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Expectativa mais forte está no desempenho do 1° trimestre, que deve mostrar crescimento de 3% ante o último trimestre de 2022
A expectativa de um forte desempenho de setor agropecuário levou o JP Morgan a elevar sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 0,5% para 0,9%, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (20). A análise assinada por Cassiana Fernandez e Vinicius Moreira reconhece que o cenário de enfraquecimento da economia doméstica está se concretizando, mas afirma que o ciclo agrícola deve ser recorde.
“A produção industrial está praticamente estável desde meados de 2021, as vendas no varejo subiram, mas voltaram aos níveis do final de 2021, e o setor de serviços, que cresceu mais do que o esperado no ano passado, também deu sinais de estabilidade desde o final do ano passado”, comenta o texto. Segundo o banco de investimentos, os indicadores de sentimento também voltaram a níveis mais baixos, sugerindo uma desaceleração generalizada.
No entanto, o JP Morgan afirma ter subestimado o desempenho do setor agropecuário, segmento que é responsável por cerca de 8% do PIB brasileiro. As estimativas de crescimento da produção de grãos, destaca o banco, variam entre 10% e 15%.
Como a maior parte da produção agrícola está concentrada na primeira parte do ano, a maior parcela da revisão na trajetória do PIB feita pelo banco ocorre no primeiro trimestre de 2023. “Revisamos nossa estimativa de estabilidade para +3% no trimestre, seguida por uma desaceleração do desempenho do PIB, já que outras partes da economia estão fracas”, estima.
O banco diz que essa revisão do primeiro trimestre explica a mudança na projeção do ano, mas o menor carregamento (“carry-over”) do segundo semestre de 2023 levou a uma revisão para baixo na projeção para 2024, de 1% para 0,8%.
Este choque de oferta positivo da agricultura em 2023 deve ser majoritariamente desinflacionário, diz o banco, apesar do aumento de renda do setor. Nesse sentido, a revisão para cima do crescimento do PIB, deixa o banco mais confortável com sua projeção abaixo do consenso de que a inflação subirá 5,5% este ano – o que pressupõe que os preços dos alimentos aumentem em torno de 2%.