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O Nosso Propósito Comum

Falar em metodologias ágeis pode parecer algo comum na sociedade e no meio empresarial, mas ainda temos muitas dúvidas de como funcionam, se aplicam e geram benefícios. O nome já carrega seu significado, métodos, maneiras, meios para agilizarmos algo, e quando misturamos essas duas palavrinhas fico sempre com a sensação de estarmos falando de sistemas, e não introduza aqui ainda a tecnologia no significado da palavra sistema. Vamos na compreensão de que sistemas são um conjunto funcional, com propósito, elementos, relações, integrações e fluxos. Dando uma pitada de agilidade iremos reconhecer facilmente o papel das ferramentas, ou melhor dizendo, dos métodos ágeis para as nossas organizações.

O segmento do transporte de cargas por essência já possui em seu sistema o objetivo de ser ágil, de atender com presteza e no tempo adequado as demandas dos clientes. Relacionando isso com os métodos ágeis é justamente para este papel que eles emergiram, trazer efetividade (eficiência + eficácia), no tempo certo, de maneira assertiva, evitando desperdícios e tendo grande capacidade de se mover, agilidade. Pensadas inicialmente para serem aplicados em gestão de projetos, principalmente de cunho tecnológico, as metodologias ágeis hoje são facilmente aplicadas em qualquer estância da vida humana. Sua amplificação carrega a simples teoria de possibilitar a otimização do caminho a um propósito comum. O “macete” está em fazer pequenas avanços e entregas, ou seja, um passo de cada vez, focando sempre na melhoria de cada passo que for dado permitindo assim que qualquer situação problemática possa ser contornada com menor dispêndio de energia e tempo.

As metodologias ágeis são a base para as equipes de alta performance. Elas possibilitam a criação de redes ao invés de grupos, geram mais interação, distribuição e conectividade. É o sair da criação de estruturas físicas para estruturar sistemas (aqueles da introdução do texto). É uma autoliderança do seu processo, com foco em um propósito comum, transformando assim grupos em efetivas equipes, aquelas que seguem o mesmo caminho, os passos de cada vez. Pequenos líderes gerando maior agilidade nas decisões, nas entregas e no alcance final. O presente e o futuro estão alinhados quando usamos os métodos ágeis e na prática essa é a tendência que continuará norteando nossos caminhos. É impossível falamos em ESG (leia o outro artigo deste que vos escreve), governança corporativa, compliance e gestão de riscos sem perceber a tamanha necessidade em ser cada vez mais ágil.

As empresas do nosso setor evoluíram, tenho certeza de que muitas delas já são detentoras dessas práticas e já absorveram nas suas culturas as metodologias. Esse diferencial competitivo poderia também ser uma marca do nosso setor, tornando as empresas cada vez melhores, elevando o nível do serviço e todos trabalhando com resultados positivos oriundos do claro sistema que fazemos parte. A ideia poderia ser ampliada e trabalharmos em conjunto com as metodologias nas nossas demandas gerais, através das associações, sindicatos, federações, possibilitar um entendimento de todos, com pequenas entregas daquilo que é essencial em busca de um único propósito (a nossa sustentabilidade), sendo capazes de mudarmos, melhorarmos, agirmos de forma ágil. Seriamos uma equipe de alta performance setorial. Já pensou nisso? Estamos sendo ágeis nas transformações do nosso segmento? Sabe aquela demanda que nunca anda no nosso setor? Podemos aplicar métodos ágeis para construí-las, são o nosso projeto comum, podem ser a tão almejada união que queremos e lutamos. É uma estruturação real e tangível.

Para isso acontecer é imprescindível que nossos líderes, e relembre aqui que todos somos pequenos líderes dos nossos processos, abram a mente para as discussões de forma ágil. Ou melhor, com metodologias ágeis. O foco não é o ego, o foco é o propósito final e comum. E se não sabemos qual é, precisamos reestruturar nossos ideais para assim fazermos uso de ferramentas tão relevantes e importantes para nossa sobrevivência, seja ela empresarial ou setorial. Seja resiliente, seja líder, seja ágil. O nosso proposito comum espera por isso!

Por: Luis Felipe Machado – COMJOVEM São Paulo

Como Tratar Dados

A corrida pelo tratamento dos dados ainda está na velocidade máxima, nunca tanto se ouviu sobre a riqueza e poder que eles podem gerar, nunca houve tanta assertividade, foco,
enquadramento nos perfis, alcances das campanhas de marketing, vendas e ações com os consumidores. A personalização da comunicação, os funis, a previsibilidade do consumo, todos
vivem seus momentos de glória e crescimento. É um caldeirão, e misturando isso tudo com a inteligência artificial, que também vai se tornando mais orgânica e viva, parece que estamos só
no começo de um futuro desconhecido.
Assim como vislumbramos e vivenciamos uma expectativa sobre o motorista do futuro, falar sobre dados, ainda que com toda certeza de ser o novo petróleo, é um processo com muito
potencial para ser completamente diferente da nossa imaginação. Conseguimos apenas enxergar um futuro breve e é nele que me parece estarmos sentados agora, pegando uma carona na boleia
do tratamento de dados dentro de limites. Sem dúvidas a carga da vez é como tornar isso mais humano e digno.
Aqui no Brasil, como em outros locais, o advento da lei de proteção de dados é um caminho sem volta. Fazer acontecer sem antes bater na porta e pedir licença vai começar a incomodar
esses petroleiros dos dados. E com razão! Se meus dados valem tanto assim, por favor, quero saber usá-los, ou ao menos poder escolher. Afinal de contas, sem saber em qual ordem de
importância eles estão, temos sentimentos e dados, exigimos consentimento! (Segura esse termo técnico ai da LGPD).
Paralelos e brincadeiras a parte o assunto é sério e precisamos despertar este olhar e ações para tal. Recentemente fiz o curso disponibilizado pelo Sest Senat sobre a LGPD e saí com a sensação que vai ser uma trabalheira enorme fazer todas as adequações, mudanças, protocolos, regras, para cumprir o que a lei pede e evitar situações como “data leak” ou no português claro, vazamento de dados. Foram 3 dias de dúvidas, incertezas, incoerências, relutâncias, indignações, divisões, todo sentimento que nos faz sacudir a cadeira e bater os pés no chão parecendo birra
de criança. Findado esse período apocalíptico do curso, comecei a retomar minhas anotações para ver se meu interno GPS me ajudava a encontrar a localização exata de onde eu estava e
onde deveria chegar. Nessa reflexão toda, luzes de uma pista mais segura emergiram, e por isso venho dividir aqui com vocês.

De trás para frente o objetivo da lei é muito claro, precisamos frear esse caminhão antes que ele perca o controle e tombe. E para quem serve isso? Se você está com dados na sua carroceria,
me entenda claramente, se você tem dados, você precisa saber tratá-los. É difícil fazer isso?
Tecnologicamente não. O difícil é absorvermos a ideia central desta demanda, pois foge do nosso know hall, foge do nosso escopo principal. Voltaremos ao apocalipse então? Não! Mesmo não
sendo o salvador, ajudo vocês ao menos a acender a luz da cabine. Tratar dados requer duas características mágicas, com elas e com algumas coisas práticas da LGPD vocês poderão ter
clareza de como agir: bom senso e discernimento. Aquela frase batida que sempre falamos, “se coloque no lugar do cliente”, agora podemos mudar para “se coloque no lugar do titular (pessoa
natural identificada ou identificável”), mais um parêntese para vocês entenderem: (usei o termo técnico da lei).
Tenham em mente que tratar dados obrigatoriamente passará pelo nosso bom senso como usuários e empresários (lembrem que vocês estão nos dois pontos da cadeia), passará também
pelo discernimento ao tomar decisões, de entender que há algo valioso, comparado ao petróleo e ao ouro, que tem dono e que tem regras. Desta forma vamos poder de forma mais tranquila,
sem parecer estar vivenciando um martírio, aprender e colocar em prática o verdadeiro tratamento de dados. Aquele tratamento que mesmo usando inteligência artificial e todo
aparato tecnológico colocará o ser humano como centro, respeitando e reafirmando nosso compromisso social! Dando possibilidade de consentimento do uso, segurança e acesso aos
titulares. Dados estão para além dos dados, esse é futuro nós conhecemos.

Por: Luis Felipe Machado – COMJOVEM São Paulo

Motorista do Futuro

A palavra futuro é um gatilho fantástico para nossa imaginação. As ficções, filmes, séries e documentários exploram isso como ninguém e são as nossas viagens reproduzidas, caracterizadas e com muita assertividade. Falar do futuro do nosso setor é falar da profissão de motorista, e aqui nem precisamos de Hollywood para colocar a imaginação em prática. Talvez o vale do silício seja o maior “streaming” do que vem por aí.

Recentemente tive contato com a mentoria de um programa de trainee para motoristas, e brilhantemente estruturado o projeto traz uma nova forma de abordagem para o ingresso de profissionais do volante nas empresas. O legal desse bate papo foram as reflexões que emergiram e como respondê-las dali em diante. É quase automático ao pensarmos no futuro do transporte imaginarmos os veículos autônomos. Futuro esse que vamos embarcando nas ideias, visualizando os testes, vendo simulações, vídeos, influenciadores falando sobre, mas sem nos dar conta do real impacto que isso poderá causar. O mais óbvio, e que também como passe de mágica vem, é sobre a extinção da profissão do motorista. Faz sentido, porém não vejo aplicabilidade em sua total extensão. O que mais me chama atenção é não compreendermos como nossas empresas serão impactadas com esse futuro. A maioria espera ganhos, vibra e anseia essa possibilidade, acredita que esse futuro é o melhor para gente. Mas no final das contas o que a sua empresa de transporte de cargas faz e entrega? Hoje temos tecnologia para tudo, roteirização, robôs em atendimento, esteiras automáticas, emissões de documentos digitais, pagamentos e compras automatizadas, para quase tudo já existe algum tipo de tecnologia autônoma e vem surgindo mais e mais. Nossas empresas existem porque estamos gerindo pessoas, principalmente a mão de obra mais característica do setor, a do motorista. Gerir esse pessoal não é fácil, mas quando se fala em caminhões autônomos me questiono se ter um intermediário no serviço de entregas como a gente faz sentido, e me coloco numa posição de refletir sobre o futuro dos nossos negócios. Nosso principal ativo não são os bens, são nossa expertise de conectar eles com quem vai operá-los. A partir do momento que isso não é necessário, as montadoras de veículos autônomos, embarcadores, ou qualquer pessoa com capital suficiente para adquirir os equipamentos podem se dar conta que sozinhos fazem o serviço. A dificuldade nos torna essenciais, somos nós quem resolvemos problemas.  

Outra vertente quando pensamos no motorista do futuro é sobre nossa visão de empresários ao tentarmos buscar meios para valorizar a profissão visto que cada dia sofremos mais com a redução dessa mão de obra. Hoje estamos numa fase que é “fácil” ser motorista (escuto isso pelos corredores), e olha que tem estrada para ficar mais ainda, caminhões com tecnologia de sobra, tudo automático, quase não quebra, só oficina especializada pode mexer, tem jornada, tem câmera, tem rastreador, celular, rota fixa, escolta, bloqueio, torre de controle, freio automático, sistemas contra tombamentos, tem tudo para seja o melhor dos mundos, seguro e eficaz, basta cumprir as normas e procedimentos, realizar os treinamentos e pronto, está tudo certo. E não se ganha pouco em relação as diversas profissões no mercado. E por que os jovens não querem mais? E por que os filhos dos motoristas não querem seguir os passos dos pais? E por que sofremos com essa carência? Nada do que citei sobre as facilidades de hoje é algo ruim, pelo contrário, são conquistas da profissão e do setor.

Se fizermos um retrospecto, pensando literalmente de traz para a frente e tirando um pouco o olhar de quem precisa financeiramente que apareçam novos candidatos a motoristas, as grandes mudanças que ocorreram e ainda surgem no tangível desses profissionais podem ter tirado o brilho ou parte da essência de uma pessoa escolher para sua vida ser um motorista de caminhão. Pensem aqui comigo, o motorista de antigamente precisava de inúmeras qualidades para de fato ser um motorista, ele precisava conhecer o que estava fazendo, o equipamento, de mecânica, tinha que ser economista, visionário, comercial, entendedor de quase tudo e conhecedor de todos, ele tinha uma liberdade completa da sua vida, ele era um especialista naquilo, tinha orgulho de ser “diferenciado”, ele ganhava o mundo sentado sobre o seu sonho. Onde foi que guardamos isso tudo minha gente?

Lembro-me de ouvir histórias fantásticas sobre as estradas, contadas inclusive por grandes empresários do nosso setor que começaram seu sonho através dessa essência e brilho que a profissão dava. Temos a falsa sensação de que estamos dando valor aos motoristas, e dizendo à sociedade que agora eles são realmente profissionais. O motorista do futuro pode estar no nosso passado, de uma outra forma, com outras demandas, com novas entregas. Mas enquanto não resgatarmos o brilho no olho de uma criança ao ver um caminhão e dizer: “um dia ainda vou dirigir um desse”, o nosso futuro poderá se tornar uma série com poucas temporadas.

Por: Luis Felipe Machado – COMJOVEM São Paulo

Como a pandemia influenciou o transporte rodoviário de cargas

A influência da pandemia nas nossas vidas e o novo normal devem ser os argumentos mais utilizados em qualquer conversa, seja ela empresarial ou numa roda de bar. Não há como negar o impacto dessa ebulição de novidades, mas é preciso ir um pouco mais a fundo para sairmos do roteiro tradicional e não repetirmos por osmose ou como robôs aquilo que ouvimos e vemos.

O que parecia inimaginável aos olhos comuns, mas que já teve retrato em filmes, carrega um caráter aparente de mudança comportamental e gera diversos desconfortos ao nosso ambiente comum. Entretanto expõe também características do nosso instinto e vejo a sobrevivência como o mais latente de todos. Quando levamos isso ao nosso TRC é possível entender como de fato a pandemia influenciou ou não o setor. Influenciar é ocasionar ou ser alvo de modificações. Então, indo mais ao pé da letra nessa provocação, como a pandêmica realmente modificou o TRC?

Assistimos empresas quebrarem, soubemos de muitas demissões, reestruturações, aquisições, fusões, mas vimos também outras aumentando a receita, volume, investindo. Umas buscando aumento de frete, outras reduzindo, no final das contas todo mundo tentando sobreviver. O que temos de diferente nisso? Na prática somos os mesmos, com a única diferença da vivência de uma pandemia, ou seja, um fator externo agindo nos nossos negócios e no mercado nos obrigando a sobreviver. Mas já não fazíamos isso? A sobrevivência sempre foi instintiva no TRC, nos bastidores escutamos as histórias de sobrevivência, sacrifícios e dificuldades. Tivemos mais uma, e que está passando.

Essa força da sobrevivência que sai de algum lugar e que nos diferencia deveria ser revista.

Se a questão fosse sobre a nossa expectativa de como a pandemia deveria influenciar o TRC, eu teria a resposta na ponta da língua. Que tenhamos aprendido a nos valorizar mais. A greve de 2018 não conseguiu, mesmo tendo todos os pré-requisitos para isso, mas a pandemia é a ocasião perfeita para uma segunda chance. Nossa energia de sobreviver deveria ser despendida em melhorias, rentabilidade, estabilidade, sustentabilidade.

Se você está passando pela pandemia achando que tudo vai mudar ou mudou, que somos novas pessoas, um novo mercado, um novo comportamento, não está engando, mas não pode esquecer que nada acontece por acaso, é preciso agir. Agir é realizar, é sair do modo robotizado de achar que fomos influenciados e colocar em prática. Vai querer passar aperto de novo na próxima dificuldade externa? O que você vai priorizar agora? O que fará de novo? Qual o medo que você ganhou o perdeu nessa pandemia? Se essas respostas forem vagas, realmente não há influência da pandemia em você e na sua empresa, há continuísmo do modo sobrevivência.

Podemos ir além, temos uma segunda chance acontecendo. E não demore, não deixe essa história passar sem agir.

Por: Luís Felipe Machado

Como a pandemia influenciou o transporte rodoviário de cargas

Quem, assim como eu, recebeu com certo desdém as primeiras confirmações de casos brasileiros do novo coronavírus, em fevereiro de 2020, não poderia imaginar que oito meses depois ainda estaríamos tentando definir o tal de “novo normal”.

A mídia trouxe com força total a “histeria coletiva” na qual estavam a China e a Itália, e acelerou as decisões de governo que nos colocariam em isolamento antes do fim de março. Em contrapartida, quase ninguém imaginou que falar de lockdown, isolamento vertical, #ficaemcasa, que ações necessárias para salvar vidas acabam tendo como efeito colateral a desaceleração e, em muitos casos, a paralisação de alguns setores da economia.

O transporte de cargas é atividade estratégica e fundamental para o funcionamento da economia e o abastecimento da sociedade, inclusive, por atuar como agente intermediário com os demais modais. No entanto, interpretações distintas sobre a classificação de produtos e serviços essenciais induziram às restrições de circulação e criaram percalços operacionais, descontinuando atividades de apoio ao transporte (em especial, os pontos de parada dos caminhoneiros nas estradas). Mas de uma forma ou de outra, perseveramos, nos ajudamos, contamos com apoio de entidades do setor (destaque especial ao Sest Senat), e cumprimos nossa missão: o transporte não pode parar (e não parou)!

Dentre os segmentos menos afetados pela pandemia, como já se imaginava, ficaram os de alimentação e saúde. Aqueles, no entanto, ligados aos bens de consumo duráveis ficaram na outra ponta, e foram severamente prejudicados pela crise.

Para manter as operações em funcionamento e prezar pela segurança de funcionários, parceiros, fornecedores e clientes, todas empresas precisaram fazer mudanças em suas formas de trabalho, sejam elas decorrentes das diversas Medidas Provisórias lançadas pelo governo federal, ou aquelas definidas pelas suas diretrizes internas (ou comitês de crise).

Mesmo com a adoção do teletrabalho, antecipação de férias, uso de banco de horas, suspensão temporária de obrigações (como o recolhimento do FGTS e de alguns outros tributos federais), suspensão temporária de contrato de trabalho, redução de jornada e salário, dados da última pesquisa lançada em setembro/2020 pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), revelaram que:

 40,6% promoveu redução em seu quadro de funcionários (apesar de mais da metade deles estar com grande perspectiva de readmissão de parte ou da totalidade deles ate o final do ano);

 67,4% tiveram prejuízos durante a pandemia, sendo que 36,2% alegou ter tido a capacidade de pagamento muito comprometida (folha de pagamento, financiamentos, tributos, fornecedores e aluguel, entre outros);

 51,8% das empresas de transporte solicitaram aos bancos algum tipo de financiamento, sendo que quase dois terços delas tiveram a sua solicitação negada.

Passada a crise, muitas empresas certamente irão reformular seu negócio com foco na digitalização de processos. A barreira do medo das compras on-line, que ainda existia, foi quebrada e não tem volta. O aumento desse tipo de compra provocado em tempos de isolamento social deverá fortalecer ainda mais o varejo digital e isso também trará reflexos no setor logístico. A mudança de paradigma está aí.

Surgiram startups que utilizam o trabalho de pessoas físicas para fazer a distribuição, dada pulverização das entregas. Ampliou-se a conexão das transportadoras e motoristas à plataformas de marketing place específicas para a logística.

A meta é de pensamento flexível, visando sair da esfera da micro gestao do negócio, e enxergar as tendências que virão. É essencial que haja um esforço coletivo em prol da desburocratização do setor. O Airbnb “aconteceu” pro setor hoteleiro, o Uber “atrapalhou” os taxistas, e agora chegou a vez do transporte se reinventar. É preciso pensar fora da caixa!

No setor de transporte de cargas e logística, crise e oportunidades de negócios caminham juntas. A capacidade em superar obstáculos é inerente ao segmento. É fundamental fazer uma boa análise de riscos, considerando aspectos do próprio negócio (e do mercado global).

As empresas que souberem aproveitar o momento para rever suas estratégias de transformação digital, adotando ações para reestruturarem os planos de continuidade dos negócios diante do cenário de imprevisibilidade, com certeza estarão à frente das demais.

Por: Carolina Resuto

Como Ser Real na Era Digital?

Talvez este seja um dos assuntos mais presentes nas rodas de bar, mesas de almoço e meios sociais que vivemos. Quem nunca se questionou o quê essa era “super” digital tem feito com a nossa realidade. Somos realmente reais (perdão a redundância necessária) dentro da digitalização do nosso cotidiano?

Não sei vocês, mas isso vem martelando cada dia mais minha mente principalmente quando enxergo alguns comportamentos bem padronizados neste meio digital. De pequenos gestos como “selfiar” (tem que virar verbo pois já é uma ação involuntária do ser humano) tudo que vemos pela frente, ou melhor, que vemos atrás de nós nas telas dos smartphones, até a nossa ausência em eventos de relevância pessoal e profissional. Não dá para negar todas as qualidades e possibilidades que a tecnologia emerge de forma ímpar, mas também não podemos fechar os olhos para uma transformação negativa que tende a vir junto.

Somos exigentes, prestativos, preocupados, comunicativos, atenciosos, atualizados, desenvoltos, resolutivos, dentre outras qualidades que poderia elucidar aqui, tudo isso quando falamos de nossa presença nas redes sociais. Mas e na vida real, quem somos? Seria muito interessante se conseguíssemos colocar tudo isso em prática de verdade sem um intermediador tecnológico ou tecnologia social, é bem possível que já teríamos transformado ainda mais o mundo, país, cidade, bairro, rua, sindicato, associação, setor. O problema não está na tecnologia, está em como de fato usamos ela para nos ajudar.

No nosso segmento de transporte de cargas não é diferente. Temos cada dia mais pessoas digitais com uma sede enorme por informações, privilégios, transformações, comunicação, facilidades, e menos pessoas dispostas a ser real nisso tudo, largar um pouco o dedo da tela touch screen e colocar a mão na massa. Parece um desabafo triste e solitário, não é? Realmente é um desabafo, entretanto sem tristeza e muito menos sozinho. Há bastante espaço para realizações, a COMJOVEM é um deles. É uma proposta de usar os dois meios, digital e real, para fazer acontecer no nosso setor. Lógico que a batalha não é fácil, fazer o jovem acreditar que precisa ser real, estar presente de corpo e alma e se entregar a um trabalho em comunidade é um desafio constante. O bom sinal disso tudo é que a procura tem aumentado, as pessoas têm despertado da simples vontade de fazer para querer realizar.

Realizar é a palavra que precisamos imputar nas nossas cabeças digitais pensantes. Sem realização todos os caracteres que digitamos serão em vão. Você tem realizado? Ou é daqueles que adora um artigo, concorda e continua sendo digital numa era tão real? Pense e realize. Precisamos de você!

Responsável: Luis Felipe Machado