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Vander Costa fala de suas expectativas à frente da CNT

por | mar 25, 2019 | Outros

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Por Karen Feldman Cohen

 

Após 26 anos de dedicação e muito trabalho, Clésio Andrade deixa o comando da CNT e abre espaço para uma nova gestão. Vander Francisco Costa foi escolhido pelo Conselho de Representantes da CNT, por 30 votos a zero, como novo presidente. 

Vander começou no transporte aos 15 anos de idade, acompanhando o pai na Empresa de Transportes Minas Goiás. Aos 20 anos, em 1982, ajudou seu pai, junto com seus irmãos, a fundar a então Vic Transportes, hoje Vic Logística, um novo empreendimento que se iniciava em Minas Gerais para o transporte de carga seca e leite fresco para a Nestlé.

Herdou de seu pai a consciência de que o desenvolvimento e o crescimento dos negócios dependem também do fortalecimento das entidades de classes representativas do setor. Um não cresceria sem o outro. Essa filosofia faz parte do alicerce das ações e pensamento do novo presidente da CNT. 

Aos 28 anos, passou a integrar a diretoria do Setcemg, como primeiro-secretário. Desde então, as questões que envolvem o transporte de cargas (TRC) enquanto atividade econômica passaram a fazer parte de sua agenda.

Em 2002, assumiu a presidência do Setcemg, sendo reeleito em 2005 para o mandato até 2008. À frente da entidade, estreitou e investiu no relacionamento do Sindicato com os meios de comunicação de massa de Minas Gerais, facilitando informações e buscando uma imagem mais adequada do transportador rodoviário de cargas junto à comunidade e aos órgãos governamentais. Manteve e aprimorou a relação harmoniosa entre capital e trabalho, com um relacionamento produtivo com as entidades representativas do setor profissional. Buscou integrar os fóruns de participação junto ao governo estadual, levando as reivindicações e expondo as necessidades do transportador rodoviário de cargas. Nacionalmente, sempre esteve presente nas campanhas e lutas empreendidas pelas entidades representativas do TRC, dentre elas, a regulamentação do setor.

Em 2009, foi eleito presidente da Fetcemg e presidiu, de 2012 a 2016, o Conselho Regional do Sest Senat em Minas Gerais, inaugurando cinco novas unidades no estado.

Sua gestão à frente da Fetcemg foi marcada pela profissionalização do setor, com a aprovação da Lei do Descanso e o acompanhamento da reformulação do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC). Trabalhou junto ao governo de Minas Gerais para a criação de um projeto de renovação da frota de caminhões, empreendeu esforços para diminuir os acidentes nas estradas criando o Pacto Rodoviário Mineiro e apoiando a obrigatoriedade do exame toxicológico, dentre outras ações.

“Nunca coloquei como meta ser presidente da CNT. No entanto, sempre participei da NTC e quando surgiam assuntos de âmbito nacional eu me dispunha a ajudar, discutir, a ir para Brasília participar e defender os interesses do transporte de carga”, afirma Vander. “Sempre me identifiquei com a vida sindical, com o lado institucional do setor. Eu conseguia enxergar que a minha ausência na empresa seria recompensada por um benefício que eu poderia trazer melhorando o setor institucionalmente. Mesmo que, em um primeiro momento, quando se está dentro do sindicato, as ações sejam mais singelas. Aprendi a respeitar as entidades de acordo com as suas atribuições”. 

Há cerca de três anos, o ex-presidente da CNT, Clésio Andrade, reuniu um grupo de lideranças para comunicar que deixaria o cargo no final do mandato vigente e que a ideia era mudar o estatuto da CNT para garantir que haveria o rodízio entre os modais na presidência da entidade. “Eu levei essa informação para dentro da NTC e da seção de cargas e começamos a discutir algumas ideias”.

Sempre que era indagado sobre o assunto, Vander dizia que não ia se lançar candidato, mas que se eu fosse escolhido, aceitaria o desafio. “E essa posição eu mantive até o ano passado, quando decidi me candidatar. Como haviam outros candidatos, achamos por bem entrar em acordo e, no final, o meu nome foi escolhido por ser o mais fácil de ter uma unificação e por ter o apoio do presidente Clésio Andrade”.  

Desafios

De acordo com Vander, o primeiro desafio à frente da CNT será argumentar com o ministro Paulo Guedes sobre a intenção de tirar recursos do Sistema S. “Já começamos um trabalho nesse sentido e vamos dar continuidade para mostrar que o SEST SENAT é modelo de gestão transparente, enxuta e voltada exclusivamente para o desenvolvimento dos trabalhadores do transporte. Queremos dialogar, trabalhar junto com o governo. Cortar recursos não traz benefício para ninguém”. E alerta: “se cortarem recursos, teremos duas saídas: ou parar de oferecer algum serviço ou passar a cobrar do trabalhador”. 

E para fortalecer o Sistema S dentro do setor, Vander afirma que é fundamental ter uma comunicação eficiente, que leve a informação até o empresário. “Estamos estudando a melhor forma de atingir o nosso público: o empresário que paga a conta e o funcionário que irá se beneficiar dos serviços”.

O novo presidente da Confederação confirmou que dará impulso às políticas e projetos da CNT já em andamento. “Vamos apoiar a reforma da Previdência e trabalhar para que seja algo justo, que traga efetivamente o equilíbrio econômico. Temos muito embasamento técnico e podemos contribuir com pesquisas e estudos que são fundamentais para a formulação de políticas públicas de transporte”, ressalta. 

Por fim, Vander reitera sua intenção de fazer uma gestão democrática, com a participação de todos os interessados e envolvidos nos temas relevantes ao transporte. “Quero fazer uma gestão próxima às bases, ouvindo os empresários, para identificar as demandas mais latentes”, finaliza.