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Com três trimestres de queda, indústria perde peso no PIB e vê recuperação mais distante

por | ago 28, 2019 | Outros

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Victor Moriyama

Foto: Victor Moriyama

Com a maior fraqueza da economia brasileira em 2019, a produção industrial entrou novamente em um quadro de retração na primeira metade do ano e o setor manufatureiro viu sua participação no PIB (Produto Interno Bruto) encolher ainda mais, acentuado o processo de desindustrialização que já vem ocorrendo no país nas últimas décadas.

A produção industrial fechou o 1º semestre com uma queda de 1,6% e já acumula 3 trimestres seguidos no negativo, após uma pequena recuperação em 2018. Segundo o IBGE, o nível de produção da indústria em junho retrocedeu para o patamar de 2009, atingindo um volume 17,9% abaixo do ponto mais elevado da série histórica, alcançado em maio de 2011.

Apesar da relativa reação da indústria de transformação nos últimos meses, a expectativa dos analistas é que o PIB da indústria geral (que inclui também as atividades extrativas, construção civil, eletricidade e outros) deve ter ficado mais uma vez no vermelho no 2º trimestre, na comparação com o trimestre anterior, após duas quedas seguidas – de 0,7% no 1º trimestre e de 0,3% no 4º trimestre. Os números oficiais do PIB do segundo trimestre serão divulgados pelo IBGE em 29 de agosto.

“A economia não vai bem justamente porque a indústria está em um quadro de recessão. A indústria está no negativo há 3 trimestres consecutivos e isto não é pouca coisa para um setor que já perdeu muito ao longo da crise de 2014, 2015 e 2016”, afirma o economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin. “Na nossa avaliação, é um ano que tem mais cara de estagnação do que de recessão, mas o risco de ficar um pouco abaixo de zero existe”.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) ainda não revisou a sua projeção para o PIB da indústria em 2019 (de alta de 0,4%), mas afirma que ainda não há garantia de crescimento no ano. “Estamos à beira da recessão, mas preferimos usar a palavra estagnação”, diz o economista da CNI, Flávio Castelo Branco.