29/04) um dia voltado ao debate do TRC durante a realização da XV edição do Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas. O evento, realizado na Câmara dos Deputados, reuniu empresários, políticos, líderes sindicais e executivos ligados ao setor, que debateram temas como Roubo de Cargas, Legislações e Questões Trabalhistas.

 

 

Durante o primeiro painel, que apresentou o cenário nacional de Roubo de Cargas, ministrado pelo assessor de segurança da Associação Nacional do Transporte de Cargas & Logística (NTC&Logística), Coronel Paulo Roberto de Souza, foram apresentados números atualizados sobre os índices de roubos ocorridos em 2014, um aumento de mais de 16% em relação ao ano anterior – 17.500 casos. Em sua fala inicial, o Coronel Souza salientou que, por não haver nenhum órgão oficial do Governo que faça esse levantamento, a NTC precisa apurar com diversas fontes extraoficiais e, por isso, esses dados são uma estimativa do que aconteceu no ano passado no país. “Os números que eu vou apresentar foram apurados por diversas fontes e, por isso, eu falo que são dados estimados, mas que demonstram a realidade do nosso país”, explicou.

Nos últimos quatro anos, o aumento de Roubo de Cargas no Brasil foi de 42% e, só nos últimos dois anos, houve um prejuízo acumulado de 2 bilhões de reais. A região Sudeste é historicamente a que registra mais casos, sendo responsável por 85,31% das ocorrências de 2014. O Estado do Rio de Janeiro é o que mais preocupa, com um aumento de 67% no último ano.

 

 

 

Logo após a apresentação do coronel Souza, o Inspetor chefe da Divisão de Combate ao Crime (DCC) do departamento de Polícia Rodoviária Federal e representante do Ministro de Estado da Justiça, Fábio Elissandro Cassimiro Ramos, apresentou as principais ações de sua divisão no enfrentamento ao Roubo de Cargas.

 

 

A DCC conta hoje com diversas formas de atuação para inibir as ocorrências, entre elas: ações integradas, item primordial para o Ministério da Justiça; ações educativas; ações de rotina; ações do governo, que podem ser tanto regionais como nacionais; acordos e convênios, já realizados inclusive com a NTC; e ações específicas, como as ações temáticas no combate ao crime contra patrimônio.

 

 

Segundo o Inspetor Ramos, a constante incidência de um indivíduo realizar diversas vezes este tipo de delito mostra a deficiência das nossas leis. “Como bem dito pelo Coronel Souza, as penalidades existentes hoje são muito brandas”, salientou.

 

 

Entre os principais desafios institucionais da Polícia Rodoviária, apontados pelo Inspetor, está a sociedade, legislação, capacitação, sistemas de informação e as fronteiras do país. Uma das principais ações que devem ser tomadas neste combate é a união das polícias e o uso da inteligência.

 

 

Em seguida, o deputado Diego Andrade falou sobre a criação de uma Delegacia Especializada em Roubo de Cargas no Estado de Minas Gerais, que segundo ele é “uma excelente opção para que os demais estados tenham esta ação como exemplo e possam também atuar na redução destas incidências”.

 

 

Uma das principais conquistas do setor do ano passado, a Desoneração da Folha de Pagamento, foi também apontada durante o painel. “Não podemos permitir que o governo coloque mais tributos nas costas do transportador, não podemos permitir que tirem a vitória que o setor teve sobre a Desoneração da Folha desde o ano passado”, salientou o deputado Andrade.

 

 

Outro parlamentar presente na mesa debatedora do painel, o deputado Major Olímpio, lembrou a falta de regulamentação da Lei Complementar 121/2006, conhecida também como Lei Negromonte, que no próximo ano irá completar 10 anos sem estar regulamentada. “Não podemos permitir que isso aconteça. Esse tempo é vergonhoso, é covardia com a sociedade e uma omissão do governo”, pontuou Olímpio. O deputado defendeu a lei já aprovada em Goiás e São Paulo que prevê a cassação do CNPJ do comerciante que for pego em flagrante vendendo produtos roubados.

 

 

O presidente do SETCESP (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo), Manoel de Souza Lima Jr, lembrou a criação de uma Delegacia Especializada para atender casos de Roubo de Cargas na cidade de São Paulo. “Esta delegacia foi uma demanda da entidade para que seus associados e todos os motoristas que venham a sofrer este tipo de roubo tenham um atendimento mais rápido e digno”, finalizou Lima Jr.

 

 

Participaram também da mesa de debates o deputado Mauro Lopes, Daniel Marotta Martinez, promotor de justiça do Estado de Minas Gerais, e a presidente da Comissão de Viação e Transporte, Deputada Clarissa Garotinho.

 

Arsenal tecnológico entra na batalha contra roubos

Produtos eletrônicos, alimentos e medicamentos são os maiores alvos da onda de roubo de cargas que atinge várias regiões do país, notadamente os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Em apenas um mês, no final do ano passado, em seis assaltos realizados em São Paulo, os criminosos levaram carga de microprocessadores, eletrônicos e celulares no valor de R$ 9 milhões. Nada fortuito. "Trata-se de mercadorias de alto valor, de fácil manuseio, rápida comercialização pelos receptadores e altamente lucrativa", comenta o coronel Paulo de Souza, assessor de segurança da NTC&Logística.

 

Segundo ele, no caso de produtos eletrônicos, as quadrilhas atuam sobretudo no traslado dos produtos entre o aeroporto de Viracopos, em Campinas, e as fábricas de algumas empresas, como Samsung, Dell e LG Electronics, instaladas ao longo das rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Santos Dumont e Dom Pedro. No ano passado, a região teve média de dois roubos de cargas por dia. A tendência se mantém este ano, de acordo com o assessor da NTC. Entre março de 2014 e março deste ano foram registrados 1.493 roubos no interior paulista. Neste mês, 11 homens armados com fuzis renderam a escolta de um caminhão de uma transportadora e levaram uma carga de iPhones no valor de R$ 2,5 milhões.

 

A Samsung e a LG não comentam os recursos que utilizam para proteger suas mercadorias, alegando que o sigilo é vital nesses casos. Mas várias tecnologias de última geração, além de outras sistemáticas de proteção, são empregadas, informam os fabricantes de equipamentos de segurança veicular. Caminhões transportadores de cargas não identificados, escoltas com monitoramento remoto através de helicópteros, rotas alternativas, dispositivos de transmissão de dados, sinalizadores de rádio, bloqueadores wireless, rastreadores GPS, equipamentos que incorporam informações de telemetria são soluções cada vez mais utilizadas pelas empresas, até mesmo por exigência das companhias seguradoras, de acordo com as respectivas apólices de seguro propostas para os clientes que contratam os serviços junto aos fornecedores.

 

Mas nem sempre os roubos são evitados. Em muitos casos, os criminosos agem em grandes grupos, fortemente armados e organizados, com uma dinâmica rápida, capaz de retirar toda a carga de um caminhão ou de um depósito em menos de dez minutos. "A tecnologia tem eficácia num primeiro momento, mas outro componente de tecnologia pode anular o mecanismo de segurança", avalia o coronel Paulo de Souza, da NTC. "O sistema de rastreamento, a comunicação entre o veículo em movimento e base que a monitora, através de ondas magnéticas, por exemplo, pode ser anulado por um dispositivo conhecido como jammer, que bloqueia o sinal do GPS", afirma.

 

Muitas empresas investem em tecnologias que possam assegurar a recuperação de cargas. Levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Risco e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento (Gristec) apresenta um índice de recuperação de 85% do total roubado em 2014. "Muitos roubos são frustrados graças à ação de equipamentos antifurto ou das centrais de monitoramento", diz Cyro Buonavoglia, presidente da entidade. Já existem dispositivos pequenos (iscas) colocados dentro das cargas que emitem sinais e permitem a sua localização em caso de roubos.

 

Para Roberto Matsubayashi, diretor de inovação e alianças estratégicas da Associação Brasileira de Automação-GSI Brasil, o sistema de rastreabilidade pode ser fundamental para garantir o transporte de cargas, especialmente alimentos, medicamentos e eletrônicos, as mais visadas. "Bem orientado, esse sistema permite que todos os elos envolvidos em uma cadeia de abastecimento tenham conhecimento sobre onde se encontra um determinado produto desde sua origem até o seu consumo final."

 

Segundo Matsubayashi, a entidade tem um portfólio de tecnologias para identificação e rastreabilidade que abrange códigos lineares, bidimensionais e de identificação por radiofrequência (RFID) capaz de proporcionar segurança para as empresas e seus consumidores, além de aumentar a eficiência, combater roubos e fraudes no sistema de distribuição.