Em 2026, carteira de projetos prevê oito leilões ferroviários e 13 leilões rodoviários, injetando quase R$ 290 bilhões em investimentos
A infraestrutura nacional virou uma página importante nesta terça-feira (25/11), quando o Ministério dos Transportes apresentou a primeira Política Nacional de Concessões Ferroviárias e anunciou o pipeline de projetos para 2026 em ferrovias e rodovias. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), responsável pela regulação e fiscalização das concessões federais, assume papel central na execução desse novo ciclo, que reposiciona o país no mapa mundial da logística e cria condições reais para investimentos inéditos em ferrovias e rodovias. Os diretores da ANTT, Alex Azevedo e Severino Neto, acompanharam a agenda ao lado do ministro dos Transportes, Renan Filho, e de outras autoridades.
Com o lançamento da Política Nacional de Concessões Ferroviárias e de uma carteira robusta de projetos para 2026, o Brasil inaugura agora um novo momento na infraestrutura de transportes rodoviários e ferroviários. A ANTT e o Ministério dos Transportes, protagonistas desse avanço, já encerram 2025 com recorde de leilões e se preparam para um próximo ano ainda mais decisivo – com mais trilhos, mais estradas modernizadas, mais desenvolvimento sustentável e mais segurança para milhões de brasileiros em todos os estados.
Pela primeira vez, o Brasil passa a contar com uma política ferroviária moderna, integrada e sustentável – uma diretriz de Estado. A iniciativa estrutura projetos alinhados às melhores práticas internacionais, moderniza regras contratuais, aprimora governança, fortalece a segurança jurídica e estabelece um modelo inovador de funding, combinando recursos públicos e privados para viabilizar grandes obras, inclusive greenfield. É o maior passo institucional para recuperar décadas de atraso no setor.
Em 2026, a carteira de projetos prevê oito leilões ferroviários, que somam mais de 9 mil quilômetros de trilhos, R$ 140 bilhões em investimentos diretos e potencial de até R$ 600 bilhões injetados no sistema ao longo da vida dos contratos. Projetos estruturantes como o Anel Ferroviário do Sudeste, a Ferrogrão, a Malha Oeste e os corredores da Malha Sul integram a lista. Para o usuário final, isso significa redução de custos logísticos, ampliação da competitividade da produção nacional e novas alternativas sustentáveis de circulação de cargas e passageiros.
No modal rodoviário, o ritmo igualmente se acelera. Serão 13 leilões previstos para 2026, totalizando mais R$ 148 bilhões em investimentos e obras que promovem duplicações, passarelas, faixas adicionais, marginais, pontos de parada e descanso, além de serviços modernos de atendimento ao usuário. Entre os destaques, está a Rota dos Sertões, a primeira grande concessão rodoviária exclusivamente nordestina, com leilão marcado para março de 2026.
O anúncio ocorre no mesmo ano em que a ANTT bateu seu recorde histórico: 21 leilões realizados em menos de três anos, mais de 10 mil quilômetros concedidos e investimentos que superam R$ 232 bilhões – número que ainda crescerá com a concessão da Fernão Dias, marcada para dezembro. Somente este ano, foram oito leilões, e a Agência fecha 2025 com resultados sólidos, começando 2026 pronta para entregar a maior carteira de projetos rodoviários e ferroviários de uma única gestão.
“Esses avanços impactam diretamente a vida das pessoas – sobretudo quem depende diariamente das estradas e dos trilhos para trabalhar, acessar serviços públicos, transportar mercadorias ou simplesmente se deslocar com segurança. Mais infraestrutura significa mais empregos, mais competitividade, mais fluidez e menos acidentes. Significa permitir que idosos, pessoas com deficiência, motoristas profissionais e famílias inteiras circulem em rodovias e ferrovias mais seguras, bem operadas e confiáveis”, explicou o diretor-geral da ANTT, Guilherme Theo Sampaio.
Além disso, agora, com a nova política ferroviária, o Brasil abre espaço para a expansão de projetos de passageiros, aproveitando trechos ociosos, oferecendo alternativas mais sustentáveis de deslocamento e resgatando uma vocação histórica, que ganha bases modernas. A ANTT acompanhará de perto todas as etapas, assegurando planejamento responsável, fiscalização rigorosa, transparência e respeito ao interesse público.
“A credibilidade conquistada pela instituição – hoje reconhecida por investidores, órgãos de controle e pela sociedade – é o que permite que o país avance com segurança. Se 2025 já foi um ano de recordes, 2026 será ainda maior. A ANTT segue comprometida com um Brasil que cresce sobre trilhos e estradas mais eficientes, mais humanas e mais preparadas para o futuro”, concluiu o diretor-geral da ANTT.
Conforme um levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), 93 pessoas morreram no trânsito por esse motivo no último ano
A falta de atenção ou reação ineficiente de motoristas é a principal causa de acidentes em rodovias federais dentro dos limites de Santa Catarina. Conforme um levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram 2.404 ocorrências registradas com essa causa, em 2024, gerando 93 mortes.
Segundo a PRF, a falta de atenção no volante inclui o uso de celulares enquanto o condutor dirige, além da ausência de reação ou tomada de decisão tardia a uma situação adversa no trânsito.
Por conta disso, o ano passado registrou 2.404 acidentes por falta de atenção, deixando 2.642 pessoas feridas e causando 93 mortes. Da mesma causa, em 2025, de janeiro a outubro, foram 1.990 ocorrências e 88 mortos.
Já a segunda maior causa de acidentes nas estradas federais em 2024 foi o acesso à via sem observar a presença de outro veículo. Os dados do relatório revelam que são 900 sinistros de trânsito nesse grupo, com 1.097 feridos e 19 mortos. Em 2025, até outubro, 941 ficaram feridos e 22 morreram.
Em seguida, a terceira maior causa de mortes nas rodovias federais está na ingestão de álcool. O consumo da bebida por motoristas gerou 596 acidentes, sendo que 451 pessoas ficaram feridas e 13 perderam a vida.
Com relação a 2025, são 12 mortes e 343 feridos como consequência do consumo de álcool por parte de motoristas, conforme os dados até outubro.
Principais causas de acidentes em rodovias federais de SC em 2024
Falta de atenção (ausência de reação ou reação tardia / ineficiente do condutor): 2.404 ocorrências.
Acessar a via sem observar a presença de outro veículo: 900 ocorrências.
Ingestão de álcool: 596 ocorrências.
Deixar de manter a distância do veículo da frente: 557 ocorrências.
Manobra de mudança de faixa: 545 ocorrências.
Velocidade excessiva / incompatível para o local: 497 ocorrências.
Desrespeitar a preferência no cruzamento: 304 ocorrências.
Transitar com a motocicleta entre as faixas (corredor): 303 ocorrências.
Demais causas: 2.281 ocorrências.
Acidentes em rodovias estaduais de SC
Com relação às principais causas de acidentes e mortes nas vias estaduais de Santa Catarina, a Polícia Militar Rodoviária do Estado (PMRv) informou que 95% das ocorrências são por falha humana e imprudência no trânsito.
Conforme o órgão, a falta de respeito às leis do Código de Trânsito influencia no aumento de acidentes, entre eles o consumo de álcool e imprudência. “Às vezes é uma falha mecânica, mas a maioria das vezes é imprudência, que é a falha humana. Achar que nunca vai acontecer consigo”, destaca a PMRv.
Ministério lançou força-tarefa para acelerar definição de normas
Até dezembro de 2026, o governo pretende publicar todas as normas infralegais necessárias para a adoção do mercado regulado de carbono no país, disse nesta quinta-feira (27) a secretária extraordinária do Mercado de Carbono do Ministério da Fazenda, Cristina Reis.
Criada em outubro, a Secretaria será responsável por estruturar o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), previsto para entrar em operação em 2030.
A secretária disse que o mercado de carbono tem potencial para gerar oportunidades econômicas, renda e redução de desigualdades, mas lembrou que não se trata de uma “bala de prata” para enfrentar a crise climática.
“Essa jornada é de quase três anos no governo atual, mas é também de muitos anos de espera pela aprovação da lei do mercado regulado”, afirmou.
Segundo ela, o trabalho envolve todo um ecossistema, incluindo setor público, empresas, setor financeiro, comunidades tradicionais e povos indígenas.
Cristina Reis disse que a nova estrutura tem caráter extraordinário, com começo, meio e fim, até que o governo institua um órgão gestor permanente. De acordo com projeções citadas por ela, o mercado de carbono pode elevar o crescimento adicional da economia em quase 6% até 2040 e 8,5% até 2050.
Segundo estimativas do Banco Mundial, as emissões de gás carbônico dos setores regulados poderiam cair 21% até 2040 e 27% até 2050. O preço da tonelada de carbono pode chegar a US$ 30 por tonelada, avançando para US$ 60 numa segunda fase.
Estudos
A subsecretária de Regulação e Metodologias da nova secretaria, Ana Paula Machado, informou que o governo conduz estudos e uma análise de impacto regulatório com foco em ampliar o escopo do mercado e aumentar sua eficiência. Segundo ela, o Ministério da Fazenda pretende preparar a economia brasileira para um cenário internacional em que a precificação de carbono seja considerada irreversível.
“Um país como o Brasil precisa estar equipado para monitorar emissões, precificar o carbono no processo produtivo e se inserir de forma competitiva no cenário internacional”, disse.
Para ela, o Estado deve estar preparado para apoiar os agentes econômicos na transição para uma economia de baixo carbono.
Janela de oportunidade
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que a criação da Secretaria Extraordinária do Mercado de Carbono aproveita uma “janela de oportunidade” aberta com a reforma tributária. Ele explicou que o órgão integrará a estratégia do governo para fortalecer o Plano de Transformação Ecológica e modernizar instrumentos de financiamento, como o Fundo Clima.
Durigan destacou que o governo segue uma programação contínua desde 2023 para avançar na agenda de descarbonização.
“A nova Secretaria é um passo concreto e fundamental para que a gente estruture o mercado de carbono regulado no Brasil. Este é o primeiro passo de anos de trabalho”, afirmou.
A Fazenda avalia que a regulamentação do mercado de carbono deve estimular investimentos em atividades de baixo carbono, contribuir para a competitividade da indústria e apoiar a transição ecológica do país.
Na noite desta quinta-feira (27), ocorreu o primeiro dia do Congresso NTC 2025 – XVIII Encontro Nacional da COMJOVEM, no Club Med Lake Paradise, em Mogi das Cruzes (SP). O evento, já consolidado no calendário nacional do Transporte Rodoviário de Cargas, marca a finalização das ações oficiais e atividades da COMJOVEM (Comissão de Jovens Empresários e Executivos da NTC&Logística) no ano de 2025.
Na abertura do evento, o vice-presidente de Transporte Rodoviário de Cargas da CNT e patrono da COMJOVEM, Flávio Benatti, foi o primeiro a subir ao palco e, na ocasião, salientou o papel da COMJOVEM para o desenvolvimento do setor e a felicidade de ver, ano após ano, a evolução da comissão.
“É uma grande satisfação participar deste evento, que marca a ‘maioridade’ do Encontro Nacional da COMJOVEM, chegando à sua décima oitava edição. Ver este projeto, que nasceu de um sonho e de uma convicção sobre o potencial das novas gerações, alcançar essa dimensão é algo que me enche de orgulho. Criar a COMJOVEM Nacional foi uma das decisões mais importantes da minha trajetória e, hoje, ao observar o impacto que vocês têm gerado nas empresas, nas entidades e em todo o setor, tenho a certeza absoluta de que tomamos a decisão correta. Aproveitem este encontro, fortaleçam seus laços, ampliem seus conhecimentos e sigam contribuindo para o crescimento e a renovação do Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil”, declarou Benatti.
Representando o presidente da entidade anfitriã, FETCESP (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo), Carlos Panzan, o vice-presidente da federação e diretor financeiro da NTC&Logística, José Maria Gomes, agradeceu a participação e o empenho de todos para que a realização do evento fosse um sucesso.
“A Comissão é um sucesso consolidado e tenho convicção de que este encontro seguirá a mesma trajetória, reunindo conhecimento, integração e novas oportunidades para todos vocês. Minha mensagem aos jovens empresários e executivos que aqui estão é clara: valorizem o associativismo. Sem ele, o nosso setor enfrentaria desafios ainda maiores. É por meio da união, da participação ativa e do engajamento de cada um que fortalecemos o Transporte Rodoviário de Cargas, essencial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Aproveitem este momento, construam conexões e sigam contribuindo para um TRC cada vez mais forte e representativo”, ressaltou José Maria Gomes.
O diretor de Relações Institucionais da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Valter Souza, representando o presidente do Sistema Transporte (CNT / SEST SENAT / ITL), Vander Costa, destacou a relevância da COMJOVEM para a renovação das lideranças do setor, acrescentando dados e pilares do Sistema Transporte.
“É uma honra representar a CNT em um encontro que evidencia a força da nova geração do transporte. Ver o crescimento técnico, institucional e, sobretudo, feminino dentro da COMJOVEM nos mostra que estamos no caminho certo. O Sistema Transporte existe para fortalecer as bases do setor, promovendo qualificação, desenvolvimento e segurança para que o transporte brasileiro siga gerando emprego, competitividade e progresso para o país. Ver jovens empresários engajados, unidos e fortalecendo o associativismo nos dá a certeza de que o futuro do TRC está em excelentes mãos”, afirmou Valter Souza.
Em seguida, o coordenador nacional da COMJOVEM, André de Simone, saudou os presentes e reforçou a importância da união dos Núcleos Regionais da COMJOVEM e do trabalho desenvolvido ao longo do ciclo. “É muito especial olhar para esta sala cheia de jovens empresários e líderes do nosso setor e perceber o quanto a COMJOVEM evoluiu. Hoje, vemos resultados concretos desse trabalho, por meio de diversos integrantes da Comissão ocupando funções nas entidades, empresas e projetos, mostrando que a renovação das lideranças está acontecendo de forma planejada, responsável e consistente. A COMJOVEM só é forte porque conta com o apoio de grandes lideranças do transporte, como o presidente Eduardo Rebuzzi, o patrono Flávio Benatti e tantos outros que acreditam na importância dessa Comissão. Nosso papel na coordenação nacional é direcionar; quem faz a diferença, na prática, são os integrantes. Este é o momento de celebrar, reconhecer o esforço de cada Núcleo Regional e agradecer pela confiança em nos permitir representar uma Comissão que se tornou referência no Brasil e no mundo.”
Finalizando os pronunciamentos iniciais, o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, enfatizou a importância do associativismo e o papel estratégico das entidades na construção de um setor mais moderno, competitivo e representativo. Lembrou que o TRC vive um período de transformações profundas e reforçou que a união entre empresas, federações, sindicatos e comissões é fundamental para garantir estabilidade institucional e sustentabilidade econômica.
Rebuzzi aproveitou o momento para anunciar algumas iniciativas, como o primeiro evento Carbono Neutro da NTC&Logística e do transporte de cargas, em parceria com a Domani Global, e a campanha de doação de órgãos “Rota da Vida”, que a NTC&Logística, por meio da COMJOVEM, lançou e que entra oficialmente no calendário da entidade.
O presidente da NTC&Logística Rebuzzi também ratificou a relevância da COMJOVEM na construção do futuro do TRC, destacando o crescimento da participação feminina, o engajamento dos núcleos e a capacidade da Comissão de inspirar novas trajetórias. “É um orgulho ver a força dos jovens empresários e executivos que atuam em seus Núcleos Regionais com disciplina, engajamento e espírito de liderança. A COMJOVEM é parte essencial do presente e do futuro da nossa entidade. Este encontro simboliza continuidade, renovação e compromisso com o fortalecimento do setor em todo o país. Tenho a certeza de que, juntos, seguiremos ampliando a importância do TRC e construindo um ambiente cada vez mais moderno, preparado e representativo.”
Homenagens e reconhecimento às empresas parceiras
Um dos momentos mais aguardados da noite foi a entrega do Troféu Reconhecimento, destinado aos Núcleos que cumpriram todas as metas obrigatórias do ciclo de novembro de 2024 a outubro de 2025.
Os núcleos vencedores foram: ABC; Belo Horizonte; Campinas; Centro-Oeste; Centro-Oeste Mineiro; Chapecó; Curitiba; Espírito Santo; Joinville; Nordeste; Porto Alegre; Recife; Rio de Janeiro; Santos; São José do Rio Preto; São Paulo; Sindipesa; Sul de Santa Catarina; Toledo; Triângulo Mineiro; Vale do Paraíba e Videira.
A Comissão também celebrou o impacto da campanha nacional de doação de sangue, que contabilizou mais de 1.000 doações, contribuindo para salvar mais de quatro mil vidas. O Núcleo Centro-Oeste Mineiro foi homenageado pelo maior número de mobilizações na campanha, com 856 doações registradas.
Premiações individuais
Troféu Núcleo Destaque 2025: Centro-Oeste Mineiro
Troféu Revelação 2025: Videira
Troféu Comunicação 2025 | Postagens nas Redes Sociais: Belo Horizonte
Troféu Comunicação 2025 | Engajamento nas Redes Sociais: Chapecó
Troféu Comunicação 2025 | Comunicador do Ano: Belo Horizonte
Troféu Projeto ESG | Pilar Ambiental: São Paulo – “Tampinhas que Curam”
Troféu Projeto ESG | Pilar Social: Joinville – “Motorista em Família”
Troféu Projeto ESG | Pilar Governança: Belo Horizonte – “Delegacia de Sete Lagoas”
Troféu Itinerante do Ano: Campinas
Troféu Presença no Encontro Nacional: São Paulo
Troféu Melhor Artigo Técnico: Triângulo Mineiro – “A Nova Largada do Transporte Rodoviário” e São José do Rio Preto – “Logística Humanitária e o TRC em Situações de Emergência”
Homenagem pelos 10 anos da ‘Feijuca Mãos do Bem’
Os reconhecimentos continuaram com a homenagem pelos 10 anos da ‘Feijuca Mãos do Bem’, iniciativa do Núcleo da COMJOVEM de Cascavel, em conjunto com o SINTROPAR (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Oeste do Paraná), reconhecida nacionalmente pelo impacto social.
O presidente do sindicato, Antonio Ruyz, que também foi vice-coordenador nacional da COMJOVEM, recebeu a honraria em nome da ação, acompanhada da exibição de um vídeo comemorativo relembrando a trajetória do projeto.
DECOPE – Comitê de Mercado e Tarifas
Durante a programação, foi anunciada uma importante mudança estrutural: o Instituto COMJOVEM de Desenvolvimento Mercadológico passa a integrar a estrutura administrativa da NTC&Logística, no DECOPE, agora com maior abrangência e nova denominação: Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Econômicas da NTC&Logística – Comitê de Mercado e Tarifas.
O presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, junto à vice-coordenadora do Instituto, Valéria Melnik, também representando o coordenador Geovani Serafim, destacou que a transição representa um passo importante para o fortalecimento técnico da entidade. “A transição do Instituto para a estrutura administrativa, agora como DECOPE – Comitê de Mercado e Tarifas, permite ampliar a participação dos empresários nos debates sobre custos, tarifas e gestão comercial. O Instituto nasceu dentro da COMJOVEM e deixa um legado relevante, mas sua maturidade exige um espaço mais abrangente dentro da NTC, garantindo maior impacto e alcance para o desenvolvimento sustentável das empresas do Transporte Rodoviário de Cargas.”
Transição da Coordenação Nacional da COMJOVEM
A abertura também marcou o encerramento do ciclo de liderança de André de Simone à frente da Coordenação Nacional da COMJOVEM. Após nove anos contribuindo para o fortalecimento da Comissão, ele assume o cargo de vice-presidente extraordinário para Novos Negócios da NTC&Logística.
Na ocasião, o presidente da NTC&Logística, chamou os atuais e ex-coordenadores e vice coordenadores nacionais da COMJOVEM e a vice coordenadora do Instituto COMJOVEM, que atuaram com o André durante a sua trajetória na entidade. Na foto, da esquerda para a direita, estão: Valéria Melnik, Hudson Rabelo, Joyce Bessa, André de Simone, Ana Jarrouge, Priscila Zanette, Jéssica Caballero, Ítalo Grativol e Eduardo Rebuzzi.
A nova coordenação será liderada por Hudson Rabelo, ao lado da vice-coordenadora Jéssica Caballero e do novo vice-coordenador nacional, Ítalo Grativol, iniciando uma nova etapa para a COMJOVEM. “É difícil expressar tudo o que sinto neste momento. Entrei na COMJOVEM a convite de um fornecedor, para participar de uma reunião, e esses encontros transformaram a minha vida pessoal e profissional. Passei por diferentes estados, conheci pessoas que admiro profundamente e sempre me inspirei em lideranças como o presidente Rebuzzi e os coordenadores que vieram antes de mim. A COMJOVEM me deu visão, coragem e amigos para a vida inteira. Este reconhecimento é especial, mas meu maior agradecimento é por tudo o que construímos juntos.”
Encerramento da noite
Flávio Benatti encerrou sua participação expressando o orgulho de ser reconhecido como Patrono da COMJOVEM. “Tenho uma alegria enorme em carregar esse título, porque a COMJOVEM não é apenas uma escola de líderes, mas uma escola de valores. Aqui se constroem laços pessoais e profissionais que nos ensinam a importância do outro e fortalecem todo o nosso setor.”
A foto oficial do evento foi registrada logo após as homenagens, reunindo a diretoria da NTC&Logística, a Coordenação Nacional da COMJOVEM, representantes dos Núcleos e convidados. Em seguida, o jantar festivo contou com apresentação musical e marcou o encerramento do primeiro dia do Congresso, preparando os participantes para a intensa programação técnica a ser realizada.
Realização
NTC&Logística – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística
Entidade Anfitriã
FETCESP – Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo e Sindicatos Filiados
Patrocínio
Astra Capital Fenatran – Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas Easydoc Geotab Rands SpeedMax TGID TOTVS Transpocred TruckPag Volkswagen Caminhões e Ônibus
Apoio Institucional
Sistema Transporte – CNT / SEST SENAT / ITL FuMTran – Fundação Memória do Transporte
O objetivo foi proporcionar um espaço seguro e acolhedor para as lideranças negras compartilharem suas histórias e opinarem quais medidas podem melhorar a inclusão na ANTT
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) realizou, nesta última terça-feira (25/11), a roda de conversa “Lideranças Negras na ANTT – Construindo Novos Percursos). O evento é fruto do Plano de Diversidade, Equidade e Inclusão (PDE&I), publicado há um ano pela ANTT, em 18/11/2024. Capacitação é um dos eixos temáticos do PDE&I, assim como está alinhado com o Plano de Equidade de Gênero e Raça 2024-2025 da Rede Equidade do Senado Federal, bem como está alinhado com as metas da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2030. O eixo temático de treinamento é fundamental para sensibilizar, conscientizar, desenvolver habilidades, competências e até mesmo atitudes que promovam respeito e o bem-estar de todos, dentro e fora do ambiente de trabalho, principalmente na forma de lidar com o público externo.
Para Paloma Nascimento, coordenadora de Gestão de Sustentabilidade (COGES/GSUST/SUSPI), “foi uma satisfação promover esse encontro, especialmente para encerrar o mês da Consciência Negra. Porém, o tema continuará sendo debatido junto com o cronograma do PDE&I”. Segundo a coordenadora, a iniciativa reafirma o compromisso da ANTT em dialogar, discutir e propor medidas sobre equidade racial nas instituições.
Um dos participantes, Paulo Fábio Eugênio, é especialista em regulação e coordenador de Planos de Investimento de Infraestrutura Ferroviária (CPINF/SUFER). Ele ponderou sobre a roda de conversa: “Foi importante, pois me fez refletir sobre todo o meu percurso até chegar em posições de liderança na Agência. Nas conversas, também concluí que ainda há um longo caminho a percorrer para alcançarmos uma transformação efetiva na participação de pessoas negras em cargos de liderança na ANTT. A inclusão de talentos negros demanda ação institucional e constitui um imperativo estratégico para fortalecer a qualidade e a justiça da gestão pública”.
O especialista em regulação e coordenador substituto de Análise Técnica do Transporte de Passageiros (Supas), Diego Mota, concorda sobre os avanços e desafios sobre o tema. “Os desafios para a inclusão de pessoas negras, especialmente em posições de liderança, ainda são muitos e refletem questões estruturais que extrapolam o âmbito da Agência, exigindo políticas públicas amplas e contínuas. Mesmo assim, vejo que a Agência tem dado passos importantes. Muitas das ações recentes, especialmente as previstas no Plano de Diversidade, já fazem diferença no nosso dia a dia. A roda de conversa de hoje, em particular, foi muito marcante para mim. Ela deixou claro que existe uma rede de pessoas comprometidas em construir, juntas, um ambiente mais acolhedor. Sair dali com esse senso de pertencimento renovado foi algo realmente especial e significativo”, relatou.
O evento também foi marcante para a coordenadora de Atos Normativos Substituta (CONOR/GEREF/SUFER), Marcela Pereira: “Discutir abertamente a questão racial dentro da Agência e ouvir lideranças negras compartilhando suas experiências foi muito enriquecedor”. Ela também propôs medidas para aprimorar a inclusão das lideranças negras: “Quando o topo da organização se engaja, isso reverbera e incentiva o restante dos servidores a participar, refletir e se posicionar. De modo geral, todas as iniciativas que acompanhei até aqui, no âmbito do Plano de Diversidade, têm sido muito positivas. É gratificante trabalhar em uma instituição que trata esse tema com atenção e seriedade”.
E, assim, o trabalho em equipe pretende “pensar no futuro juntos”. Conforme analisou Diego Mota, “desejo ver uma Agência cada vez mais diversa, onde cada pessoa possa se sentir representada e segura para expressar sua identidade. Acredito que manter esse tipo de espaço de diálogo e continuar fortalecendo políticas internas de equidade são passos fundamentais para seguirmos avançando”.
“Para formalizar essa mudança e incorporar a equidade à missão institucional da Agência, considero essencial, entre outras iniciativas, a criação de módulos de capacitação para todos os gestores, abordando temáticas como ‘Ações Afirmativas’ e ‘Racismo Estrutural’, avaliando quais seus efeitos nas relações e tomadas de decisão”, completou Paulo Fábio Eugênio.
Com todo o conteúdo e diálogos abordados, Paloma Nascimento segue a mesma linha e afirma: “A ideia, portanto, foi buscar o diálogo, a concretização e a consolidação da equidade racial como cultura organizacional, não apenas como uma norma escrita, mas como uma prática cotidiana de gestão e liderança”. E acrescentou: “No entanto, ainda temos muito trabalho pela frente e estamos prontos para aprimorar cada vez mais os eixos de atuação do Plano de Diversidade, Equidade e Inclusão”.
Com 1.800 quilômetros de intervenções e 38 obras já concluídas neste ano, o governo do estado de Goiás avança com pavimentação e duplicação de rodovias, viadutos e pontes em todas as regiões
Segundo a assessoria de imprensa do governo, o estado atingiu, em 2025, o maior volume de obras de infraestrutura de sua história. Somente neste ano, os investimentos chegarão a R$ 3,7 bilhões. O Estado opera atualmente mais de 70 frentes de trabalho simultâneas, que totalizam mais de 1.800 quilômetros em pavimentações, duplicações e restaurações. O conjunto de intervenções também envolve viadutos, pontes, trevos, bueiros e passarelas. Além das obras em andamento, outras 38 já foram finalizadas e entregues desde janeiro.
Para o governador Ronaldo Caiado, o ritmo de execução reflete a prioridade dada à infraestrutura. “Avançamos na infraestrutura porque ela é fundamental para o desenvolvimento do Estado, e fazemos isso com uma gestão competente, séria, que respeita o dinheiro público”, afirma.
Nas obras civis, o Estado conta atualmente com 14 estruturas em execução e outras 14 já concluídas, incluindo entregas de grande impacto, como o Complexo Oncológico de Referência (Cora) e a Casa da Pessoa Idosa da Vila Mutirão, ambas na capital.
A malha viária segue em ritmo acelerado, com 73 obras distribuídas por todas as regiões. Na Região Metropolitana, foram entregues intervenções como a pavimentação da GO-319, enquanto avançam as obras nas rodovias GO-219, GO-147 e GO-589.
No Centro Goiano, a duplicação do anel viário do Daia chega à fase final, e o Aeroporto de Cargas de Anápolis recebe recuperação ambiental e nova drenagem. No Norte e Nordeste, pavimentações estratégicas nas GOs 110 e 108 impulsionam o turismo e fortalecem o escoamento regional.
Nas regiões Sul, Sudeste e Sudoeste, o volume de intervenções também é robusto. No Sul, seguem a duplicação e restauração da GO-139, a ampliação da GO-213 e a restauração de 63,57 quilômetros da GO-309.
O Sudeste avança na duplicação da GO-330, entre Catalão e Ipameri. Já no Sudoeste, a Goinfra conduz obras estruturantes como a restauração da GO-184, a pavimentação da GO-401, a duplicação da GO-210 e a implantação do Complexo Viário de Rio Verde, além de melhorias nas GO-050, GO-306 e GO-180.
Entre as obras finalizadas em 2025, ganham destaque a pavimentação da GO-132, a duplicação da GO-010 e o anel viário de Pires do Rio, junto a importantes obras de arte especial, como o viaduto Portal da Fé, em Trindade, e a ponte sobre o Rio Santa Maria, na GO-154.
Somente neste ano, mais de 600 quilômetros de melhorias funcionais foram entregues, beneficiando cidades como Minaçu, Niquelândia, Simolândia, Rio Verde, Santa Helena e Turvelândia.
Estudo classifica 67% da nossa malha como “regular, ruim ou péssima”
A qualidade da malha rodoviária é um pilar fundamental para a eficiência econômica e o desenvolvimento social de qualquer nação, e no Brasil essa realidade se manifesta de forma dramática, dada a sua matriz de transporte predominantemente rodoviária. O maior levantamento do país sobre o tema, a Pesquisa CNT de Rodovias 2024, avaliou 111.853 quilômetros de rodovias pavimentadas, abrangendo trechos federais e os principais estaduais, e traz dados que, embora apontem para uma pequena melhora na qualidade geral das vias, ainda revelam um cenário que demanda atenção. O estudo classifica 67% da nossa malha como “regular, ruim ou péssima”. Esta condição precária tem um custo direto na economia. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) estima que o investimento necessário para a reconstrução, restauração e manutenção do pavimento atinge a cifra de R$ 99,7 bilhões.
A urgência desse investimento é reforçada por estudos acadêmicos internacionais que quantificam o retorno social da infraestrutura. O working paper do NBER (National Bureau of Economic Research), “The Social Rate of Return on Road Infrastructure Investments”, por exemplo, demonstra que o investimento em infraestrutura pública, como estradas pavimentadas, em economias de mercado emergentes e em desenvolvimento (EMDEs), apresenta um potencial de ganho de bem-estar substancial. Os autores estimam que o retorno social mediano de instalar um quilômetro adicional de rodovia de duas pistas nessas economias é de 55%.
Para se ter uma ideia, esse retorno é aproximadamente oito vezes maior do que a taxa de retorno social sobre o capital privado nos Estados Unidos, sugerindo que há um potencial relevante para ganhos não realizados ao realocar a poupança global para a formação de capital público em EMDEs. O fato de o Brasil, como uma EMDE, apresentar uma malha rodoviária com 67% de trechos em condição aquém do ideal, para além daquelas não mapeadas, reforça a hipótese de que investimentos adicionais em suas rodovias podem gerar um produto marginal do capital e, consequentemente, um retorno social elevados.
A Pesquisa da CNT e o estudo do NBER, quando justapostos, desenham um quadro crítico, mas de oportunidades. Existe, no Brasil, um déficit maciço de infraestrutura que, se corrigido, pode gerar retornos econômicos e sociais relevantes e superiores às alternativas de investimento em economias desenvolvidas. O potencial retorno social sugere que o investimento em rodovias não é apenas uma despesa necessária, mas sim uma das formas mais eficientes de impulsionar o crescimento e o bem-estar social. Estamos em uma posição onde a formação de capital público é uma das áreas com o mais alto potencial de retorno. Contudo, esse alto retorno social só se materializa com a garantia de apropriabilidade, ou seja, mecanismos que convertam uma parcela do retorno social em retorno privado, essencial para atrair os bilhões de capital privado necessários.
Diagnóstico mostra força econômica do RJ e mapeia investimentos bilionários em portos, rodovias e ferrovias
Responsável por quase 90% da produção nacional de petróleo e por 46% da movimentação portuária do Sudeste em 2024, o Rio de Janeiro deverá receber cerca de R$ 50 bilhões em investimentos do Novo PAC destinados ao setor de transportes até 2030. É o que mostra o Panorama Logístico do estado do Rio de Janeiro, estudo elaborado pelo Observatório Nacional de Transporte e Logística (ONTL) da Infra S.A. que consolida dados sobre infraestrutura no território fluminense.
O documento foi apresentado nesta quarta-feira (26), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), durante a nona edição do seminário Logística no Brasil, encontro que reuniu especialistas, representantes do setor produtivo e autoridades públicas para discutir diretrizes do Plano Nacional de Logística 2050 (PNL 2050).
Durante o evento, o presidente da Infra S.A., Jorge Bastos, destacou o papel estratégico do Rio de Janeiro na logística nacional.
“Mais de 70% das exportações do Rio são de petróleo e derivados, escoados sobretudo pelos portos fluminenses. O estado é chave para o suprimento energético e para cadeias como mineração e siderurgia, o que demanda logística integrada e acessos eficientes entre rodovias, ferrovias, dutos e portos”.
Bastos também ressaltou as obras que o programa de concessões rodoviárias do Ministério dos Transportes tem viabilizado no estado e que contribuirão diretamente para solucionar gargalos logísticos históricos. Entre os exemplos, o diretor citou a concessão da BR-040/495/RJ/MG e a otimização do contrato da BR-101/RJ.
“Os investimentos com a repactuação do contrato da BR-101/RJ vão solucionar congestionamentos e fortalecer o turismo. O túnel para a subida da serra, na ligação do Rio de Janeiro (RJ) com Belo Horizonte (MG) pela BR-040, foi licitado, e esse gargalo também será solucionado, disse.
Em sua participação no painel que debateu a financiabilidade da infraestrutura, George Santoro, secretário-executivo do Ministério dos Transportes, elogiou o modelo de governança adotado para o PNL.
“Com a Infra S.A., o Ministério dos Portos e Aeroportos, o Ministério do Planejamento e a Casa Civil, estruturamos um comitê de governança histórico, capaz de integrar modais, iniciativas e prioridades. Estamos construindo um PNL realmente participativo, que moderniza e digitaliza processos e utiliza dados qualificados para dar mais agilidade, precisão e excelência ao planejamento nacional de transportes.”
Além de Santoro e Bastos, participaram do painel Mauro Ribeiro Viegas Filho, diretor-executivo e presidente do Conselho Empresarial de Infraestrutura da FIRJAN, e Luciana Costa, diretora de Infraestrutura e Transição Energética do BNDES. Os debates foram mediados por Fábio Couto, jornalista do Valor Econômico.
Série de debates ‘Logística no Brasil’
O debate no Rio de Janeiro é o nono de uma série que já percorreu Brasília, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá, Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte. A próxima edição será realizada no dia 4 de dezembro, em Belém (PA).
Concessão reúne trechos das BR-470, 282 e 153, com investimentos previstos para ampliar capacidade e segurança viária
O governo federal anunciou a concessão de um dos conjuntos rodoviários mais problemáticos de Santa Catarina. O pacote que engloba a BR-470, BR-282 e BR-153, rotas com tráfego intenso, alto índice de acidentes e obras lentas, deve ir a leilão em 2026. O edital prevê que a empresa vencedora seja obrigada a investir R$ 6,45 bilhões nas rodovias ao longo dos 30 anos de concessão.
Rodovias federais problemáticas de SC serão leiloadas por R$ 6,45 bilhões
A informação consta em um documento divulgado nesta terça-feira (25) pelo Ministério dos Transportes, detalhando o calendário de concessões rodoviárias do país.
Conforme o plano, o edital será publicado em julho de 2026, e o leilão está marcado para novembro do mesmo ano. O processo está atualmente aprovado pelo Ministério dos Transportes e aguarda abertura de audiência pública na ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
Pacote reúne 515 km entre Blumenau e o Oeste de SC
A concessão engloba 515,16 quilômetros de rodovias entre Blumenau e a região Oeste, reunindo três dos principais corredores logísticos de Santa Catarina.
O lote faz parte de um pacote nacional que prevê 35 leilões de estradas, somando quase R$ 400 bilhões de investimentos no período de quatro anos.
Segundo o governo, o conjunto é considerado o “principal eixo logístico multimodal do Vale do Itajaí”, responsável por escoar grande parte da produção industrial, agropecuária e madeireira do Estado. A BR-470, em especial, é vista como essencial para a ligação com os Portos de Itajaí e Navegantes.
Obras previstas: duplicações, marginais e novos dispositivos
O projeto foi estruturado pela empresa Infra S.A., vinculada ao Ministério dos Transportes, e prevê uma série de intervenções ao longo das três rodovias:
50,44 km de duplicações adicionais;
122,19 km de faixas adicionais;
72,68 km de marginais;
13 pórticos;
159 dispositivos e interseções (novos e remodelados);
29 passarelas de pedestres;
2 pontos de parada e descanso para caminhoneiros.
A previsão é que a receita bruta gerada pela concessão alcance cerca de R$ 30 bilhões ao longo dos 30 anos de contrato. O custo operacional tem valor presente líquido estimado em R$ 5,49 bilhões.
Impacto econômico: mais de 93 mil empregos
O governo federal estima que o pacote possa gerar 93.452 postos de trabalho, incluindo empregos diretos, indiretos e induzidos pelo efeito-renda.
Começa nesta quinta-feira, 27 de novembro, o Congresso NTC 2025 – XVIII Encontro Nacional da COMJOVEM. Realizado no Club Med Lake Paradise, em Mogi das Cruzes (SP), o evento reunirá empresários, executivos e lideranças de sindicatos e federações de todo o país até o dia 30, em um dos mais tradicionais encontros do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), marcado por debates técnicos, atividades de integração e experiências voltadas ao desenvolvimento de lideranças.
Promovido pela NTC&Logística, o Congresso se consolidou como um dos principais momentos de atualização, troca de conhecimentos, construção de conexões estratégicas e fortalecimento institucional do setor. Com a participação de Núcleos da COMJOVEM de diversas regiões do Brasil, o encontro retorna a São Paulo com uma programação que aborda gestão, inovação, saúde mental, expansão de negócios, protagonismo feminino e transformação profissional.
O presidente da entidade, Eduardo Rebuzzi, destacou a relevância de mais uma edição do Congresso: “Iniciamos este encontro com muita expectativa e confiança no futuro do nosso setor. A COMJOVEM tem papel fundamental na renovação das lideranças e na construção de um TRC mais preparado para os desafios que vivemos. Tenho certeza de que esta edição será marcada por muito aprendizado, conexão e inspiração”.
A programação oficial tem início hoje, com a cerimônia de abertura, que reunirá autoridades do setor, homenagens institucionais e a tradicional apresentação dos resultados da COMJOVEM no ciclo 2024–2025. Serão realizadas também premiações dos Núcleos Regionais, incluindo reconhecimentos por metas alcançadas, destaques em comunicação, projetos ESG, artigos técnicos, entre outros.
Nos dias seguintes, o conteúdo técnico passa a ocupar o centro do evento. Na sexta-feira (28), a programação começa cedo com o COMJOVEM + Saúde – Running, seguido das palestras “O Cérebro sob Estresse”, com o médico neurologista Fabiano Moulin; “O Líder em Transformação”, com Daniel Martin Ely, vice-presidente executivo da Randoncorp e COO da Rands, e “Entre Desafios e Conquistas: Uma Jornada de Cura e Propósito”, com Raisa Drumond, diretora de Logística da Continental LOG. A tarde seguirá com o tradicional encontro “Com Elas”, reforçando o protagonismo feminino no setor.
No sábado (29), a programação contará com o empreendedor e mentor Guy Peixoto Neto, que apresentará a palestra “Construir, Escalar e Impactar”, seguida por “Crie o Impossível”, conduzida por Raul Matos, fundador e CEO da Biscoitê, e pela tradicional Reunião Nacional da COMJOVEM. O domingo (30) marcará o encerramento oficial do evento.
A edição de 2025 reforça o compromisso da NTC&Logística e da COMJOVEM com a formação de lideranças, a geração de oportunidades e a disseminação de conhecimento qualificado. Com temas contemporâneos, que dialogam com os desafios diários do empresariado, o Congresso pretende estimular reflexões profundas e práticas aplicáveis às empresas de transporte em todo o Brasil.
“O setor de transporte vive transformações constantes, e eventos como este são fundamentais para preparar nossas lideranças para o que está por vir. A COMJOVEM representa uma nova geração que inspira confiança e dinamismo. É motivo de orgulho ver a força dessa Comissão reunida mais uma vez”, enfatizou o presidente Eduardo Rebuzzi.
Confira a programação
1º DIA | 27/11 (QUINTA-FEIRA)
12h | 15h
Almoço – Restaurante Principal | Lakeshore
17h
Liberação dos quartos
18h30 | 23h30
Local: Centro de Convenções – Sala Girassol e Foyer
Cerimônia de Abertura | Jantar Festivo
2º DIA | 28/11 (SEXTA-FEIRA)
6h30 | 7h30
COMJOVEM + Saúde – COMJOVEM Running (3 km ou 7 km)
Local: Em frente ao Centro de Convenções – Sala Orquídea
7h30 | 9h
Café da manhã – Restaurante Principal | Lakeshore
9h | 13h00
Local: Centro de Convenções – Sala Girassol
O Cérebro sob Estresse
Palestrante: Fabiano Moulin – Médico Neurologista, Mestre e Doutor em Ciências pela UNIFESP, com atuação em Neurociência da Cognição e Comportamento. Referência em saúde mental, estresse, criatividade e performance corporativa.
Intervalo | Coffee Break
COMJOVEM Convida
Moderadores:
– André de Simone – Coordenador Nacional da COMJOVEM
– Hudson Rabelo – Vice-Coordenador Nacional
– Jéssica Caballero – Vice-Coordenadora Nacional
Bloco I – O Líder em Transformação: os aprendizados frente aos novos desafios da economia digital
Convidado: Daniel Martin Ely – Vice-Presidente Executivo da Randoncorp e COO da Rands
Bloco II – Entre desafios e conquistas: uma jornada de cura e propósito
Convidada: Raisa Drumond – Diretora de Logística da Continental LOG e ex-Vice-Coordenadora da COMJOVEM do Rio de Janeiro
12h40 | 13h30
Almoço – Restaurante Principal | Lakeshore
13h30 | 14h30
Encontro “Com Elas”
Local: Centro de Convenções – Sala Girassol
15h | 19h
Tardezinha COMJOVEM – Sunset
Local: Lake Tenda
3º DIA | 29/11 (SÁBADO)
7h | 9h
Café da manhã – Restaurante Principal | Lakeshore
9h | 12h30
Local: Centro de Convenções – Sala Girassol
Construir, Escalar e Impactar
Palestrante: Guy Peixoto Neto – Empreendedor serial, investidor, CEO da Bravu Scaling e mentor de negócios.
Intervalo | Coffee Break
Crie o Impossível
Palestrante: Raul Matos – Fundador e CEO da Biscoitê, premiado como Empreendedor do Ano pela EY.
12h30 | 13h30
Reunião COMJOVEM
Local: Centro de Convenções – Sala Girassol
20h30 | 0h30min
Jantar de Encerramento – Tema: Black & White
Local: Centro de Convenções – Sala Girassol
4º DIA | 30/11 (DOMINGO)
7h | 10h
Café da manhã – Restaurante Principal | Lakeshore
12h
Check-out
Realização
NTC&Logística – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística
Entidade Anfitriã
FETCESP – Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo e Sindicatos filiados
Patrocínio
Astra Capital
Fenatran – Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas
EASYDOC
GEOTAB
RANDS
SpeedMax
TGID
TOTVS
Transpocred
TruckPag
Volkswagen Caminhões e Ônibus
Apoio Institucional
Sistema Transporte – CNT / Confederação Nacional do Transporte / SEST SENAT – Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte / ITL – Instituto de Transporte e Logística
Presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, defende equilíbrio entre modais durante debate sobre o Plano Nacional de Logística 2050
Especialistas do setor logístico afirmam que o novo Plano Nacional de Logística (PNL) 2050, que deve ser publicado pelo governo federal ainda este ano, tem capacidade de reduzir os custos logísticos do país e ampliar a possibilidade de desenvolvimento. Reunidos em um dos encontros da série Logística no Brasil, promovida pelo Valor, em parceria com a Infra S.A. e o Ministério dos Transportes, os especialistas convidados afirmaram que a complementaridade de modais é um dos destaques do projeto.
“O PNL é o nosso guia”, disse Leonardo Cezar Ribeiro, secretário nacional de Transporte Ferroviário. “Temos a meta de dobrar a capacidade de participação das ferrovias na matriz do país. Isso vem dentro de um trabalho de trazer uma infraestrutura que se conecte ao modal rodoviário.”
Conforme Ribeiro, o Ministério de Transportes planeja uma infraestrutura de transportes que olhe para a integração dos modais rodoviário e ferroviário, tentando também endereçar gargalos ambientais e regulatórios. “Temos hoje, no Brasil, um ciclo histórico de investimentos em infraestrutura, mas ainda há um espaço para investir no setor de transporte, seja rodoviário ou ferroviário. Precisamos atrair capital de longo prazo. A expansão de logística que planejamos significa também um redesenho estrutural da economia”, afirmou o secretário.
Na mesma linha, o presidente da Federação do Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro (Fetranscarga), Eduardo Rebuzzi, reforçou que os modais ferroviário e rodoviário devem ter modelos complementares. “O Transporte Rodoviário de Cargas é o modal principal para a operação intermodal e última milha, e o equilíbrio na matriz de transporte brasileira, com o desenvolvimento dos modais ferroviário e marítimo, é importante para a logística e competitividade do Brasil. Assim, nossa economia vai crescer.”
Também presente no debate, Ulisses Oliveira, diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do Porto Sudeste, salientou a necessidade de diversificar o uso de portos no país, para que não haja uma sobrecarga no Porto de Santos.
O Porto Sudeste, que é parte do Complexo de Itaguaí, tem integração com duas grandes rodovias e capacidade de integrar a região Sudeste, na visão do diretor. “Há muitas possibilidades de desenvolvimento possível pelo Complexo Portuário de Itaguaí. Quando olhamos para a malha portuária do país, a sensação é de existir somente um porto [o de Santos]. É um ativo importante, mas temos outros. Há uma tese de que o Porto de Santos pode chegar a um limite, e que sem isso o Brasil não poderia mais escoar cargas. Isso não é verdade.”
Para Oliveira, o PNL tem essa capacidade de melhorar os planejamentos e diversificar os modais, mas falha na falta de previsão dos terminais privados. “Deixamos de fora uma parte determinante da logística. Sem isso, não haverá integração no país.”
Eduardo Kantz, diretor de Relações Institucionais e ESG da Prumo, avaliou que gasodutos, oleodutos e minerodutos devem ainda ser incluídos no planejamento estratégico da logística. “No Açu, temos o mineroduto, que recebe minério de ferro. Isso também endereça gargalos de competitividade e de capacidade portuária.”
Para Kantz, a integração entre rodovias, ferrovias e portos, além de minerodutos e gasodutos, são fundamentais para destravar o investimento industrial. “São modelos fundamentais para que haja desenvolvimento econômico e social”, afirmou.
Sondagem reúne percepções de empresários sobre a economia e o ambiente de negócios no transporte rodoviário de cargas
A Confederação Nacional do Transporte deu início à nova rodada do Índice CNT de Confiança do Transportador Rodoviário de Cargas, uma sondagem sobre as expectativas econômicas que mede a percepção dos empresários do setor sobre o cenário atual da economia e da sua atividade, bem como as suas perspectivas para os próximos seis meses.
A pesquisa representa um instrumento estratégico para orientar a tomada de decisões e fortalecer o posicionamento do setor transportador.
Nessa nova etapa, estão em andamento as sondagens regionais nos seguintes estados:
Santa Catarina – em parceria com a Fetrancesc;
Rio Grande do Sul – em parceria com a Fetransul;
Rio de Janeiro – em parceria com a Fetranscarga;
São Paulo – em parceria com a Fetcesp.
Os questionários podem ser respondidos até esta sexta-feira (30). Acesse aqui.
Com apenas seis perguntas objetivas, a participação leva menos de cinco minutos. Todas as informações são tratadas de forma confidencial e agregada, sem a identificação individual das empresas respondentes.
O levantamento evidencia a atuação conjunta da CNT e das federações estaduais na mobilização do empresariado e na geração de informações que orientam o planejamento e a tomada de decisões no transporte.
“Os resultados também servem como referência para empresas que contratam ou prestam serviços de transporte. Compreender as expectativas do setor é essencial para antecipar movimentos do mercado e identificar, com antecedência, as principais tendências de curto prazo”, ressalta a diretora-executiva da CNT, Fernanda Rezende.
Em palestra na Estação do Desenvolvimento, a entidade defende políticas públicas robustas para reduzir poluentes e transformar o transporte de cargas em aliado da sustentabilidade
Respirar um ar mais limpo, reduzir doenças respiratórias e tornar o transporte de cargas mais eficiente não são metas distantes; elas dependem de políticas que incentivem a renovação da frota que circula nas estradas brasileiras. Veículos mais antigos tendem a emitir mais poluentes e impactam diretamente a saúde das pessoas e o equilíbrio ambiental. Nesse sentido, modernizar a frota representa também uma oportunidade de melhorar a qualidade de vida e acelerar a transição para um futuro mais sustentável.
Na Estação do Desenvolvimento, na Green Zone da COP30, em Belém (PA), o analista de Transporte da CNT, Gustavo Willy, apresentou a palestra “Impactos Ambientais e Econômicos Advindos da Renovação de Frotas no Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil”. Ele destacou que a renovação de frotas é uma estratégia imediata para avançar na descarbonização, considerando que os veículos elétricos ainda têm custo elevado, podendo chegar a até três vezes o preço de modelos convencionais no caso de ônibus e caminhões pesados. “Um automóvel elétrico custa cerca de 50% a mais do que um convencional. Mas, quando falamos de ônibus ou caminhões pesados, esse custo pode chegar a duas vezes o valor de um veículo a diesel. Então, como faremos a transição energética de uma hora para outra? Isso é improvável”, indagou.
Segundo ele, é necessário adotar estratégias em diferentes horizontes de tempo. Enquanto os veículos elétricos ainda são uma solução de médio e longo prazos, a renovação da frota oferece ganhos ambientais e sociais imediatos, com menor esforço. Para isso, a CNT reuniu dados e projetou cenários, avaliando o potencial de redução de poluentes atmosféricos, como monóxido de carbono, hidrocarbonetos, metano e material particulado, que têm impacto direto na saúde pública.
Gustavo lembrou que o Brasil tem o Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), criado em 1986, que estabelece limites cada vez mais rigorosos de emissão. “Um veículo de 1989 podia emitir 60 vezes mais material particulado do que um veículo atual. Isso mostra o quanto a tecnologia embarcada e a renovação da frota trazem ganhos gigantescos para a saúde pública e para o meio ambiente.”
Nos cenários analisados pela CNT, a renovação de frotas apresenta forte impacto ambiental e econômico. Retirar de circulação os veículos mais antigos (P0) representaria apenas 11% da frota, mas reduziria 33% das emissões de poluentes atmosféricos. Já um cenário mais amplo, substituindo todos os modelos fabricados até 2012 por veículos atuais (P8), poderia cortar 95% das emissões, exigindo a renovação de 86% da frota.
O esforço financeiro, porém, é significativo: mais de R$ 1,16 trilhão, equivalente a um ano de PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Mesmo considerando o valor venal dos veículos antigos, o custo líquido seria de R$ 845 bilhões. Willy destacou ainda que retirar apenas caminhões com mais de 13 anos de uso já traria ganhos expressivos, reduzindo 80% das emissões a um custo de R$ 529 bilhões.
Ele reforçou que os cenários servem como base para orientar políticas públicas: “A projeção de cenários é para isto: enxergar o tamanho do esforço e o que precisaria ser realizado para atingir cada meta. Qual seria o cenário mais factível para o Brasil? É isso que precisamos discutir”, ponderou.
Ao final, apresentou propostas da CNT para viabilizar a renovação de frotas no Brasil. Entre elas, programas acessíveis a diferentes perfis de transportadores (desde autônomos até grandes frotistas); a criação de fóruns de discussão envolvendo governo, sociedade civil e setor privado; o estímulo ao mercado de reciclagem e à logística reversa de veículos antigos; incentivos fiscais e melhores condições de financiamento, e a garantia de que a renovação siga os princípios da economia circular.
“Um transportador autônomo, que tem um único veículo, não pode simplesmente se desfazer dele sem apoio. Precisamos de programas robustos que atendam a todas as realidades e que reconheçam o valor da reciclagem automotiva, senão vamos criar pilhas de resíduos valiosos sem aproveitar seu potencial”, concluiu.
Déficit de caminhoneiros cresce no país e pode gerar apagão logístico; Europa vive crise de imagem, e Alemanha enfrenta pressão de custos
O Brasil vive uma das fases mais críticas da história recente do transporte rodoviário, com risco real de apagão logístico devido à falta de caminhoneiros. Embora o setor movimente mais de 60% de todas as cargas do país, o número de profissionais diminuiu de forma acelerada na última década.
Segundo a Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito), o Brasil perdeu 1,1 milhão de caminhoneiros entre 2013 e 2023, o que representa uma redução de 20%. Além disso, pesquisas mostram envelhecimento acelerado da categoria, queda no interesse dos jovens e evasão crescente entre autônomos.
Esse conjunto de fatores coloca pressão inédita sobre transportadoras, embarcadores e toda a cadeia logística. O desinteresse dos jovens pela profissão, somado ao cansaço de quem já está perto da aposentadoria, enfraquece a capacidade operacional das empresas. Dessa forma, elas já enfrentam dificuldade até para preencher vagas básicas.
Ao mesmo tempo, especialistas alertam que a precariedade estrutural, o baixo reconhecimento social e a falta de políticas de formação afastam novos talentos. Assim, o Brasil corre o risco de conviver com gargalos cada vez mais severos no abastecimento.
Força de trabalho encolhe e setor teme aposentadorias em massa
Nesse sentido, a pesquisa mais recente da CNT (Confederação Nacional do Transporte) reforça a gravidade do cenário. Ou seja, 26,9% dos caminhoneiros brasileiros estão na faixa de 40 a 49 anos. Além disso, uma fatia expressiva já ultrapassou os 50 anos, o que indica uma janela estreita para renovação. Enquanto isso, jovens demonstram pouco interesse pela boleia, sobretudo pela baixa atratividade financeira e pela ausência de boas condições de descanso nas rodovias.
O problema se agrava entre os autônomos. A CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) estima que mais de 37% deles deixarão a profissão até 2026. Sobretudo por causa dos custos altos, da instabilidade de fretes e das longas jornadas, que comprometem a saúde física e mental.
Entretanto, a escassez não se limita aos caminhões pesados. Até mesmo os cegonheiros, considerados a elite da categoria, relatam dificuldade para renovar quadros. Isso ocorre porque a rotina exige muito mais do que habilitação. Ou seja, envolve leitura precisa de rotas urbanas, embarque e desembarque seguros e postura profissional diante das concessionárias.
Antigamente, esses profissionais aprendiam diretamente com veteranos durante meses. Hoje, porém, o custo dessa formação inviabiliza o modelo tradicional, o que reduz ainda mais a oferta de mão de obra.
Setor aposta em tecnologia e qualificação para atrair novos caminhoneiros
A indústria e as entidades representativas concordam que não haverá solução rápida sem investimento estruturado em capacitação. Assim, programas de formação, parcerias entre transportadoras e autoescolas e incentivos para obtenção da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) profissional se tornam essenciais.
Além disso, a renovação da frota aparece como estratégia para melhorar a atratividade da profissão. Caminhões equipados com tecnologia embarcada, maior conforto e assistentes de segurança tendem a reduzir o desgaste físico, aumentar a eficiência e tornar o trabalho mais profissional.
Enquanto isso, transportadoras reforçam que melhores condições de trabalho serão decisivas para impedir a fuga de profissionais. E isso inclui remuneração adequada, locais dignos de descanso e programas de bem-estar.
Europa enfrenta rejeição crescente à profissão e imagem deteriorada
A crise brasileira ecoa em outros mercados globais. Na Europa, o Truck Driver Barometer 2024, elaborado pela IRU (União Internacional de Transportes Rodoviários) em parceria com a Michelin, revela uma percepção extremamente negativa da profissão. O continente registra uma rejeição média de -43, o que indica forte rejeição à carreira.
Países como Espanha (-76), Polônia (-59) e Itália (-48) apresentam índices ainda mais críticos. Mesmo mercados tradicionalmente organizados, como Alemanha (-31), Holanda (-26) e Reino Unido (-25), têm avaliação desfavorável.
Apesar disso, 81% dos motoristas dizem gostar do trabalho em si. O que demonstra que o problema está nas condições oferecidas, e não na atividade de conduzir caminhões.
Falta de estacionamento e tratamento inadequado lideram reclamações
Os principais motivos de insatisfação são estruturais. Conforme a pesquisa, motoristas apontam a falta de infraestrutura com estacionamentos seguros, tratamento desrespeitoso em docas e imagem social negativa.
Esses fatores, citados por mais de 80% dos entrevistados, comprometem a segurança, elevam o estresse e reduzem a atratividade da profissão. Além disso, o envelhecimento da força de trabalho preocupa: 25% têm mais de 55 anos, enquanto apenas 4% têm menos de 25.
Alemanha combina escassez de caminhoneiros, economia fraca
A Alemanha vive uma equação ainda mais delicada. A economia cresce de forma tímida, apenas 0,3% no terceiro trimestre de 2025. E a confiança empresarial segue baixa. Assim, a demanda por transporte se mantém instável.
A falta de motoristas provoca um efeito duplo: reduz a capacidade operacional e eleva custos. Para reter profissionais, empresas aumentam salários, que subiram 3,7% em 12 meses, ritmo superior ao reajuste dos fretes.
Assim, mesmo com estabilidade no preço do diesel, dos veículos e do armazenamento, a mão de obra se transformou no principal custo da logística alemã.
Sem motorista, não há logística: Brasil e mundo precisam agir
A escassez de motoristas deixou de ser tendência e se tornou realidade urgente no Brasil e em outros mercados desenvolvidos. A combinação entre envelhecimento da categoria, baixa atratividade da profissão, falta de infraestrutura e condições inadequadas de trabalho cria um círculo vicioso que afeta empresas, embarcadores e toda a sociedade.
Ações que especialistas julgam necessárias para a renovação de caminhoneiros
O setor de transporte segue em expansão e operando acima do nível pré-pandemia, apesar de um cenário econômico marcado por juros elevados, inflação resistente e incertezas externas. O apontamento faz parte da nova edição do Boletim de Conjuntura Econômica da CNT (Confederação Nacional do Transporte).
Segundo o levantamento, em setembro, o transporte avançou 1,2%. O destaque foi o modal aéreo, com alta de 3,4%, seguido pelo transporte terrestre (1,2%) e pelos serviços auxiliares (0,8%). O transporte aquaviário recuou 4,9%, mas permanece como o segmento que mais cresceu desde 2020. No total, o volume de serviços de transporte está 23,9% acima do patamar pré-pandemia.
O transporte de cargas manteve trajetória de expansão: cresceu 0,7% em relação a agosto, acumula aumento de 39,7% frente ao período pré-crise e avançou 3,6% na comparação com setembro de 2024. O transporte de passageiros registrou alta de 0,4% no mês, 7,7% em relação ao ano anterior e opera 10,3% acima do nível pré-pandemia.
O Boletim ressalta que o desempenho ocorre em meio a uma política monetária restritiva. Em novembro, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve a Selic em 15% ao ano, justificando que as expectativas de inflação ainda se mantêm elevadas. O IPCA de 12 meses recuou para 4,68%, mas continua acima do teto da meta para 2025. No grupo Transportes, o índice subiu 0,11% em outubro, influenciado pelas altas na passagem aérea, no transporte por aplicativo e no transporte público. Combustíveis registraram variação de 0,32% no mês, com etanol e gasolina em alta e o diesel em queda.
O relatório também aponta fatores que influenciaram o mercado financeiro no período, como a redução do dólar, que teve média de R$ 5,38 em outubro, e o recorde do Ibovespa, que atingiu 157.749 pontos em novembro. Apesar da queda de 0,2% do IBC-Br em setembro, o nível da atividade econômica segue 10,5% acima do pré-pandemia.
A publicação do edital da concessão da Rota Mogiana, com 520 km de extensão e R$ 8,9 bilhões em investimentos previstos, consolidou uma nova etapa no plano de modernização da malha viária paulista conduzido pelo Governo de São Paulo. Somada aos contratos já firmados, a iniciativa eleva para cerca de 750 quilômetros o total de rodovias duplicadas projetadas nas concessões rodoviárias da atual gestão estadual.
Com isso, o Estado alcança 2.214 quilômetros de rodovias leiloadas desde 2023, sob o comando do governador Tarcísio de Freitas – um salto em relação aos 1.694 quilômetros anteriormente contratados até o leilão do Lote Paranapanema. Essas concessões representam aproximadamente 40% dos 1.800 quilômetros de rodovias qualificadas no Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP).
“O objetivo do Governo de São Paulo é integrar rotas e fortalecer novos corredores logísticos e de serviços, para fomentar o escoamento da produção industrial e agrícola paulista para outros estados ou de boa parte do PIB nacional que cruza as rodovias do estado rumo ao Porto de Santos”, explica o secretário de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini. De acordo com ele, a duplicação e modernização dessa grande extensão de rodovias também ampliam a segurança e conforto para os usuários, fomentando os serviços e o turismo no Estado de São Paulo.
Os lotes concedidos e em fase de leilão projetam mais de R$ 51 bilhões em investimentos ao longo dos contratos. Foram contratados R$ 8,8 bilhões para a Rota Sorocabana; R$ 4,3 bilhões para o Lote Litoral; R$ 7,9 bilhões para a Nova Raposo Tavares; R$ 5,8 bilhões para o Lote Paranapanema; R$ 8,9 bilhões para a Rota Mogiana; R$ 11,9 bilhões para o Lote Noroeste, além dos R$ 3,4 bilhões destinados à conclusão do trecho norte do Rodoanel.
O pacote de modernização rodoviária inclui ainda a implantação de cerca de 430 quilômetros de terceiras faixas e 250 quilômetros de novas marginais, reforçando o compromisso do Governo de São Paulo em ampliar a segurança, reduzir o tempo de deslocamento e promover o desenvolvimento regional.
Entre os destaques, está o trecho norte do Rodoanel, que fará a conexão do Porto de Santos à Rodovia Fernão Dias, integrando São Paulo a Minas Gerais e ao Nordeste. Outro corredor logístico paulista que ganhará mais segurança e competitividade será a Rodovia Raposo Tavares (SP-270), que liga a capital à divisa com o Mato Grosso do Sul. Estão previstos mais de 180 quilômetros de novas pistas duplicadas nessa que é considerada a maior rodovia do Estado, com 654 quilômetros de extensão.
A meta é transformar a Raposo em um novo corredor estratégico para o escoamento do agronegócio, conectando o interior paulista e a região Centro-Oeste ao Porto de Santos. Com isso, a via passará a ser uma alternativa competitiva à Rodovia Castelo Branco (SP-280), hoje sobrecarregada, especialmente na altura de Barueri.
Outra grande intervenção duplicará integralmente a Padre Manoel da Nóbrega (SP-055), que liga Cubatão, na Serra do Mar, ao Vale do Ribeira, passando por grande parte dos municípios da Baixada Santista. As duplicações serão executadas nos trajetos de Bertioga até Santos e de Peruíbe até Miracatu. Além das novas pistas, terceiras faixas e acostamentos em diversos trechos, estão previstas passarelas, passagens em desnível, monitoramento por câmeras, reforço na sinalização e iluminação em LED nos perímetros urbanos.
A Rota Mogiana reforça esse plano de expansão com 217 quilômetros de duplicações;138 quilômetros de terceiras faixas; 96 quilômetros de marginais; 59 novas passarelas; 135 pontos de ônibus e o novo contorno viário de Águas da Prata. O projeto passou por 284 contribuições públicas, das quais 83% foram acolhidas, e terá leilão marcado para 27 de fevereiro de 2026 na B3, em São Paulo. A futura concessionária assumirá trechos de rodovias , atualmente sob gestão da Renovias e do DER-SP, garantindo mais integração logística e segurança.
Siga Fácil
As novas concessões rodoviárias terá implantada, gradualmente, a cobrança das tarifas por meio do Siga Fácil, a iniciar pela Rodovia Raposo Tavares, integrante do lote da Rota Sorocabana. O sistema do Governo de São Paulo substitui as praças de pedágio por pórticos eletrônicos inteligentes, identificando veículos por placas ou tags, tornando o processo mais rápido, mais eficiente e com justiça tarifária.
Com o Siga Fácil, o motorista paga apenas pelo trecho percorrido. Supervisionado pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), ele elimina filas e reduz acidentes. O site sigafacil.sp.gov.br traz o mapa de pórticos, formas de pagamento e canais de atendimento.
Premiação reconhece as empresas que mais se destacaram na oferta de produtos e serviços ao Transporte Rodoviário de Cargas
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) promoverá, no dia 2 de dezembro, às 18h30, a 23ª edição do Prêmio NTC Fornecedores do Transporte, uma das mais tradicionais iniciativas do setor de Transporte Rodoviário de Cargas. Criado em 1998, o Prêmio NTC tem como objetivo reconhecer e valorizar as empresas fornecedoras que mais se destacaram em seus produtos e serviços, contribuindo para o fortalecimento e a modernização da cadeia logística nacional.
A cerimônia de entrega acontecerá no auditório do Edifício Sebastião Ubson Carneiro Ribeiro, que abriga a subsede da NTC&Logística e outras entidades do Transporte, em São Paulo. O evento reunirá empresários, executivos e representantes do setor para celebrar as empresas eleitas como as melhores do ano.
A escolha dos vencedores é conduzida pelo Instituto DataFolha, referência nacional em pesquisas de mercado. Fundado em 1983, o Instituto é reconhecido pelo rigor metodológico e pela transparência em seus processos, assegurando que os resultados reflitam, de forma fiel e imparcial, a percepção das transportadoras sobre seus principais fornecedores. Essa parceria reforça a credibilidade do Prêmio NTC e reafirma sua relevância no cenário logístico brasileiro.
Ao todo, 16 categorias serão premiadas, abrangendo diferentes segmentos fundamentais para o Transporte Rodoviário de Cargas:
1. Montadora de Caminhões Semileves e Leves;
2. Montadora de Caminhões Médios;
3. Montadora de Caminhões Semipesados;
4. Montadora de Caminhões Pesados;
5. Montadora de Caminhões Movidos por Combustível Alternativo;
6. Fabricante de Carrocerias e Implementos;
7. Fabricante de Pneus;
8. Rastreador Eletrônico;
9. Corretora de Seguro de Cargas;
10. Softwares de Gestão;
11. Rede de Combustível;
12. Gerenciadora de Risco;
13. Instituição Financeira;
14. Meio de Pagamento Eletrônico;
15. Concessionária de Rodovias;
16. Banda de Rodagem.
O presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, destaca a relevância mercadológica do Prêmio NTC e seu impacto no setor: “O Transporte Rodoviário de Cargas é um dos principais motores da economia brasileira, e o Prêmio NTC Fornecedores do Transporte reflete essa força ao reconhecer as empresas que contribuem diretamente para o crescimento, a eficiência e a competitividade do setor. Este é um evento de extrema relevância, que evidencia o papel estratégico dos fornecedores na construção de um ambiente transportador cada vez mais sustentável, inovador e integrado às demandas do mercado”.
Consolidado como uma das principais referências de excelência e credibilidade do Transporte Rodoviário de Cargas, o Prêmio NTC Fornecedores do Transporte valoriza o compromisso com a qualidade, a eficiência e o desenvolvimento das empresas que impulsionam o progresso do setor no país.
Boletim da CNT aponta que, mesmo com juros elevados e inflação persistente, o transporte mantém trajetória de crescimento
A nova edição do Boletim de Conjuntura Econômica da CNT mostra que, mesmo diante de um ambiente econômico marcado por juros elevados, inflação persistente e incertezas internacionais, o volume de serviços do setor de transporte tem crescido mais que em outros segmentos.
Em setembro, o transporte cresceu 1,2%, impulsionado principalmente pelo transporte aéreo, que avançou 3,4% no mês, seguido pelo transporte terrestre, com alta de 1,2%, e pelos serviços auxiliares, que registraram expansão de 0,8%. O segmento do transporte aquaviário foi o único a recuar (–4,9%), embora ainda seja o que mais cresceu desde 2020. O volume de serviços de transporte está 23,9% acima do nível pré-pandemia, desempenho superior à média do setor de serviços.
De acordo com a análise, o transporte de cargas ampliou sua trajetória positiva: cresceu 0,7% frente a agosto, acumula alta de 39,7% em relação ao período pré-pandemia e registrou avanço de 3,6% na comparação com setembro de 2024. Já o transporte de passageiros aumentou 0,4% no mês, 7,7% na comparação anual e segue 10,3% acima do patamar pré-crise sanitária.
Cenário macroeconômico desafia
A CNT observa que esse desempenho ocorre em um momento de política monetária restritiva e elevação de impostos. Na reunião de novembro, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve a Selic em 15,0% ao ano, taxa que vigora desde julho. O Comitê justificou que as expectativas de inflação ainda são elevadas: o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado em 12 meses recuou para 4,68%, mas continua acima do teto da meta para 2025, de 4,5%, pelo 13º mês consecutivo.
O grupo Transportes do IPCA subiu 0,11% em outubro, influenciado pelos aumentos em passagem aérea, transporte por aplicativo e transporte público. Em 12 meses, a inflação do grupo, de 3,69%, permaneceu abaixo da média geral. Os combustíveis subiram 0,32% no mês e 2,72% em 12 meses, com destaque para as altas do etanol e da gasolina. O óleo diesel caiu 0,46% em outubro.
O Boletim destaca ainda fatores que ajudam a explicar o humor recente do mercado financeiro, como a queda do dólar, que registrou média de R$ 5,38 em outubro, e o recorde histórico do Ibovespa, que atingiu 157.749 pontos em novembro. Apesar do recuo de 0,2% do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) em setembro, o nível de atividade permanece 10,5% acima do pré-pandemia.
Para a diretora executiva da CNT, Fernanda Rezende, o desempenho do transporte em 2025 mostra a resiliência dos empresários mesmo diante de um ambiente adverso.
“Os resultados expressam que o transporte mantém crescimento mesmo diante de um ambiente econômico desafiador. A expansão dos segmentos de cargas e de passageiros demonstra a capacidade do setor de responder rapidamente às demandas da economia e de acompanhar – e muitas vezes antecipar – seus movimentos. Essa trajetória reforça sua importância estratégica para o desenvolvimento do país”, afirmou.
Ela destaca que a continuidade dessa trajetória dependerá da evolução das condições macroeconômicas, do ambiente regulatório e da capacidade de investimento no setor.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aumentou, em 2025, a aplicação de multas por descumprimento do valor mínimo de frete. De acordo com dados da Agência, entre janeiro a outubro, foram mais de 37,5 mil autuações por supostas irregularidades no piso do frete, quase nove vezes o total de 4,3 mil infrações registradas ao longo de todo o ano anterior.
Com o objetivo de acompanhar a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas (PNPM-TRC), a ANTT implementou, em 6 de outubro, um novo sistema de fiscalização on-line da tabela de frete. Por meio da Nota Técnica nº 2025.001, elaborada a pedido da Superintendência de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas (SUROC), foram incluídas novas validações no Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e), tornando mais precisos os cruzamentos de dados entre as operações de transporte e a tabela vigente de pisos mínimos.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Estado do Paraná (SETCEPAR), Silvio Kasnodzei, reconhece a importância da remuneração justa para a sustentabilidade econômica do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), mas aponta para os desafios práticos significativos e a insegurança jurídica que permeiam a aplicação dessa medida. “A fiscalização do frete mínimo impacta diretamente a estrutura de custos das operações de transporte, e a entidade busca garantir que esses custos sejam justos e que a fiscalização não se torne um entrave burocrático excessivo.”
Entre os desafios encontrados, a entidade entende que uma fiscalização excessivamente rígida ou uma tabela que não acompanhe a dinâmica do mercado podem gerar efeitos adversos, como informalidade, o aumento dos custos logísticos para o embarcador e até mesmo a inviabilidade de algumas operações de transporte. A discussão sobre o frete mínimo e sua fiscalização é importante para mediar os interesses conflitantes de todos os elos da cadeia logística, buscando um equilíbrio entre a viabilidade econômica dos transportadores e os impactos sistêmicos na economia do país.
Em uma análise da situação atual do setor, para Paulo Carvalho, diretor do SETCEPAR, o embarcador tem que entender que o piso mínimo é o cálculo do custo e, para que uma transportadora tenha margem, o valor do frete tem que ser um pouco acima do piso. Outro ponto é que muitas transportadoras não conseguem mais operar com terceiros. “Essa negociação junto aos embarcadores está muito difícil porque, muitas vezes, eles estão dentro do piso e também porque não estão sendo notificados ou multados no momento.”
Para Tiago Dallagrana, diretor da entidade, as infrações têm gerado grandes mudanças nas operações, algumas positivas, provocando reajustes de tarifas já defasadas em vários segmentos. Por outro lado, a forma como é feita também resultou em reajustes significativos em alguns tipos de veículos, tornando certas operações muito onerosas trazendo dificuldades para conseguir carregá-los. “O sistema não consegue compreender, de fato, a dinâmica das operações e gera muitas infrações que, quando analisadas de perto, não fazem sentido, como é o caso de cargas fracionadas, agregados e milk run, entre outras.”
Dessa forma, o SETCEPAR, em conjunto com outras entidades representativas do TRC, desenvolve uma atuação multifacetada para aprimorar e garantir uma fiscalização efetiva.
Entre essas atividades, estão a realização de eventos informativos e fóruns voltados à capacitação; disseminação de informações técnicas para a correta aplicação da legislação do frete mínimo; oferta de apoio jurídico especializado e orientação estratégica às empresas associadas, abrangendo questões relacionadas à fiscalização e à correta aplicação do frete mínimo, garantindo a defesa de seus direitos e interesses.
No dia 1o de dezembro, será realizada uma audiência pública com o objetivo de colher subsídios para aprimorar a Resolução que trata das regras gerais, metodologia e coeficientes dos pisos mínimos.
Para Kasnodzei, os pontos que deveriam ser considerados para essa discussão são sustentabilidade no Transporte Rodoviário de Cargas, entre eles, a metodologia de cálculo do frete; maior clareza e fácil acesso às informações da tabela de frete e suas regras de aplicação e aprofundamento na corresponsabilidade dos embarcadores no cumprimento do frete mínimo. “O objetivo é equilibrar os interesses da cadeia produtiva, buscando um consenso que resulte em um ambiente de negócios mais justo e eficiente. Esta abordagem visa soluções concretas que beneficiem todo o setor”, explica.
Por fim, o SETCEPAR considera o piso mínimo de frete como um instrumento necessário para a viabilidade e competitividade do transporte rodoviário de cargas. Contudo, a entidade trabalha por ajustes e aprimoramentos contínuos, visando harmonizar a regulamentação com as complexidades e a dinâmica da realidade operacional do transporte de cargas no cenário brasileiro.
Sobre o SETCEPAR
Fundado em 1943, o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Estado do Paraná (SETCEPAR), entidade que representa as empresas de transporte de cargas no estado do Paraná, nasceu visando representar os empresários do setor de Transporte Rodoviário de Cargas da região em variadas atividades, como em negociações coletivas de trabalho e em aproximação com autoridades e com autarquias municipais, estaduais e federais, bem como com a imprensa.
Com 82 anos de história, a entidade, hoje, representa empresas em 265 cidades do estado, oferecendo aos associados diversos serviços e eventos para fomentar melhorias no Transporte Rodoviário de Cargas local e nacional.
Modelo de cobrança reduz filas, agiliza viagens e torna valor mais justo ao usuário
A expansão do sistema de pedágio Free Flow, que permite cobrança automática sem praças físicas, tem ganhado destaque no debate público nacional. Especificamente no estado de São Paulo, a implantação dessa tecnologia enfrenta questões relacionadas a suspensões judiciais, dúvidas sobre cobrança e relatos de multas indevidas. Todo esse cenário gera incertezas para os usuários, por isso a divulgação de informações sobre a modalidade torna-se indispensável.
Entre as rodovias que utilizam o sistema Free Flow em São Paulo, é possível citar a Mogi-Bertioga, Via Dutra, Raposo Tavares, entre outras. Essas rodovias ligam São Paulo ao litoral, interior e até mesmo a outros estados, e são de extrema importância tanto para viagens como para o Transporte Rodoviário de Cargas. Por isso, de acordo com o presidente da Federação das Empresas do Transporte Rodoviário de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP), Carlos Panzan, é necessário que essas vias possuam um bom fluxo para evitar congestionamentos e economizar o tempo de viagem dos usuários. “Entendemos que o Free Flow é uma necessidade antiga do setor, principalmente para a fluidez do trânsito e também para a cobrança de acordo com a quilometragem que se roda nessas rodovias”.
Entre os principais pontos de dúvida, estão a quantidade de pórticos instalados ao longo das vias e a forma como a cobrança é aplicada. A população ainda tem receio de que o pagamento possa se tornar mais caro ou pouco transparente. No entanto, a Federação reforça que o modelo, quando implementado de maneira correta, representa um avanço significativo para motoristas e empresas, especialmente porque permite uma cobrança mais justa, proporcional aos quilômetros percorridos na rodovia.
Além disso, o Free Flow elimina completamente a necessidade de paradas em praças de pedágio, o que reduz filas e melhora a fluidez, fatores essenciais para quem utiliza as estradas diariamente, seja a trabalho ou lazer. A ausência dessas interrupções também reduz o consumo de combustível e, consequentemente, as emissões de CO₂, tornando as viagens mais sustentáveis.
Apesar dos benefícios, Carlos Panzan destaca que a falta de informação clara à população é um desafio que deve ser enfrentado. “Quando se iniciou na Rio–Santos a aplicação do Free Flow, tivemos questões relacionadas a multas, apreensões e reclamações. O que precisamos, realmente, é de esclarecimento. Se não houver ampla divulgação, teremos esses desafios novamente”, reforça o presidente.
A FETCESP tem atuado diretamente para aprimorar a implantação da tecnologia em São Paulo. Nos últimos meses, a entidade promoveu eventos com especialistas, reuniu-se com o governo estadual e recebeu o presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para debater melhorias no sistema. Um dos pontos defendidos pela Federação é a necessidade de reduzir o custo das tags, ampliando a adesão dos usuários e garantindo maior eficiência ao modelo. “Se quisermos mais fluidez e menos problemas, é fundamental que o Estado, concessionárias e empresas de pagamento eletrônico discutam, juntos, formas de baratear essa mensalidade”, afirma Panzan.
Para a entidade, o Free Flow representa uma modernização natural e necessária, semelhante à evolução vivida com as concessões rodoviárias no estado nos últimos anos. Entretanto, seu sucesso depende diretamente da comunicação com a sociedade. Segundo Panzan, é necessário que prefeituras, concessionárias e órgãos reguladores expliquem de forma acessível como funciona a cobrança, quais são os benefícios e como os motoristas devem proceder para evitar transtornos. “Tecnologias como o Free Flow são positivas, trazem mais segurança, eficiência e justiça tarifária, mas só alcançarão seu potencial pleno quando a população estiver devidamente orientada”, finaliza.
Sobre a FETCESP
A Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo foi fundada em 1989, com a finalidade de representar o Transporte Rodoviário de Cargas no Estado de São Paulo junto às autoridades em todos os níveis das administrações pública e privada, federal e estadual. Por isso, atua como órgão técnico e consultivo no estudo de soluções de questões ligadas ao transporte.
A Federação mantém comissões de trabalho formadas por empresários e assessorias jurídica e técnica especializadas. Os grupos participam de discussões sobre infraestrutura dos transportes, privatização das rodovias, terminais de cargas, tributos nas empresas de transportes, política trabalhista, acidentes no trabalho, roubo e desvio de cargas, multimodalidade, poluição veicular, legislação de trânsito e transporte de produtos químicos (perigosos), entre outros temas.
O setor de transporte de cargas é responsável por cerca de 25% das emissões globais de gases de efeito estufa, sendo o dióxido de carbono (CO₂) o principal vilão, com crescimento expressivo nas últimas duas décadas. Enquanto o mundo ainda busca soluções e regulações mais rígidas, no Brasil, diversas empresas já estão se mobilizando de forma voluntária para reduzir o impacto ambiental de suas operações.
Operadores logísticos, transportadoras e indústrias vêm desenvolvendo iniciativas sustentáveis mesmo sem obrigação legal. Um exemplo disso é o Programa Frete Neutro desenvolvido pela Ativa Logística, uma das maiores operadoras logísticas para os segmentos de saúde, beleza e bem-estar, que desenvolve a neutralização das operações de transporte (transferências, coletas e distribuições) de seus clientes.
De acordo com Lacordaire Sant’Ana, diretor de Tecnologia, Projetos e ESG da companhia, o programa surgiu para atender à demanda crescente dos clientes por práticas logísticas mais sustentáveis. “O Programa Frete Neutro viabiliza a compensação das emissões geradas nas operações por meio da aquisição de créditos de carbono. Esses créditos são certificados que representam a remoção ou redução de uma tonelada de CO₂ da atmosfera, e são obtidos em plataformas reconhecidas, atrelados a projetos ambientais devidamente certificados e alinhados às diretrizes da ONU”, explica o executivo.
Sant’Ana explica que a Ativa Logística é a primeira operadora logística do País a incentivar indústrias, distribuidores e varejistas em relação à neutralização das suas operações de transporte.
Como funciona?
A Ativa Logística realiza um mapeamento minucioso das operações logísticas de seus clientes, levando em conta as particularidades de cada processo.
Como parte dessa análise, é elaborado o Inventário de Gases de Efeito Estufa (IGEE), que quantifica as emissões em todas as etapas da cadeia logística, desde a coleta até a entrega final.
Com base nesse diagnóstico, é desenvolvido um plano de compensação alinhado ao perfil operacional de cada empresa. Esse planejamento pode seguir uma abordagem anual ou ser ajustado conforme a necessidade, contemplando períodos ou operações específicas.
A compensação das emissões ocorre por meio da aquisição de créditos de carbono, validados por plataformas com reconhecimento internacional. Esses créditos estão vinculados a projetos que geram impactos positivos para o meio ambiente, entre eles:
● restauração de áreas naturais degradadas;
● preservação de ecossistemas e biodiversidade;
● promoção de fontes de energia limpa e renovável;
● iniciativas voltadas à mitigação das mudanças climáticas.
Cada crédito de carbono equivale à compensação de uma tonelada de CO₂ emitido.
Indústria Pierre Fabre
Em 2024, a Pierre Fabre, multinacional francesa responsável por marcas como Avène, Darrow e Ducray, iniciou o projeto em parceria com a Ativa Logística, com foco na compensação das emissões geradas em suas operações. Com forte atuação no setor de dermocosméticos, a empresa realizou a compensação integral do volume calculado para o período, por meio da aquisição de 205 créditos de carbono no mercado voluntário.
Segundo Cássia Fonseca, analista de Supply Chain da Pierre Fabre, a iniciativa foi conduzida a partir de uma análise detalhada das emissões relacionadas às operações logísticas da empresa.
“Em conjunto com a Ativa Logística, utilizamos dados da distribuição de vendas e do ciclo de marketing para calcular a quantidade de CO₂ que precisava ser compensada. Em seguida, selecionamos projetos de energia eólica e reflorestamento como forma de compensação. Esses projetos foram escolhidos por sua eficácia na redução de emissões e pelo impacto positivo no meio ambiente”, explica a analista.
Cássia destaca ainda que a parceria com a Ativa Logística foi essencial para estruturar e implementar o Projeto Frete Neutro, permitindo compensar uma parte significativa das emissões e reforçando o compromisso da empresa com a proteção da biodiversidade, a segurança dos produtos e a ética em suas práticas.
Resultados da iniciativa
Ano-base: 2023
● Tipos de produtos: Dermocosméticos e PLV (Publicidade no Ponto de Venda);
● Entregas realizadas: 2.655;
● Volume transportado: 640 toneladas;
● CO₂ compensado: 145 toneladas;
● Créditos adquiridos: 145 (conforme regulamentação da ONU).
Ano-base: 2024
● Tipos de produtos: Dermocosméticos e PLV;
● Entregas realizadas: 5.073;
● Volume transportado: 628 toneladas;
● CO₂ compensado: 63 toneladas;
● Créditos adquiridos: 63 (conforme regulamentação da ONU).
Operações Ativa Logística
Com 29 anos de atuação, a Ativa Logística conduz mais de 50 iniciativas voltadas a práticas de ESG, que já somam mais de R$ 24 milhões em investimentos nos últimos anos. Essas ações, bem como seus principais resultados relacionados à economia de recursos, otimização de custos e eficiência operacional, estão detalhados no Relatório de Sustentabilidade da companhia, em seu site.
Atualmente, cerca de 80% das operações da Ativa estão concentradas no segmento de saúde, com destaque para o canal farma. Os setores de beleza e bem-estar também representam participação relevante no portfólio da empresa. Para garantir total conformidade com as exigências da ANVISA nos modais aéreo e rodoviário, todas as unidades operacionais contam com equipes de farmacêuticos responsáveis pelo controle rigoroso das condições de armazenamento, com foco especial no monitoramento contínuo de temperatura para medicamentos.
Em 2024, a empresa alcançou a marca de 309 mil toneladas de cargas movimentadas, totalizando 58 milhões de volumes entregues. Esse desempenho é sustentado por uma estrutura robusta, com destaque para o centro de distribuição localizado em Barueri (SP), que opera com um sistema de automação (sorter), otimizando a separação e expedição dos pedidos.
Nos últimos anos, a excelência da Ativa Logística no armazenamento e transporte de medicamentos, produtos correlatos, itens de higiene e cosméticos tem sido reconhecida com mais de 100 prêmios concedidos por instituições e parceiros de peso, como Sindusfarma, Flora, Eurofarma, FQM, Hypera Pharma e a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC).
Encontro reuniu governo federal, investidores e especialistas para discutir novos modelos de parceria, financiamento e sustentabilidade
A ampliação dos investimentos privados em infraestrutura e a apresentação de novos modelos de parceria marcaram a abertura do Fórum Nacional de PPPs (Parcerias Público-Privadas) e Concessões 2025. Reunidos em Brasília nesta segunda-feira (24), representantes do governo, investidores e especialistas discutiram caminhos para acelerar concessões e atrair mais capital para setores como rodovias, portos, mobilidade urbana e serviços públicos essenciais.
Ao longo do evento, ganharam destaque temas como novas formas de financiamento, modernização regulatória e mecanismos de garantia para reduzir riscos e ampliar a participação de investidores em projetos de grande porte. Também foi reforçada a importância de aprimorar a estruturação dos contratos, garantindo segurança jurídica, previsibilidade e eficiência na execução das parcerias.
Em sua participação na abertura do evento, o diretor-presidente da Infra S.A., Jorge Bastos, ressaltou a importância da qualidade dos projetos para o sucesso do programa de concessões. Bastos ainda destacou o papel da empresa como estruturadora de projetos.
“Entre 2023 e 2025, os estudos de viabilidade resultaram em 25 leilões portuários e rodoviários, que, juntos, somam mais de R$ 150 bilhões em investimentos contratados. Essas concessões modernizam ativos, aumentam a eficiência logística e ampliam a integração da infraestrutura nacional”, disse.
Representando o ministro dos Transportes, Renan Filho, a secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, reforçou o papel das parcerias privadas na modernização da malha federal. Ela lembrou que, apenas entre 2023 e 2025, foram realizados 21 leilões de rodovias, totalizando R$ 232 bilhões em investimentos, valor superior ao acumulado entre 1990 e 2022, que foi de R$ 129 bilhões. Segundo ela, esse avanço fortalece a competitividade, reduz custos logísticos e amplia o acesso da população a serviços essenciais.
Debates técnicos, novos instrumentos e expansão das parcerias
Durante os dois dias de programação, especialistas e representantes do governo participam de painéis sobre infraestrutura resiliente e sustentável, expansão de PPPs em setores sociais, inovação contratual, governança, financiamento e mecanismos de garantia que ampliam a segurança jurídica e a atratividade para investimentos.
O secretário especial do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), Marcus Cavalcanti, destacou que o Fórum já se consolida como um dos principais marcos da agenda de infraestrutura do país. Segundo ele, a missão do PPI é assegurar que projetos bem estruturados impulsionem o crescimento econômico e melhorem a qualidade de vida. “Os desafios são grandes, da necessidade de investimentos ao rigor na gestão. Este evento é uma oportunidade para discutir soluções inovadoras, compartilhar experiências e identificar novas oportunidades de negócios.”
Na ocasião, Jorge Bastos reforçou que a qualidade dos projetos é determinante para o sucesso das concessões, ampliando competitividade, reduzindo riscos e fortalecendo a fiscalização. Entre os destaques do evento, está o lançamento de guias temáticos do PPI e da ApexBrasil, que apresentam oportunidades de investimento em setores como óleo e gás, energia, aeroportos, florestas, rodovias, parques, mineração e portos.
Viviane Esse também anunciou que o Ministério dos Transportes lançará, nesta terça-feira (25), uma nova carteira com 14 projetos de concessões rodoviárias e iniciativas ferroviárias. Ela ressaltou que os avanços recentes são fruto da atuação integrada entre governo, reguladores e instituições de controle, e lembrou que o leilão de 11 de dezembro, referente ao trecho de maior tráfego do país, será decisivo para renovar investimentos esgotados no modelo anterior. Segundo ela, investimentos bem estruturados reduzem acidentes e ampliam a competitividade, complementando o esforço público que elevou de 53% para 75% o índice de trechos em boas condições desde 2022.
Conexões, negócios e próximos passos
Realizado pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), em parceria com a ApexBrasil e o Banco do Brasil, o Fórum se consolidou como um marco estratégico ao promover diálogo qualificado entre agentes técnicos, institucionais e políticos, fortalecendo a cooperação entre governo e iniciativa privada. A programação reuniu debates sobre infraestrutura resiliente às mudanças climáticas, ampliação de serviços públicos, novos instrumentos de financiamento, gestão de riscos e inovações em governança e projetos ambientais.
As atividades também incluíram espaços de networking, reuniões bilaterais e prospecção de oportunidades, aproximando atores-chave e impulsionando iniciativas de alto impacto.
Iniciativa inédita reforça o compromisso da entidade com a sustentabilidade e marca um novo capítulo para o setor
O mundo corporativo vive uma transformação silenciosa e profunda. A transição para modelos de negócios mais sustentáveis deixou de ser uma tendência e se tornou uma necessidade global, impulsionada pelas metas internacionais de descarbonização e pela crescente cobrança da sociedade por responsabilidade ambiental. No setor de transportes – responsável por cerca de 25% das emissões globais de gases de efeito estufa, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA) –, o desafio é ainda mais urgente: equilibrar eficiência logística, competitividade e redução de impacto ambiental.
No Brasil, esse cenário ganha proporção ainda maior. Dados da Coalizão dos Transportes apontam que o país emitiu aproximadamente 2.300 MtonCO₂e (milhões de toneladas de CO₂ equivalente) em 2022, sendo que o setor de transportes respondeu por cerca de 11% desse total. Dentro desse segmento, o modal rodoviário concentra mais de 90% das emissões, reforçando a necessidade de iniciativas que estimulem práticas sustentáveis e inovação no setor.
É nesse cenário que a NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) dá um passo pioneiro e simbólico: o Congresso NTC 2025 – XVIII Encontro Nacional da COMJOVEM, que acontecerá de 27 a 30 de novembro, no Clube Med Lake Paradise, em Mogi das Cruzes (SP), será o primeiro evento do Transporte Rodoviário de Cargas do Brasil a ter suas emissões de carbono integralmente neutralizadas.
A iniciativa faz parte do olhar sustentável da gestão do presidente Eduardo Rebuzzi, que vem fortalecendo as práticas de ESG (ambiental, social e governança) na entidade e estimulando a adoção de políticas concretas que inspirem o setor. Esse movimento também reflete o trabalho conduzido pela vice-presidência extraordinária da Pauta ESG, liderada por Joyce Bessa, e pelo esforço conjunto da Assessoria Executiva da Presidência, coordenada por Elisete Balarini, responsável pela organização e pela implementação das diretrizes sustentáveis nos eventos institucionais da entidade.
Para viabilizar a neutralização, a NTC&Logística firmou parceria com a Domani Global, empresa especializada em soluções ambientais e em projetos de compensação de carbono certificados. Todo o processo envolverá o cálculo preciso das emissões geradas – desde o deslocamento dos participantes até o consumo de energia, alimentação e materiais –, com compensação posterior em projetos de reflorestamento e regeneração ambiental reconhecidos internacionalmente.
Fabiano Santana, CEO da Domani Global, explica que o compromisso da NTC&Logística reflete uma mudança de paradigma no transporte brasileiro: “A neutralização de carbono é uma prática adotada pelas principais organizações do mundo e representa um gesto de responsabilidade com as próximas gerações. Quando uma entidade do porte da NTC assume esse compromisso, ela abre caminho para que todo o setor se mobilize em torno da sustentabilidade”.
A vice-presidente extraordinária da Pauta ESG, Joyce Bessa, ressalta que essa é uma ação que vai além do evento. “Estamos construindo uma jornada. A neutralização do Congresso é uma demonstração prática de que é possível alinhar grandes eventos à responsabilidade ambiental. O objetivo é inspirar empresas e lideranças do transporte a adotar práticas semelhantes em suas operações, criando uma cultura de sustentabilidade contínua.”
O presidente Eduardo Rebuzzi reforça que a sustentabilidade é um pilar estratégico da atuação da NTC&Logística.“Temos buscado unir inovação, governança e responsabilidade socioambiental em todas as nossas ações. Esse resultado é fruto de um trabalho coletivo, que envolve a vice-presidência da Pauta ESG, a Assessoria Executiva da Presidência e nossos parceiros. O transporte brasileiro tem papel essencial na economia, e cabe a nós liderar também na agenda sustentável.”
Responsável pela coordenação e organização dos eventos da entidade, a assessora executiva da presidência, Elisete Balarini, destaca que esse novo olhar também orienta a forma como a NTC&Logística realiza suas atividades institucionais. “Estamos revisitando cada detalhe – fornecedores, logística, estrutura e materiais – para que nossos eventos sejam cada vez mais conscientes e responsáveis. A parceria com a Domani Global representa esse novo momento, em que o cuidado ambiental passa a ser parte do planejamento e da execução de todas as etapas.”
O Congresso NTC 2025 – XVIII Encontro Nacional da COMJOVEM reunirá empresários, lideranças e jovens empreendedores de todo o Brasil para debater inovação, tecnologia, gestão e o futuro do Transporte Rodoviário de Cargas. A neutralização do carbono gerado durante o evento reforça a liderança da NTC&Logística na construção de um setor mais sustentável, moderno e conectado às melhores práticas globais.
CNT destacou impactos dos eventos extremos e apontou caminhos para fortalecer o setor
Na segunda semana da COP30, em Belém (PA), o Sistema Transporte marcou presença na Blue Zone com contribuições relevantes em três painéis realizados nos dias 17 e 18 de novembro. Um deles ocorreu no Pavilhão Internacional do Transporte, e os outros dois, no Espaço CDRI (Coalition for Disaster Resilient Infrastructure), reunindo representantes do governo, do setor privado e de organizações internacionais em torno da agenda de infraestrutura resiliente.
Espaço Transporte na COP30
No painel Infraestrutura Resiliente, realizado no dia 18, a CNT e a CDRI promoveram um debate técnico sobre os desafios climáticos enfrentados pelo setor. O evento foi realizado no Pavilhão Internacional do Transporte. A gerente executiva ambiental da CNT, Erica Marcos, esteve ao lado de Ede Ijjasz-Vásquez, autor do Global Infrastructure Resilience Report 2025, para discutir os impactos dos eventos extremos e os caminhos para fortalecer a resiliência da infraestrutura de transporte.
Erica apresentou os resultados da Sondagem CNT sobre Resiliência Climática e revelou um dado alarmante: 77% das empresas afetadas financeiramente utilizam recursos próprios para cobrir danos causados por eventos climáticos extremos no Brasil. A exposição detalhou os impactos operacionais, econômicos e estruturais que afetam diretamente a continuidade das atividades transportadoras, com destaque para atrasos, perdas de ativos e interrupções de operação. Ela enfatizou que os efeitos das mudanças climáticas “não são mais uma previsão futura, mas, sim, uma realidade presente que exige respostas urgentes”.
A apresentação também apontou caminhos para ampliar a resiliência do setor. Erica defendeu investimentos em engenharia adaptativa e soluções baseadas na natureza, além da expansão da rede de monitoramento e da capacitação técnica das equipes. Um dos pontos centrais foi a necessidade de desenvolver produtos de seguros compatíveis com riscos climáticos, já que modelos tradicionais não contemplam perdas decorrentes de desastres naturais. Ela ressaltou que se adaptar “é mais barato do que arcar com os prejuízos” e que o Brasil precisa alinhar seus projetos de infraestrutura às exigências dos financiadores internacionais. “É urgente integrar tecnologia, governança e planejamento climático para garantir a continuidade das operações e a segurança logística do setor de transporte em um cenário de intensificação dos eventos extremos”, afirmou.
Ede Ijjasz-Vásquez apresentou os achados do relatório lançado pela CDRI. A publicação propõe uma abordagem aberta e integrada para estimar perdas causadas por desastres naturais, baseada em modelos probabilísticos semelhantes aos utilizados por seguradoras. Ele defendeu que o setor de transporte incorpore resiliência desde o planejamento, com manutenção preventiva, contratos transparentes e retrofits bem estruturados. Também destacou a importância da reconstrução rápida e do uso de mecanismos financeiros ágeis, como seguros e fundos catastróficos, para garantir respostas eficientes em situações críticas. “A reconstrução rápida e completa após desastres é essencial para o crescimento econômico. As agências de transporte devem assumir esse papel com protagonismo”, afirmou.
A fala foi complementada por Maruxa Cardama, secretária-geral da Slocat Partnership, que reforçou a importância das parcerias público-privadas em pontos logísticos estratégicos, e por Thiago Casagrande, do Ministério dos Transportes, moderador do painel, que destacou alternativas como títulos de catástrofe e a necessidade de renegociar contratos para incluir cláusulas de resiliência.
Espaço CDRI: adaptação climática em debate
Também no dia 18, o painel “Da Visão à Ação: aproveitando a DRI para estratégias nacionais robustas de adaptação” reuniu especialistas para discutir como integrar a infraestrutura resiliente às estratégias nacionais de adaptação climática. Erica Marcos voltou a apresentar os dados da Sondagem, citando exemplos como enchentes e rios que deixam de ser navegáveis, além de sugerir avanços em conectividade tecnológica e mapeamento de áreas de risco.
O encontro contou com as participações de Lincoln Muniz Alves, coordenador-geral do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e de Tomé Barros Monteiro de França, secretário executivo do Ministério de Portos e Aeroportos. A mediação foi conduzida por Cloves Benevides (Ministério dos Transportes), que defendeu o diálogo com operadores privados para viabilizar soluções em parceria com o poder público.
Valor da infraestrutura resiliente
Na segunda-feira (17), a CDRI promoveu o painel “Além da Redução de Riscos: desbloqueando o valor multidimensional da DRI para o desenvolvimento sustentável”, para discutir os benefícios econômicos, sociais e ambientais da infraestrutura resiliente. Erica Marcos destacou os impactos já sentidos pelo transporte brasileiro diante de eventos climáticos extremos e chamou a atenção para a ausência de cobertura securitária adequada: “Se um caminhão for furtado ou sofrer colisão, o seguro o cobrirá. Mas, se o veículo for levado por uma enchente, não há previsão. Esse é um desafio real que precisa ser enfrentado”, afirmou.
Ela também mencionou o estudo AdaptaVias, desenvolvido pelo Ministério dos Transportes em parceria com outros ministérios e instituições de pesquisa, que mapeia riscos climáticos sobre rodovias, ferrovias e portos.
O painel foi moderado por Kátia Queiroz Fenyves (BID) e contou com a participação de Cloves Benevides (Ministério dos Transportes) e Karen Silverwood-Cope (WRI Brasil).
Intervenção no Cais 3 de Imbituba inclui reforço de solo, novos equipamentos e ampliação para 271 metros; conclusão está prevista para 2027
O Porto de Imbituba, localizado no Litoral Sul de Santa Catarina, está passando por uma obra histórica, que ampliará a capacidade de movimentação de cargas e permitirá o recebimento de navios maiores. A intervenção estrutural está sendo realizada no Cais 3 e já possui um investimento de aproximadamente R$ 95 milhões.
A obra, que tem o objetivo de recuperar, reforçar e ampliar a estrutura portuária, é a maior intervenção estrutural do porto desde a própria construção, em 1979. A modernização está prevista para ser concluída em 2027.
Ampliação no Porto de Imbituba permitirá receber navios de até 270 metros
O projeto da nova estrutura contará com a ampliação do comprimento do cais, que passará de 245 para 271 metros. Essa nova configuração permitirá que o Porto de Imbituba receba embarcações de até 270 metros de comprimento, 70 metros a mais que o atual limite recebido no espaço.
O novo limite de embarcações também ampliará a capacidade de movimentação de cargas, que atualmente concentra cerca de 30% das operações do complexo.
Além disso, a estrutura passará a conter novos equipamentos de operação e melhorias no sistema de pavimentação, drenagem e contenção, o que elevará o padrão técnico e operacional do cais.
Atividades do cais serão interrompidas durante a última fase
A intervenção estrutural será realizada em quatro etapas principais, que envolvem desde a execução de colunas de contenção até a construção de dolfins, estruturas que ajudam na atracação e amarração dos navios.
O trabalho também prevê o reforço do solo e da laje, assim como da pavimentação em concreto da retroárea, e a instalação de sistemas modernos de defensas para segurança das embarcações.
Medidas de interrupções temporárias nas atividades do Cais 3 serão necessárias na última fase da obra, durante um período de até três meses. Nesta etapa, os trabalhos serão concentrados no trecho central do braço, impossibilitando a atracação simultânea de navios.
Monitoramento de baleias-franca estão sendo realizados
Durante a modernização, a SCPAR Porto de Imbituba afirma que uma série de programas de monitoramento ambiental segue ativa, como o da qualidade das águas oceânicas e subterrâneas, o monitoramento da biota aquática, sedimentos, ruídos subaquáticos e do ar, além da gestão de resíduos da construção civil.
Eles também relataram que um dos principais destaques está sendo o acompanhamento da presença das baleias-francas na região.
“Durante a execução da obra, estão sendo adotadas medidas adicionais de proteção à espécie. Estão definidas áreas de controle com diferentes níveis de alerta. Se uma baleia for avistada em áreas próximas ao local da obra durante o uso de martelos vibratórios ou bate-estacas, as atividades são suspensas ou alertadas, conforme a proximidade do animal”, ressaltou a SCPAR Porto de Imbituba.
Construção atrairá novos negócios para o Sul de SC
A modernização do Cais 3 representa um passo estratégico para o fortalecimento do Porto de Imbituba como um dos principais portos logísticos do Sul do Brasil. A expectativa é que, ao fim das obras, o complexo portuário amplie significativamente sua capacidade de atendimento, tanto em volume quanto em tipos de cargas, atraindo novos negócios para a região.
“Estamos realizando a maior obra da história do Porto de Imbituba, com foco no futuro da logística portuária em Santa Catarina. A modernização do Cais 3 elevará o padrão técnico do complexo portuário, ampliando sua capacidade de movimentação e permitindo o recebimento de navios maiores e mais modernos”, destacou o diretor-presidente da SCPAR Porto de Imbituba, Christiano Lopes.