Com apenas 3% dos acervos digitalizados em museus brasileiros, os historiadores lidam com o desafio de 80% das fontes estarem perdidas ou incompletas
A construção de um acervo histórico é essencial para a valorização da cultura e da identidade de um povo. A partir da preservação de documentos, imagens, objetos e relatos, é possível reconstruir os caminhos trilhados pela sociedade, compreender os processos que moldaram a realidade atual e reconhecer a importância de personagens e instituições que desenvolveram para esse percurso. Além disso, o resgate da memória coletiva reforça os vínculos sociais e educacionais, promovendo o conhecimento e o senso de pertencimento das novas gerações.
No entanto, reunir peças históricas nem sempre é tarefa simples. O tempo, a restrição natural dos materiais e a falta de registros fazem com que muitos desses itens se percam ao longo dos anos. Além disso, o desinteresse das instituições públicas e privadas em manter seus próprios arquivos agrava esse cenário. É preciso compromisso e investimento para buscar, preservar e catalogar itens que, muitas vezes, estão esquecidos em gavetas, porções e acervos pessoais.
A Fundação Memória do Transporte (FuMTran), por sua vez, nasceu com a missão de preservar e divulgar a história do transporte brasileiro, em seus principais modais – aeroviário, aquaviário, ferroviário e rodoviário –, seja de cargas ou de pessoas, além da infraestrutura do transporte e da logística. Com um trabalho contínuo de pesquisa, restauração e digitalização de acervos, uma entidade atua para garantir que a memória dos sistemas de transporte e das pessoas que ajudaram a construí-lo não se perca. “Nosso trabalho é garantir que essa história seja acessível a todos, para que ela não se apague”, afirma Antonio Luiz Leite, presidente da FuMTran.
No acervo da Fundação, é possível encontrar diversos tipos de histórias que remontam momentos importantes para o desenvolvimento do Brasil, como, por exemplo, as obras que narram detalhes do transporte de café e do Porto de Santos para o desenvolvimento de São Paulo. Além disso, os documentários e entrevistas valorizam a memória de eventos, acontecimentos e períodos importantes por meio de depoimentos de fontes, como historiadores e personalidades do setor. Todo esse conteúdo é acessível gratuitamente ao público, promovendo a educação e a valorização do patrimônio cultural.
Como guardiã da memória do setor de transportes, a FuMTran reafirma seu compromisso com a valorização do passado como ferramenta essencial para compreender os desafios do presente e soluções planejadas para o futuro. Ao preservar documentos, imagens e relatos que moldaram a história do transporte no Brasil, a Fundação contribui não apenas para o fortalecimento da identidade nacional, mas também para a formação de uma sociedade mais consciente, informada e conectada às suas raízes.
