A ação da Sefaz-BA flagrou circulação de mercadorias sem nota fiscal e divergências em documentos no oeste baiano
A Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-Ba) realizou uma operação fiscal em setembro deste ano, no Oeste baiano, que detectou a circulação irregular de mercadorias sem nota fiscal, ausência de pagamento do ICMS na saída interestadual de produtos e mercadorias com descritivo da nota fiscal diferente do produto transportado e outras irregularidades. Conhecida como operação Safra Oeste 2025, identificou ao todo 216 ações irregulares.
Essa região concentra a maior produção de grãos do estado, uma das maiores do país, com a estimativa de colher 12,74 milhões de toneladas de grãos e fibras este ano. Os principais produtos agrícolas são a soja, o algodão e o milho.
A operação foi realizada a partir do monitoramento em pontos estratégicos, incluindo abordagens a caminhões de transporte de cargas e conferências de documentos fiscais.
Segundo estimativas da Secretaria da Agricultura do Estado (Seagri), a região vai alcançar, em 2025, 8,71 milhões de toneladas, 2,02 milhões de toneladas e 1,4 milhão de toneladas, respectivamente. Outros produtos monitorados pela Operação Safra Oeste incluem café, feijão, trigo, farinha de trigo, goma de tapioca, açúcar, sementes de capim, gado, madeira serrada e etanol.
O monitoramento foi realizado em alguns pontos estratégicos nos municípios de Barreiras, Muquém do São Francisco e Correntina. As abordagens continuarão a acontecer em outros locais, segundo a programação de fiscalização para toda a região Oeste. Um monitoramento online foi implementado pela Barreira Fiscal Digital, para tornar mais eficaz a identificação de inconsistências nas informações prestadas pelos transportadores.
Encontro promovido pela NTC&Logística discutiu legislação, regulamentação, cadeia de suprimentos e tendências do transporte de produtos farmacêuticos no Brasil
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) promoveu, no dia 7 de outubro de 2025, na subsede da entidade, em São Paulo, o 1º Encontro NTC Farma. O evento reuniu empresários do Transporte Rodoviário de Cargas, lideranças do setor farmacêutico, operadores logísticos, distribuidores e representantes de entidades setoriais para debater os principais temas, desafios e perspectivas do segmento.
Na abertura, Antonio Luiz Leite, vice-presidente da NTC&Logística, representando o presidente Eduardo Rebuzzi, destacou a importância estratégica do Encontro e valorizou o papel das empresas que atuam no transporte de produtos farmacêuticos. “O trabalho desenvolvido pelas transportadoras que atuam nesse segmento é de extrema relevância para o país. Reunir representantes de diferentes elos da cadeia de transporte farmacêutico para discutir o futuro, compartilhar experiências e tratar de questões centrais dessa atividade é fundamental. A NTC&Logística entende a importância dessas discussões e trabalha para fortalecer cada vez mais esse diálogo”, afirmou.
Em seguida, Gylson Ribeiro, vice-presidente extraordinário para o Transporte de Produtos Farmacêuticos da NTC&Logística, reforçou o papel articulador da entidade e destacou os apoios recebidos para a realização do Encontro. “Este evento só foi possível graças à participação ativa de todos os presentes, aos incentivadores, patrocinadores e entidades que apoiaram a iniciativa. Agradeço também à presidência da NTC&Logística por contribuir para que esse projeto se tornasse realidade. Ter, aqui, líderes empresariais, representantes de entidades, empresas do setor farmacêutico e de transporte discutindo temas estratégicos é uma oportunidade valiosa para construirmos soluções conjuntas e fortalecermos esse segmento”, ressaltou.
A programação contou com a palestra de Kleber Fernandes, diretor da Gestão Técnica Brasil & Colômbia da AGV, que abordou a trilha da legislação da logística farmacêutica no Brasil, registrando evoluções recentes, atualizações regulatórias e tendências de inovação para o transporte de cargas farmacêuticas.
No primeiro painel, que teve como tema “Atores da cadeia de suprimentos de produtos farmacêuticos: visão do cenário atual”, os debatedores analisaram os principais desafios enfrentados pelos diferentes elos da cadeia logística e regulatória, ressaltando a importância da integração entre indústria, distribuidores e operadores logísticos para garantir eficiência, qualidade e segurança nas operações.
Participaram Rosana Mastellaro, do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (SINDUSFARMA); Luciana Shimizu Takara, da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (INTERFARMA); Oscar Yazbek Filho, da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Farmacêuticos (ABAFARMA), e Marcelo Polacow, do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP). A moderação foi conduzida por Kleber Fernandes, diretor de Gestão Técnica Brasil & Colômbia da AGV.
Na sequência, foi apresentada a plataforma SIT, um sistema de informação técnica voltado exclusivamente ao Transporte Rodoviário de Cargas, desenvolvido em parceria com a NTC&Logística. A ferramenta reúne conteúdos especializados sobre gestão, operação, manutenção, legislação, logística, segurança e tecnologia, centrados em apoiar transportadores, embarcadores e fornecedores em decisões mais seguras e estratégicas.
Já no segundo painel, foram debatidas as perspectivas de futuro para o setor, com foco nos impactos regulatórios previstos para os próximos anos, na evolução das exigências sanitárias e logísticas, e no papel da tecnologia e da colaboração entre os agentes da cadeia para o desenvolvimento sustentável do segmento.
Participaram Liliane Saadi, do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (SINDUSFARMA); Marcella Cunha, da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL); Erika Diago Rufino, da Johnson & Johnson Innovative Medicine, e Professor Lauro Moretto, da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil. A moderação também ficou a cargo de Kleber Fernandes.
O 1º Encontro NTC Farma foi uma realização da NTC&Logística, com o patrocínio da AGV; Ativa Logística e Trans Model; Grupo Polar; RV Imola e apoio institucional do CRF-SP – Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.
A edição especial reúne a presidência da NTC&Logística, a Coordenação Nacional da COMJOVEM, representantes dos Núcleos – Destaques de 2025 e profissionais da saúde para debater a mobilização nacional pela doação de sangue
Hoje, 8 de outubro, às 14 horas, no canal da NTC&Logística no YouTube, acontece mais uma edição do Bate-Papo NTC, que será dedicada à Campanha COMJOVEM Salva Vidas 2025, iniciativa que mobiliza o setor do Transporte Rodoviário de Cargas em prol da doação de sangue em todo o país.
A transmissão conta com a participação do presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi; do coordenador nacional da COMJOVEM, André de Simone; dos vice-coordenadores Hudson Rabelo e Jéssica Caballero Lopes, e da assessora nacional da COMJOVEM, Isabela Costa. Também participa Ana Paula Avelar, coordenadora de captação do Hemominas de Sete Lagoas, trazendo a perspectiva da área da saúde sobre a importância da doação de sangue.
Os Núcleos COMJOVEM – Destaques de 2025 também participam: Centro-Oeste Mineiro, com Eider Castro, coordenador do Núcleo; Michelle de Oliveira Fernandes e Janaína Moreira, vice-coordenadoras do Núcleo; Chapecó, com Ana Paula Pellizza, coordenadora do Núcleo, e Sul de Santa Catarina, com Thais Brelinger Lima, vice-coordenadora do Núcleo.
Mudanças garantem maior segurança jurídica e competitividade para o transporte; texto retorna para a Câmara dos Deputados
O Senado Federal aprovou, no último dia 30 de setembro, o Projeto de Lei Complementar nº 108/2024, que corresponde à segunda etapa da regulamentação da reforma tributária sobre o consumo. Para a CNT (Confederação Nacional do Transporte), o texto representa um avanço importante no processo de implementação da Emenda Constitucional nº 132/2024. A proposta foi aprovada por ampla maioria (51 votos a 10) e agora retorna à Câmara dos Deputados para nova análise.
O relator, senador Eduardo Braga (MDB-AM), acolheu mais de 60 das mais de 200 emendas apresentadas em plenário, incorporando alguns ajustes propostos pela CNT e considerados relevantes para o setor transportador. Contudo, alguns temas sensíveis para o setor não foram contemplados no texto aprovado.
A CNT avalia que a aprovação incorporou pontos relevantes defendidos pela entidade no processo de discussão da matéria. Entre eles está a definição de que o DTE (Domicílio Tributário Eletrônico) será unificado no âmbito do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e obrigatório para todas as pessoas jurídicas inscritas no CNPJ – medida que amplia a eficiência e a segurança na comunicação entre fisco e contribuintes.
Outro avanço importante foi o afastamento da aplicação de penalidades em casos de falhas ou erros meramente materiais na entrega de documentos, o que evita punições desproporcionais e dá maior tranquilidade às empresas.
Também houve a unificação das penalidades, com a retirada das multas fixadas com base no valor da operação. A partir de agora, essas sanções terão como referência a aplicação da alíquota de referência sobre o valor da operação, o que traz mais proporcionalidade ao sistema e reduz riscos de encargos excessivos.
Para a CNT, essas mudanças representam conquistas importantes na busca por um ambiente de negócios mais equilibrado, justo e previsível, que assegure competitividade às empresas de transporte e contribua para o desenvolvimento econômico do país.
“A CNT defende que o texto final preserve o equilíbrio do sistema e evite penalidades excessivas, assegurando um ambiente de negócios estável, competitivo e compatível com o papel estratégico das empresas de transporte no desenvolvimento econômico e social do Brasil”, afirmou o diretor de Relações Institucionais da CNT, Valter Souza.
Mesmo com avanços importantes, alguns pontos, em especial os que afetam diretamente o setor aquaviário, não foram incorporados pelo relator e precisarão ser revisitados pelo Congresso Nacional.
A matéria, agora, deverá ser apreciada novamente pela Câmara dos Deputados, que poderá apenas aceitar ou rejeitar as alterações promovidas pelos senadores, sem a inclusão de novos trechos de mérito. Após essa deliberação, o texto seguirá para sanção presidencial.
Análise considerou um acordo com os 1.908 produtos brasileiros que podem ser incluídos na lista de exceção do governo norte-americano, escapando assim do tarifaço, que elevou as alíquotas para cerca de 50%
Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado na última segunda-feira (6), aponta que o Brasil tem a chance de conseguir isenção de tarifas para US$ 7,8 bilhões em exportações destinadas aos Estados Unidos. A expectativa é resultado do otimismo após um telefonema de 30 minutos entre Lula e Donald Trump, que também manifestou a possibilidade de revisões nas redes sociais. A CNI identificou 1.908 produtos brasileiros que poderiam ser incluídos em uma lista de exceção, escapando assim do tarifaço, que elevou as alíquotas para cerca de 50%. A expectativa é que as taxas retornem ao patamar de 10% ou pouco mais.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou o efeito da pressão de empresários de ambos os países para o restabelecimento das taxas anteriores. As exportações brasileiras para os EUA registraram uma queda de 20% no último mês, evidenciando o impacto da sobretaxa. A normalização das relações comerciais é vista como crucial, dado o histórico de 200 anos de parceria.
“Para a indústria, é muito relevante esse avanço das tratativas. Desde o início, nós defendemos o diálogo, pautado pelo respeito e pela significância dessa parceria bicentenária. Vamos acompanhar e contribuir com o que for possível”, afirmou Alban.
Serviços contemplarão a LMG-722 e a AMG-1715, em Lagamar e Patos de Minas, respectivamente
Foram iniciadas as obras de construção de duas Obras de Arte Especiais (OAE), nas rodovias LMG-722, em Lagamar (MG), e AMG-1517, em Patos de Minas (MG). As pontes vão garantir mais segurança, mais mobilidade, além de possibilitar o desenvolvimento socioeconômico dessas regiões.
Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), os trabalhos serão realizados no Alto Paranaíba (LMG-722) e na Zona da Mata (AMG-1715), que atualmente enfrentam limitações no tráfego de veículos, especialmente o transporte de cargas.
Ainda de acordo com o DER-MG, a obra da ponte sobre o Rio Paranaíba, que vai interligar a comunidade da Rocinha e o distrito de Pilar, pertencentes a Patos de Minas, e o município de Lagamar, na LMG-722, terá uma estrutura de 96 metros de extensão por 10,6 metros de largura, com valor contratado de R$ 14,6 milhões e prazo de execução previsto em 360 dias.
Trecho com restrição
Segundo a autarquia, a atual ponte com estrutura metálica e madeira, limita a passagem de veículos acima de 12 toneladas, dificultando o escoamento da produção local, sobretudo em períodos chuvosos.
A nova estrutura de concreto ampliará a capacidade de tráfego, possibilitando a circulação segura de veículos pesados, além de promover maior integração entre municípios, contribuir para a redução de custos logísticos e fortalecer a economia regional. A nova travessia será construída ao lado, o que não irá comprometer a circulação durante as obras.
A região do Alto Paranaíba destaca-se pela significativa atividade agropecuária e pela intensa circulação de mercadorias e pessoas. Além disso, o trecho onde será construída a nova ponte conta com a presença de importantes mineradoras.
Ponte sobre o Rio Casca
Na Zona da Mata, a construção da ponte sobre o Rio Casca, na AMG-1715, trecho entre o entroncamento da MG-329 e Santo Antônio do Grama, também já foi autorizada. A obra terá 80 metros de extensão por 10 metros de largura, com custo de aproximadamente R$ 6 milhões e prazo de 360 dias. A nova travessia será erguida ao lado da antiga.
A atual ponte, com uma única faixa de tráfego, impõe restrições de carga e obriga os veículos a utilizarem uma variante alternativa. A nova estrutura facilitará o acesso à capital Belo Horizonte pela região, assegurando maior segurança e fluidez no trânsito.
Com mais de 1,3 milhão de caminhões, São Paulo abriga a maior frota de transporte de carga do Brasil, superando o total de veículos pesados de países europeus inteiros
Nas estradas que cruzam o coração econômico do país, um exército de aço e borracha mantém o Brasil em movimento. Com mais de 1,3 milhão de caminhões registrados, o estado de São Paulo concentra a maior frota de transporte rodoviário de carga do Brasil – um número que supera sozinho o total de veículos pesados de países inteiros, como Portugal, Noruega e Suécia somados.
Esses caminhões formam a espinha dorsal da economia nacional, responsáveis por escoar cerca de 65% de toda a produção brasileira. A dimensão dessa frota reflete o papel estratégico de São Paulo como centro logístico da América do Sul e explica por que o estado é considerado o “motor do transporte nacional”.
Maior frota de caminhões do Brasil impulsiona 30% do PIB nacional
Segundo dados do DENATRAN (2024) e da CNT (Confederação Nacional do Transporte), o estado de São Paulo abriga aproximadamente 1.350.000 caminhões, o equivalente a 25% da frota nacional.
Esse volume é sustentado por uma infraestrutura rodoviária sem paralelo no país – são 135 mil quilômetros de estradas, das quais 35 mil são pavimentadas, conectando polos industriais, portos e centros de distribuição.
Além disso, mais de 20 mil empresas de transporte de carga têm sede no estado, empregando cerca de 400 mil motoristas ativos. A cadeia logística paulista é tão robusta que, sozinha, movimenta mais de R$ 1,2 trilhão em mercadorias por ano, segundo o Observatório Nacional de Transporte e Logística (ONTL).
Porto de Santos e entroncamento rodoviário fazem de São Paulo um hub continental
O epicentro dessa engrenagem logística está no Porto de Santos, o maior da América Latina. Por ele, passam 30% de todas as exportações brasileiras, especialmente soja, carne, açúcar e minério de ferro.
A ligação direta entre o interior do estado – que abriga polos industriais em Campinas, Ribeirão Preto e Sorocaba – e o porto é feita por rodovias que figuram entre as melhores do país: Anhanguera, Bandeirantes, Castelo Branco e Dutra.
Essa rede de infraestrutura rodoviária e portuária coloca São Paulo entre os principais corredores logísticos do hemisfério sul, conectando-se a outros estados e países vizinhos por meio do Mercosul.
Frota paulista supera países inteiros e redefine o transporte sul-americano
A dimensão da frota paulista impressiona quando comparada internacionalmente:
a Espanha, com território semelhante, tem cerca de 600 mil caminhões;
a Alemanha, potência industrial, conta com pouco mais de 1 milhão;
já o Reino Unido tem cerca de 500 mil veículos pesados registrados.
Ou seja: São Paulo, sozinho, opera mais caminhões do que qualquer país europeu fora da Alemanha.
De acordo com a União Internacional de Transporte Rodoviário (IRU), esse número coloca o estado entre as 10 maiores concentrações de transporte rodoviário do planeta, à frente de nações inteiras com redes logísticas mais antigas.
Rodovias recordistas e desafios de mobilidade
Com uma frota gigantesca, vem também o desafio da fluidez. Caminhoneiros enfrentam engarrafamentos que podem ultrapassar 50 quilômetros nos principais eixos de ligação com o litoral e o interior, especialmente na Rodovia dos Imigrantes e na Via Anchieta durante feriados e colheitas agrícolas.
O trânsito intenso levou o governo estadual e a iniciativa privada a investir pesado em infraestrutura. Desde 2020, mais de R$ 10 bilhões foram aplicados em duplicações, faixas adicionais e concessões rodoviárias, com destaque para o projeto Nova Tamoios e o Rodoanel Norte, que deve aliviar o tráfego de cargas pesadas na capital.
Motoristas e tecnologia: o futuro do transporte de carga
O perfil do caminhoneiro paulista também vem mudando. A idade média dos profissionais passou de 38 para 44 anos nos últimos 15 anos, e há uma preocupação crescente com a renovação da categoria. O Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de São Paulo (Sindicam-SP) estima que, até 2030, mais de 100 mil motoristas deverão se aposentar sem substitutos diretos.
Em contrapartida, a tecnologia embarcada está transformando o setor. Grandes empresas já operam caminhões semi-autônomos e elétricos, equipados com sensores, telemetria em tempo real e rotas otimizadas por inteligência artificial. A Volkswagen Caminhões e Ônibus, com sede em São Bernardo do Campo, lidera os testes do e-Delivery, o primeiro caminhão elétrico 100% fabricado no Brasil.
Essas inovações visam reduzir emissões e aumentar a eficiência em um estado onde os caminhões consomem cerca de 4 bilhões de litros de diesel por ano.
Economia de trilhões: por dentro da engrenagem que não pode parar
O impacto econômico da frota paulista é colossal. Estima-se que, a cada 10 produtos consumidos no Brasil, sete passam por um caminhão que circula ou cruza São Paulo em algum momento da cadeia logística.
De insumos industriais e alimentos a exportações agrícolas, tudo depende desse sistema rodoviário. Segundo o Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), o transporte rodoviário paulista movimenta mais de R$ 3 trilhões em mercadorias por ano, valor que corresponde a três vezes o PIB de Portugal.
Não por acaso, o estado concentra as maiores transportadoras da América Latina, como JSL, Braspress e Transpanorama, além de milhares de pequenos autônomos que cruzam o país de norte a sul.
Futuro elétrico e sustentabilidade
A discussão sobre o futuro da logística paulista passa inevitavelmente pela sustentabilidade. Com os preços do diesel em alta e pressões ambientais cada vez maiores, o setor começou uma corrida pela eletrificação e uso de biocombustíveis.
Empresas como Raízen e Shell Brasil investem em diesel verde (HVO) e etanol de segunda geração, enquanto startups paulistas desenvolvem caminhões elétricos de médio porte voltados a entregas urbanas.
A meta da Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo é reduzir em 20% as emissões de CO₂ do transporte de carga até 2035, por meio da substituição gradual de frotas e incentivos fiscais à inovação.
Um estado movido por caminhões
São Paulo é, literalmente, o estado que nunca para. Dia e noite, mais de 500 mil caminhões cruzam as rodovias paulistas, levando e trazendo os produtos que abastecem o Brasil e o mundo. Cada viagem é parte de uma engrenagem monumental que, se interrompida, paralisaria supermercados, fábricas e portos.
Por trás dessa estatística, estão os motoristas, as estradas e as máquinas que fazem o Brasil rodar. Um símbolo de força, trabalho e logística que transformou o estado na maior potência de transporte rodoviário da América Latina.
Mais de 400 pessoas estiveram reunidas, no dia 2 de outubro, no auditório da sede da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em Brasília, para participar do 1º Encontro Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas – TRC, promovido pela Agência por meio da Superintendência de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas (SUROC). A iniciativa simboliza um novo tempo de diálogo, transparência, planejamento e inovação, reunindo governo e iniciativa privada em torno de pautas estruturantes que impactam a competitividade e o desenvolvimento do Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil.
A cerimônia de abertura contou com a presença de José Aires Amaral Filho, diretor da ANTT; Viviane Esse, secretária nacional de Transporte Rodoviário, do Ministério dos Transportes, e Vander Costa, presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Reunindo autoridades de todo o país, agentes públicos, entidades representativas, empresários do TRC, embarcadores e especialistas, o evento contou com a presença de Eduardo Rebuzzi, presidente da NTC&Logística; Flávio Benatti, vice-presidente de Transporte Rodoviário de Cargas da CNT e conselheiro vitalício da NTC&Logística; José Hélio Fernandes, vice-presidente extraordinário de Assuntos Políticos e conselheiro vitalício da NTC&Logística; Edmara Claudino, assessora de Relações Institucionais, e Lauro Valdivia, assessor técnico da NTC&Logística. Também participaram representantes de federações, sindicatos, empresas e instituições ligadas ao Transporte Rodoviário de Cargas de todo o Brasil.
Amaral Filho destacou a relevância do encontro para além da mera exposição de problemas, reforçando que o objetivo da Agência é se aproximar dos agentes do setor, ouvir as demandas e construir soluções estruturadas, tratando as causas e não apenas os sintomas.
Viviane Esse apresentou números que refletem avanços concretos: em 2023, 52% da malha rodoviária eram classificados como ruins ou péssimos; hoje, mais de 78% estão em boas condições. Ela também pontuou investimentos públicos e privados que ultrapassam R$ 181 bilhões, resultado de 17 leilões realizados em dois anos e nove meses, além da modernização dos contratos de concessão.
Na sequência, o presidente Vander Costa, representando o Sistema Transporte, ressaltou a importância da articulação entre governo e entidades para enfrentar os desafios do setor, destacando que o Transporte Rodoviário de Cargas é a principal alternativa para o escoamento da produção nacional no curto prazo. Ele também chamou atenção para a insegurança jurídica do atual modelo de fiscalização do Piso Mínimo de Frete, alertando que o tema está em análise no Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Luiz Fux, e que é essencial uma definição clara sobre a constitucionalidade da lei para evitar novos problemas no futuro. “A pior situação é permanecer na dúvida sobre a constitucionalidade da tabela. É fundamental que o Supremo se pronuncie para trazer clareza e segurança jurídica ao setor”, afirmou Vander Costa.
A manifestação remete à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 5956, que questiona a constitucionalidade da Lei nº 13.703/2018 – responsável pela criação da política de preços mínimos do frete. Nesse processo, a NTC&Logística ingressou como amicus curiae, levando à Suprema Corte argumentos técnicos e jurídicos que reforçam a necessidade de uma decisão definitiva. O objetivo é evitar que se crie um cenário de insegurança, no qual empresas são autuadas e multadas com base na legislação vigente e, posteriormente, uma eventual decisão de inconstitucionalidade possa gerar consequências legais e financeiras significativas.
A programação foi dividida em quatro painéis estratégicos, que abordaram temas prioritários para o setor, com intensa participação de representantes de entidades, técnicos e autoridades.
Painéis temáticos
O Painel 1 – Movimentação de Cargas, mediado pelo diretor Amaral Filho, com a participação de Rodrigo Branchini, coordenador de Gestão de Dados e Acompanhamento de Mercado (SUROC/ANTT), apresentou o Painel de Movimentação de Cargas 2025 – desenvolvido a partir do RNTRC e do MDF-e –, ferramenta inédita que disponibiliza dados detalhados sobre transportadores, veículos, viagens e cargas por município de origem e destino. A solução permitirá planejamento estratégico, otimização de rotas e redução de assimetrias de informação, representando uma entrega histórica para o setor.
O Painel 2 – Escassez de Motoristas contou com a mediação de Iana Araújo Rodrigues, gerente de Regulação e Governança do Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas (SUROC/ANTT), e apresentações de Juliana Jerônimo de Araújo, coordenadora de Projetos de Transportes e Logística (SUROC/ANTT), e Roberta Diniz, gerente executiva de Desenvolvimento Profissional do SEST SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), trazendo dados e estratégias para atração, qualificação e retenção da mão de obra, um dos principais gargalos do setor.
O Painel 3 – Fiscalização, mediado por Gizelle Coelho Netto, superintendente substituta da SUROC, reuniu a Dra. Gil Menezes, assessora jurídica da NTC&Logística; Hugo Cunha, superintendente de Fiscalização de Serviços de Transporte Rodoviário de Cargas e Passageiros (SUFIS); Geraldo Luiz Anselmo, fiscal de Transportes Terrestres (SUFIS); Alan Medeiros, assessor de Relações Institucionais da CNTA; Danielle Bernardes, gerente executiva Governamental da CNT, e Evaldo Matos, presidente da CNTCoop. O painel trouxe para o centro do debate temas fundamentais como MDF-e, Piso Mínimo de Frete e os achados recentes da fiscalização, além de demonstrar como a ANTT vem conciliando a rigidez necessária ao cumprimento da legislação com a construção de um ambiente regulatório que favoreça o desenvolvimento sustentável das empresas.
O Painel 4 – Descarbonização, moderado por Wagner da Silva Dias, assessor do Gabinete da SUROC/ANTT, ratificou a importância do alinhamento do Transporte Rodoviário de Cargas à agenda da sustentabilidade, expondo experiências e iniciativas como os programas MelhorAR, Despoluir, ESG Cargas, Free Flow e HS WIM. Contou com a participação de Felipe Ricardo da Costa Freitas, gerente de Desenvolvimento do Documento de Transporte Eletrônico (DT-e) da Infra S.A.; Erica Vieira Marcos, gerente executiva Ambiental da CNT; Claude Soares Ribeiro de Araújo, superintendente substituta de Sustentabilidade, Pessoas e Inovação (SUSPI/ANTT), e George Yun, subsecretário de Sustentabilidade do Ministério dos Transportes.
Participação da NTC&Logística
Representando a NTC&Logística no Painel 3 – Fiscalização, a Dra. Gil Menezes, assessora jurídica da entidade, abordou, de forma técnica e detalhada, temas sensíveis para o setor. Ela destacou que a NTC&Logística atua firmemente no sentido de contribuir para a construção de regras e regulação, buscando segurança jurídica e isonomia de tratamento. Ressaltou a importância da fiscalização eletrônica como instrumento de imparcialidade, mas apontou lacunas existentes na aplicação da legislação atual, especialmente no que diz respeito à Tabela de Piso Mínimo de Frete.
A Dra. Gil Menezes explicou que muitas operações de transporte não são contempladas de forma adequada pela Resolução vigente, o que tem gerado insegurança tanto para as empresas quanto para a própria Agência. Salientou que a tabela – criada em 2018 e revisada em 2020 – não abarca as diversas especialidades do transporte e que apenas agora, com o aumento da fiscalização, ficou evidente a necessidade de aperfeiçoamentos. Mencionou ainda que operações com pagamento por período, especialmente no caso dos TACs agregados, não são corretamente refletidas no MDF-e, gerando penalidades indevidas mesmo quando o valor final está em conformidade com a legislação. Segundo ela, é preciso adaptar a regulação para refletir essas realidades, sem prejudicar os autônomos ou comprometer a lei.
Outro ponto importante assinalado foi a crítica ao atual processo de notificação e autuação da ANTT, regulado pela Resolução 5083/2016. A Dra. Gil Menezes lembrou que, para as infrações que dependem da atuação da ANTT, aplica-se o prazo prescricional de cinco anos, que, embora previsto em Lei (nº 9.873/99), pode ser ineficiente para garantir ampla defesa.
A assessora jurídica da NTC&Logística também defendeu maior transparência no acesso às informações, a integração dos sistemas da Agência e a criação de uma dupla instância administrativa de julgamento, com participação da sociedade organizada, nos moldes da JARI (Junta Administrativa de Recursos de Infração) no âmbito de trânsito. Ela expôs que, diariamente, empresas têm dificuldades para localizar multas antigas e exercer seu direito de defesa de forma adequada, o que compromete a segurança jurídica e a eficiência da fiscalização.
Ao final, a Dra. Gil Menezes deixou claro que a NTC&Logística é favorável à fiscalização rigorosa e eletrônica, mas defende que o processo regulatório seja dinâmico e constantemente aprimorado, por meio de fóruns técnicos e grupos de trabalho permanentes entre a Agência e o setor. “Não se trata de flexibilizar regras, mas de aperfeiçoá-las para que sejam justas e eficazes. Há precedentes regulatórios que permitem ajustes, como ocorreu no caso do CIOT (Código Identificador de Operação de Transporte). Acreditamos que, com diálogo técnico, é possível evoluir e construir soluções conjuntas”, afirmou.
Para o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, que acompanhou o encontro em Brasília, o evento marcou um momento de aproximação importante entre a Agência e o setor. “Reunir lideranças, técnicos, transportadores e representantes de entidades de todo o Brasil, para discutir de forma aberta e estruturada, é fundamental. Eventos como este criam um ambiente de colaboração, permitem que as demandas do setor sejam ouvidas e ajudam a construir caminhos comuns. A NTC&Logística estará sempre presente nesses fóruns, contribuindo com conhecimento técnico e representatividade institucional”, afirmou.
O 1º Encontro Nacional do TRC representou um passo decisivo na construção de um ambiente regulatório mais transparente, eficiente e colaborativo. Ao reunir diferentes atores em torno de dados inéditos, painéis temáticos e propostas concretas, o evento reforçou a importância de se manter canais permanentes de diálogo entre governo, entidades e empresas, fortalecendo o Transporte Rodoviário de Cargas como pilar estratégico da economia brasileira.
Parceria estratégica oferece condições exclusivas e soluções práticas, para que transportadoras avancem na jornada ESG com segurança, agilidade e economia
A sustentabilidade deixou de ser tendência e passou a ser obrigação — inclusive no setor de Transporte Rodoviário de Cargas, um dos pilares da economia nacional. Atenta a esse novo cenário, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) firmou uma parceria com a Domani Global, referência em soluções ESG e inventário de emissões, para oferecer às empresas associadas um pacote completo e acessível de serviços voltados à conformidade ambiental, social e de governança (ESG).
A parceria permite que empresas de todos os portes, desde microtransportadoras até grandes operadores logísticos, acessem a plataforma Domani SaaS – Sustainability as a Service, além de inventários de emissões de gases de efeito estufa (GEE), diagnósticos ESG personalizados, treinamentos e planos de descarbonização com descontos exclusivos e suporte especializado.
O CEO da Domani Global, Fabiano Sant’Ana, reforça o propósito da iniciativa: “Queremos que nenhuma empresa fique para trás. ESG não é só para grandes grupos — é uma exigência que chegou para todos. Com essa parceria, mostramos que é possível fazer ESG com inteligência, sem burocracia e com retorno claro para o negócio”.
Além do benefício reputacional, o ESG já se tornou uma exigência para fechamento de contratos com embarcadores, acesso a financiamentos e atendimento à nova Lei nº 14.948/2024, que institui o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE) e obriga empresas que emitam mais de 10 mil toneladas de CO₂e por ano a reportarem suas emissões e, em alguns casos, apresentarem planos de mitigação e compensação.
A vice-presidente extraordinária da Pauta ESG da NTC&Logística, Joyce Bessa, reforça: “Essa parceria coloca as transportadoras em linha com a legislação e com as expectativas do mercado. Mais do que isso, oferece estrutura, conhecimento e tecnologia para que as empresas possam transformar exigências em oportunidades”.
As soluções da Domani Global incluem ainda a possibilidade de certificação com o Selo Carbono Neutro, além de treinamentos com certificação profissional e relatórios com padrão técnico e legal, prontos para atender auditorias, licitações, exigências de embarcadores ou processos de melhoria contínua.
Para o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, essa é mais uma entrega da entidade em prol do setor: “Estamos colocando ferramentas concretas nas mãos dos empresários. É hora de agir, e agir com responsabilidade, planejamento e apoio técnico. A parceria com a Domani Global é a ponte entre a necessidade de mudança e a capacidade real de implementação nas empresas”.
A adesão é simples, com pacotes personalizados conforme o porte da transportadora e um time de atendimento especializado no setor. Empresas associadas à NTC&Logística têm, ainda, acesso a condições diferenciadas, com o código de desconto NTC15.
Serviço
Domani Global – Sustentabilidade para o Transporte de Cargas E-mail: contato@domani.global Telefone/WhatsApp: +55 11 99559-8402 Site: www.domani.global Redes sociais: LinkedIn, Instagram e outras plataformas oficiais Código de desconto para associados da NTC&Logística: NTC15
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) fortaleceu a cooperação internacional no transporte internacional terrestre
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) reforçou, entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro, seu papel de liderança na integração regional ao participar da reunião técnica da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), realizada em Montevidéu, no Uruguai.
A delegação brasileira foi chefiada pela Coordenação-Geral de Relações Internacionais (CGINT), representada por Cálicles Mânica, e contou com o apoio da Superintendência de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas (SUROC), representada por Maycon Casal, e da Procuradoria Federal junto à ANTT (PF/ANTT), por meio de Kaliane Wilma Cavalcante de Lira. Também integrou a delegação o diplomata Leonardo Araújo, da Embaixada do Brasil no Uruguai. O setor privado brasileiro participou de forma virtual, oferecendo suporte técnico aos avanços das discussões.
O encontro reuniu representantes de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai, países signatários do Acordo sobre Transporte Internacional Terrestre (ATIT). Logo no primeiro dia, os debates foram dedicados ao tema da solução de controvérsias, com destaque para mecanismos como mediação, conciliação e arbitragem. A proposta é garantir que conflitos sejam resolvidos de forma rápida e consensual, reduzindo barreiras e custos para o setor.
Nos dias seguintes, a plenária tratou de temas estratégicos, como propostas de atualização nas regras de seguro, inspeção técnica veicular, sustentabilidade ambiental, uso de documentos digitais, padronização de infrações e sanções. Também foram discutidos os avanços em comissões ferroviárias, melhorias nos mecanismos de solução de controvérsias e a eliminação da Apostila de Haia, medida que pode simplificar a tramitação de documentos entre os países do bloco.
Ao final, os trabalhos registraram avanços significativos. As propostas consolidadas seguem agora para alinhamento interno em cada país, com perspectiva de implementação futura. A participação da ANTT, dos órgãos competentes e do setor privado na ALADI fortalecem a discussão técnica e a busca por soluções que simplificam processos, reduzem a burocracia e reforçam a segurança viária.
Deputado destaca que a fadiga e a sonolência estão entre as principais causas de acidentes graves no transporte rodoviário de cargas
O Projeto de Lei 4.805/2025, apresentado pelo deputado Augusto Coutinho (Republicanos-PE), altera o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/1997) para tornar obrigatório o uso de dispositivos de detecção e alerta de sonolência em veículos de transporte de carga com peso bruto total acima de 3.500 quilos.
De acordo com o texto, o equipamento deverá ser incorporado apenas a veículos novos, a partir de um ano após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) definir as especificações técnicas. Caberá também ao órgão estabelecer o cronograma de implantação.
Na justificativa, o autor destaca que a fadiga e a sonolência estão entre as principais causas de acidentes graves no transporte rodoviário de cargas. Estudos apontam que motoristas com privação de sono apresentam tempo de reação reduzido e capacidade de julgamento comprometida, em nível comparável à condução sob efeito de álcool. Segundo o deputado, esse fator gera milhares de vítimas todos os anos e prejuízos econômicos significativos.
O projeto menciona que a tecnologia de monitoramento já é amplamente utilizada no setor automotivo mundial, com sistemas que analisam padrões de condução, monitoram sinais faciais e utilizam inteligência artificial para identificar fadiga em tempo real, emitindo alertas ao condutor. O custo do dispositivo é considerado baixo em relação ao valor total dos veículos de carga.
A proposta segue tendência internacional de modernização da segurança veicular, já adotada ou em estudo em diversos países. Para evitar impactos retroativos, a obrigatoriedade será aplicada apenas a veículos fabricados após a definição do Contran.
Segundo Coutinho, a medida busca alinhar o Brasil às melhores práticas internacionais de segurança no transporte de cargas e reforçar políticas de preservação da vida no trânsito. O texto aguarda análise pelas comissões da Câmara dos Deputados.
Boletim Focus mantém estáveis projeções para PIB, em 2,16%
Pela segunda semana consecutiva, o mercado financeiro prevê para baixo as expectativas que tem com relação à inflação em 2025, passando dos 4,81% projetados há uma semana para 4,80%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (6) pelo Banco Central.
Há quatro semanas, o mercado trabalhava com uma projeção de 4,85% no ano, para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial do país). Para os anos subsequentes, projeta inflação de 4,28%, em 2026, e de 3,90%, em 2027.
A estimativa para 2025 ainda está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior, 4,5%.
A prévia da inflação oficial de setembro ficou em 0,48%, impactada principalmente pelo preço da energia elétrica. Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em -0,14%. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula 5,32%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Selic
Para alcançar a meta de inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros (Selic), definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Este é o mesmo percentual projetado pelo Focus há 15 semanas consecutivas.
As incertezas do cenário econômico externo e indicadores que mostram a moderação no crescimento interno estão entre os fatores que levaram à manutenção da Selic, na última reunião.
De acordo com a última ata divulgada, a taxa de juros atual deverá ser mantida “por período bastante prolongado” para garantir que a meta da inflação seja alcançada.
Para os anos de 2026 e 2027, o mercado projeta redução dessa taxa para 12,25% e 10,50%, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB
Já com relação à economia, o mercado financeiro mantém, há quatro semanas, a mesma projeção para 2025, de um Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas no país) em 2,16%.
Para os anos subsequentes, as projeções também se mantiveram estáveis, mas, por três semanas consecutivas, em 1,80% para 2026 e em 1,90% em 2027.
Dólar
Com relação ao câmbio, o Boletim Focus trabalha com a expectativa de queda na cotação do dólar. O mercado financeiro projeta que a moeda norte-americana fechará 2025 cotada a R$ 5,45.
Na edição anterior do Boletim, publicada há uma semana, a expectativa era que o dólar fecharia o ano a R$ 5,48; e, há quatro semanas, a projeção estava em R$ 5,55. Para 2026, o mercado trabalha com uma cotação do dólar a R$ 5,53; e, para 2024, a R$ 5,56.
O INCTF mede a evolução de todos os custos da carga fracionada, incluindo transferência, coleta e distribuição, custos administração e de terminais (custos indiretos), gerenciamento de riscos e custo valor. Nesses custos não estão contemplados impostos, pedágios e margem de lucro.
Tenha na íntegra o simulador e histórico do índice, abaixo:
O INCTL reflete a variação dos custos do transporterodoviário de cargas fechadas ou lotações, ou seja, ele mede a evolução de todos os custos da carga completa, incluindo a transferência, a administração (custos indiretos), gerenciamento de riscos e custo valor. Ele, assim como o INCTF, também não contempla impostos e margem de lucro na sua apuração.
Tenha na íntegra o simulador e histórico do índice, abaixo:
Evento itinerante chega ao estado de São Paulo e reunirá lideranças do transporte de todo o país
As inscrições estão abertas para o Congresso NTC 2025 – XVIII Encontro Nacional da COMJOVEM. O evento, que reúne empresários do Transporte Rodoviário de Cargas de todo o Brasil, será realizado no Club Med Lake Paradise, em Mogi das Cruzes (SP), entre os dias 27 e 30 de novembro de 2025.
Realizado pela NTC&Logística, em conjunto com a COMJOVEM – Comissão de Jovens Empresários e Executivos da NTC&Logística, o Congresso consolidou-se como um ambiente propício para a troca de conhecimentos, networking e desenvolvimento de parcerias estratégicas. Representantes de federações e sindicatos do setor de todo o país reúnem-se com os Núcleos Regionais da Comissão para discutir as perspectivas do setor, participar de atividades de interesse empresarial e celebrar conquistas alcançadas.
A programação oficial constará de painéis de discussão, palestras de motivação, workshops como ferramentas de aprendizagem teórica e prática, e outras experiências produtivas. Na programação de lazer, os participantes terão a oportunidade de desfrutar das belezas naturais e aproveitar as comodidades oferecidas pelo Club Med Lake Paradise.
O presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, ressalta: “Esse é um dos grandes eventos de relevância promovidos pela entidade, assim como todos os outros que realizamos com o compromisso de contribuir com o desenvolvimento do setor. É um espaço que proporciona importantes trocas de experiências, fortalecimento das relações institucionais e discussões sobre os principais temas que impactam o Transporte Rodoviário de Cargas. Convido todos os empresários, executivos e jovens lideranças a se organizarem para estar conosco neste encontro. A participação de cada um faz a diferença para o presente e o futuro do nosso setor”.
NTC&Logística – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística
Entidade Anfitriã
FETCESP – Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo e sindicatos filiados
Patrocínio
Astra Capital
Fenatran – Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas
RANDS
SpeedMax
TGID
TOTVS
Transpocred
TruckPag
Apoio Institucional
Sistema Transporte – CNT / Confederação Nacional do Transporte / SEST SENAT – Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte / ITL – Instituto de Transporte e Logística
Alysson Ribeiro das Neves discutiu a aplicabilidade da IA em concessões rodoviárias, frotas e mobilidade urbana
A IA (inteligência artificial), antes considerada uma promessa tecnológica, passou a ocupar papel central nas discussões estratégicas sobre mobilidade e logística. Sob essa ótica, o ITL (Instituto de Transporte e Logística), em parceria com o Ibmec, promoveu o Workshop IA Integrada em Logística e Mobilidade: eficiência, segurança, sustentabilidade e compliance, reunindo especialistas e representantes do setor, nessa terça-feira (30/9). A iniciativa dá continuidade à série de encontros preparatórios para a quinta edição do FIT (Fórum ITL de Inovação do Transporte), que será realizada em 15 de outubro.
Na abertura, o diretor executivo do ITL, João Victor Mendes, destacou a urgência de integrar soluções inteligentes às cadeias logísticas nacionais. “Estamos diante de uma revolução silenciosa, mas profunda. A IA não é mais uma promessa; é uma realidade que exige preparo técnico, visão e colaboração entre setores”, afirmou.
O workshop contou com a palestra magna de Alysson Ribeiro das Neves, engenheiro com 28 anos de atuação em inovação e inteligência artificial, especialista em Data Science e Machine Learning, com MBA em Gerenciamento de Projetos pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Sua apresentação abordou temas como algoritmos preditivos, gestão inteligente de frotas, mobilidade urbana e segurança viária.
Alysson apresentou soluções práticas, por meio de estudos de caso que demonstram a aplicação da inteligência artificial em concessões rodoviárias e no transporte público. As experiências mostram como a IA pode ser utilizada para automatizar rotinas operacionais, reduzir custos e melhorar a qualidade dos serviços, com foco na eficiência dos sistemas e na experiência dos usuários. “O uso da inteligência artificial representa uma mudança de paradigma na forma como planejamos, operamos e otimizamos sistemas logísticos e de mobilidade”, afirmou. “Ao integrarmos IA aos processos, conseguimos ganhos expressivos em eficiência, segurança e sustentabilidade, além de ampliar a capacidade de resposta das operações frente a cenários complexos e dinâmicos.”
Outro ponto abordado tratou dos impactos socioeconômicos e ambientais decorrentes do avanço da IA, com destaque para sua relação com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), estabelecidos pelas Nações Unidas. Nesse contexto, o palestrante falou sobre o consumo energético de grandes servidores; o uso intensivo de recursos naturais, como a água, e os desafios relacionados à segurança no trabalho, privacidade e inclusão digital. “A IA também pode contribuir para a eficiência no transporte, por meio de logística otimizada e estratégias de fornecimento local, reduzindo deslocamentos desnecessários e promovendo cadeias mais sustentáveis”, destacou o palestrante, fazendo uma correlação com o setor de transporte.
Segundo Alysson, o aumento do uso da IA tem impactos ambientais significativos, principalmente devido ao consumo de energia necessário para treinar e operar modelos, especialmente aqueles que envolvem aprendizagem profunda. O palestrante também mencionou iniciativas de TI verde como caminho para mitigar esses efeitos.
Inovação no transporte
Ao término do encontro, foi realizado sorteio de quatro bolsas integrais para o novo curso de Ciência de Dados, do SEST SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), voltado para profissionais do setor de transporte. O curso oferece uma formação prática e aplicada, com foco em análise de dados, modelagem estatística e uso de ferramentas de IA para a tomada de decisão em ambientes logísticos, contribuindo diretamente para a qualificação técnica e a inovação no setor.
Durante o 1º fórum Brasil de Ideias, o ministro Renan Filho detalhou os esforços para tornar a logística nacional mais eficiente e segura
Equilibrar o intenso fluxo de veículos que circulam pelo país, líder global na produção de alimentos, tem sido um dos principais compromissos do Ministério dos Transportes. Nesta quinta-feira (2), durante o 1º fórum Brasil de Ideias – Segurança Jurídica e Infraestrutura, realizado no Rio de Janeiro, o ministro Renan Filho apresentou as principais ações da pasta para modernizar a logística nacional e reduzir os tempos de deslocamento.
“A trajetória de desenvolvimento que o nosso país vem trilhando reflete o comprometimento e a visão estratégica que o Governo Federal tem dedicado incansavelmente. Os projetos de infraestrutura implantados nesta gestão não apenas impulsionaram a modernização dos ativos públicos, mas também geraram um impacto positivo substancial na economia, promovendo a criação de empregos e a geração de renda para milhões de brasileiros”, afirmou o ministro.
Atualmente, parte dos desafios está concentrada em equacionar a dinâmica das viagens nas rodovias, considerando os mais de 3 milhões de caminhões registrados no Brasil em 2024. Esses veículos transportam toda a cadeia do agronegócio, seja para abastecer o mercado interno ou para exportação. Além disso, o país conta com mais de 63 milhões de automóveis e 28 milhões de motocicletas.
O trabalho consiste em diminuir os gargalos que tornam a infraestrutura logística ainda mais desafiadora nos trechos de maior congestionamento entre diferentes categorias de veículos, como os acessos a grandes cidades, bairros movimentados e fronteiras.
Infraestrutura no pódio
“O Brasil está retomando obras históricas importantíssimas e realizando outras adicionais. Não é à toa que estamos batendo recordes de exportação, mesmo sob a tarifa americana. A infraestrutura certamente ajuda muito nesse contexto, pois eleva a produtividade da economia e garante novas alternativas”, reforçou Renan Filho.
Entre as medidas em curso, o Ministério dos Transportes tem priorizado a implantação de novos corredores rodoviários e ferroviários em diversas regiões. A intenção é descentralizar a logística, atualmente concentrada no Sudeste, reduzir os engarrafamentos e fomentar o desenvolvimento regional, por meio de modais mais eficientes e com menor custo.
Diversas frentes de obras também estão em andamento para revitalizar a malha viária nacional, com o uso de novas tecnologias e materiais de maior durabilidade. A meta é oferecer estradas mais seguras, resilientes e capazes de reduzir os sinistros no trânsito.
“Já realizamos 17 leilões de rodovias, com 15 vencedores diferentes. Ou seja, transparência, democratização do acesso às estradas e atração de investimentos internacionais são nossos objetivos”, concluiu Renan Filho.
Jeitinho carioca
O Rio de Janeiro é um dos mais importantes centros econômicos do Sudeste, devido ao alto fluxo de turistas e de mercadorias. Os investimentos do Governo Federal na melhoria da infraestrutura de transportes do estado passaram de R$ 92,3 milhões em 2022 para R$ 132,2 milhões disponíveis em 2025, um aumento de aproximadamente 43%. Somente em 2024, foram destinados R$ 72,9 milhões para obras em rodovias e ferrovias fluminenses.
Setor participará da conferência climática em Belém com quatro debates aprovados pelo Ministério do Meio Ambiente e espaço próprio de 4 mil m² para apresentar soluções de descarbonização
O setor de transporte terá presença ampliada na COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA). Além da Estação do Desenvolvimento – espaço próprio de 4 mil m² com dois palcos, 13 estandes e capacidade para receber até 12 mil pessoas durante os 12 dias do evento –, o Sistema Transporte, que reúne a Confederação Nacional do Transporte (CNT), o SEST SENAT e o Instituto de Transporte e Logística (ITL), foi incluído na programação oficial da conferência climática.
Quatro painéis propostos pela entidade foram aprovados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), sendo três na Blue Zone e um na Green Zone, áreas destinadas a discussões oficiais entre governos, empresas e sociedade civil.
Os temas vão da adaptação da infraestrutura aos impactos climáticos até mecanismos de financiamento verde. Entre os destaques estão: “Infraestrutura Resiliente e Adaptação Climática no Transporte”; “Pactos Multiníveis e Descarbonização do Transporte”; “Múltiplas Soluções para a Descarbonização do Transporte” e “Financiamento Verde e Políticas Econômicas para o Transporte Sustentável”.
Segundo Vander Costa, presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), a participação reforça a relevância do setor no debate climático global. “A presença ativa do Sistema Transporte na COP30 é resultado de um trabalho contínuo que fazemos, desde a COP27, para colocar o transporte no foco do debate, pois sabemos do potencial do setor para acelerar a transição energética no país”, afirmou.
O Sistema Transporte já lidera iniciativas como o Programa Despoluir, voltado para a redução de emissões da frota, que completou 18 anos em 2025. A entidade defende soluções integradas que envolvem renovação de frota, uso de biocombustíveis, eletrificação, desenvolvimento de novas tecnologias e programas de capacitação para motoristas e gestores.
Para a instituição, a transversalidade do transporte – fundamental para o agronegócio, a indústria e o comércio – coloca o setor no centro das estratégias de transição energética e desenvolvimento sustentável do Brasil.
Agenda dos painéis do Sistema Transporte na COP30
Infraestrutura Resiliente e Adaptação Climática no Transporte
10/11 – Pavilhão Azul
Debate sobre como preparar rodovias, portos, ferrovias e hidrovias para os efeitos de eventos climáticos extremos.
Financiamento Verde e Políticas Econômicas para o Transporte Sustentável
14/11 – Pavilhão Verde
Discussão sobre crédito, debêntures, green bonds e instrumentos fiscais para viabilizar investimentos sustentáveis no setor.
Pactos Multiníveis para a Descarbonização do Transporte
14/11 – Pavilhão Azul
Painel sobre governança climática participativa e compromissos conjuntos entre governos e empresas.
Múltiplas Soluções para a Descarbonização do Transporte
15/11 – Pavilhão Azul
Discussão sobre combustíveis alternativos (SAF, biometano, diesel verde, etanol, hidrogênio) e eletrificação da frota.
Para a Fenabrave, encomendas programadas e maior número de dias úteis respondem pelo aumento nas entregas mensais
O mercado de caminhões, no mês passado, registrou ritmo maior nas vendas ao anotar 9.679 unidades emplacadas, alta de 8,79% em relação ao volume de agosto, quando somou 8.805 licenciamentos.
De acordo com avaliação da Fenabrave, a surpresa positiva no desempenho mensal pode ser justificada, em parte, pelo maior número de dias – 22 contra 21 –, além de possíveis entregas programadas anteriormente.
“Altas taxas de juros e crédito restrito ainda seguem inibindo as compras. Mas, pela nossa experiência, encomendas feitas ainda no primeiro semestre podem ter se concentrado em setembro e favorecido o resultado”, resumiu Marcelo Franciulli, diretor executivo da Federação, durante apresentação dos números de licenciamentos de veículos na quinta-feira, 2.
O dirigente admite ser uma suspeita e não uma tendência, afinal, o segmento de caminhões segue desaquecido. Ao comparar o volume de setembro com o mesmo mês do ano passado (11.150 unidades), a baixa foi de 14,09%.
No acumulado dos nove meses, o transportador de carga absorveu 81.843 caminhões, vendas 7,58% menores em relação ao que registrava há um ano (88.553).
“A indústria de transformação e o agro não têm estimulado a renovação das frotas. Também com a sinalização do Banco Central de não mexer na Selic até o fim do ano, não se enxerga mudanças no atual cenário”, observa Fanciulli.
Sob essas condições, a Fenabrave mantém a projeção de queda de 7% nos emplacamentos de caminhões no encerramento de 2025, que, se concretizada, acumulará 113.552 unidades emplacadas.
IEMA e GT Infraestrutura propõem ampliar indicadores socioambientais e alinhar PNL 2050 a políticas contra desmatamento e mudanças climáticas
O Plano Nacional de Logística 2050 (PNL 2050), que passou por consulta pública até a última quinta-feira (2), deve incorporar de forma mais ampla os impactos climáticos, ambientais e sociais no planejamento da infraestrutura de transportes, afirmam o Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) e o Grupo de Trabalho Infraestrutura e Justiça Socioambiental (GT Infraestrutura).
As organizações enviaram contribuições ao Ministério dos Transportes defendendo que os indicadores socioambientais previstos no plano sejam usados não apenas como referência, mas como critérios efetivos de decisão sobre obras, com possibilidade de priorizar, descartar ou monitorar projetos de acordo com os riscos.
Entre as propostas estão a inclusão de terras indígenas em processo de demarcação, territórios quilombolas, terras públicas não destinadas e comunidades ribeirinhas, especialmente na Amazônia. Os documentos também destacam a necessidade de analisar impactos sobre sítios arqueológicos, bens culturais e espécies ameaçadas de extinção, além de riscos como insegurança alimentar ligada à pesca artesanal e contaminação por agrotóxicos.
As entidades sugerem ainda que o PNL 2050 incorpore avaliações mais abrangentes, como a Avaliação Ambiental Estratégica e a Avaliação de Impactos Cumulativos, para medir os efeitos de grandes empreendimentos. Também recomendam alinhar o Plano a políticas já existentes, como o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm) e a Política Nacional sobre Mudança do Clima.
“Os indicadores só terão efetividade se forem institucionalizados, garantindo aplicação permanente, independentemente das mudanças de governo. A avaliação de riscos socioambientais precisa ser compromisso de Estado”, disse André Luis Ferreira, diretor-executivo do IEMA.
O texto preliminar do governo já aponta riscos que afetam a própria infraestrutura – como inundações, secas e deslizamentos em rodovias e hidrovias – e outros gerados por ela, como desmatamento, pressão sobre comunidades tradicionais e aumento das emissões de gases de efeito estufa.
As propostas foram discutidas em setembro, em Brasília, durante workshop organizado pelo Ministério dos Transportes, em parceria com o IEMA, o GT Infra e o Instituto Socioambiental (ISA). O encontro reuniu pesquisadores, sociedade civil e lideranças amazônicas, que relataram os impactos vividos em corredores logísticos nos rios Madeira, Tapajós-Xingu e Tocantins-Araguaia.
Evento reuniu empresários, lideranças e especialistas, com palestras e debates sobre temas estratégicos para o Transporte Rodoviário de Cargas
A cidade de Rio Verde (GO) sediou, nesta quinta-feira, 2 de outubro de 2025, a quinta e última edição de 2025 do Seminário Itinerante da NTC&Logística, realizada na Unidade do SEST SENAT. O encontro encerrou um ciclo que passou por Campinas (SP), Toledo (PR), Espírito Santo (ES) e Rio de Janeiro (RJ), consolidando a presença da entidade em diferentes regiões do Brasil.
A abertura foi conduzida pelo assessor de Comunicação e Imprensa da NTC&Logística, Rodrigo Bernardino, que destacou os mais de 20 anos de história do projeto e sua relevância para o setor. Ele ressaltou o Seminário Itinerante como instrumento de proximidade com os empresários e executivos do transporte, promovendo capacitação e troca de experiências. Rodrigo também registrou o apoio da FENATAC – Federação Interestadual das Empresas de Transporte de Cargas & Logística; do SETCESG – Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Encomendas e Logística do Sudoeste Goiano e do Núcleo da COMJOVEM Centro-Oeste, além da COMJOVEM Nacional, dos patrocinadores e apoiadores institucionais.
Na abertura, o diretor do SEST SENAT de Rio Verde, Gustavo Rocha, afirmou: “É uma grande alegria sediar o Seminário Itinerante da NTC&Logística e da COMJOVEM. O SEST SENAT tem como missão apoiar o Transporte Rodoviário de Cargas e oferecer serviços de qualidade aos colaboradores das empresas, e este evento reforça ainda mais o nosso compromisso com o setor”.
O coordenador do Núcleo da COMJOVEM Centro-Oeste, Rafael Murer, salientou a importância da juventude empresarial no setor. “É fundamental que os jovens empresários participem das entidades e dos núcleos, fortalecendo o trabalho conjunto. Projetos como este demonstram a força da COMJOVEM e o quanto podemos contribuir para o desenvolvimento do Transporte Rodoviário de Cargas”, disse.
A vice-coordenadora nacional da COMJOVEM, Jéssica Caballero Lopes, lembrou o espírito de união proporcionado pelo encontro. “Reunir pessoas é sempre muito importante, e aqui, em Rio Verde, fomos recebidos com muito entusiasmo. Este Seminário confirma o quanto a COMJOVEM é capaz de gerar conexões e contribuir para o setor”, pontuou.
O presidente do SETCESG, Zaldo Calisto de Lima, falou da relevância da participação da entidade. “O SETCESG tem um papel fundamental para a região, e é motivo de satisfação apoiar o Seminário Itinerante. Este evento mostra a força do nosso setor e contribui para que possamos continuar avançando em nossas pautas”, declarou.
Ao lado de Zaldo Calisto, o advogado Dr. Rafael Abraão, do escritório Araújo Abraão Advogados Associados, assinalou iniciativas voltadas para a defesa empresarial. “Estamos desenvolvendo projetos importantes, especialmente no que se refere ao aproveitamento dos créditos de ICMS para as empresas de transporte de cargas do estado de Goiás. Agora as transportadoras podem usufruir do creditamento não apenas para combustível, mas também para lubrificantes, pneumáticos e autopeças, que representam alguns dos principais custos do setor. Esse trabalho, realizado em conjunto com o sindicato e com a FENATAC, já foi transitado e julgado, permitindo às empresas recuperar valores de até nove anos e, ao mesmo tempo, reduzir o custo mensal do ICMS. É uma conquista expressiva e reforça a importância de se associar ao sindicato. As empresas de Goiás que tiverem dúvidas podem procurar diretamente o sindicato para mais informações”, afirmou.
Representando o presidente da FENATAC, Paulo Afonso Lustosa, o vice-presidente da federação e vice-presidente extraordinário de Agronegócio da NTC&Logística, Hélio Camilo Marra, enfatizou a força regional. “O estado de Goiás e, especialmente, Rio Verde têm grande importância para o Transporte Rodoviário de Cargas. É fundamental que o empresariado esteja unido para que possamos enfrentar desafios e transformar ideias em resultados concretos”, afirmou.
O vice-coordenador nacional da COMJOVEM, Hudson Rabelo, ratificou: “É uma honra estarmos aqui, em Rio Verde, uma cidade com forte presença no setor de logística e transportes. Em nome da NTC&Logística e da COMJOVEM Nacional, agradeço a presença de cada empresário, profissional e parceiro institucional que se uniu a nós nesta jornada”, disse.
Na parte inicial da programação, Hudson Rabelo e Jéssica Caballero Lopes conduziram uma apresentação sobre o trabalho da NTC&Logística e as frentes de atuação da entidade – atividades, bandeiras, eventos e resultados obtidos ao longo dos anos. Também apresentaram números consolidados da COMJOVEM desde 2014, ressaltando a evolução da Comissão e sua importância para o fortalecimento do setor e da participação dos jovens empresários.
Na sequência, o assessor jurídico da NTC&Logística, Dr. Narciso Figueirôa Junior, apresentou a Pesquisa NTC 2025 e tratou de temas como Negociações Coletivas, propostas de alterações legislativas e a Lei do Motorista, com a exposição de dados atualizados e reflexões sobre os desafios enfrentados pelo setor no campo jurídico e trabalhista.
Após o intervalo de networking, os participantes acompanharam o NTC Talks, momento dedicado aos patrocinadores. A atividade foi conduzida por Rodrigo Bernardino, que recebeu no palco Vanderlei de Felicio Junior, gerente comercial da Autotrac, e Rodolpho Neves, sócio proprietário da Intertrac. Eles falaram sobre inovações da empresa, como a integração da tecnologia Starlink, a evolução da SmartCamera NG e o uso de inteligência artificial nas soluções de monitoramento e rastreamento.
Encerrando a programação, o assessor de Comunicação da FENATAC, Humberto Junqueira, apresentou palestra sobre o Cenário Político, abordando os impactos das discussões atuais e o papel das entidades representativas para o fortalecimento do Transporte Rodoviário de Cargas.
No encerramento, a vice-coordenadora nacional da COMJOVEM, Jéssica Caballero Lopes, agradeceu a participação de todos e ratificou a importância da contribuição das entidades anfitriãs e de todos os presentes.
A NTC&Logística destacou, ainda, o papel fundamental dos patrocinadores – Autotrac, Fenatran – Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas e Transpocred; o apoio da ANFIR – Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários; o apoio institucional do Sistema Transporte (CNT – Confederação Nacional do Transporte; SEST SENAT – Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte, e ITL – Instituto de Transpirte e Logística) e da FuMTran – Fundação Memória do Transporte, e o apoio logístico da Braspress, que tornaram possível mais uma edição de sucesso do Seminário Itinerante em 2025.
Evento debateu impactos da obrigatoriedade dos seguros no Transporte Rodoviário de Cargas e contou com autoridades, entidades e representantes do setor
A Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) realizou, nesta quarta-feira (01/10), o 1º Encontro Técnico de Seguro de Transportes, no auditório do Radisson Hotel Paulista, em São Paulo, com transmissão pelo YouTube. O Encontro reuniu representantes da ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres; SUSEP – Superintendência de Seguros Privados; Infra S.A.; NTC&Logística – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística; CNTA – Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos e representantes do mercado segurador, atraindo quase 1.500 participantes presenciais e online.
O evento ocorreu em um momento decisivo para o setor, marcado pela implementação da Lei nº 14.599/2023, que tornou obrigatória a contratação dos seguros de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário por Desaparecimento de Carga (RCDC) e de Responsabilidade Civil de Veículo (RCV). A legislação passou a ter efeito prático em agosto de 2025, após regulamentações complementares: a Resolução CNSP nº 478/2024, a Resolução SUSEP nº 51/2025, a Resolução ANTT nº 6.068/2025 e a Portaria SUROC nº 27/2025, que vinculou a obrigatoriedade às inscrições e renovações do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC).
Na abertura, o diretor executivo da FenSeg, Danilo Silveira, destacou o papel da entidade em promover conhecimento técnico e transparência: “Este encontro é um marco para o setor. A FenSeg reafirma seu compromisso em apoiar o desenvolvimento sustentável do Transporte Rodoviário de Cargas por meio da disseminação de informações qualificadas e do fortalecimento das relações institucionais”.
A mesa de debates contou com a participação de: Jéssica Anne de Almeida Bastos, diretora da SUSEP; José Aires Amaral Filho, diretor da ANTT; Marcelo Vinaud Prado, diretor de Mercado e Inovação da Infra S.A.; Eduardo Rebuzzi, presidente da NTC&Logística; Alziro da Motta Santos Filho, assessor jurídico da CNTA, além de Marcos Siqueira e Adailton Dias, presidente e vice-presidente da Comissão Técnica de Transporte da FenSeg, que conduziram os trabalhos.
Da esq. para a direita: Adailton Dias; Eduardo Rebuzzi; Jéssica Anne de Almeida Bastos; Marcos Siqueira; Marcelo Vinaud Prado; Alziro da Motta Santos Filho e José Aires Amaral Filho
O diretor da ANTT, José Aires Amaral Filho, informou que a fiscalização da obrigatoriedade dos seguros já está em andamento e que, a partir de março de 2026, será automatizada por meio da integração de bancos de dados com a Cnseg – Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização. Já a diretora da SUSEP, Jéssica Bastos, reforçou que o seguro facultativo de automóvel (RCF-V) não substitui a nova apólice obrigatória de RCV, destacando que as contratações devem ser feitas no ramo específico 0659.
O presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, ressaltou a importância do tema e anunciou iniciativas da entidade: “Este é um tema de enorme relevância para as empresas do TRC, um setor altamente competitivo e que demanda investimentos constantes. Por isso, criamos recentemente, na NTC&Logística, um Comitê de Seguros, coordenado pelo engo Lauro Valdivia, assessor técnico, para tratar exclusivamente dessa pauta em conjunto com seguradoras e corretores, garantindo que os seguros tragam efetiva proteção às empresas, com clareza e custo justo que possa ser repassado ao cliente”, afirmou.
Em sua participação no debate, Rebuzzi reforçou a conquista do setor com a nova legislação, mas alertou para pontos que ainda exigem atenção. “O setor está satisfeito pela conquista, mas preocupado com algumas situações. O custo do seguro não é da transportadora nem do autônomo, é da sociedade, e precisa ser repassado. Quando isso não ocorre, gera concorrência predatória. Por isso, é fundamental a atuação da ANTT, junto da SUSEP, para fiscalizar as apólices e garantir segurança jurídica e proteção a toda a cadeia do transporte”, destacou.
Segundo a CNseg, o segmento de Seguro de Transportes arrecadou R$ 3,3 bilhões em prêmios no primeiro semestre de 2025, crescimento de 12,8% em relação ao mesmo período de 2024. Já os sinistros aumentaram 25,2%, principalmente por acidentes e roubos de carga, resultando em mais de R$ 1,8 bilhão em indenizações pagas aos segurados.
Também estiveram presentes, representando a NTC&Logística, o diretor jurídico, Dr. Marcos Aurélio Ribeiro; a assessora jurídica, Dra. Gil Menezes; o assessor técnico Lauro Valdivia, além de outros representantes da entidade e lideranças do setor.
Da esq. para a direita: Lauro Valdivia; Eduardo Rebuzzi; Dra. Gil Menezes e Dr. Marcos Aurélio Ribeiro
O encontro foi avaliado como um marco para o alinhamento entre poder público e setor privado, reforçando que as novas regras representam um avanço para a segurança jurídica e operacional do Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil.
O setor de transportes e logística estará no centro dos debates e conteúdos no evento Futuro em Rota, agendado para o dia 6 de novembro, a partir das 17 horas, na Associação Comercial de Criciúma (ACIC). A programação prevê palestras com autoridades nacionais do setor e espaço para conexões entre empresários, executivos e lideranças da região.
Como principais destaques, a trilha de conteúdo traz o presidente da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), Eduardo Rebuzzi, e o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc), Dagnor Schneider. Ambos irão abordar os desafios e perspectivas para o futuro do transporte no Brasil, setor considerado estratégico para o desenvolvimento econômico.
A proposta do Futuro em Rota, de acordo com a idealizadora do evento, a empresária Sil Citadin, envolve mais do que o dia de conteúdos e networking. “Nosso objetivo é dar início a um movimento para fortalecer o ecossistema regional de transportes e logística, estimulando esse olhar para o futuro, com gestão estratégica, inovação e sustentabilidade”, frisa.
A iniciativa conta com o apoio de diversas empresas e lideranças, regionais, como o empresário José Carlos Sprícigo, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários – entidade parceira da NTC&Logística – e ex-vice-presidente regional Sul da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), que destaca o caráter inédito do encontro. “É um evento histórico para a região e para o setor de transportes, que é um dos pilares do desenvolvimento econômico e tem, em sua natureza, a conexão entre empresas e pessoas”, destaca Sprícigo.
Com quatro delegacias regionais, o sindicato atua em 422 municípios mineiros
O Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg) completa 72 anos e celebra a data com o fortalecimento da representatividade junto a órgãos governamentais e entidades do setor, alcançando interlocução com instituições municipais, estaduais e federais.
De acordo com o presidente da entidade, Antonio Luis da Silva Junior, esse é um dos principais avanços da gestão. “Ampliamos a presença em fóruns estratégicos e conseguimos levar, de forma mais rápida, as informações aos associados por meio de circulares e boletins. Além disso, fortalecemos o diálogo com federações e associações, como Fiemg, Faemg, Fecomércio, ANTT, CNT e NTC, sempre em busca de soluções conjuntas em benefício do setor de transporte de cargas”, destaca.
Uma das frentes atuais do sindicato é levar os serviços e informações ao interior de Minas Gerais. Hoje, o Setcemg conta com quatro delegacias regionais em funcionamento: Patos de Minas, Sete Lagoas, Unaí e Governador Valadares. “Elas foram criadas para descentralizar o atendimento e fortalecer a representatividade do setor em todo o estado”, ressalta. A meta é contar com oito unidades regionais no total, contemplando áreas estratégicas como Campo das Vertentes e Centro-Oeste, ampliando ainda mais a proximidade com os transportadores e oferecendo serviços e suporte direto às empresas do setor no interior.
Atualmente, a entidade possui representatividade em 422 municípios mineiros, o que corresponde a mais da metade das cidades do estado. “Esse alcance faz do Setcemg o maior sindicato individual em número de municípios atendidos”, destaca o dirigente. Entre as conquistas recentes do Setcemg, o presidente também aponta o crescimento da base de associados, a ampliação da Comissão de Jovens Empresários e Executivos (Comjovem) e o fortalecimento de parcerias com órgãos públicos, como as secretarias de Infraestrutura e Desenvolvimento, e a participação em vários conselhos estaduais e municipais.
Outro avanço foi a criação recente do Grupo Técnico de Segurança (GTS), que já está em funcionamento e oferece treinamentos e cursos em prevenção de acidentes e roubos de cargas, e conta com a supervisão de especialista e ex-integrante da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O Setcemg tem promovido também eventos, aproximando o setor privado, o poder público e a sociedade civil, fomentando debates sobre os rumos do transporte de cargas em Minas Gerais.
Para o futuro, Silva Júnior destaca que, entre os desafios do setor, estão a criação de um regime de trabalho especial para motoristas profissionais, a criminalização do receptador de cargas roubadas e a implementação de uma política nacional de renovação de frota.
“Seguimos firmes na defesa do transportador mineiro, trabalhando por mais segurança, justiça e desenvolvimento para o setor”, afirma.
Diretora Fernanda Rezende integrou painel com líderes da Ipiranga, Raízen e Vibra, destacando os desafios da matriz energética
A CNT integrou a programação da ExpoPetro 2025, realizada nos dias 25 e 26 de setembro, em Porto Alegre (RS). O evento reuniu representantes das principais distribuidoras de combustíveis, lideranças do varejo e especialistas em mobilidade para debater os rumos da matriz energética brasileira.
No painel “O Futuro da Mobilidade e dos Combustíveis no Brasil”, realizado na sexta-feira (26/9), a diretora executiva da CNT, Fernanda Rezende, compartilhou a visão do setor de transporte sobre os desafios da transição energética e os impactos da criminalidade na logística nacional.
“Não há transição energética bem-sucedida sem planejamento de longo prazo. Estamos diante de uma oportunidade histórica de fazer essa transição de forma inteligente e responsável. O setor de transporte está pronto para liderar essa mudança, com o uso racional de energias limpas, a diversificação de fontes energéticas e a integração entre as modalidades de transporte”, afirmou Fernanda.
A diretora ressaltou que não há solução única para a transição energética. “Para que o processo seja eficaz, o Brasil precisa considerar as especificidades regionais, aproveitando o potencial de cada área do país e adotando soluções locais”, destacou.
Na oportunidade, também reforçou os riscos enfrentados nas vias do país, em todas as modalidades, com a atuação do crime organizado: “Enquanto os revendedores e distribuidores sofrem com evasão fiscal e concorrência desleal, o setor de transporte enfrenta o roubo de cargas e a insegurança nas estradas. A criminalidade gera muitos prejuízos para o setor, inibe a contratação de motoristas e exige que as empresas optem por investir em equipamentos de segurança para se protegerem do crime em vez de renovar ou ampliar a frota, por exemplo”, pontuou.
O debate foi mediado pelo jornalista Léo Saballa e contou com a participação de Leonardo Linden, presidente da Ipiranga; Vanessa Gordilho, vice-presidente executiva de Varejo e Marketing da Vibra, e Marcelo Besteiro, vice-presidente comercial da Raízen.
Sobre o evento
A ExpoPetro 2025, realizada em Porto Alegre (RS), reuniu marcas, especialistas e revendedores em dois dias de debates, networking e exposição voltados à retomada do setor de combustíveis no Rio Grande do Sul. Com a presença de distribuidoras como Charrua, Ipiranga, Raízen, Vibra e Sulgás, o evento simbolizou a reconstrução do segmento após os impactos das enchentes no estado.