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Padronização e Rastreabilidade no Transporte de Combustíveis: A Aplicação de Blockchain e Contratos Inteligentes

O transporte de combustíveis é uma atividade essencial para a economia brasileira, movimentando grandes volumes de produto diariamente através de uma complexa cadeia de suprimentos que envolve distribuidoras, transportadoras, e postos de revenda. No entanto, esse processo enfrenta desafios críticos relacionados à qualidade e à integridade dos combustíveis transportados. A adulteração de combustíveis, que pode ocorrer em diversos pontos dessa cadeia, representa um risco significativo tanto para os consumidores quanto para as empresas envolvidas, resultando em danos aos veículos, prejuízos econômicos, e perda de confiança no mercado.

Este artigo explora a aplicação de blockchain e contratos inteligentes no transporte de combustíveis, focando nos desafios de qualidade e rastreabilidade. Além de identificar as vulnerabilidades atuais, ele propõe uma solução inovadora que utiliza essas tecnologias para proteger todos os envolvidos na cadeia de suprimentos e garantir a integridade do produto.

Em 2023, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) registrou 4.928 autos de infração relacionados a irregularidades no mercado de combustíveis, dos quais 923 foram por não conformidade na qualidade. Esses números evidenciam os significativos problemas enfrentados pelos consumidores e autoridades reguladoras na luta contra a adulteração de combustíveis, que continua a minar a confiança do consumidor e a integridade do mercado.

Além dos postos de revenda, transportadoras e empresas com tanques internos, que dependem da qualidade do combustível para suas operações, também enfrentam dificuldades na garantia da integridade dos combustíveis recebidos. Embora algumas distribuidoras utilizem marcadores para identificar e controlar a qualidade do produto, essa prática isolada não é suficiente para assegurar a rastreabilidade completa e a integridade do combustível.

Ao contrário de produtos sólidos, que mantêm formas e volumes constantes, o combustível sofre alterações volumétricas conforme mudanças de temperatura, complicando o processo de recebimento. Por essa razão, é necessário realizar análises de temperatura e densidade no momento da entrega para garantir que o volume entregue esteja dentro dos padrões esperados. Contudo, essas verificações, por si só, demonstram-se frágeis e insuficientes para assegurar a total integridade do combustível recebido.

Os membros dos núcleos COMJOVEM de Belo Horizonte e Região e do Centro Oeste Mineiro tiveram a oportunidade de realizar benchmarking durante um workshop promovido pela Transportadora Andrade, empresa associada ao SETCEMG e dirigida por um membro da COMJOVEM. O workshop abordou as especificidades do processo de recebimento de combustíveis e os procedimentos para medir densidade e temperatura. Durante o evento, ficou claro que, apesar dessas práticas serem rigorosamente seguidas, o processo de recebimento

ainda apresenta fragilidades, pois não é possível garantir totalmente a integridade do produto apenas com essas verificações. Esse fato sublinha a importância de adotar tecnologias complementares, como o blockchain, para fortalecer o processo e garantir uma rastreabilidade completa e inalterável desde a origem até o destino final.

O blockchain tem o potencial de transformar o setor de transporte de combustíveis, criando um registro imutável de todas as transações, desde a origem até o consumidor final. Com contratos inteligentes, cada etapa do processo de distribuição pode ser automatizada e verificada, reduzindo a possibilidade de adulteração por ação humana ou erros operacionais. Esses contratos garantem que apenas combustível verificado e testado seja entregue, com cada etapa do processo registrada e confirmada por todas as partes envolvidas.

A combinação de marcadores de combustíveis com blockchain e contratos inteligentes pode oferecer um nível de segurança muito maior, assegurando que todas as etapas sejam monitoradas e registradas de maneira inviolável.

Em uma iniciativa recente, a Petrobras, uma das maiores empresas de energia do mundo, implementou blockchain para rastrear e verificar a procedência dos combustíveis em tempo real. Essa aplicação não apenas melhorou a transparência do processo, mas também proporcionou uma economia significativa ao reduzir a necessidade de intermediários e simplificar os procedimentos de auditoria. Além disso, essa tecnologia contribuiu para a sustentabilidade das operações, ajudando a empresa a monitorar e diminuir o impacto ambiental de suas atividades.

Para enfrentar esses desafios, surge a oportunidade de desenvolver um sistema padronizado de rastreamento aplicável a todas as distribuidoras de combustíveis. A solução pode estar dentro da própria NTC & Logística, por meio da colaboração entre a Câmara Técnica de Produtos Perigosos e o Instituto COMJOVEM. Juntos, eles podem liderar a padronização do processo de recebimento de combustíveis no setor de transporte. Combinando a expertise técnica da Câmara na elaboração de normas com a capacidade do Instituto COMJOVEM em desenvolver soluções mercadológicas e inovadoras, essa parceria pode implementar um sistema utilizando blockchain e contratos inteligentes. Isso garantiria a integridade e rastreabilidade dos combustíveis, beneficiando toda a cadeia logística e fortalecendo a segurança e a eficiência no setor.

A implementação de blockchain e contratos inteligentes no transporte de combustíveis tem o potencial de revolucionar o setor, aumentando a confiança tanto dos consumidores quanto das empresas. Além de elevar significativamente a segurança, essa tecnologia proporciona vantagens econômicas ao reduzir custos relacionados a manutenções veiculares e litígios decorrentes de danos causados por combustíveis adulterados. A padronização dessas tecnologias oferece uma solução robusta para os desafios de rastreabilidade, integridade e qualidade, sublinhando a importância de uma abordagem tecnológica para proteger os consumidores e assegurar a sustentabilidade do setor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Blockchain e Contratos Inteligentes : Solução Nova para um Problema Antigo

De um enredo de uma série da HBO como Westworld a uma distopia totalitária como a criada por George Orwell no livro 1984, muito se teoriza sobre a inserção de mais tecnologia no nosso cotidiano. Entretanto, pouco se especula sobre as oportunidades de ganhos que surgem com a introdução de soluções tecnológicas simples em nossa realidade. Uma dessas soluções é o Blockchain associado aos Contratos Inteligentes.

Apesar do nome pomposo, Blockchain é um conceito simples. Consiste em uma gravação digital de informação que é executada ou compartilhada com aqueles que se interessam. Suas características essenciais são: imutabilidade das informações gravadas; descentralização do processo de gravação e distribuição da informação; auditabilidade e capacidade de automatização. Em uma analogia leiga, o Blockchain é uma informação oficial.

É esta capacidade de tornar algo oficial no digital que concedeu ao Blockchain contornos revolucionários. Anteriormente, verificar a veracidade de informações no campo digital era quase impossível. No Blockchain, as auditorias são realizáveis, pois os dados são gravados em cadeia. Cada bloco de informação contém um hash, que é uma série de números e letras calculado a partir do bloco anterior. Desta forma, cada bloco depende de todos os blocos anteriores. Qualquer alteração no conteúdo de um bloco propaga uma reação sequencial. Assim, cada novo dado, para ser introduzido, necessita de consenso entre todos os agentes da operação, oferecendo confiabilidade e segurança na informação oferecida. Novamente em uma comparação menos abstrata, hashes são números de séries de um produto. Um hash individual seria um conjunto de 3 números dentro deste número de série, enquanto o Blockchain seria o diário oficial no qual consegue-se verificar a legenda para cada um destes códigos colocados no número final. O interessante desta tecnologia é que, diferentemente do seu irmão analógico, as informações estão disponíveis imediatamente a todas as partes interessadas.

Durante as reuniões de núcleo, os membros da COMJOVEM Belo Horizonte e Região discutiram a importância de acompanhar o ciclo de vida da carga, principalmente aquelas com alto nível de adulteração. Em 2007, por exemplo, o Ministério Público constatou que mais de 300 mil litros de leite contendo formol, água oxigenada e soda cáustica foram colocados à venda. De um total de 275 denunciados pela fraude do leite, 25 foram condenados e, em sua maioria, transportadores. Em um cenário como este, um transportador terceirizado estaria exposto a riscos legais e comerciais, por involuntariamente estar envolvido em uma cadeia de

suprimentos criminosa.

Com a tecnologia do Blockchain, situações similares seriam evitadas. Os recibos e certificados em papel podem ser facilmente modificados por falsificadores, ao contrário dos registros criptográficos. Outro ponto é a disponibilidade imediata para fins de auditoria a todos integrantes da relação comercial, sejam eles intermediários ou terceiros interessados como órgãos regulatórios. No ambiente do transporte de cargas, essa rastreabilidade como idealizada pelos membros em reunião de núcleo, eleva significativamente o valor percebido pelo cliente produtor de bens de elevado valor, tais como produtores farmacêuticos, com investimento relativamente baixo. Abre-se aqui, a necessidade de uma breve explicação de outro conceito intrínseco ao Blockchain: os Contratos Inteligentes.

Os Contratos Inteligentes são automatizações executadas quando condições predeterminadas são satisfeitas. Estes, por definição, não são necessariamente baseados em Blockchain. A ideia original era digitalizar e automatizar contratos legais, porém com a associação ao Blockchain, tornou-se possível automatizar o processo de validação de condições de forma segura e objetiva. O maior benefício desta abordagem é eliminar a dependência de intermediários para a verificação de trocas financeiras assim como de fluxos de auditoria.

No ambiente logístico, prazos de entrega menores oferecem vantagem competitiva. Diferentes territórios têm políticas regulatórias variadas. A cultura e a sociedade de uma região têm impacto em como as operações logísticas são gerenciadas e executadas. Esta subjetividade se mostra ainda mais presente nas operações internacionais. Cotidiano são os casos de cargas confiscadas por órgãos de fiscalização por incompatibilidade de informações. A incerteza decorrente destes fatores subjetivos gera um risco difícil de avaliar e mitigar para os entes logísticos.

Esses desafios ampliaram-se para empresas modernas que possuem consumidores e fornecedores espalhados pelo mundo. Entretanto, contratos inteligentes associados ao Blockchain, podem reduzir os atrasos envolvidos numa cadeia de abastecimento complexa, através do armazenamento e gerenciamento de informações de forma unificada e simplificada.

Resumidamente, uma realidade mais tecnocêntrica não envolve teorias mirabolantes nas quais androides dominam o mundo. A principal diferença entre bancos de dados convencionais e gerenciamento de dados baseada em Blockchain é que, no último, os dados são imutáveis, distribuídos e descentralizados por natureza. O Blockchain é uma solução nova para um problema antigo: comunicação eficaz e segura. Cabe a nós alterar a perspectiva para vivenciar a tecnologia como ferramenta de enriquecimento das relações humanas e comerciais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALHARBY, Maher; VAN MOORSEL, Aad. Blockchain-based smart contracts: A systematic mapping study. arXiv preprint arXiv:1710.06372, 2017. Disponível em https://doi.org/10.48550/arXiv.1710.06372. Acesso em: 17 jun. 2024.

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https://doi.org/10.3390/electronics12061340. Acesso em: 17 jun. 2024.

Dez anos após a 1ª Operação Leite Compen$ado no RS, 275 suspeitos foram denunciados e R$ 12 milhões foram revertidos em bens para fiscalização. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/seguranca/noticia/2023/05/uma-decada-apos-a-primeira- operacao-leite-compensado-275-suspeitos-foram-denunciados-e-r-12-milhoes-foram-revertidos- em-bens-para-fiscalizacao-clh6gbr20004l016xohqrirc7.html. Acesso em: 27 jun. 2024.

GOMES, Delber. Contratos ex machina: breves notas sobre a introdução da tecnologia (Blockchain e Smart Contracts) (1 de maio de 2018). REVISTA ELECTRÓNICA DE DIREITO – OUTUBRO 2018 – N.º 3 – ISSN 2182-9845. Disponível em: https://ssrn.com/abstract=3352031. Acesso em: 17 jun. 2024.

JAN HENDRIK WITTE, The Blockchain: A Gentle Introduction (2016). Disponível em https://arxiv.org/pdf/1612.06244. Acesso em: 17 jun. 2024.

ORWELL, George. Box George Orwell: 1984, A Revolução dos Bichos, O Leão e o Unicórnio. Editora Bibliomundi, 2023.

WESTWORLD [Seriado]. Criação: Lisa Joy; Jonathan Nolan. Produção: Warner Bros. Television; Bad Robot; Jerry Weintraub Productions; Kilter Films. Estados Unidos: Home Box Office (HBO), 2016. 4 temporadas, son., color.

Blockchain e Contratos Inteligentes: Independente, Criptográfico e Descentralizado.

Introdução

Blockchain e criptomoeda podem ser facilmente compreendidos se dividirmos em duas partes: Bloco e o fluxo de transações. No presente artigo aprenderemos, como um bloco é criado na rede Bitcoin e quais são os componentes de um Bloco.

“O Bitcoin é uma ideia revolucionária, mas a verdadeira inovação está na tecnologia que o impulsiona e que permite criar livros de contabilidade descentralizados e seguros para qualquer finalidade, não só para criptomoedas”. (HOLLINS, 2018, pg. 35)

O que é a blockchain

A blockchain surge de uma forma irônica em 1991 com Stuart Haber e Scott Stornenta, então dois funcionários da XEROX. Dá para imaginar? Trabalhando para uma empresa de fotocópia, eles criaram a tecnologia que não permite copiar nada! A motivação veio após um grande escândalo de fraude, onde, com uma tinta especial foi alterado um paper, um artigo de biologia. Imaginaram blocos de informação atrelados uns aos outros de forma imutável. Em 1992 eles incluíram criptografia nesses registros e até 2008 essa invenção não tinha nome e nenhum caso de uso real.

A tecnologia só ganhou nome após, o lançamento do famoso white paper de Satoshi Nakamoto: “Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System”, onde o uso das palavras block, referindo-se a blocos de informação e chain, para referir a dados em uma cadeia usando funções de hash, Aparecem muitas vezes, tornando natural aos leitores unir as duas palavras e chamar esse sistema de Blockchain.

Funcionamento

Imagine uma blusa ou um tecido, onde, você não consegue puxar ou mover as linhas sem afetar os blocos de linhas seguintes, o blockchain é assim, como uma grande costura digital.

Na tradução literal blockchain é uma cadeia de blocos, ou seja, são blocos de informação atrelados uns aos outros que depois de costurados ou registrados em blockchain, ficam gravados de forma imutável. As informações são inseridas na rede através dos full nodes na famosa mineração. Esses mineradores executam cálculos matemáticos como um quebra cabeça. Quando é encontrada a resposta correta a rede valida a resposta e registra um novo bloco na rede.

Esse mecanismo é chamado de proof of work ou prova de trabalho, como em um grande jogo, onde os full nodes ou mineradores competem entre si, para ver quem vai resolver o cálculo criptográfico primeiro, criar o novo e próximo bloco da rede e receber a recompensa.

De uma forma prática

Cada bloco contém as informações das transações realizadas na rede. Por exemplo, o endereço “Andrade” enviou 10 bitcoins para o endereço “COMJOVEM”, contendo a mensagem “Ativo sob contrato 1x2n9”. Assim como ocorre com o PIX, é possível registrar uma mensagem, permitindo atrelar dados à sua transação na rede Bitcoin.

Para registro das transações no “tempo e espaço”, os blocos usam a tecnologia de Time Stamp, uma espécie de carimbo, com data e hora. Esses dados formam o conteúdo de cada bloco, esses blocos são misturados de forma aleatória e transformados em um hash.

O hash resume e identifica tudo que o bloco contém, depois de todas as informações do bloco serem misturadas ou criptografadas é criado o “HASH01” do “BLOCO01”, ele é inserido junto ao conteúdo do próximo bloco. No “BLOCO02” tudo se repete, tudo será misturado/criptografado e vai criar justamente o “HASH02” do “BLOCO02”, replicando novamente o processo e assim continua essa “costura digital” da Blockchain.

Segurança, gestão e controle

Todos os computadores que participam, eles processam e contribuem com a rede possuindo e mantendo cópias de todos os blocos de informação já processadas na rede, esses “validadores” são os full nodes e também são uma espécie de “mineradores”, a diferença entre eles é apenas o poder computacional. Com maior poder computacional mais rápido você chega à resposta do cálculo e registra o próximo bloco na rede, com menos poder diminui as chances de encontrar o próximo bloco, mas não impede em nada o acesso em tempo real a rede e a conferência da veracidade das informações;

Como todos esses nodes possuem uma cópia fidedigna da rede, contendo todas as transações já processadas, dificulta em um nível extremo qualquer alteração no seu contrato, uma vez que havendo essa alteração por parte de um dos computadores mesmo que ele possua um grande poder computacional. Para exemplificar podemos falar de um computador quântico.

Mesmo que este megacomputador quântico consiga reverter a transação registrada no bloco e alterar seu contrato isso vai mudar o hash daquele bloco e esse novo hash não vai respeitar a ordem de toda cadeia de hash já consolidada, e por não ser uma cópia exata de toda Blockchain que todos os nodes tem salvo em seus computadores, a rede vai recusar, gerando um fork ou bifurcação na rede.

É por isso que a Blockchain é extremamente resistente e inteligente. Não dependendo de um único servidor ou terceiro confiável, os dados são descentralizados com milhares de cópias. Mesmo se houver um inverno nuclear e um computador que possui a cópia da rede existir, a rede e seu contrato sobrevivem.

Contratos inteligentes

Ao automatizar processos, garantir a segurança das transações e proporcionar maior visibilidade em toda a cadeia logística, os contratos inteligentes estão redefinindo a maneira como as empresas gerenciam suas operações.

Contratos inteligentes são programas autoexecutáveis armazenados em uma blockchain, que executam automaticamente as cláusulas de um acordo quando determinadas condições são atendidas. Essa tecnologia elimina a necessidade de intermediários, reduzindo custos e riscos de fraudes.

Componentes base dos contratos inteligentes:

  • Condições: Regras predefinidas que, ao serem cumpridas, acionam a execução do contrato.
  • Ações: Tarefas automatizadas, como liberação de pagamentos, transferência de propriedade ou acionamento de sensores.
  • Blockchain: Base de dados distribuída e imutável que registra todas as transações, garantindo a transparência e a segurança.
  • Linguagens de programação: Solidity, Vyper e Rust são algumas das linguagens mais utilizadas para criar contratos inteligentes.

Os contratos inteligentes encontram diversas aplicações no setor de transporte, incluindo:

  • Contratos de frete: Automatização de pagamentos, monitoramento de condições de transporte (temperatura, umidade) e geração de provas em caso de disputas.
  • Seguros: Pagamento automático de indenizações em caso de sinistros, com base em dados de sensores e localização.
  • Pagamentos: Liberação automática de pagamentos a transportadores, com base em métricas de desempenho e cumprimento de prazos.
  • Documentação: Digitalização e automatização de processos de emissão e validação de documentos, como conhecimento de embarque e certificados de origem.

Benefícios dos Contratos Inteligentes

  • Transparência: Todas as transações são registradas de forma imutável na blockchain, proporcionando maior visibilidade e confiança.
  • Eficiência: Automatização de processos, redução de custos operacionais e eliminação de intermediários.
  • Segurança: Proteção contra fraudes e manipulação de dados, graças à natureza descentralizada da blockchain.

Desafios e Considerações

  • Escalabilidade: A capacidade da blockchain de processar um grande volume de transações é um desafio a ser superado.
  • Regulamentação: A falta de um marco regulatório claro pode criar incertezas quanto à validade jurídica dos contratos inteligentes.
  • Interoperabilidade: A necessidade de criar padrões para permitir a comunicação entre diferentes blockchains.

Os contratos inteligentes representam uma revolução para o setor de transporte, oferecendo um potencial enorme para otimizar processos, reduzir custos e aumentar a confiança. Com a contínua evolução da tecnologia blockchain e a crescente adoção de soluções baseadas em contratos inteligentes, podemos esperar um futuro em que as cadeias de suprimentos sejam mais transparentes, eficientes e resilientes.

Considerações finais

Blockchain é um protocolo como a internet, onde todos podem auditar a rede e verificar a veracidade das informações e registros.

Tudo é feito em tempo real, de forma sincronizada e transparente, o sistema garante que nenhum dado seja perdido e tudo isso aumenta a segurança e a confiança na rede e nos registros nela contido.

Blockchain é como usar um cartório mundial, com infinitas unidades desde único cartório, onde cada cartório tem uma cópia fidedigna de tudo que já foi escrito/registrado na rede, com milhares e milhares de Notários ou Tabeliões com uma cópia de toda rede, certificando, e validando 24 horas e 7 dias por semana as informações.

Os contratos inteligentes representam uma revolução tecnológica com o potencial de transformar o setor de transporte e demais setores da economia. Ao oferecer um sistema de registro seguro, transparente e automatizado, abrindo novas possibilidades para a criação de um mundo mais conectado e eficiente.

Big Data e Análise Preditiva: Revolucionando a Logística e o Transporte de Cargas

No cenário acelerado da logística e transporte de cargas, a capacidade de prever tendências e evitar contratempos é inestimável. Nesse contexto, o Big Data e a análise preditiva emergem como ferramentas transformadoras. Este artigo explora como essas tecnologias estão moldando o setor, abordando suas aplicações práticas e os desafios enfrentados pelas empresas.

A logística de transporte de cargas desempenha um papel vital na economia global, conectando fornecedores, fabricantes e consumidores. A busca por eficiência operacional e a otimização dos processos são imperativos para o sucesso das transportadoras. Nesse contexto, o Big Data e a análise preditiva surgem como aliados estratégicos.

Big Data: A Fundação da Inteligência Logística

O termo “Big Data” refere-se ao vasto volume de informações geradas constantemente no transporte de cargas. Isso inclui dados sobre tráfego, condições climáticas, demanda dos clientes e muito mais. Quando processados adequadamente, esses dados se transformam em insights valiosos, capazes de:

  1. Otimizar Rotas: Empresas podem analisar padrões de tráfego em tempo real, escolhendo as rotas mais rápidas e econômicas.
  2. Gestão de Inventário: A análise preditiva ajuda a prever picos de demanda, otimizando o planejamento de estoque e melhor dimensionamento da mão de obra empregada.
  3. Manutenção Preditiva: Identificar falhas em veículos antes que ocorram minimiza paradas não programadas e prolonga a vida útil da frota.

Análise Preditiva: O Futuro da Tomada de Decisão

A análise preditiva utiliza algoritmos e modelos estatísticos para interpretar dados históricos e atuais, prevendo tendências e comportamentos futuros. No contexto logístico, isso significa:

  1. Antecipar Atrasos: Identificar possíveis gargalos e atrasos na entrega.
  2. Padrões de Demanda: Prever variações sazonais e ajustar a capacidade de transporte.
  3. Entrega Pontual: Garantir que as cargas cheguem no prazo estipulado.

Desafios e Oportunidades

A coleta, processamento e análise de dados envolvem sistemas diversos, muitas vezes desenvolvidos por diferentes fornecedores. Integrar esses sistemas de forma harmoniosa é um desafio técnico. A falta de integração pode resultar em lacunas de informação, redundância de

esforços e ineficiência operacional. Em resumo, o Big Data e a análise preditiva não são apenas tendências passageiras; são recursos essenciais para qualquer empresa que deseje liderar no competitivo mercado de logística e transporte de cargas.

Desafios

O manuseio de dados sensíveis, como informações de clientes, rotas e inventário, requer rigorosas medidas de segurança e conformidade com regulamentações (como a LGPD no Brasil). As violações de privacidade podem resultar em perda de confiança dos clientes e penalidades legais. A análise de dados requer profissionais capacitados em estatística, programação e interpretação de resultados. A escassez desses especialistas é um desafio. Sem profissionais qualificados, as empresas podem subutilizar o potencial do Big Data.

Oportunidades

Tomada de Decisão Baseada em Dados:

O Big Data permite decisões mais embasadas e assertivas, considerando informações detalhadas sobre rotas, perfil dos clientes, demandas, estoque e manutenção. Melhoria na eficiência operacional e redução de custos. Menos atrasos, maior confiabilidade e satisfação dos clientes.

Identificação de padrões suspeitos nos dados para evitar roubos de carga, trazendo maior segurança e minimizando as perdas.

O Big Data e a análise preditiva são pilares da logística moderna. À medida que as empresas enfrentam desafios cada vez mais complexos, essas ferramentas se tornam indispensáveis para aprimorar a eficiência, reduzir custos e garantir a satisfação dos clientes, dando a oportunidade das empresas se perpetuarem no segmento e melhorando seus resultados.

A integração de sistemas, a proteção dos dados e a capacitação de profissionais são obstáculos a serem superados. No entanto, as oportunidades são vastas: rotas otimizadas, entregas pontuais, gestão inteligente de estoque e muito mais.

Conclusão

À medida que navegamos por esses desafios, a logística de transporte de cargas se transforma. A visão de uma frota autônoma, entregas por drones e operações totalmente conectadas está ao nosso alcance. O futuro é promissor para as empresas que abraçam a revolução do Big Data e da análise preditiva.

Nossos esforços precisam ser direcionados para a busca contínua pela excelência logística, tornando o transporte de cargas mais ágil, seguro e sustentável. O caminho está traçado, cabe a nós seguir em direção a uma logística verdadeiramente inteligente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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SIEGEL, E. Predictive Analytics: The Power to Predict Who Will Click, Buy, Lie, or Die. [S.l.]: [s.n.], 2013.

ARTIGO COMJOVEM BH E REGIÃO: FONTES RENOVÁVEIS NO FUTURO DO TRC E UM OLHAR SOBRE NOSSA RETRIBUIÇÃO AO MEIO AMBIENTE

ARTIGO COMJOVEM BH E REGIÃO: FONTES RENOVÁVEIS NO FUTURO DO TRC E UM OLHAR SOBRE NOSSA RETRIBUIÇÃO AO MEIO AMBIENTE

Diversificação das matrizes energéticas para um futuro mais sustentável é uma pauta que está em alta em todos os setores econômicos. Todos os países estão de fato preocupados com o meio ambiente e com o futuro do nosso planeta terra, uma vez que, com a população em constante crescimento, consumo per capita cada vez maior e menores áreas verdes capazes de realizar a troca necessária de gases, em poucos séculos, não teremos mais um ecossistema capaz de trazer condição de vida humana e animal para a Terra.

Muitas soluções energéticas já estão sendo aplicadas nas economias de primeiro mundo, bem como em países emergentes, como por exemplo, veículos híbridos, elétricos, hidrogênio e outras fontes de energia.

Muito se fala da eletrificação pura do transporte, que, ao meu ver, serão apenas aplicadas em veículos urbanos e com baixa autonomia. Polêmicas envolvendo a produção de energia elétrica, principalmente nos países europeus, podem ser o início da restrição da matriz elétrica pura, ou seja, com veículos “plug in”. Evidente que em um país como o Brasil, tal risco é bastante minimizado pela aplicação da energia solar, que cada vez mais ganha mercado e produção em nosso território; primeiramente por ser uma energia limpa e por exigir investimentos cada vez mais compatíveis e com pay back reduzido. A utilização deste modelo também poderá ser aplicada em transporte público metropolitano, por serem rotas pré-definidas, porém definitivamente não poderá ser aplicada com eficiência em transporte de cargas e passageiros, principalmente por questões de engenharia de projeto dos veículos bem como infraestrutura de abastecimento.

Outras soluções também são, hoje, utilizadas em veículos de carga, como por exemplo, o gás natural. Grandes montadoras já oferecem veículos de linha com motores alimentados com gás natural. Entretanto tais soluções exigem estudo detalhado das rotas e logística uma vez que tais veículos, assim como os elétricos possuem baixa autonomia e forma de abastecimento pouco desenvolvida ao longo de nossas rodovias.

Por outro lado, cresce cada vez mais os estudos na matriz do hidrogênio para veículos leves e pesados. Apesar de ser uma tecnologia que requer alto investimento em pesquisa, projeto e infraestrutura de armazenagem e distribuição, já se enxerga uma solução alternativa para a produção do hidrogênio a partir do etanol, o chamado hidrogênio verde. Na verdade, trata-se de um carro elétrico, que é alimentado pela energia gerada por uma célula de combustível, que por sua vez é alimentada pela mistura de água e etanol.

Hoje, pesquisas de desenvolvimento estão sendo fomentadas principalmente em solo Brasileiro, que hoje é responsável pela segunda maior produção de etanol do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A USP (Universidade de São Paulo) desenvolve em parceria com montadoras de veículos, soluções para geração de hidrogênio a partir do etanol, aplicando não somente em veículos de pequeno porte, mas também em ônibus que hoje circulam no campus da universidade.

Vemos que, mais uma vez, o etanol será protagonista de mais uma grande revolução de matriz energética para o transporte e o Brasil está novamente na vanguarda deste projeto, assim como foi nos anos 80, com o pró-ácool, nos anos 2000 com os carros flex, e agora, em 2020, com os veículos movidos a hidrogênio verde. Importante salientar que o sucesso deste projeto passa obrigatoriamente pelo alinhamento estratégico de toda a produção de etanol, que atualmente sofre oscilações de ofertas e preço, por competir diretamente com outro produto derivado da cana, o açúcar. O governo deve promover iniciativas que defendam a produção do etanol e que garantam segurança de fornecimento deste produto.

Com tais cenários garantidos, é possível imaginar a expansão e massificação da tecnologia, incluindo ao uso em veículos de transporte de carga e passageiros. Imaginemos uma solução de transporte a hidrogênio, plug in, que seja capaz de ser alimentada na rede elétrica quando disponível, mas também proporcione autonomia com a geração de hidrogênio a partir do etanol.

Porém, como responsáveis por toda esta “pegada” de carbono deixada ao longo destes mais de 100 anos de transporte, devemos também estar à frente do nosso tempo e não pensar somente na geração de carbono e outros poluentes, mas também assumir nossa responsabilidade ambiental e compromisso com o futuro, ser capaz de implementar mais soluções para gerar crédito de carbono.

Neste sentido, acredito muito nas diversas inciativas de cunho ambiental que não só inibem a geração de poluentes, mas também geram fontes de compensação e sequestro de carbono. Muitos especialistas atualmente defendem que não será suficiente as empresas compensarem a sua pegada de carbono, mas sim, em um futuro muito próximo, as empresas realmente comprometidas com o meio ambiente, não só não geraram carbono e outros poluentes, mas também promoverão através da sua atividade principal e auxiliares a compensação de carbono positiva.

Hoje, em nossa companhia, possuímos diversos projetos que promovem sustentabilidade e também crédito de carbono dos quais, aproveitamento de agua de chuva, com a utilização de reservatórios para armazenagem, usina solar própria com capacidade superior ao uso da empresa, projeto Sementes, que promove a coleta das sementes das árvores do nosso pátio e distribuição de sementes e mudas para a comunidade e o papel verde que promove o uso consciente do papel, promovendo ainda a reutilização de papeis como rascunho e após seu último uso sendo destinado à fragmentação e posterior utilização para o processo de compostagem e produção de adubo orgânico, são alguns exemplos.

Percebemos, portanto, que o uso de fontes renováveis no transporte, não se trata apenas de pensar em meios de diminuir ou zerar a geração de poluentes e carbono, mas sobretudo como podemos fazer para recuperar todo nosso ecossistema, afetado ao longo destes anos pelas nossas atividades e aos poucos permitir que o Planeta Terra, mesmo com sua população em franco crescimento, retorne à sua condição ambiental saudável.

Cabe a nós, gestores do transporte e logística, influenciadores e formadores de opinião, pensar no futuro e compreender que ele já chegou, e que, com soluções muitas vezes extremamente simples, podemos garantir a sobrevivência das nossas gerações futuras.

Antônio Lodi – membro da COMJOVEM BH e Região, diretor do SETCEMG e diretor-financeiro da Transportadora Andrade,

A relevância da COMJOVEM no desenvolvimento e aplicação da Inteligência Artificial noTRC

Ao longo do ano de 2023, tivemos a oportunidade de conhecer algumas ferramentas de inovação tecnológica em eventos promovidos pelo setor do Transporte de Cargas (TRC) como o I Seminário NTC de Inovação Tecnológica no TRC (SP, Jul-23); ”The Logístics Tends Radar” (BH, Jul-23); Sest Senat Summit – Transporte-se para o Futuro; (SP, Ago-23); “Como
usar Inteligência Artificial na sua Transportadora” (BH, Set-23); Comjovem Experience – Inovação e Tendência, (SP, Set-23), onde um termo era reticente: “O Futuro do Transporte”.
Para acompanhar as mudanças, mantendo-se competitivo, faz-se necessário a adaptação dos nossos negócios para o futuro, e para tanto podemos contar com uma ferramenta indispensável e uma forte aliada do TRC, a Inteligência Artificial (IA).
Através desse artigo será possível compreender a relevância de estar inserido em uma comissão representativa do setor de transporte no Brasil, como a COMJOVEM, e como ela pode proporcionar aos seus membros experiências valiosas e extenso repertório sobre o futuro tecnológico no TRC Brasileiro.
Desde que que foi cogitada pela primeira vez ainda no século passado, por Warren McCulloch e Walter Pitts, a IA está em constante evolução. O avanço na capacidade de processamento e armazenamento de dados ao longo dos anos, somado aos algoritmos de Machine Learning (ML), culminou no desenvolvimento dos modernos equipamentos autônomos que conhecemos hoje.
À medida em que avançamos na linha do tempo da IA, ela se demonstra cada vez mais eficiente na automatização de tarefas complexas, capaz de simular o raciocínio humano ao mesmo tempo em que lida com grandes volumes de dados. Atualmente, a IA transcendeu a noção de ser apenas uma visão futurista, tornando-se parte integrante do nosso cotidiano. Alexa, Siri e Chat GPT são exemplos clássicos dessa integração.
No TRC, sua aplicação é capaz de otimizar o tráfego urbano, aprimorar a segurança nas estradas e impulsionar a eficiência das operações de transporte e logística.
Podemos afirmar que os que os investimentos tecnológicos em IA possuem duas vertentes distintas: Investimentos em Processos Operacionais ou em Gestão Estratégica.
A) Investimento em IA nos Processos Operacionais: consiste em aquisição de ativos, equipamentos e softwares que irão atuar diretamente nas operações do TRC, como veículos com tecnologia embarcada, frota autônoma, sensores de telemetria, roteirizadores inteligentes, câmeras de fadiga, sensor de aproximação, detectores de pedestres, monitoramento de tráfego, e que requerem valor considerável em investimento.
B) Investimento em IA nos Processos de Gestão Estratégia: Através da combinação da análise de Big Data, Machine Learn (ML) e Internet das Coisas (LoT), soluções incríveis podem ser desenvolvidas pela IA, desde análise de cenários, tendências de nicho, previsão de demanda até oportunidade de redução de custos que possibilitam a tomada de decisão estratégica na empresa e requerem ou não valor considerável de investimento, mediante complexidade e escalonamento das implementações.
Deividy Ferraz, diretor de Operações de Suply Chain da DHL afirmou durante sua palestra” The Logistic Tends Radar” na visita técnica ao Centro de Manutenção da Azul de Belo Horizonte, que o processo de inovação tecnológico pode ser iniciado por projetos pilotos em áreas onde já existam dados e indicadores mensuráveis, possibilitando inovação a um menor custo de investimento, por se tratar de demandas setoriais e não holísticas.
Corroborando essa visão, Fernando Torquato, Cientista de Dados, afirmou durante o Comjovem Experience – Inovação e Tendência: “Comece pequeno, pense grande”, enquanto explicava a fase de implantação de um projeto de IA. Fernando elencou ainda alguns cuidados que devemos ter durante essa fase como: disseminação da cultura top down; capacitação e treinamento em inteligência analítica; políticas de governança e segurança dos dados, entre outros.
Nesse contexto é que entra uma ferramenta que conhecemos durante o I Seminário NTC de Inovação Tecnológica no TRC, a SARA, uma assistente virtual imbuída de avançadas ferramentas de Inteligência Artificial (IA), capaz de prover análises e insights em tempo real através da interação por processamento de linguagem natural (PLN), afirma Sergio A. Carvalho, diretor de Tecnologia e Inovação do Grupo Toniato. Por meio desse networking, foi possível programar o evento: Happy Hour Comjovem: Como usar IA na sua transportadora, promovido pela COMJOVEM BH e Região com apoio do Setcemg, onde foi possível observar o funcionamento ao vivo da SARA bem como sua interação através de WhatsApp, ferramenta de fácil manuseio, em que motoristas e demais usuários são capazes de operar sem dificuldade, reduzindo assim custos e tempo com treinamentos.
Mas quais são os riscos da automatização dos dados e utilização de IA? Cibersegurança foi um dos temas do Sest Senat Summit – Transporte-se para o Futuro. A segurança cibernética, por diversas vezes é desenvolvida como estratégia de defesa contra vírus e ataques, contudo quadrilhas especializadas podem invadir o sistema intencionados em roubar uma carga com expressivo valor embarcado. Por isso, faz-se necessário investir na proteção digital, no treinamento dos envolvidos e na capacidade de antecipar a ação de um ataque.
Um dos desafios mais complexos da IA para o TRC é a falta de integração entre os dados gerados pelas diversas partes da cadeia de suprimentos. Essa desconexão entre embarcadores, transportadores e demais agentes do transporte e logística é responsável pela maioria dos desvios logísticos. Para resolver esse problema, o Data Lake, banco de dados único, confiável e completo, capaz de centralizar os dados das mais diversas fontes existentes em um local que possam ser acessados pelos stakeholders, torna-se indispensável. A partir daí, podemos trabalhar com o conceito de “Transporte Conectado”, capaz de interligar todas as informações da cadeia de suprimentos, permitindo a que a IA faça análises dos dados e apresente informações valiosas para melhor tomada de decisão.
O processo de maturação para tomada de decisão e sucesso na escolha da IA mais adequada ao nosso modelo de negócios, dentro do universo de tecnologias disponíveis e capacidade de investimento distintas, não precisa ser solitário. Isso pode ser contornado pelas oportunidades de aprendizagem, especializações, wokshops e seminários, compartilhamento de boas práticas no mercado, benchmarking e networking, entre outros recursos proporcionadas pelo Sistema CNT e suas ramificações como Sest Senat, Instituto de Transporte e Logística – ITL, NTC & Logística, Fetcemg, Setcemg e Comjovem.
Nesse sentido, podemos afirmar categoricamente que estar inserido na COMJOVEM, já fez ou ainda irá fazer diferença durante o processo de tomada de decisão no seu negócio inserido no TRC.

Referências:
Inteligência artificial no transporte: saiba as principais tendências. Disponível
em: https://tl.trimble.com/blog/inteligencia-artificial-transporte/. Acesso em 29/09/2023.
Artificial Intelligence and Transportation – How the Future of Transportation Will Change
Disponível em https://chudovo.com/artificial-intelligence-and-transportation-how-the-future-oftransportation
will-change/ Acesso em 29/09/2023
AI in Transportation and Logistics: Making The Industry Intelligent Disponível em
https://requestum.com/blog/ai-in-transportation-and-logistics Acesso em 29/09/2023 Acesso em
29/09/2023
O uso da inteligência artificial na gestão de frotas: como a tecnologia pode ajudar a otimizar o
uso dos veículos e reduzir custos disponível em: https://guberman.com.br/2023/05/19/o-uso-dainteligencia-
artificial-na-gestao-de-frotas-como-a-tecnologia-pode-ajudar-a-otimizar-o-uso-dosveiculos-
e-reduzir-custos/ Acesso em 30/09/2023

Por: Ana Paula de Souza – COMJOVEM Belo Horizonte