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As perspectivas do transporte de cargas no mercado internacional em debate

por | out 16, 2019 | Eventos

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Para expandir o olhar além das fronteiras brasileiras, a NTC&Logística reuniu, nesta terça-feira (15), no palácio do TRC (subsede NTC) em São Paulo, diversos especialistas no Encontro Internacional de Empresários do Transporte de Cargas, realizado a cada dois anos.

Dividido em três painéis de debates, o encontro foi aberto com o tema Investimento em Infraestrutura e em Tecnologia nos Países Latino-americanos e o seu Impacto sobre o Transporte e Logística, moderado por Josemar Dalsochio – Consultor da NTC.

Ana Beatriz Figueiredo, especialista de Transporte Sênior do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) detalhou os projetos elegíveis para o financiamento do Banco e ressaltou a importância determinante do Governo Federal, com foco no fortalecimento funcional e tecnológico. Lembrou as prioridades dentro da agenda do Executivo com destaque para o programa de privatizações e concessões, que inclui 16 mil quilômetros de rodovias, na expectativa de que, em um prazo de cinco anos, muitos projetos de inovação se tornem realidade.  Segundo Beatriz, o BID tem divulgado as melhores práticas de apoio a projetos de logística e transporte.  Ela fez uma análise das mudanças nos perfis de companhias com alto valor de mercado e de empresas de tecnologia, incluindo o avanço da inteligência artificial e da automação.

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Priscila Braga Santiago, coordenadora de Economia da Confederação Nacional do Transporte (CNT) explicou como o investimento em tecnologia pode impactar o setor de logística e lembrou a importância do transporte para toda a economia, atualmente o maior custo das famílias, depois da alimentação e educação. A partir de uma análise do mercado, o transporte aparece como vetor de desenvolvimento, equivalente a 12,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. “Somos um dos maiores empregadores do país. Olhe o tamanho do nosso mercado”, provocou.

Entre os desafios, estradas inadequadas com apenas 12,4% da malha rodoviária pavimentadas e 57% das rodovias, classificadas como regulares, ruins ou péssimas, fatores que encarecem custos e ameaçam a eficiência do transporte de cargas. Só em 2018, o Brasil perdeu R$ 9,73 bilhões em acidentes. Como soluções, a necessidade de uma maior participação dos empresários, agilidade nas licenças ambientais, elaboração de bancos de projetos e participação da iniciativa privada nos principais debates. A CNT considera que a crise de confiança no Governo Federal ainda é um dos principais entraves para o Brasil.

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Thiago Martorelly Quirino de Aragão, especialista em Regulação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apresentou as políticas públicas para o setor de transporte, na intenção de reduzir o que chamou de fardo regulatório. A agência está investindo na automatização dos pedidos de licença por meio dos projetos eletrônicos e na fiscalização remota, em parceria com o Inmetro. “O papel do setor privado é importante para levar demandas ao setor público”, garante.

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O painel O Papel do Transporte no Comércio Global foi moderado por Francisco Pelucio, diretor Financeiro NTC&Logistica.

Paulo Frank Cleaver Guerrero, da Coordenação Geral de Temas Multilaterais da Subsecretaria de Negociações Internacionais da Secretaria de Comércio Exterior do ministério da Economia apresentou uma visão geral sobre acordos internacionais e defendeu a abertura da economia para uma inserção do país no comércio internacional de forma mais ativa e, consequente, aumento da competitividade. 

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Manuel Sotelo Suárez, diretor Geral da Fletes Sotelo S.A e vice-presidente da Região Norte da Câmara de Autotransporte de Carga de México (CANACAR) destacou os dados dos negócios entre Brasil e países como o México, com as perspectivas de procedimentos de segurança na cadeia logística para a atração de empresas e geração de empregos, com foco no comércio exterior. 

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José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) complementou o debate com uma análise sobre os números de importações e exportações brasileiras e os acordos comerciais brasileiros sob o aspecto do transporte rodoviário. “Somos um grande exportador e pequeno importador. Temos que conseguir inverter o cenário, exportando mais em quantidade para reduzir o Custo Brasil”, alertou. Defendeu a necessidade das reformas estruturantes.  “Precisamos fazer o dever de casa”.

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O terceiro painel do encontro discutiu O Motorista e a imagem da empresa diante da sociedade, moderado por Eduardo Rebuzzi, presidente da FETRANSCARGA.

Martin Rojas, assessor sênior para as Américas da International Road Transport Union (IRU) conversou com a plateia sobre a importância do capital humano dentro das operações de logística a partir de normas e regulamentos internacionais e nacionais. A inclusão das mulheres entre os profissionais foi abordada, com a experiência em países como os Estados Unidos. Melhoria da eficiência do tempo e capacitação foram apontadas como fatores para promover uma imagem mais positiva de transporte.

Katiane Batista, assessora de Desenvolvimento Profissional do Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST/SENAT) fez um histórico sobre a capacitação e a educação profissional. Apresentou resultados sobre redução de acidentes, economia de combustíveis, aumento de produtividade, segurança e cidadania no trânsito.

O encontro foi encerrado com a participação de Urubatan Helou, vice-presidente da NTC e diretor-presidente da Braspress. Em uma apresentação rica em detalhes e boas histórias, Urubatan falou de sua experiência como empresário e do case Braspress na mudança da imagem do motorista nos seus 43 anos à frente da empresa. “Os caminhões são commodities, a diferença é o homem. Empresa é uma coisa constituída por gente. O principal elo do nosso negócio é o motorista, o agente de geração de faturamento do nosso negócio, a diferença é o homem”, concluiu.

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Estiveram presentes, também, Mario Eliceche, presidente da FADEEAC – Federación Argentina de Entidades Empresarias del Autotransporte de  Cargas; Mauro Borzacconi, presidente da CATIDU – Câmara Autotransporte Terrestre Internacional do Uruguay; e Juan Monasterio, presidente da AGETICH – Asociacion Gremial Chilena de Empresarios Del Transporte Internacional de Cargas por Carretera.