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As Inovações do Setor de Transporte Rodoviário de Cargas na Revolução 4.0

O setor de transporte de cargas tem papel fundamental no processo de desenvolvimento econômico com efeitos diretos tanto sobre a produção quanto sobre o consumo no país. É considerado o segmento de maior participação na matriz de transporte de cargas (61%) e o principal modo de deslocamento de mercadorias, independentemente da distância. Segundo dados do IBGE de 2014, o modal foi o responsável por 55,2% do PIB do setor de transporte, contribuindo significativamente para a geração de riquezas no país. Já levantamento do Ministério do Trabalho revela que as empresas de transporte rodoviário são as maiores empregadoras do setor de serviços não financeiros. Em 2016, 14,1% dos trabalhadores desse setor estavam dedicados às atividades relacionadas ao transporte rodoviário de cargas e de passageiros.

Por sua importância na economia brasileira, este segmento precisa estar sempre atendo as transformações do mercado. No momento atual, a Logística 4.0, expressão que representa uma nova fase da logística, ultra conectada e que atende aos requisitos de velocidade, ganho de eficiência, redução de custos e disponibilidade de informações. Também chamada de 4.0, a revolução acontece após três processos históricos transformadores. A primeira marcou o ritmo da produção manual à mecanizada, entre 1760 e 1830. A segunda, por volta de 1850, trouxe a eletricidade e permitiu a manufatura em massa. E a terceira aconteceu em meados do século 20, com a chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações. Agora, a quarta mudança traz consigo uma tendência à automatização total das fábricas. Seu nome vem, na verdade, de um projeto de estratégia de alta tecnologia do governo da Alemanha, trabalhado desde 2013 para levar sua produção a uma total independência da obra humana. A automatização acontece através de sistemas ciberfísicos, que foram possíveis graças à internet das coisas e à computação na nuvem.

Devido à combinação das maiores tendências em tecnologia: IoT (Internet das Coisas), Impressoras 3D, Big Data, Analytics, Realidade Aumentada, entre outras tecnologias recentes, afeta toda a ordem da economia e modifica a forma de fazer negócios. A chamada quarta revolução industrial transforma a sociedade e o estilo de vida dos indivíduos. Klaus Schwab, grande economista alemão, já nos preparou para o que vem a seguir. Segundo ele, que cunhou o termo “quarta revolução industrial”, a mudança que estamos vivenciando é de uma magnitude nunca antes experimentado. A quarta revolução, garante, tem o potencial de elevar os níveis globais de rendimento e melhorar a qualidade de vida de populações inteiras. São as mesmas populações que se beneficiaram com a chegada do mundo digital, com a possibilidade de fazer pagamentos, escutar e até pedir um táxi a partir de um celular.

Entretanto, o processo de transformação só beneficiará quem for capaz de inovar e se adaptar. O Sindicato das Empresas do Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio de Janeiro (SINDICARGA), primeira entidade do segmento no Brasil, tomou para si a tarefa de ser o fornecedor e o acelerador deste tipo de inteligência logística, desenvolvendo, assim, a Plataforma de Inteligência Logística: modelo de negócio acessível e eficiente a instituições empresariais e entidades sindicais, que podem participar, entre outras ações, de atividades de coworking, cujo significado, grosso modo, é a união de pessoas que trocam ideias e experiências, a fim de impulsionar soluções setoriais e multiplicar negócios.

Para esta fase, o SINDICARGA inaugurou sua nova sede num dos condomínios mais modernos da Barra da Tijuca, na zona Oeste da cidade do Rio: o Edifício O2 Corporate, onde organiza eventos, destinado a empresários, gerentes de RH, embarcadores, carga própria, fornecedores e toda a cadeia de transporte e logística do estado. Parafraseando o presidente da entidade, Francesco Cupello, o projeto SINDICARGA 4.O proporciona um atendimento especial. Diante da realidade atual, precisa-se inovar e se preparar para uma nova forma de trabalho que o Brasil vai gerar, principalmente após a aprovação das reformas previstas pelo governo federal. Sinto-me orgulhoso, como empresário e membro da COMJOVEM, em fazer parte dessa transformação no setor de transporte, que impulsionará o crescimento tão esperado e desejando em nosso país.

Responsável: Italo Marcos Grativol

Roubo de Cargas: Desafio do Setor de Transporte Rodoviário de Cargas

O transporte por rodovias é o mais utilizado no Brasil. Em suas malhas são escoados 61% de toda a produção do país, movimentando mais de 70% da economia brasileira. No entanto, o roubo de cargas, mesmo com a queda que vem sendo registrada ao longo do ano, continua a preocupar caminhoneiros e empresas de transporte. Levantamento anual da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística – NTC&Logística, consolidado a partir do cruzamento de dados da Polícia Civil, da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal, aponta que a ação de associações criminosas especializadas no roubo e na receptação de cargas provocou prejuízos ao setor de transporte de quase R$ 2 bilhões, sendo responsáveis por mais de 22 mil ataques a motoristas em todo o país no ano passado, a grande maioria (80%) concentrados nas duas principais cidades do Brasil: São Paulo e Rio de Janeiro.

Apesar de o número de ataques ter caído em torno de 15% em relação ao ano passado, a situação continua preocupante e exige atenção de vários setores. Estudos feitos por um comitê de cargas do Reino Unidos apontaram o Brasil como o 7º lugar no ranking de roubo de cargas entre 57 analisados. Em outro relatório, a BSI Supply Chain Services and Solutions pesquisou o roubo de cargas na América do Sul. No primeiro semestre, o Brasil concentrou 90% das ocorrências, sendo que em 88% dos casos se tratava de ataques a caminhões.

Na visão dos transportadores, a crise econômica – e a consequente baixa da demanda (com menos caminhões nas estradas) – também teve ser considerada como um dos possíveis vetores desse resultado. Segundo o estudo Conjuntura do Transporte – Desempenho do Setor, recém-lançado pela Confederação Nacional do Transporte – CNT, o transporte vem sentindo os efeitos desse problema, especialmente na região Sudeste. Em 2019, o fluxo de veículos pesados do primeiro trimestre ficou 8,8% abaixo do período pré-recessão (março de 2014). A situação é mais crítica no Rio de Janeiro, que registrou fluxo 18,8% abaixo do período de pré-recessão.

A intervenção federal na área de segurança pública do Rio de Janeiro, estado com mais registros de roubo de cargas, contribuiu para uma grande diminuição dessa modalidade criminosa, puxando o índice geral do Brasil para números menores. Seguindo a tendência dos últimos seis meses, os roubos de cargas apresentaram declínio de 21% no primeiro semestre, e, no mês de junho, o indicador registrou o menor número do ano: 599. Foram menos 1.037 cargas roubadas no estado em seis meses.

Esses foram os dados divulgados nesta terça-feira, dia 23 de julho, pelo Instituto de Segurança Pública – ISP, autarquia vinculada diretamente à Secretaria de Estado de Segurança Pública, referentes aos Registros de Ocorrência (RO's) lavrados nas delegacias de Polícia Civil do Estado durante o mês de junho. Ainda segundo o estudo, na comparação entre o primeiro semestre de 2019 com o mesmo período de 2018, duas Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP) da Zona Norte da Capital se destacaram: AISP 16 (Olaria e adjacências) apresentou a maior queda em roubo de carga e a AISP 41 (Pavuna e adjacências) teve a maior redução nos roubos de veículos. Pelos levantamentos realizados, o que se constata na maior parte das situações é que o roubo de cargas não é aleatório, pois existem alguns produtos que são mais visados pelos bandidos, como cigarros, artigos alimentícios, combustíveis, bebidas, autopeças, eletrônicos e farmacêuticos, informação de 2017, presente em documento organizado da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), intitulado Carta do Rio de Janeiro, que apresentou nove propostas, defendendo a criação de novos níveis de cooperação entre os governos federal, estaduais e os setores organizados da sociedade, com vistas ao enfrentamento da questão.

Entre as propostas, destacam-se, a proibição da livre comercialização e do uso de Bloqueadores de Sinal de Radiocomunicações (BSR), conhecidos como “jammers”; a aprovação de leis contendo punições mais severas para a prática de crimes de receptação, armazenamento e venda de produtos roubados; a cassação e proibição por cinco anos da concessão de nova inscrição do CNPJ e da inscrição no cadastro de contribuição do ICMS; o investimento no combate ao roubo e furto de cargas da totalidade do produto obtido nas ações de repressão à comercialização de produtos falsificados e ao descaminho, e o aumento na segurança das fronteiras e das águas territoriais, de forma a coibir a entrada no país de drogas e armas compradas pelas organizações criminosas, financiadas, entre outros, pelo produto do roubo de cargas.

Para tentar reverter esses números, já conseguimos a sanção da Lei 13.804/2019, que visa prevenir e repreender o contrabando, o roubo de cargas e a receptação. Assim, os motoristas que forem coniventes com essa prática criminosa serão punidos com a cassação ou proibição na obtenção da Carteira Nacional de Habilitação – CNH por cinco anos. Entretanto, além de aumentar o tempo de prisão de quem pratica o roubo de cargas, precisamos atuar firmemente na recepção. Nosso pleito, junto com o governo federal, é neste sentido: elaboração de uma legislação, visando à suspensão do CNPJ de quem seja comprovadamente receptador. Dessa forma, a punição vai além da perda da liberdade, desestimulando esta modalidade criminosa, por atingir o âmbito da questão: o lucro de fácil.

Responsável: Italo Marcos Grativol

Sucessão em Empresas Familiares no Transporte Rodoviário de Cargas

São muitas as peculiaridades da cultura de uma organização familiar e a maneira de dirigir nem sempre ajuda a empresa a caminhar rumo a seu crescimento. No que diz respeito à administração, a organização familiar possui regras próprias e muito particulares que precisam ser observadas de perto; do contrário, a empresa não conseguiria se manter e menos ainda prosperar. A organização familiar é uma empresa de características particulares, pois envolve, simultaneamente, a família, o negócio e o meio ambiente ou mercado, que nem sempre são favoráveis. Um dos motivos para tais fatores são os confrontos vividos por essas empresas que podem ocorrer, por exemplo, em função da cultura familiar. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo SEBRAE (2016), as empresas familiares representam 90% dos negócios no Brasil e surgem, na sua maioria, da necessidade financeira, com gestão centralizada em um ou mais membros da família. Freeza (2005) nos apresenta um contexto muito parecido, e concorda com Ricca (2012) quando afirma que 60% da mão de obra empregada no mercado, atua em empresas familiares, mostrando a importância de sua existência na economia.

Matérias publicadas na revista Exame (2016), demonstram uma preocupação com o tema, quando afirmam que apenas 30% das empresas familiares chegam a segunda geração, um percentual menor, 10% chegam a terceira, incluindo empresas de todos os portes. Mostrando uma necessidade de perpetuidade daquilo que se caracteriza como empresa familiar, estes estudos mostram as dificuldades em se manter uma empresa familiar, pois, não é uma questão de controle familiar apenas (Miller et al, 2007), e sim a intensão de continuidade do negócio. Para Bernhoeft, (1987, p. 23) “o encaminhamento do processo sucessório, que passa a ter relação direta com a sobrevivência e a expansão do próprio negócio”, ou seja, o ponto crucial é de muita relevância para continuidade do negócio.

Estudos recentes da PWC (2016), mostram que 54% das empresas brasileiras não possuem um plano de sucessão em vigor, este fato é muito preocupante tendo em face a participação e importância da empresa familiar na economia global e brasileira (RICCA, 2012).

Um dos significados de sucessão é: “sequência ou série de pessoas, de acontecimentos ou de coisas que se sucedem sem interrupção ou com pequeno intervalo” e ainda “ato ou efeito de prosseguir; continuação, prosseguimento” (Michaelis, 2018), ou seja, dar continuidade a algo pré-estabelecido. Macedo (2009, p. 67), vê a sucessão como sendo a transferência do poder do dirigente máximo para outro líder da mesma família através das gerações, para Lodi (1998, p. 36) o processo sucessório é a redistribuição do poder dentro da empresa.

Pode-se perceber que independente do porte, localização, tempo de existência e qual geração atua, a maioria não possuem um processo formal para a sucessão e nem um plano de contingencia, caso necessite de uma sucessão forçada, mesmo existindo um sucessor, o mesmo tendo interesse em dar continuidade e acreditando que o processo é necessário e podem proporcionar melhorias para as empresas.

No que se refere a quantidade de familiares e aos critérios para se assumir cargos nas empresas, percebesse que quanto maior o número de familiares ativos na empresa o principal critério é o mérito, e conforme o número diminui temos influência e hierarquia como critérios principais para assumir cargos respectivamente.

As empresas familiares são um componente importante da economia brasileira. Responsáveis pela geração de emprego, oferta de serviços e produtos, e as empresas familiares do Brasil estão cada vez mais se tornando alvo de investigações profundas que possam colaborar com sua perpetuidade, crescimento, profissionalismo, sem que haja perda do fator principal de sua existência: “legado, cultura, orgulho, propósito” deixado pelo seu idealizador, fato observado na literatura, onde, as instituições especializadas afirmam ter dificuldades de entender o organismo da empresa familiar e propor um plano de crescimento sustentável que atenda aos vários interesses inerentes aos “organismos de uma empresa familiar”.

Entendesse que as empresas precisam sair do seu “status quo” e se prepararem melhor para o futuro, pois, sobreviver em um ambiente de negócios volátil, como o de serviços de transportes de carga, requer, atualmente, mais do que um esforço para manter as coisas funcionando, é preciso ter uma gestão profissional que proporcione inovações, ideias de valor, modernidade, opções de mercado e visão de futuro, não que um fundador de uma empresa esteja obsoleto o suficiente para fazê-lo, não é isso, mas é preciso abrir espaço para que novos gestores tragam novos conhecimentos e promovam um ciclo de inovação dentro da organização, não se esquecendo do histórico e sem perder a alma do negocio em que participa, não mais por um espaço curto de tempo, mas um plano duradouro e com propósitos bem definidos.

Responsável: Ítalo Grativol

Medidas Paliativas Não Solucionam Roubo de Cargas

O roubo de cargas no Rio de Janeiro atingiu um patamar inadmissível. A presença das Forças Armadas, após decreto do Governo Federal, não consegue minimizar este caos, até por ser, apenas, uma solução temporária, que camufla um problema que há anos o setor vem denunciando. O prejuízo com roubo de cargas no país, entre 2011 e 2016, superou a ordem de R$ 6,1 bilhões.

Como consequências do crescimento dessa modalidade criminosa, temos o encarecimento dos seguros. As medidas de gerenciamento de risco das empresas giram, em média, entre 12% e 15% com relação ao faturamento anual. Taxas extras são cobradas pelas transportadoras para todas as mercadorias destinadas ou com origem no Rio de Janeiro. Em decorrência, quem produz e/ou consome no Rio paga mais caro pela falta de segurança.

A situação é tão grave que, em uma lista de 57 países, o Brasil é apontado como o oitavo mais perigoso para o transporte de cargas, à frente de países em guerra e conflitos civis, como Paquistão, Eritréia e Sudão do Sul. Se tratarmos especificamente de roubo de cargas, o Brasil lidera o ranking mundial.

Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro, nos últimos 24 anos, quando a estatística começou a ser feita, o roubo de cargas saldou de 1.939 para 9.870, o que representa um aumento de mais de 500%, levando o Estado a liderança do ranking nacional dessa modalidade criminosa.

Ao examinar a estatística do período de 1992 a 2016, é possível constatar quatro momentos distintos. O primeiro, do início do estudo até 1995, apresenta quedas sucessivas. Após 1996, verifica-se uma tendência de elevação até 2007, com ressalva a ligeira queda verificada entre 2005 e 2007. No terceiro momento, iniciado em 2008, demonstra uma redução significativa dos números, que persistem em cair até 2010. Daí em diante, caracteriza-se uma forte tendência de alta, acentuada nos últimos anos da série, alcançando em 2016 o maior número de todo o conjunto analisado.

Para agravar ainda mais, o Estado do Rio passa por uma de suas mais graves crises financeira, o que tem levado ao sucateamento da estrutura administrativa. As forças policiais sabem como combater esta modalidade criminosa. No entanto, não contam com uma estrutura mínima para a implementação de uma atuação mais ofensiva.

A carência passa pela falta de recursos humanos, materiais, armamentos e viaturas, chegando até a ausência de torners necessários para a impressão de um boletim de ocorrência. Com isso, somente no ano de 2016 foram praticados 27 roubos por dia. De 2014, quando o tráfico intensificou sua atuação nessa modalidade criminosa, até 2016, já foram registrados 22.685 casos.

Ao mesmo tempo em que crescem as ocorrências, o combate ao roubo de cargas no Brasil tem sido dificultado por três fatores. O primeiro, a maior atuação de grandes organizações criminosas, que transformaram esse crime em fonte de financiamento para o tráfico de drogas. O segundo, a falta de uma legislação mais rigorosa voltada para punir, em conjunto, todos os elos da cadeia criminosa. Por último, a falta de recursos financeiros das forças de segurança.

Só com a união do setor poderemos reverter este quadro. Somos responsáveis pela movimentação de cerca de 70% de toda a mercadoria que circula no Brasil. Sem segurança, estamos perdendo competitividade e nossas empresas deixam de crescer. Temos que mostrar nossa força e exigir o fim dessa tragédia, que prejudica toda a economia do Brasil.

Responsável: Ítalo Marcos Grativol