As vendas para montadoras garantiram elevação de 11,4% no faturamento das empresas nos dez meses de 2025, mas o mercado de reposição teve redução de 0,3%, segundo o Sindipeças
A indústria de autopeças apresentou resultado positivo no acumulado de janeiro a outubro de 2025, com crescimento de 8,6% no faturamento nominal e de 5,4% em termos reais, conforme mostra o relatório da pesquisa conjuntural e da reposição realizada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
As vendas para montadoras avançaram 11,4% até outubro deste ano (em termos reais, o crescimento foi de 8,1%), as exportações cresceram 8,6% (em real, a alta foi de 5,5%), e as vendas intrassetoriais aumentaram 7,1% (em real, o aumento foi de 4,0%).
Para o mercado de reposição, as vendas reduziram 0,3% de janeiro a outubro deste ano (em real, a retração foi de 3,2%), influenciado sobretudo pelo segmento de veículos leves, que teve recuo de 0,6% no faturamento nominal (em real, a queda foi de 3,5%), segundo o Sindipeças. Na linha pesada, o desempenho ainda é levemente positivo, com alta de 0,8% e redução de 2,1% em termos reais.
Desempenho mensal
O mês de outubro foi marcado por resultados mais fracos que setembro, com redução de 4,4% no faturamento nominal e real. Em relação a outubro de 2024, a queda foi de 6,2% (em real, a redução foi de 8,5%).
As empresas registraram redução no faturamento em todos os canais de distribuição, em outubro em relação a setembro. Para as montadoras, as vendas caíram 4,19%; para o mercado de reposição, 3,2% e exportação, 4,61% em reais. Intrassetoriais, a queda nas vendas foi de 10,91%.
O Sindipeças destaca que é preciso considerar os efeitos da devastação sofrida pela unidade da Toyota em Porto Feliz (SP) após forte tempestade na região, que destruiu mais de 90% da sua estrutura e paralisou a produção da montadora no Brasil durante dois meses. “Além disso, esse movimento reitera a desaceleração da indústria automotiva no decorrer do segundo semestre, o que deve levar o faturamento das autopeças a fechar 2025 com crescimento ao redor de 6% a 7%”, projeta o sindicato e acrescenta que, segundo dados da Anfavea, até novembro, a produção de autoveículos acumulou alta de 4,1%, enquanto os emplacamentos contaram com pequeno aumento de 1,4%.
Capacidade e emprego
A diminuição do ritmo da indústria de autopeças refletiu também nos indicadores de capacidade e emprego. Segundo o Sindipeças, a utilização da capacidade produtiva reduziu nos últimos meses, passando de 75% em agosto para 72% em outubro (com o impacto causado na fábrica da Toyota).
O mercado de trabalho perdeu fôlego no comparativo mensal, com redução de 0,85% em relação a setembro deste ano e de 0,2% em relação a outubro do ano passado. No acumulado de janeiro a outubro deste ano, apresentou aumento de 4,60% em relação a igual período de 2024.
“Em consonância com os resultados apresentados, a Sondagem Mensal da Indústria de Autopeças prospectou, em outubro, certa piora nas perspectivas para 2025 em comparação às projeções realizadas no início do ano”, destaca o Sindipeças. “Em termos de volume de vendas, ainda que a maioria das empresas (58,8%) estivesse prevendo crescimento, essa parcela era substancialmente maior em janeiro (86,4%). Do mesmo modo, o aumento da rentabilidade era previsto por 54,6% dos respondentes em janeiro e passou para 30,9% em outubro.”


