Panorama Transportes aponta expansão em rodovias, portos, ferrovias e aeroportos, além de redução no número de vítimas em acidentes
Rodovias, ferrovias, portos e aeroportos do Brasil registraram aumento na movimentação de cargas no primeiro semestre de 2025. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (29) pelo Observatório Nacional de Transporte e Logística da Infra S.A., na nova edição do Panorama Transportes.
No transporte rodoviário de combustíveis, foram movimentados 42,5 milhões de metros cúbicos, alta de 7% em relação ao mesmo período de 2024. O transporte rodoviário de grãos movimentou 49,1 milhões de toneladas, aumento de 0,8%.
Nos portos, o crescimento também foi de 0,8%, totalizando mais de 483 milhões de toneladas. O avanço foi impulsionado pelo transporte de minérios, escórias e cinzas, que registraram acréscimo de 6,6 milhões de toneladas e responderam por quase metade da variação positiva no semestre.
O transporte aéreo de carga paga superou 700 milhões de quilos em junho, resultado que representa alta de 1,5% no ano. Já as ferrovias movimentaram 252,7 milhões de toneladas entre janeiro e junho, expansão de 0,1%.
Passageiros
O número de passageiros também aumentou em diferentes modais. Nos aeroportos, o transporte internacional somou 14,20 milhões de viajantes no semestre, crescimento de 16,25%. Nos voos domésticos, foram 48,04 milhões de passageiros, aumento de 8,62%. O transporte interestadual rodoviário registrou 18,67 milhões de passageiros, alta de 10,27%.
Segurança
Apesar do crescimento das movimentações, houve redução no número de vítimas fatais em acidentes em todos os modais acompanhados. A queda foi de 0,9% nas rodovias, 6,3% no aquaviário, 25,4% no ferroviário e 28,6% no aeroviário.
Empregos
O setor de transportes manteve saldo positivo no mercado de trabalho em junho, com a criação de 6.293 vagas formais. O transporte rodoviário de cargas respondeu por 4.918 novos postos. Em seguida, o transporte rodoviário de passageiros registrou 999 novas contratações no mês.
Encontro contou com a presença de nomes que marcaram a trajetória da entidade e do Transporte Rodoviário de Cargas, homenageados pelo presidente Eduardo Rebuzzi e pela diretoria da NTC&Logística
Na tarde desta terça-feira, 2 de setembro de 2025, o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, recebeu na subsede da entidade, em São Paulo, o ex-presidente e conselheiro vitalício Oswaldo Dias de Castro – que esteve à frente da Associação de 1977 a 1982 –, acompanhado de seu filho, Oswaldo Dias de Castro Junior, e Ladair Michelon – permanente presença na galeria de tradicionais empresários do TRC –, com sua filha, Valesca Michelon.
A recepção contou com a participação do vice-presidente da NTC&Logística, Antonio Luiz Leite; do diretor financeiro, José Maria Gomes; do diretor jurídico, Dr. Marcos Aurélio Ribeiro; da assessora executiva da presidência, Elisete Balarini; do ex-presidente do SETCESP, Adriano Depentor, e da presidente executiva do SETCESP e membro do Conselho de ex-coordenadores nacionais da COMJOVEM, Ana Carolina Jarrouge.
Na ocasião, o presidente da NTC&Logística fez a entrega de placas de homenagem para Oswaldo Dias de Castro e Ladair Michelon, em reconhecimento à contribuição de ambos para o Transporte Rodoviário de Cargas e para a própria história da entidade. O momento foi marcado por relatos de experiências vividas e reflexões sobre o setor.
O encontro também contou com a participação da equipe da FuMTran – Fundação Memória do Transporte, que realizou entrevistas com os presentes. O material passará a integrar o acervo permanente da Fundação, que reúne depoimentos e registros de pessoas que fazem e fizeram o setor de Transporte de Cargas acontecer no Brasil.
“O encontro de hoje foi muito especial, porque recebemos pessoas que ajudaram a construir a história da NTC&Logística e do Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil. É uma honra poder homenageá-los e reafirmar a relevância desses empresários para o setor. Nossa gestão tem o compromisso de valorizar e escutar quem pavimentou este caminho, revivendo histórias, colhendo aprendizados e ampliando nosso olhar para o futuro”, enfatizou o presidente Eduardo Rebuzzi.
A visita confirmou o empenho da atual gestão da NTC&Logística de manter o diálogo constante com aqueles que fizeram e continuam fazendo parte da evolução do setor, preservando a memória, compartilhando experiências e promovendo novos caminhos para o crescimento da logística nacional.
Transportadores sem apólice terão registro suspenso e ficam impedidos de operar
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou, nesta terça-feira (2), portaria no Diário Oficial da União que regulamenta a fiscalização da contratação dos seguros obrigatórios para o transporte rodoviário de cargas. A medida define que os caminhoneiros não poderão ser responsabilizados financeiramente por danos a terceiros em caso de acidentes durante o transporte remunerado, desde que estejam cobertos pelas apólices exigidas.
Pela norma, transportadores que não comprovarem a contratação dos seguros terão o Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC) suspenso e ficarão impedidos de carregar.
O setor já tinha como obrigatória a contratação do RCTR-C (Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga), que cobre danos à carga durante o transporte. A Lei 14.599, de 2023, determinou também a obrigatoriedade do RC-DC (Responsabilidade Civil por Desaparecimento de Carga), antes facultativo, para roubos e furtos, e criou o RC-V (Responsabilidade Civil de Veículo), voltado à cobertura de danos a terceiros causados pelo caminhão.
Segundo José Aires Amaral Filho, superintendente de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas da ANTT, o RC-V garante a capacidade de pagamento financeiro em caso de prejuízos a terceiros. Ele cita como exemplo danos causados a uma rodovia durante a operação de transporte, que passam a ser acobertados pela apólice.
Divisão de responsabilidades
A fiscalização será implementada em duas etapas. Num primeiro momento, ocorrerá nas rodovias, de forma presencial. Depois, passará a ser eletrônica, vinculada diretamente ao cadastro do RNTRC. De acordo com Amaral, para permanecer ativo, o transportador precisará estar com todos os seguros em dia.
A portaria também esclarece a divisão de responsabilidades em caso de subcontratação. Quando o caminhoneiro é contratado por uma empresa transportadora, cabe a ela garantir as apólices. Nos casos de RCTR-C e RC-DC, o motorista atua como preposto da transportadora. Para o RC-V, a empresa deve contratar uma apólice específica.
Estudo aponta que eletrificação de caminhões pesados pode reduzir em 46% as emissões de gases poluentes e gerar economia de R$ 5 bilhões até 2050
O Brasil, um dos maiores emissores de CO2 no setor de transportes, enfrenta um desafio significativo devido à sua dependência de rodovias, que respondem por 75% do transporte de cargas. Em 2024, os caminhões foram responsáveis por 49,9% das emissões de gases de efeito estufa, impactando tanto a saúde pública quanto o meio ambiente.
Um estudo do Instituto Ar revela que a eletrificação da frota de caminhões pesados pode resultar em uma economia de R$ 5 bilhões em custos ambientais e de saúde pública até 2050, além de reduzir em 46% as emissões de gases poluentes. A pesquisa analisou diferentes cenários de substituição da frota de caminhões a diesel em São Paulo, considerando tecnologias como baterias elétricas, células de hidrogênio e híbridos a diesel.
Comparação de Tecnologias
Os resultados mostram que a eletrificação é a alternativa mais eficaz. Caminhões híbridos a diesel, por exemplo, apresentaram uma redução de apenas 8% nas emissões e uma economia de R$ 298 milhões. Além disso, o uso de gás natural e biodiesel pode, paradoxalmente, aumentar as emissões líquidas e os custos econômicos, desafiando a percepção de que essas opções são “limpas”.
Um ponto crítico do estudo é o impacto territorial do biodiesel. Se o Brasil optar por uma transição total para esse combustível até 2050, seriam necessários 215 milhões de hectares de terras agrícolas, o que representa mais de 25% do território nacional. Essa área é 7,5 vezes maior do que a atualmente utilizada para cultivos alimentares básicos.
Consequências para a Saúde Pública
A poluição atmosférica gerada pelos caminhões a diesel também afeta a saúde pública. Entre 2013 e 2023, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou mais de R$ 24 bilhões em hospitalizações relacionadas a doenças provocadas pela poluição do ar. As comunidades mais vulneráveis, localizadas próximas a rodovias e centros logísticos, são as mais afetadas, enfrentando um aumento nas doenças respiratórias e cardiovasculares.
A eletrificação da frota de caminhões pesados se apresenta, portanto, não apenas como uma solução ambiental, mas também como uma oportunidade de melhorar a saúde pública e reduzir custos associados a doenças provocadas pela poluição.
O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) ganhou destaque recentemente com a chegada do novo terminal de cargas frias, fruto de um investimento de aproximadamente R$ 105 milhões realizado pelo grupo suíço Fracht Log. O empreendimento, considerado o mais moderno do estado, promete atender às necessidades do mercado nordestino 24 horas por dia, oferecendo serviços de frete marítimo, despacho aduaneiro, armazenagem e transporte, consolidando-se como uma solução logística eficaz para o Ceará e toda a região.
Com previsão de início de operação em setembro, esse novo terminal se torna um aliado crucial para as empresas exportadoras, especialmente aquelas afetadas pelas tarifas impostas pelo governo dos EUA. O armazém visa beneficiar principalmente os setores de frutas, aves, carnes e peixes, que agora dispõem de um espaço inovador e eficiente para armazenamento de suas mercadorias.
Quais são os benefícios do novo terminal no Porto do Pecém?
O terminal de cargas frias do Porto do Pecém traz inúmeras vantagens para o setor logístico do Ceará. Além de ser o primeiro armazém voltado para mercadorias frias no complexo, ele oferece uma capacidade de armazenamento significativa, podendo abrigar até 60 mil toneladas de produtos resfriados ou congelados por ano. O total de armazenamento, incluindo mercadorias secas, chega a 174 mil toneladas anuais. Em sua ampla área de 107 mil m², o terminal conta com 17 mil m² de área construída e 64 mil m² disponíveis para armazenamento ao ar livre.
A inovação se expande além da infraestrutura física, uma vez que o terminal disponibiliza aos clientes a possibilidade de monitorar remotamente e em tempo real a temperatura das câmaras frias. Esse controle é viabilizado por sistemas de telemetria e softwares avançados de gerenciamento de armazém, garantindo segurança e eficiência no manejo das mercadorias.
Aumento da competitividade – O terminal permite que o Porto do Pecém receba e movimente cargas de forma mais eficiente, o que o consolida como um hub logístico de destaque no Nordeste.
Novas oportunidades de mercado – A nova infraestrutura abre as portas para o transporte de cargas de alto valor, como frutas, peixes e carnes. Isso atrai novos clientes e linhas de navegação, diversificando o mercado do porto.
Tecnologia de ponta – O terminal utiliza sistemas de telemetria e o Warehouse Management System (WMS), que permitem o monitoramento remoto e em tempo real da temperatura e da localização das cargas. Essa tecnologia garante a segurança e a rastreabilidade dos produtos.
Geração de empregos – A fase inicial do empreendimento gerou aproximadamente 80 empregos diretos e 400 indiretos, contribuindo para a economia local.
Aumento da capacidade de armazenamento – A nova estrutura tem capacidade para armazenar até 60 mil toneladas por ano de cargas resfriadas ou congeladas, ampliando significativamente a capacidade do porto para este tipo de mercadoria.
Como o empreendimento impacta a economia local?
A expectativa de impacto econômico do terminal de cargas frias é expressiva. Estima-se a geração de aproximadamente 80 empregos diretos e cerca de 400 empregos indiretos, o que contribuirá significativamente para a economia local. Além disso, ao aprimorar a infraestrutura logística, o terminal atrai mais empresas para a região, potencializando o desenvolvimento econômico e fortalecendo o Porto do Pecém como um hub logístico importante na América do Sul.
O investimento da Fracht Log reflete a estratégia da empresa em valorizar o potencial do Ceará, considerando não apenas o posicionamento geográfico estratégico, a proximidade com importantes mercados internacionais, como Estados Unidos, Espanha e Holanda, mas também outras iniciativas em andamento, como a futura operação da Transnordestina e o desenvolvimento do Hub de Hidrogênio Verde no Complexo do Pecém.
Quais são as inovações tecnológicas no terminal?
O terminal de cargas frias do Porto do Pecém incorpora avançadas inovações tecnológicas, que otimizam suas operações e garantem eficiência no armazenamento. Um dos destaques é a implementação de sistemas de monitoramento remoto, que permitem aos clientes o acompanhamento em tempo real das condições de armazenamento de suas cargas. Com o uso da telemetria, toda a operação é monitorada, oferecendo um controle preciso sobre as temperaturas nas câmaras frigoríficas.
Ademais, o sistema de Warehouse Management System (WMS) integrado oferece rastreabilidade total das cargas, segurança e transparência operacional. A configuração avançada do armazém, que inclui uma antecâmara com espaço para a operação de até 10 docas simultaneamente, visa otimizar ainda mais o processo de triagem e recebimento de mercadorias, destacando-se como uma inovação inédita no Ceará.
FAQ sobre o Porto do Pecém
Como o terminal de cargas frias contribui para a exportação de frutas do Ceará? O terminal de cargas refrigeradas do Porto do Pecém é crucial para a exportação de frutas. Ele garante a manutenção da qualidade dos produtos, como melão, manga e uva, antes do embarque, prolongando sua vida útil e permitindo que cheguem a mercados internacionais em perfeitas condições.
O terminal tem flexibilidade para expandir suas operações? Sim, o terminal tem potencial de expansão para atender ao aumento da demanda. Ele foi projetado para permitir o crescimento futuro de suas operações, garantindo que o porto possa lidar com volumes maiores de mercadorias refrigeradas.
Quais são as vantagens do Porto do Pecém comparado a outros portos do Nordeste? O Porto do Pecém se destaca no Nordeste por diversos fatores. Ele está estrategicamente localizado mais próximo dos mercados internacionais da Europa e da América do Norte, oferecendo rotas mais curtas e econômicas. Além disso, sua infraestrutura moderna, que inclui o Terminal de Múltiplas Utilidades (Tmut) e o Terminal de Cargas de Granéis Líquidos (Tgl), permite o manuseio de uma variedade de cargas. O porto também conta com um calado profundo, que pode receber grandes navios, e um complexo industrial e portuário (CIPP) que integra indústrias e o porto, otimizando a logística.
A entrega está prevista para 2026 e cerca de 80 mil pessoas devem ser beneficiadas, com expectativa de crescimento econômico na região e maior facilidade no transporte de cargas pelo estado.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) avança na construção da ponte sobre o Rio Xingu, no Km 571 da BR-230, a Transamazônica. A obra já alcançou 40% de execução e terá 700 metros de extensão, conectando Anapu e Vitória do Xingu, municípios da região sudoeste do Pará.
Quatro etapas de concretagem dos blocos de sustentação foram realizadas, com um dos blocos já concluído. Paralelamente, equipes trabalham na construção dos vãos de retaguarda. O investimento total será de R$ 405 milhões, dentro do Novo Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal.
A ponte será do tipo estaiada, formada por quatro vãos em cada margem, sustentados por colunas verticais com pilares e vigas de concreto armado. A entrega está prevista para 2026 e cerca de 80 mil pessoas devem ser beneficiadas, com expectativa de crescimento econômico na região e maior facilidade no transporte de cargas pelo estado.
Atualmente, a travessia do rio é feita por balsas de uma empresa privada, responsáveis pelo transporte de veículos leves, pesados e também de passageiros. A construção da ponte é aguardada há vários anos pelos moradores da região e deverá se tornar uma das maiores do Brasil, marcando um avanço histórico na infraestrutura da Transamazônica.
Medida traz benefícios diretos para caminhoneiros, embarcadores e toda a cadeia logística, tornando o processo menos burocrático, mais ágil e eficiente
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou, nesta sexta-feira (29/8), por meio da Decisão SUROC nº 500/2025, publicada no Diário Oficial da União (DOU), a habilitação de mais uma Fornecedora de Vale-Pedágio Obrigatório (FVPO) para utilizar tecnologia de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR) — sistema capaz de identificar automaticamente as placas dos veículos — no pagamento do benefício. Nesta decisão, foi validado o modelo operacional de Vale-Pedágio Obrigatório com OCR para a empresa Banco Bradesco S.A. A Roadcard já havia sido a primeira autorizada pela Agência a adotar esse modelo.
A medida traz ganhos diretos para caminhoneiros, embarcadores e para toda a cadeia logística: elimina burocracias, reduz o risco de fraudes, aumenta a agilidade nas praças de pedágio e garante que o transportador receba, de forma clara, rastreável e transparente, o valor do vale.
Com a inovação, o pagamento do pedágio deixa de depender de procedimentos manuais e passa a ser validado automaticamente pela leitura da placa, o que representa mais segurança tanto para o transportador quanto para o embarcador. Além disso, o novo modelo não substitui os sistemas já existentes: soluções regionais e locais continuam válidas, desde que previamente aprovadas pela Agência.
A decisão foi estudada e implementada pela Superintendência de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas da ANTT (SUROC), abrindo caminho para a inclusão de novas tecnologias e modelos operacionais no futuro, sempre sob análise e autorização da Agência.
Na prática, a mudança significa mais eficiência no transporte rodoviário de cargas, menor risco de irregularidades e a garantia de que o Vale-Pedágio Obrigatório — direito conquistado pelos transportadores — será cumprido com maior clareza, segurança e transparência.
Obras inauguradas em Guarulhos e no entroncamento com a Fernão Dias vão reduzir congestionamentos, dar mais segurança e agilizar o transporte de cargas e passageiros na principal rodovia do país
A vida de quem cruza diariamente a Via Dutra (BR-116) começa a mudar para melhor a partir desta sexta-feira (29/8). O Ministério dos Transportes e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) entregaram dois novos complexos viários bem estratégicos em Guarulhos (SP), que vão reduzir gargalos históricos de tráfego, melhorar o acesso ao maior aeroporto da América do Sul e dar mais fluidez ao escoamento de cargas em um dos corredores logísticos mais importantes do Brasil.
As entregas, realizadas pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, com participação de representantes da ANTT e outras autoridades federais, estaduais e municipais, marcam uma nova fase na Dutra, rodovia que recebe diariamente cerca de 350 mil veículos e responde pelo transporte de aproximadamente 50% do PIB nacional.
O primeiro equipamento entregue é o viaduto que liga a pista expressa da Dutra à Rodovia Hélio Smidt, acesso direto ao Aeroporto Internacional de Guarulhos. A nova estrutura permitirá que motoristas cheguem e saiam do terminal com mais rapidez e segurança, diminuindo congestionamentos que há décadas afetam passageiros e cargas.
O segundo empreendimento é o complexo viário Fernão Dias, formado por três novos viadutos que interligam a Dutra à BR-381, rota que conecta São Paulo a Belo Horizonte. A liberação será feita em etapas até 7 de setembro e vai eliminar pontos críticos de retenção, melhorando o fluxo em um dos eixos mais movimentados do Sudeste.
As obras foram executadas pela concessionária RioSP (uma empresa Motiva), com acompanhamento, regulação e fiscalização da ANTT, e fazem parte do pacote de R$ 1,4 bilhão em investimentos previstos no contrato de concessão. Além dos viadutos, o programa inclui ampliação de marginais, construção de passarelas, trevos e sistemas inteligentes de monitoramento, que reforçam a segurança e a eficiência da rodovia.
As obras mobilizaram quase 900 trabalhadores diretos e já gerou milhares de empregos indiretos. “É uma obra que muda a vida das pessoas e das empresas. Ganha quem vai ao aeroporto, quem transporta carga, quem depende da Dutra para trabalhar e também a economia do Brasil, que se movimenta com mais rapidez e menos custo”, destacou o ministro Renan Filho.
Para o diretor-geral da ANTT, Guilherme Theo Sampaio, as entregas significam mais segurança viária, economia de tempo para os motoristas e uma rede logística mais moderna. “Esses novos acessos dão agilidade ao transporte de cargas e passageiros e tornam a Dutra ainda mais estratégica para o desenvolvimento do país”, disse. Com a conclusão das intervenções, Guarulhos, São Paulo, Belo Horizonte e toda a região Sudeste passam a contar com caminhos mais rápidos, seguros e eficientes. “É mobilidade que se traduz em qualidade de vida para milhões de brasileiros e competitividade para a economia nacional”, concluiu o diretor-geral.
Treinamentos, apoio familiar e reconhecimento contínuo para atrair e fidelizar motoristas profissionais estão entre as iniciativas que estão sendo adotadas pelas empresas
Realidade incontestável no transporte rodoviário de cargas brasileiro, a crescente falta de motoristas profissionais segue desafiando dia após dia as transportadoras e refletindo na economia nacional. Dados recentes da Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN) revelam que, somente nos últimos 10 anos, o país perdeu 1,1 milhão de caminhoneiros. Além disso, apenas 4% dos atuais motoristas profissionais possuem menos de 30 anos.
A crescente escassez de mão de obra no transporte rodoviário de cargas, setor responsável por movimentar mais de 65% de tudo aquilo que é produzido no país, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), é justificada pelas condições desafiadoras de trabalho nas estradas brasileiras, com infraestrutura precária, longas jornadas, insegurança e riscos de acidentes e roubos, além do envelhecimento da atual força de trabalho. Todos esses fatores têm acendido um alerta nas transportadoras do país.
Para Gislaine Zorzin, diretora administrativa e de novos negócios da Zorzin Logística e diretora institucional da Associação Brasileira de Transportes e Logística de Produtos Perigosos (ABTLP), a retenção de motoristas está ligada diretamente às oportunidades e aos cuidados que a empresa promove para valorizar de fato os profissionais e fomentar a confiança entre empresa e colaborador.
“A valorização do motorista deve ser um dos pilares centrais de qualquer empresa do setor. Para isso, pensamos em ações que realmente promovam a diferença para esses profissionais, que vão desde a oferta de oportunidades e treinamentos internos contínuos até iniciativas voltadas ao bem-estar, onde buscamos manter uma comunicação aberta e transparente tanto com os motoristas quanto com seus familiares, inclusive promovendo encontros periódicos para fortalecer esse vínculo, que é muito importante”, afirma a diretora.
Para as empresas se manterem estáveis diante desse desafio, oferecer um diferencial atrativo para o mercado se mostra parte essencial para ampliar sua competitividade e conquistar novos perfis profissionais e a retenção do seu quadro de colaboradores.
“Nós cultivamos, de fato, uma cultura de pertencimento na Zorzin. Estamos constantemente pensando e desenvolvendo ações voltadas ao bem-estar dos motoristas, porque reconhecemos que a profissão exige um esforço físico e mental significativo. Apoiamos ativamente as mulheres que sonham em ingressar na profissão, por meio de incentivos e apoio a projetos que fomentem a presença feminina no setor. Além disso, quando um colaborador demonstra interesse em ampliar sua qualificação, como acrescentar uma nova categoria à habilitação, buscamos viabilizar esse desenvolvimento”, destaca Gislaine Zorzin.
O enfrentamento desse desafio precisa acontecer de forma coletiva, unindo esforços para fortalecer a pauta da profissão. Isso inclui a promoção de programas de formação, qualificação e iniciativas que valorizem o motorista junto à sociedade. Ao mesmo tempo, o papel das empresas é indispensável: oferecer condições dignas de trabalho, remuneração justa e um ambiente que estimule o desenvolvimento contínuo.
“A escassez de motoristas é um desafio para todos nós, do setor. As entidades já trabalham ativamente para intensificar essa pauta, além de atuar na valorização da profissão junto à sociedade. Já as empresas devem oferecer melhores condições de trabalho, remuneração justa e um ambiente que promova dignidade e desenvolvimento. Somente com um esforço conjunto conseguiremos tornar o setor mais atrativo, especialmente para as novas gerações”, finaliza a executiva.
Tecnologias prometem eficiência, segurança e justiça concorrencial no transporte de cargas; no entanto, especialistas defendem que a consolidação envolve a superação de barreiras culturais e operacionais
O avanço da digitalização e automação já transforma rodovias brasileiras. Sistemas como pedágio automático free flow e pesagem em movimento (HS-WIM) aumentam a fluidez do tráfego, reduzem congestionamentos e diminuem emissões de CO₂. Porém, especialistas afirmam que a consolidação dessas tecnologias depende de clareza regulatória, interoperabilidade e superação de barreiras culturais e operacionais.
Para Antonio Miró, gerente de operações de pedágios da Kapsch no Brasil, a implementação do free flow na Rodovia Rio-Santos e na Caminhos da Serra Gaúcha elevou a velocidade média em 25% e reduziu em 30% o tempo total de viagem. “Essas tecnologias otimizam o fluxo logístico, reduzem custos com paradas e aumentam a segurança, permitindo detecção proativa de riscos. Para o transporte de cargas, isso significa menor tempo de viagem, menor desgaste da frota e mais confiabilidade nas operações”, afirma.
Além disso, novas concessões e a expansão do 5G aceleram a transição para rodovias conectadas, mas Miró alerta que ainda é necessário padronizar sistemas e ampliar investimentos em infraestrutura digital.
Justiça concorrencial depende de respaldo jurídico
Segundo Leonardo Schenk, advogado do Terra Tavares Elias Rosa Advogados e professor da UERJ, a modernização exige regulamentação clara. “O Poder Judiciário tem respaldado o modelo regulatório atual e os estudos técnicos que fundamentam essa modernização. O free flow e o HS-WIM promovem eficiência e segurança, mas ainda geram disputas locais e questionamentos legais. O sandbox regulatório da ANTT permitiu testar essas tecnologias em condições controladas”, explica.
Dados da BR-101 mostram que mais de 70% dos veículos já utilizam TAGs eletrônicas, o prazo médio de quitação digital é de sete dias, e o índice de inadimplência é de 6%. Nas BR-364 e 365, 17% dos veículos fiscalizados excediam o peso permitido, reforçando a importância da fiscalização contínua e integrada para garantir concorrência justa.
Telemetria e conectividade
Sistemas de rastreamento em tempo real, telemetria e sensores IoT permitem calcular o desgaste da infraestrutura, identificar veículos em áreas de risco e implementar tarifas dinâmicas baseadas no peso. “Com essas tecnologias, transformamos dados brutos em decisões estratégicas, otimizando rotas, reduzindo custos e emissões”, afirma Miró.
Plataformas como a EcoTrafiX integram câmeras e sensores para monitorar comportamentos de risco, acionar autoridades e reduzir o tempo de resposta a incidentes, aumentando a segurança e dissuadindo crimes nas rodovias.
Miró projeta avanços como gestão de tráfego em tempo real com IA e big data, expansão do free flow, comunicação V2X entre veículos e infraestrutura, e manutenção preditiva por sensores IoT.
Schenk prevê mudanças estruturais: modicidade tarifária com justiça concorrencial, responsabilização civil rigorosa já reconhecida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e planejamento de infraestrutura baseado em dados reais, tornando rodovias mais seguras e duráveis.
“Para investidores e operadores, este é o momento de adaptar operações e aproveitar as vantagens competitivas das novas tecnologias”, conclui Miró.
A transformação das rodovias conectadas
+25% de aumento na velocidade média após implantação do free flow na Rodovia Rio-Santos (Rio-SP);
–30% no tempo total de viagem no mesmo trecho;
70% dos veículos da BR 101 já utilizam TAGs eletrônicas;
Sete dias é o prazo médio para pagamento digital do pedágio;
17% dos veículos fiscalizados nas BR-364 e 365 excediam o peso permitido;
6% de inadimplência no pedágio eletrônico da BR-101.
Fontes: ANTT (sandbox regulatório), Antonio Miró (Kapsch) e Leonardo Schenk (TTER Advogados)
Leia mais sobre o tema no Anuário de Carga 2025. Baixe aqui.
Como representante oficial da IRU no Brasil, a NTC&Logística colabora na condução da Pesquisa Global sobre a Escassez de Motoristas 2025 e convida empresas do setor a participarem ativamente
A NTC&Logística, representante oficial da IRU (União Internacional dos Transportes Rodoviários) no Brasil, está apoiando a realização da Driver Shortage Survey 2025, pesquisa internacional que avalia a escassez de motoristas profissionais em diferentes regiões do mundo. A iniciativa busca compreender o tamanho do déficit, suas principais causas e propor soluções viáveis para um problema que ameaça a eficiência e a sustentabilidade do transporte rodoviário de cargas.
Desde 2019, a IRU realiza anualmente esse levantamento, em parceria com entidades nacionais e empresas do setor. Os dados obtidos têm contribuído para embasar políticas públicas, estratégias empresariais e ações de advocacy em diversos países. Em 2024, um dos principais alertas foi a queda de 5,8% na proporção de motoristas jovens, sinalizando a necessidade urgente de renovação da força de trabalho e de iniciativas mais efetivas de atração e retenção.
A edição de 2025 já está disponível e pode ser respondida até o dia 30 de setembro de 2025. Os participantes terão acesso antecipado a dados estratégicos, análises de tendências e insights sobre o comportamento e preferências dos motoristas, como, por exemplo, a escolha entre rotas de longa ou curta distância.
O presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, enfatiza a importância da participação do setor brasileiro na pesquisa: “A escassez de motoristas é uma realidade também no Brasil e precisa ser superada com dados, planejamento e ação. Ao participar da pesquisa da IRU, estamos contribuindo para um diagnóstico global, mas também para termos um retrato mais claro da situação no nosso país. A NTC&Logística seguirá comprometida em promover iniciativas que fortaleçam o setor e valorizem o profissional do volante”.
A expectativa da IRU é incluir análises específicas por país no relatório final, desde que haja um número significativo de respostas nacionais. Por isso, a NTC&Logística convida todos os empresários e entidades do transporte de cargas a incentivarem seus motoristas e equipes a participarem.
Imersão no INSEAD vai formar líderes mais inovadores, justos e preparados para os desafios do futuro
A Missão Internacional do Transporte – França 2025 terá início no próximo domingo (31) e reunirá líderes empresariais e institucionais do setor em uma imersão estratégica em Fontainebleau, na França. Promovida pelo Sistema Transporte, a iniciativa busca fortalecer competências de liderança, ampliar a visão estratégica dos executivos e estimular práticas de gestão inovadoras e eficientes.
Durante dez dias, a delegação participará de aulas, seminários e visitas técnicas organizados pelo INSEAD Business School, uma das mais prestigiadas escolas de negócios do mundo. A programação abordará temas como estratégias digitais, liderança justa, tomada de decisão, inovação corporativa e transformação organizacional.
A abertura oficial da missão ocorrerá no domingo à noite, com a presença do presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, do ex-presidente e fundador do SEST SENAT, Clésio Andrade, além de representantes da Embaixada do Brasil na França e de autoridades dos poderes Executivo e Legislativo brasileiro.
Ao longo da semana, além das atividades acadêmicas no INSEAD, os participantes visitarão empresas de referência mundial, como a GEODIS, especializada em transporte de cargas, e a KEOLIS, líder global em mobilidade urbana sustentável. O encerramento, previsto para sexta-feira (5), será marcado por um debate sobre os aprendizados da missão e a identificação de soluções aplicáveis à realidade brasileira, com foco em inovação e competitividade no setor de transporte. A cobertura completa da Missão será realizada pelos canais de comunicação do Sistema Transporte.
Objetivo é reunir dados reais que irão subsidiar a próxima revisão dos valores. Formulário pode ser preenchido até o dia 2/9
A estrada fala, e a ANTT quer ouvir. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) acaba de lançar uma nova pesquisa online para ouvir diretamente transportadores e profissionais do transporte rodoviário de cargas. O objetivo é reunir dados reais que irão subsidiar a próxima revisão dos valores do Piso Mínimo de Frete.
O formulário já está disponível e pode ser respondido até 2 de setembro. São apenas cinco minutos de preenchimento, mas cada resposta faz diferença: é a oportunidade de contribuir para que as regras reflitam a realidade de quem vive o dia a dia nas estradas.
Instituído pela Lei nº 13.703/2018, o piso mínimo do frete garante remuneração mínima aos transportadores, protegendo condições justas de trabalho e evitando distorções no mercado. Para que essa política pública continue atualizada, é fundamental combinarmos estudos técnicos, análises de mercado e, sobretudo, a participação social — que agora se dá tanto pela tomada de subsídios já realizada quanto pela nova pesquisa aberta.
Essa iniciativa integra o 8º ciclo regulatório da Resolução ANTT nº 5.867/2020, que define os critérios técnicos e coeficientes utilizados para calcular o valor mínimo por quilômetro rodado, por eixo carregado. O processo é contínuo e inclui consultas, tomadas de subsídios, estudos técnicos e pesquisas de mercado, sempre com foco na transparência, no diálogo e na construção coletiva de soluções.
Segmento está otimista com a previsão de investimentos em infraestrutura e logística, impulsionados por PPPs, e os novos contratos de concessão
Estimativas da Federação de Seguros Gerais (FenSeg) para 2025 indicam uma alta de 11,5% nas vendas de seguro de transporte de carga. Esse percentual é pouco mais do que o dobro da alta registrada em 2024 sobre o ano anterior, de 5,5%. No ano passado, as vendas de seguro de transporte somaram R$ 6,12 bilhões. Já as indenizações foram de R$ 3 bilhões, uma alta de 6,1% em relação a 2023, de acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Nos cinco primeiros meses de 2025, a arrecadação com seguros de transporte já alcançou R$ 2,7 bilhões, 11,4% a mais que igual período de 2024. Foram pagos, de janeiro a maio de 2025, R$ 1,5 bilhão em indenizações. Boa parte do incremento nas vendas esperado neste ano pode ser creditado à obrigatoriedade legal de contratação de alguns tipos de seguro por transportadores. O cumprimento da lei foi reforçado por Portaria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) divulgada em agosto.
Além de atualizar e ampliar dois acordos econômicos assinados em 2002
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, destacou que Brasil e México se comprometeram a aumentar os investimentos recíprocos e a corrente de comércio bilateral, além de atualizar e ampliar dois acordos econômicos assinados em 2002.
“É bom esclarecer que em nenhum momento se pensou em ter livre comércio. Livre comércio nós temos no Mercosul, que é um tratado, então você tem ali o livre comércio e união aduaneira. O que nós estamos trabalhando com o México é atualizar, ampliar o acordo de comércio exterior de investimento chamado ACS 53 e ACS 55.”
Alckmin destacou as medidas, nesta quinta-feira, após o encerramento da agenda oficial de dois dias da comitiva brasileira ao México.
O vice-presidente detalhou o cronograma dos dois Acordos de Complementação Econômica, ACE 53 e ACE 55, entre Brasil e México, com previsão de rodadas de negociações até julho de 2026.
Segundo o governo federal, o México é o sexto destino das exportações brasileiras, o décimo na origem das importações e o sétimo na corrente de comércio. São quase 14 bilhões de dólares em 2024, o que representa um superávit para o Brasil superior a 2 bilhões de dólares.
Atualmente, o México é o segundo maior comprador de carne bovina brasileira. Alckmin explicou que o Brasil vai atender uma exigência do país parceiro de rastreabilidade de produtos oriundos da agropecuária sem cessar as exportações.
“Eles têm uma exigência de que haja uma rastreabilidade individual. O que nós dissemos? Nós vamos cumprir a rastreabilidade, mas isso tem um cronograma. Então, o que nós queremos é que não interrompa essa venda do produto brasileiro enquanto o Brasil caminha na rastreabilidade. Então, isso ficou bem acordado.”
Quanto aos novos mercados, o Brasil vai comprar pêssego, aspargo e derivados de atum do México e exportar ração para suínos e bovinos.
Durante a agenda também foram anunciados acordos e protocolos de intenções nas áreas da saúde, da aviação civil e de biocombustíveis.
Empreendimentos inaugurados nesta sexta (29) darão agilidade logística e facilitarão mobilidade na maior ligação rodoviária do Sudeste
A Rodovia Presidente Dutra (BR-116), conhecida como Via Dutra, uma das maiores concessões federais do Brasil e principal ligação rodoviária do país, recebeu nesta sexta-feira (29) dois novos complexos viários de grande porte. A entrega foi feita pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, em Guarulhos (SP).
O primeiro empreendimento é o novo viaduto que conecta a Dutra à Rodovia Hélio Smidt, principal acesso ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, o maior da América do Sul.
“Essa é uma obra muito relevante, que vai agilizar a vida das pessoas que vêm para a região. Quem precisa ir ao Aeroporto de Guarulhos, vai começar a sentir a melhoria desse conjunto de obras”, afirmou Renan Filho.
Já a segunda entrega é um conjunto de três viadutos que integram o entroncamento da Dutra com a Rodovia Fernão Dias, a principal ligação rodoviária entre São Paulo e Belo Horizonte. A primeira parte da estrutura será liberada na próxima segunda-feira (1) e o restante, no dia 7 de setembro.
Juntos, os empreendimentos executados pela RioSP mobilizaram quase 900 trabalhadores diretos e fazem parte da concessão que prevê cerca de R$ 1,4 bilhão em obras e tecnologia, com a Dutra totalmente iluminada e equipada com câmeras de monitoramento e sistemas de detecção automática de incidentes.
Fim dos gargalos
As melhorias solucionam gargalos históricos da malha viária e representam avanços significativos para motoristas, passageiros e para o escoamento de cargas que circulam por esses corredores estratégicos.
Os três novos viadutos do complexo Fernão Dias interligarão as pistas que conectam São Paulo a Belo Horizonte. Com a conclusão das obras, os motoristas poderão acessar a Fernão Dias a partir das pistas expressas da Via Dutra, aumentando a fluidez e eliminando pontos de congestionamento.
Já a construção do viaduto da Hélio Smidt estabelece uma nova conexão entre a rodovia que leva o mesmo nome e a pista expressa da Dutra, ampliando a acessibilidade ao Aeroporto Internacional de Guarulhos.
“Essa inauguração em São Paulo é a sequência dos investimentos que o governo do presidente Lula faz por aqui. Nós estamos em máxima histórica de investimento no Brasil. Isso significa mais emprego, economia crescendo, mais renda para as pessoas e mais facilidade para as empresas e para a sociedade de maneira geral”, finalizou o ministro dos Transportes.
Evento reuniu, em São Paulo, representantes do Transporte Rodoviário de Cargas para discutir temas que impactam o setor
O presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, participou hoje (28), em São Paulo, do Encontro de Empresários do TRC com o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Theo Sampaio, realizado no auditório do Edifício Sebastião Ubson Carneiro Ribeiro, sede de entidades do setor.
O evento foi promovido pela FETCESP – Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo e contou com o apoio institucional da NTC&Logística, reunindo empresários, dirigentes e representantes de entidades de diferentes regiões do Brasil.
O vice-presidente de Transporte Rodoviário de Cargas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Flávio Benatti, presente também na mesa de abertura, acompanhou as discussões ao lado das principais lideranças do setor.
O anfitrião do encontro, Carlos Panzan, presidente da FETCESP, ressaltou a importância do momento. “A aproximação entre as entidades patronais e a ANTT marca uma evolução no relacionamento entre nossas áreas. Este diálogo franco e direto contribui de forma significativa para a melhoria do Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil. Guilherme, você sempre foi amigo do transportador e, agora como diretor-geral, nos orgulha ao separar um tempo para estar conosco”, afirmou.
Na sequência, o diretor-geral da ANTT, Guilherme Theo Sampaio, apresentou um panorama das ações da Agência, destacando os avanços em concessões rodoviárias, a modernização de processos regulatórios e a implementação de tecnologias, como a pesagem em movimento. “Nosso compromisso é continuar avançando: reduzir burocracias, diminuir custos e garantir infraestrutura condizente com as necessidades do país. Só com diálogo constante e construção conjunta conseguiremos atender às expectativas do setor e da sociedade”, declarou.
O presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, parabenizou a FETCESP pela iniciativa e salientou a importância do espaço de diálogo. “Eventos como este são fundamentais para o desenvolvimento do Transporte Rodoviário de Cargas. As discussões e os debates promovidos hoje vieram ao encontro das dúvidas e preocupações dos empresários e dirigentes, contribuindo para a construção de soluções conjuntas. Assim como ocorreu no CONET&Intersindical, edição Bento Gonçalves, a participação da ANTT reforça a busca permanente pelo diálogo com as entidades do setor. A NTC&Logística mantém uma parceria de cooperação técnica com a Agência, trabalhando para aprimorar a regulação e fortalecer ainda mais a competitividade das empresas de transporte”, ressaltou.
Após as falas iniciais, os debates contaram com a participação de José Alberto Panzan, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes e Cargas de Campinas e Região (SINDICAMP); Marcel Zorzin, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do ABC (SETRANS ABC); Dr. Marcos Aurélio Ribeiro, diretor jurídico da NTC&Logística e assessor jurídico da FETCESP; Hugo Leonardo Cunha Rodrigues, superintendente de Fiscalização de Serviços de Transporte Rodoviário de Cargas e Passageiros (SUFIS) da ANTT, e José Aires Amaral Filho, superintendente de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas (SUROC) da ANTT.
O encontro foi considerado estratégico por empresários e lideranças, possibilitando apresentação de demandas, esclarecimento de dúvidas e melhor entendimento das ações regulatórias do Transporte Rodoviário de Cargas.
Evento itinerante chega ao estado de São Paulo e reunirá lideranças do transporte de todo o país
As inscrições estão abertas para o Congresso NTC 2025 – XVIII Encontro Nacional da COMJOVEM. O evento, que reúne empresários do Transporte Rodoviário de Cargas de todo o Brasil, será realizado no Club Med Lake Paradise, em Mogi das Cruzes (SP), entre os dias 27 e 30 de novembro de 2025.
Realizado pela NTC&Logística, em conjunto com a COMJOVEM – Comissão de Jovens Empresários e Executivos da NTC&Logística, o Congresso consolidou-se como um ambiente propício para a troca de conhecimentos, networking e desenvolvimento de parcerias estratégicas. Representantes de federações e sindicatos do setor de todo o país reúnem-se com os Núcleos Regionais da Comissão para discutir as perspectivas do setor, participar de atividades de interesse empresarial e celebrar conquistas alcançadas.
A programação oficial constará de painéis de discussão, palestras de motivação, workshops como ferramentas de aprendizagem teórica e prática, e outras experiências produtivas. Na programação de lazer, os participantes terão a oportunidade de desfrutar das belezas naturais e aproveitar as comodidades oferecidas pelo Club Med Lake Paradise.
O presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, ressalta: “Esse é um dos grandes eventos de relevância promovidos pela entidade, assim como todos os outros que realizamos com o compromisso de contribuir com o desenvolvimento do setor. É um espaço que proporciona importantes trocas de experiências, fortalecimento das relações institucionais e discussões sobre os principais temas que impactam o Transporte Rodoviário de Cargas. Convido todos os empresários, executivos e jovens lideranças a se organizarem para estar conosco neste encontro. A participação de cada um faz a diferença para o presente e o futuro do nosso setor”.
Encontro reuniu especialistas, autoridades nacionais e delegações internacionais para discutir soluções práticas que aumentem a segurança viária e ambiental na região. Reunião técnica do SGT-5 começa amanhã (28/8)
Foz do Iguaçu sediou, na terça-feira, 26 de agosto, o 1º Seminário Internacional sobre Transporte Terrestre de Produtos Perigosos, coordenado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O encontro reuniu cerca de 90 participantes, entre presenciais e virtuais, e contou com delegações de todos os países do Mercosul, além do Chile. O objetivo foi ampliar o nível técnico das discussões e alinhar normas de segurança que entrarão em vigor em 2026.
Realizado no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI), o seminário contou com a participação presencial de representantes do Brasil, Paraguai, Uruguai e Chile, enquanto Argentina e Bolívia se fizeram presentes de forma virtual. Também marcaram presença órgãos públicos, instituições de ensino, entidades setoriais como ABTI (Associação Brasileira de Transportadores Internacionais) e SINDIFOZ (Sindicato dos Transportadores Rodoviários de Foz do Iguaçu e Região), além de representantes do setor privado.
A coordenação do encontro esteve sob responsabilidade de Cálicles Mânica, Coordenador-Geral de Relações Internacionais da Assessoria Especial de Relações Institucionais, Internacionais e de Comunicação (AESRIC) da ANTT. Para ele, o seminário consolidou o papel do Brasil como referência técnica no bloco. “Este foi um oferecimento do Brasil aos países vizinhos no âmbito da Comissão Técnica do SGT nº 5, durante nossa presidência pro tempore. Foi uma oportunidade de compartilhar nosso conhecimento e de elevar o nível de preparo de todos os países envolvidos”, destacou.
Um dos momentos de maior destaque foi a apresentação conduzida por Maycon Casal, da Coordenação de Transporte Rodoviário Internacional de Cargas da ANTT, em parceria com Fabiano dos Santos Goia, Policial Rodoviário Federal. A exposição trouxe contribuições práticas sobre regulação, fiscalização e normas técnicas aplicadas ao transporte de cargas perigosas. “Avançar em regras comuns significa salvar vidas, proteger o meio ambiente e dar mais confiabilidade às operações logísticas”, ressaltou Maycon.
O seminário também marcou um compromisso importante: a partir de 1º de janeiro de 2026, todos os países do Mercosul deverão adotar a norma mais recente sobre produtos perigosos. A decisão reforça a harmonização regulatória, aumenta a segurança viária e ambiental e dá maior previsibilidade às operações regionais. O sucesso do evento foi reconhecido por todas as delegações, que elogiaram a iniciativa brasileira e solicitaram que uma nova etapa seja realizada durante a próxima reunião ordinária do SGT nº 5, em Brasília.
Na quarta-feira (27/8), também em Foz do Iguaçu, começou a VII Reunião Ordinária da Comissão Técnica do SGT nº 5 – Transporte do Mercosul, dando continuidade à agenda internacional. Com a coordenação da ANTT, o seminário reafirma o protagonismo do Brasil na integração regional, na difusão de conhecimento técnico e no fortalecimento da segurança do transporte de produtos perigosos em toda a malha logística sul-americana.
Rendimento médio foi equivalente a 2,3 salários mínimos
O setor de serviços empregou o contingente recorde de 15,2 milhões de pessoas em 2023. Esse número de trabalhadores representa alta de 7,1% em relação aos 14,2 milhões do ano anterior.
Já em relação a 2019, que delimita o período pré-pandemia de covid-19 ─ antes de a economia ser severamente atingida por medidas de restrição sanitária e isolamento ─, o crescimento na ocupação foi de 18,3%, o que representa mais 2,4 milhões de trabalhadores no setor.
Os dados fazem parte da Pesquisa Anual de Serviços, divulgada nesta quarta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de serem relativos a 2023, os dados são os mais recentes da radiografia anual que o IBGE faz do setor.
A pesquisa apresenta informações de atividades como alojamentos, alimentação, transportes, correios, comunicação, turismo, escritórios, cultura e reparo de automóveis. Empresas do setor financeiro não estão incluídas no estudo.
Empregados
O levantamento aponta que, das 34 atividades observadas, cinco concentravam 47% dos postos de trabalho gerados, com destaque para serviços de alimentação, com 1,8 milhão de empregos:
Serviços de alimentação (11,74% dos empregos);
Serviços técnico-profissionais (11,24%);
Serviços para edifícios e atividades paisagísticas (8,11%);
Serviços de escritórios a apoio administrativo (7,78%);
Transporte de cargas (8,20%).
Salarios
Em 2023, o setor de serviços reunia 1,7 milhão de empresas. Ao todo, essas firmas pagaram R$ 592,5 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. Isso equivale a 2,3 salários mínimos (s.m.) mensais por funcionário, em média.
Dos sete grandes segmentos pesquisados pelo IBGE, três tiveram remuneração acima da média, com destaque para serviços de informação e comunicação:
Serviços de informação e comunicação (4,7 s.m.);
Outras atividades de serviços (3,6 s.m.);
Transporte, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,8 s.m.).
Ao observar os dados por unidades da federação, os pesquisadores apontam que os salários médios mais altos foram pagos em São Paulo (2,8 s.m.), no Rio de Janeiro (2,5 s.m.) e Distrito Federal (2,4 s.m.). Já as remunerações mais baixas foram no Acre, em Roraima e no Piauí, todas com 1,4 salário mínimo.
Receitas
Em 2023, as empresas pesquisadas pelo IBGE tiveram receita bruta de R$ 3,4 trilhões. O estado de São Paulo respondeu por 45% desse montante, seguido por Rio de Janeiro (10%), Minas Gerais (7,8%), Paraná (5,5%) e Rio Grande do Sul (4,7%).
De 2022 para 2023, houve troca no posto de segmento com maior participação na receita líquida (receita bruta descontada de impostos e outros abatimentos). O segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares passou a ocupar o topo, com 29,2% de participação, deixando para trás o segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (28,1%).
Pesquisa mensal
Mês a mês, o IBGE divulga a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), com o desempenho do setor no ano corrente, mas sem informações sobre nível de emprego e remuneração média.
No primeiro semestre de 2025, de acordo com a PMS, o setor apresentou expansão de 2,5% em relação ao mesmo período de 2024.
Juros altos e restrição de financiamento freiam a compra de caminhões pesados e extrapesados, mantendo o mercado sob pressão no segundo semestre
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou na última terça-feira (27), durante o 33º Congresso & Expo Fenabrave, que a taxa básica de juros (Selic) deve permanecer elevada por um período prolongado, atualmente em 15% ao ano. Segundo Galípolo, a política monetária restritiva é necessária para controlar a inflação, que ainda não convergiu de forma consistente para a meta estabelecida pelo Copom de 3%, com margem de 1,5 ponto para cima ou para baixo.
“O processo de convergência para a meta de inflação está sendo lento, e isso demanda manter a Selic em patamar ainda bastante restritivo”, afirmou o presidente do BC. Para a economista da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Tereza Fernandez, a manutenção da Selic em nível elevado tem efeito direto sobre a compra de caminhões, principalmente porque esses veículos são considerados bens de capital e, em grande parte, financiados. “Praticamente 100% dos caminhões pesados e tratores agrícolas dependem de crédito. Mas, com juros de 15% ao ano, restrição de financiamento e margens apertadas, muitas empresas — especialmente do setor agrícola — acabam adiando a renovação de frota”, explica.
Recuperações judiciais
Tereza detalha que o setor agrícola enfrenta desafios adicionais: diversas empresas estão em recuperação judicial, tiveram safras ruins no ano anterior e sofreram aumento no custo de insumos, como fertilizantes, o que reduziu significativamente a rentabilidade.
“Mesmo com uma safra melhor este ano, o preço das commodities caiu em real, restringindo a capacidade de investimento. Além disso, os três ou quatro anos anteriores haviam permitido alguma reorganização da frota, mas agora os empresários seguram a compra de novos caminhões”, acrescenta.
Ela ressalta que, enquanto linhas mais leves e de médio porte apresentam recuperação, os caminhões pesados e extrapesados — usados no transporte de grãos e longas distâncias — enfrentam retração próxima a 20% em relação ao ano passado.
Aumento da inadimplência
Marco Borba, presidente da Associação Brasileira dos Concessionários Volkswagen Truck & Bus (ACAV), confirma a forte correlação entre juros e demanda por caminhões: veículos de maior valor, acima de R$ 1 milhão, dependem de financiamento e sofrem mais com o custo elevado do crédito. “O cenário macroeconômico e político também aumenta a cautela do comprador, que tende a adiar aquisições ou limitar-se à substituição de frota”, afirma.
Ele ressalta que segmentos urbanos e de transporte leve mantêm crescimento, impulsionados por entregas last mile, enquanto transportes de longa distância registram queda de 20%. Borba observa ainda que a inadimplência em veículos de maior valor aumentou, levando bancos a analisar crédito com mais rigor.
Segundo dados da Fenabrave, o acumulado de 2025 registra queda de 5,3% frente a 2024, passando de 71.906 para 68.084 caminhões emplacados até o 11º dia útil de agosto.
O setor de implementos rodoviários é o que mais sofre no mercado de caminhões em 2025. Segundo dados da Fenabrave, o acumulado do ano registra queda de 5,3% frente a 2024, passando de 71.906 para 68.084 unidades emplacadas até o 11º dia útil de agosto.
No comparativo mensal, os emplacamentos de agosto têm leve alta de 0,4% sobre julho, mas caem 20,3% em relação a agosto do ano passado e acumulam retração de 19,9% em comparação com 2024.
Caso a taxa Selic se mantenha elevada, a tendência é que o segundo semestre repita o desempenho do primeiro, sem perspectivas de melhora significativa.