Exportação de máquinas e equipamentos caiu em julho

Vendas externas somaram US$ 703 milhões, um recuo de 3,3% em relação ao mesmo mês do ano passado.

São Paulo – As exportações brasileiras de bens de capital mecânicos somaram US$ 703 milhões em julho, um recuo de 20,3% sobre junho e de 3,3% em relação a julho do ano passado, segundo dados divulgados nesta terça-feira (28) pela Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).São Paulo – As exportações brasileiras de bens de capital mecânicos somaram US$ 703 milhões em julho, um recuo de 20,3% sobre junho e de 3,3% em relação a julho do ano passado, segundo dados divulgados nesta terça-feira (28) pela Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

De acordo com a entidade, o recuo sobre junho foi resultado do acumulo das vendas naquele mês, causado pela greve do setor de transporte rodoviário de cargas no final de maio. A ocorrência de queda também em comparação com julho de 2017, porém, indica que pode haver uma “piora no desempenho das exportações na margem”.

De janeiro a junho, as exportações de máquinas e equipamentos totalizaram US$ 5,476 bilhões, um crescimento de 13,9% sobre o mesmo período do ano passado. “Desde o início da crise no País o esforço do setor tem sido em ganhar mercado internacional, o que fez com que a participação das exportações na receita subisse de 21% em 2013 para 46% em 2018”, informou a Abimaq.

A balança comercial desta indústria, no entanto, continua deficitária. As importações de máquinas e equipamentos em julho somaram quase US$ 1,4 bilhão, um aumento de 21% em relação ao mesmo mês de 2017. De janeiro a julho, as compras ultrapassaram os US$ 8,5 bilhões, um avanço de 18% sobre os sete primeiros meses do ano passado.

“O bom desempenho das importações é reflexo das encomendas realizadas entre o final de 2017 e início de 2018, período que sinalizava uma saída mais rápida da crise”, explicou a associação. “O aumento das incertezas no último trimestre, combinado com um real desvalorizado em relação ao dólar, deverá arrefecer este quadro nos próximos meses”, acrescentou.

Em 20 anos, número de exportadoras brasileiras cresceu 60% e totalizou 25,4 mil em 2017

Em 1998, o Brasil tinha 15.807 empresas exportadoras. Passados 20 anos, o número de empresas brasileiras negociando com mercados internacionais saltou para 25,4 mil em 2017, crescimento de 60%.  Analisando por faixa de valor exportado, o maior crescimento foi observado no número de empresas que venderam entre US$ 10 milhões e US$ 50 milhões: eram 611 em 1998 e chegaram a 1.373 em 2017, aumento de 124%.

 

O levantamento é da Rede de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), uma das principais instituições de apoio à internacionalização de empresas no Brasil, coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), presente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Criada em 1998, a Rede CIN foi criada justamente para apoiar a indústria brasileira na inserção ao comércio internacional. Em duas décadas de atuação, a Rede atendeu uma a cada quatro empresas que exportaram nos últimos 20 anos. Uma delas é a empresa de calçados Calce Perfeito, de Brasília.

 

Com a ajuda do programa Rota Global, da Rede CIN, a empresária Vanessa Ribeiro descobriu quais serviços diversas instituições brasileiras oferecem para apoiar exportadores iniciantes, como linhas de crédito especiais para o financiamento às exportações. “Entendi melhor o processo, identifiquei quais podem ser os meus gargalos e também quem pode me ajudar a resolvê-los”, afirma a empresa. Em breve, uma das linhas de calçados da marca vai desembarcar na Austrália, no Chile e nos Estados Unidos.

 

“Nossa meta é que as empresas brasileiras vejam o comércio exterior como uma estratégia de competitividade e sustentabilidade dos negócios. Sabemos que, se não houvesse outros entraves, como barreiras comerciais, burocracia e financiamento adequado, esse número teria crescido ainda mais”, afirma Carlos Abijaodi, diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI.

 

Em duas décadas de atuação, a Rede CIN atendeu mais 113 mil empresas. Nesse período, o Brasil contabilizou 468 mil exportadoras. A importância do tema não se restringe ao caixa das empresas, mas impacta a economia do país. Nos últimos períodos de recessão – 2001 a 2002, 2008 a 2009, 2014 a 2017 – todos os indicadores macroeconômicos do Brasil, como PIB, inflação e desemprego, pioraram. Só o comércio exterior cresceu nesse período. “Sabemos que muitas empresas recorrem às vendas internacionais durante períodos de turbulência no mercado doméstico, o que ajuda a explicar esse desempenho. No entanto, vemos a internacionalização crescer na estratégia das empresas”, continua Abijaodi.

 

A preparação para atuar lá fora de maneira sustentada é fundamental. Por isso, em 2017, a Rede CIN conseguiu recursos da União Europeia, por meio do programa AL-Invest, para desenvolver um novo modelo de atendimento às empresas que buscam se internacionalizar, o Rota Global. Na execução piloto do programa, 560 empresas industriais, agrícolas e de serviço passaram por um diagnóstico gratuito que avaliou a maturidade da empresa para atuar lá fora. Destas, 406 receberam planos de negócios customizados às suas necessidades para dar os passos necessários rumo ao comércio exterior. A maioria dos participantes são micros e pequenos negócios, como a Calce Perfeito. “Nós identificamos melhor as oportunidades e também o que precisávamos fazer para concretizar a exportação.

 

O programa nos ajudou muito”, afirma Vanessa Ribeiro, dona da empresa. Em breve, a metodologia do atendimento estará disponível em todos os estados do país. Recentemente, a CNI transferiu o modelo para o Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) para ser usado no Plano Nacional de Cultura Exportadora. “Acreditamos que isso ajudará muito a organizar a estrutura de serviços oferecidos por diferentes instituições para apoiar a internacionalização”, conclui o diretor da CNI.

 

Em 1998, o Brasil tinha 15.807 empresas exportadoras.

 

CURIOSIDADES DO BRASIL NO COMÉRCIO EXTERIOR NOS ÚLTIMOS 20 ANOS

☇ O país rompeu a marcar dos US$ 100 bilhões exportados em um ano pela primeira vez em 2005, ultrapassando US$ 200 bilhões em 2010.

☇ Entre todos os fatores macroeconômicos, apenas o comércio exterior cresceu em períodos de recessão recentes no Brasil.

☇ A China substituiu os Estados Unidos como principal destino dos produtos brasileiros.

☇ O Brasil conquistou 50 novos mercados em duas décadas.

☇ O país passou a exportar o que antes comprava de fora, como o trigo. Em 2017, exportou US$ 13,7 bilhões.

BNDES pede discussão racional sobre financiamento a exportações

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Dyogo Oliveira, disse nesta quarta (15) que o banco discute com o TCU (Tribunal de Contas da União) um manual de procedimentos para financiamento às exportações de serviços, operações que passaram a ser questionadas após calotes dos governos da Venezuela e de Moçambique.

Em discurso no Encontro Nacional de Comércio Exterior, Oliveira defendeu uma discussão racional sobre o tema, que é alvo também na campanha eleitoral. “A população precisa ter clareza sobre o que é isso [exportação de serviços] e como funciona”, afirmou Oliveira, ressaltando que os contratos incluem a venda de equipamentos para outros países.

Os contratos de exportação de serviços do BNDES começaram a ser questionados após a Operação Lava Jato, já que envolviam empresas investigadas pelo Ministério Público. Ganhou o debate político com críticas sobre o foco em países aliados dos governos petistas, com destaque para os US$ 682 milhões emprestados para a construção do Porto de Mariel, em Cuba.

O TCU está investigando os contratos – auditoria do tribunal indicou que foram concedidos descontos maiores do que os permitidos nos juros de contratos com Cuba e com a Venezuela. Oliveira ressaltou, porém, que até agora, não há acusações de corrupção a empregados do BNDES.

Nas discussões com o TCU, disse ele, a ideia é estabelecer regras que reduzam os riscos para o banco e para o país, dá garantia aos empréstimos por meio do Fundo Garantidor de Exportações (FGE), acionado nos casos de calote da Venezuela e de Moçambique.

“Momentaneamente [o seguro do FGE] está tendo algum sinistro. Mas precisamos colocar em perspectiva”, comentou ele, frisando que o BNDES ainda financia apenas 3% das exportações de serviços brasileiras, enquanto na China o banco local de fomento chega a 19% e na Coreia, a 48%. “Não podemos deixar de ter esse instrumento”, afirmou ele.

Oliveira adiantou que o BNDES prepara uma audiência pública, em conjunto com o TCU, para debater as normas de transparência das operações de financiamento do banco. O objetivo é discutir com a sociedade a ampliação da quantidade de informações sobre os contratos do banco.

Superávit da balança comercial atinge US$ 34,077 bilhões até a segunda semana de agosto

A balança comercial brasileira registrou exportações de US$ 3,444 bilhões e importações de US$ 3,721 bilhões na segunda semana de agosto, resultando num déficit de US$ 277 milhões. No mês, as exportações somam US$ 5,814 bilhões e as importações, US$ 5,773 bilhões, com saldo positivo de US$ 41 milhões. No ano, as exportações totalizam US$ 142,274 bilhões e as importações, US$ 108,197 bilhões, com saldo positivo de US$ 34,077 bilhões.

 

Nas exportações, comparadas as médias até a segunda semana de agosto de 2018 (US$ 726,7 milhões) com a de agosto de 2017 (US$ 846,6 milhões), houve retração de 14,2%. Caíram as vendas de semimanufaturados (-30,3%), por conta de semimanufaturados de ferro e aço, açúcar em bruto e ferro-ligas; de manufaturados (-18,6%), devido a redução da exportação de aviões, automóveis de passageiros e açúcar refinado; e de produtos básicos (-2,9%), explicado pela redução das vendas externas de milho em grãos, carnes de frango, bovina e suína e café em grãos. Nas importações, a média diária até a segunda semana de agosto de 2018 (US$ 721,7 milhões) ficou 19,6% acima da média de agosto de 2017 (US$ 603,4 milhões).

 

Nesse comparativo, cresceram os gastos, principalmente, com químicos orgânicos e inorgânicos (32,8%), combustíveis e lubrificantes (32,3%), veículos automóveis e partes (25,2%), equipamentos mecânicos (17,2%) e equipamentos eletroeletrônicos (13,6%). A média das exportações da segunda semana de agosto chegou a US$ 688,8 milhões, 12,8% abaixo da média primeira semana (US$ 789,9 milhões), em razão da queda nas exportações de semimanufaturados (-35,2%), por conta de celulose, açúcar em bruto e ouro em formas semimanufaturadas. T

 

ambém caíram, nesse comparativo, as vendas externas de produtos básicos (-11,0%), principalmente de petróleo em bruto, carnes bovina e de frango e café em grãos, e de manufaturados (-8,4%), em razão de etanol, motores para automóveis e tubos flexíveis de ferro e aço. Já as importações registraram aumento de 8,8% da primeira para segunda semana de agosto. Houve aumento nos gastos com combustíveis e lubrificantes, farmacêuticos, equipamentos elétricos e eletrônicos.

CNI lança Coalizão Empresarial para Facilitação de Comércio contra barreiras às exportações

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou nesta desta segunda-feira (6), em São Paulo, a Coalizão Empresarial para Facilitação de Comércio e Barreiras (CFB). Num cenário em que o Brasil enfrnta uma série de entraves para ampliar o seu comércio exterior, a Coalizão atacará, entre outros gargalos, barreiras que prejudicam as exportações brasileiras. Levantamento atualizado da CNI, em parceria com associações e federações da indústria, identificou 20 barreiras comerciais no exterior contra produtos brasileiros. Desse total de barreiras, 17 são de membros do G20 – grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. Essas barreiras foram inseridas no Sistema Eletrônico de Monitoramento de Barreiras (SEM Barreiras) do governo federal.

 

A CNI tem atualizado esse levantamento e, com o lançamento da coalizão, a tendência é que o número de barreiras identificadas seja ampliado ao longo do tempo. Esse movimento contribuirá para a definição de estratégias para lidar com esse problema. A Coalizão Empresarial para Facilitação de Comércio e Barreiras será presidida por Fernando Valente Pimentel, atual presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), e terá sua agenda de trabalho organizada pela área internacional da CNI, por meio de sua Gerência de Política Comercial.

 

A coalizão reúne cerca de 80 representantes do setor industrial com o objetivo de promover melhorias na política comercial brasileira. O diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, afirmou que o Brasil vive com novos e velhos desafios. Dentro do Brasil, afirmou, há a burocracia alfandegária e aduaneira, que figura entre os principais entraves às exportações brasileiras. Do lado de fora, barreiras que prejudicam as exportações brasileiras. “Se olharmos além das nossas fronteiras, as barreiras comerciais e aos investimentos aumentam consideravelmente e tornam-se, a cada dia, mais sofisticadas e de difícil identificação”, afirmou o diretor. Segundo Abijaodi, a intenção, com a coalizão, é reunir um número maior de representantes da indústria com o objetivo de promover melhorias na política comercial brasileira.

 

“A Coalizão para facilitação de Comércio e Barreiras Comerciais surge com o objetivo de construir uma agenda propostiva de temas prioritários e de identificar oportunidades de melhoria de políticas públicas”, disse. “O foco da coalizão será trabalhar não apenas desafios conhecidos, na agenda de facilitação, mas também atuar de forma proativa para derrubar barreiras que impedem o nosso acesso a mercados no exterior”, disse Fernando Pimentel.

 

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge de Lima, ressaltou a importância da reunião de forças do empresariado brasileiro e do governo com o objetivo de facilitar o comércio e superar barreiras às exportações. “Hoje, com o lançamento oficial da Coalizão Empresarial para Facilitação de Comércio e Barreiras, passamos a ter mais um foro para que associações setoriais, federações de indústrias e sindicatos de empresas, independentemente do setor ao qual pertencem, possam construir recomendações que estimulem e promovam avanços na política comercial do Brasil”, disse o ministro.

 

Segundo os dados do Sistema SEM Barreiras, esses entraves, identificados em mercados externos, atingem alguns dos principais produtos da pauta de exportações do Brasil, como açúcar, carnes, produtos elétricos e eletrônicos e sucos de laranja. Por exemplo, para entrar no Japão, o suco de laranja brasileiro paga um imposto de importação mais elevado, de 25,5% por sua composição natural conter mais de 10% de sucrose. Para sucos de outros países de menor qualidade, o imposto é de 21,3%.

 

O México, por sua vez, impõe normas para produtos elétricos e eletrônicos que não são baseadas em regras de referência internacional. Segundo cálculo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), quando se consideram apenas dois tipos de barreiras (as técnicas e as de medidas sanitárias e fitossanitárias), o Brasil perde anualmente cerca de 14% de exportações. Isso significa uma perda perto de US$ 30,5 bilhões somente em 2017.

 

Relatório da Organização Mundial do Comércio (OMC) também mostra que, entre novembro de 2017 e maio de 2018, o número de medidas que restringem o comércio dobrou no G-20. Além das barreiras (que significam gargalos que dificultam ou impedem acesso a mercados no exterior), a coalizão trabalhará para atacar problemas internos. Um dos objetivos é reduzir tempos e custos dos processos de exportação e importação e, com isso, promover a agenda de facilitação do comércio exterior do país. Estudo da CNI mostra, por exemplo, que, em média, os atrasos decorrentes da burocracia aduaneira aumentam em cerca de 13% os custos de exportação e em 14% os de importação no Brasil.

 

Entre as propostas do setor privado brasileiro está a implementação completa do Programa Portal Único de Comércio Exterior, principal iniciativa do governo federal para a desburocratização e modernização da área. Esse programa pode ampliar a corrente de comércio do Brasil com o mundo dos atuais US$ 180 bilhões para US$ 250 bilhões em 2030. Outra prioridade é o fortalecimento do programa Operador Econômico Autorizado (OEA ). Em média, enquanto a importação de uma empresa OEA levou apenas 3,8 horas para ser desembaraçada na aduana ao longo de 2017, aquela de uma empresa “não OEA” levou 36,2 horas. Por meio do programa OEA, agentes da cadeia logística de comércio exterior (como importadores, exportadores, transportadores e agentes de carga) têm prioridade na liberação de suas operações, a partir do cumprimento prévio de uma série de requisitos.

 

Durante o lançamento da Coalizão, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), a Global Alliance for Trade Facilitation e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) também assinaram um memorando de entendimento (MoU) na área de facilitação de comércio. O documento prevê que a Global Alliance For Trade Facilitation forneça ao INMETRO e ao MDIC cooperação, treinamento e assistência técnica para modernizar e simplificar os procedimentos de licenciamento. Além disso, o memorando envolve o compartilhamento de consultoria técnica, conhecimento especializado e práticas relacionadas a projetos de facilitação de comércio.