O Índice de Confiança do Consumidor atingiu neste mês de abril o menor nível dos últimos 15 anos. De acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV), a queda em abril foi de 22 pontos, e o índice ficou com 58,2 pontos, o menor já registrado desde o início da série histórica da pesquisa, em setembro de 2005.
A economista e coordenadora das Sondagens, da Fundação Getúlio Vargas, Viviane Seda Bittencourt, avalia que as medidas de isolamento social por causa da pandemia do novo coronavírus fizeram os consumidores perceberem a piora da situação econômica do país e o quanto isso afeta suas condições financeiras neste momento.
Viviane enfatiza que o pessimismo em relação aos próximos meses é semelhante entre as diversas classes de renda e isso faz com que todos coloquem o pé no freio em relação ao consumo, mantendo apenas os gastos com bens e serviços essenciais para a família.
Em abril, tanto as avaliações sobre o presente quanto as expectativas em relação aos próximos meses se deterioraram. O Índice de Situação Atual, que avalia o momento presente, caiu 10,5 pontos, para 65,6 pontos, o menor nível desde dezembro de 2016, quando ficou em 64,8 pontos. Já o Índice de Expectativas, que mede a confiança no momento futuro, despencou 28,9 pontos para 55,0 pontos, o menor valor da série histórica.
Ainda segundo a pesquisa da FGV, o indicador que mede a intenção de compras de bens duráveis nos próximos meses foi o que mais contribuiu para a queda da confiança ao cair para 21,1 pontos, o menor patamar desde 2005. O indicador que mede o grau de otimismo com relação às finanças da família recuou para 62,8 pontos em abril, o menor nível histórico da série.
Houve perda de confiança para consumidores em todas as classes de renda, principalmente para famílias que vivem com até R$ 2,1 mil por mês.