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Novas Formas de Combate ao Roubo de Carga foram debatidas no Sest Senat em Porto Ferreira

por | ago 28, 2019 | Outros

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Chapéu:

Estatísticas sobre roubo de cargas no Brasil, estratégias de combate e prevenção, ações da Polícia e até mesmo consequências psicológicas aos motoristas, estes foram alguns dos temas apresentados durante o “I Encontro com Chico da Boleia: Novas Formas de Combate ao Roubo de Carga”, realizado no último dia 23 de agosto, na unidade do Sest Senat de Porto Ferreira.

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O evento debateu a importância da lei municipal “Roberto Mira”, de autoria de Almir Francisco (Chico da Boleia) e sancionada em março pelo prefeito da própria cidade, Rômulo Rippa, e que trata sobre a cassação do alvará de estabelecimentos flagrados com produtos oriundos de roubo. “Nós, da equipe Chico da Boleia, abraçamos a causa do combate ao roubo de carga e acreditamos que este evento é um passo adiante na luta. Essa lei, batizada com o nome do empresário Roberto Mira, que se dedica há 30 anos ao setor, endossa o poder municipal no combate. Além disso, Porto Ferreira passa a ser exemplo em todo o interior paulista”, disse o jornalista Chico da Boleia, em seu texto de abertura.

A reforma trabalhista de 2017 e a flexibilização do trabalho como ferramenta para impulsionar a economia nacional – incluindo o setor de transporte – também estiveram entre os tópicos de debate, que contou com a participação do juiz federal Marlos Augusto Melek, um dos redatores do texto da lei 13.467/2017. “A Reforma trabalhista trouxe 209 alterações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mas não conhecemos nem 20% delas. Meu trabalho, então, é divulgar vários desses pontos”, falou Melek.

“É preciso ter muita fé, para ser caminhoneiro no Brasil

Diante de um auditório lotado – composto por empresários, trabalhadores e interessados no setor – o debate teve início com o depoimento (gravado em vídeo) do caminhoneiro Francisco* (sobrenome não divulgado). Em 34 anos como caminhoneiro, ele já sofreu vários roubos, sendo o mais traumático em 2011, quando foi rendido e torturado pelos bandidos, sendo ameaçado de morte. Para ele, a profissão exige fé, uma vez que o medo a assaltos é frequente nas rodovias do país. “Cheguei a pensar que nunca mais veria minha família, não veria minha netinha crescer”, contou.

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Dados apresentados pelo coronel Paulo Roberto de Souza (assessor da área de segurança da NTC&Logística, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), e um dos palestrantes, apontam para 22.520 roubos de cargas no Brasil, somente em 2018. O prejuízo, considerando que 18% dos veículos não são localizados, foi de mais de R$ 2 bilhões. Além disso, 69% das ocorrências nacionais concentram-se nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo somam 16%. “O que indica que, se acharmos soluções aqui no Sudeste, elas poderão ser aplicadas em todo o País.”, concluiu o coronel.

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Para Souza, a lei sancionada em Porto Ferreira vem para somar os esforços do setor em reduzir as estatísticas – aliás, segundo ele, já existe uma tendência de redução para 2019, de até 20%. “O Brasil tem leis que punem os ladrões e receptadores, enquanto pessoas físicas, mas falta mais rigor com os estabelecimentos que fazem uso de produtores roubados”, defendeu.

Também foram palestrantes o delegado e coordenador do Procarga (Programa de Prevenção e Combate ao Roubo de Cargas), Waldomiro Pompiani Milanesi, e o empresário e vice-presidente de segurança da NTC&Logística, Roberto Mira, que trabalha no combate ao roubo de carga há mais de trinta anos. “Saímos muito satisfeitos com o conteúdo apresentado aqui. Ainda temos muito trabalho pela frente, mas é fundamental valorizar as ações já realizadas”, destacou Chico da Boleia.

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