O índice está dentro do intervalo de tolerância da meta
Os analistas do mercado financeiro reduziram mais uma vez a projeção para inflação neste ano. O Banco Central divulgou um novo Boletim Focus nesta segunda-feira (24/11). A expectativa agora é que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – índice oficial de inflação – termine o ano a 4,45%. Importante lembrar: dentro do intervalo de tolerância da meta. É uma pequena queda em relação a semana anterior, quando se previa 4,46%.
Os profissionais consultados também rebaixaram a previsão para o ano que vem: 4,18%. Nos outros índices, não houve alteração. Então, espera-se um crescimento de 2,16% da economia brasileira neste ano. O dólar deve terminar 2025 valendo R$ 5,40. E a taxa básica de juros deve permanecer em 15% ao ano pelo menos até o mês que vem. A última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do ano está marcada para 9 e 10 de dezembro.
Empresas do setor participaram da Expotransporte em Guadalajara, evento promovido pela Anfir e ApexBrasil
A indústria brasileira de implementos rodoviários tem boas perspectivas de crescimento no mercado mexicano. Com a participação de 24 empresas do setor na Expotransporte, realizada entre os dias 12 e 14 de novembro em Guadalajara, o setor espera gerar US$ 10,6 milhões em exportações para o México nos próximos 12 meses. A expectativa de faturamento surge a partir das negociações realizadas no evento, que somaram cerca de US$ 5,4 milhões.
A ação fez parte do programa MoveBrazil, uma iniciativa que visa impulsionar as exportações brasileiras e fortalecer a presença do Brasil em mercados internacionais. A missão foi promovida pela Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
Relevância do México
José Carlos Sprícigo, presidente da ANFIR, destaca que a participação no evento é uma oportunidade para ampliar as vendas, não só para o México, mas para toda a América do Norte. “Com a Expotransporte, a participação no evento poderá gerar cerca de US$ 16 milhões em vendas, além de ampliar a presença do produto brasileiro em um dos mercados mais importantes da região”, afirma Sprícigo.
O México é um mercado estratégico para o Brasil, sendo um dos principais destinos das exportações de implementos rodoviários do país. As 24 empresas brasileiras presentes ao evento fazem parte de um grupo seleto de fabricantes do setor, entre eles grandes nomes como Cardoso, ComLink, Facchini, Grimaldi, Librelato, Marksell e Rossetti, entre outros.
Iniciativa da deputada Renata Abreu teve parecer favorável na Comissão de Finanças e Tributação (CFT)
O projeto de lei da deputada Renata Abreu (SP) que acaba com a chamada ‘cobrança dupla’ em pedágios avançou mais uma etapa na Câmara dos Deputados. A proposta garante ao motorista o direito de atravessar novamente a praça sem pagar outra tarifa quando já tiver passado pelo mesmo local nos últimos 20 minutos.
O texto, que já havia sido aprovado por unanimidade na Comissão de Viação e Transportes (CVT), recebeu agora parecer favorável na Comissão de Finanças e Tributação (CFT). O próximo passo é a análise na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC), última etapa antes de seguir ao Senado. Como o PL tramita em caráter conclusivo, não precisará passar pelo plenário da Câmara.
Para Renata, a medida é uma questão de justiça com quem usa as rodovias todos os dias e não pode ser penalizado por situações simples no trânsito. “O motorista que erra o caminho e precisa retornar ou faz deslocamentos curtos não deve pagar duas vezes pela mesma praça de pedágio. Essa cobrança repetida pesa no bolso das famílias e não faz sentido algum. O projeto traz bom senso e respeito ao cidadão”, afirmou a deputada e presidente nacional do Podemos.
Segundo a deputada Renata Abreu, o seu projeto de lei torna o sistema mais justo e transparente para os usuários das rodovias federais. As regras estão previstas no Projeto de Lei 5366/2016.
O DECOPE – Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas da NTC&Logística é responsável por estudos técnicos, voltados à apuração de custos de transporte rodoviário de cargas e logística, estatística do setor, estudos macroeconômicos e formação de índices de custos referenciais que medem a inflação do setor, dentre eles os dois com mais destaque são o INCTF – Índice Nacional de Custos de Transporte de Carga Fracionada e o Índice Nacional de Custos de Transporte de Carga Lotação, o INCTL.
O INCTF e INCTL têm como objetivo principal medir a evolução dos custos operacionais de transporte rodoviário de cargas e são índices do setor de transporte com grande repercussão e credibilidade, publicado no site da NTC e por todas as entidades que representam o transporte (Sindicatos e Federações), bem como em outros meios de comunicação. Eles servem ainda como instrumento de atualização de contratos públicos e privados no mercado de frete.
INFORME: Com a decisão do Governo Federal de encerrar o programa de desoneração da folha de pagamento, que permitia a substituição da contribuição previdenciária de 20% sobre a folha de salários, por alíquota sobre a receita bruta da empresa, desse modo o INCT já contempla a primeira etapado processo de reoneração da folha de pagamento.
O fechamento do Acordo de Convenção Coletiva dos trabalhadores em transporte rodoviário de carga – São Paulo, base do SETCESP em junho/25, acordaram índice de 7,0% (sete por cento) para o reajuste dos salários de motoristas e outras categorias profissionais.
INCT-F DECOPE/NTC DE OUTUBRO/24 A OUTUBRO/25
A NTC&LOGÍSTICA comunica aos associados que a variação média do (INCTF[1] DECOPE/NTC) foi de 0,10% no mês de outubro e acumula nos últimos doze meses 4,19%(quatro virgula dezenove por cento), entre novembro de 2024 e outubro de 2025 (outubro de 2025*/- sobre outubro de 2024 ou ainda, nos últimos doze meses).
O INCTF mede a evolução de todos os custos da carga fracionada, incluindo transferência, coleta e distribuição, custos administração e de terminais. Nesses custos não estão contemplados impostos, pedágios e margem de lucro.
INCTL – DECOPE/NTC DE OUTUBRO/24 A OUTUBRO/25
O INCTL[2] reflete a variação dos custos do transporte rodoviário de cargas fechadas ou lotações, ou seja, ele mede a evolução de todos os custos da carga completa, incluindo a transferência, a administração (custos indiretos), gerenciamento de riscos e custo valor. Ele, assim como o INCTF, também não contempla impostos e margem de lucro na sua apuração.
A sua variação média foi de 3,01%(três vírgula zero um por cento) de novembro de 2024 a outubro de 2025 (outubro de 2025 sobre outubro de 2024, ou ainda nos últimos doze meses) e no mês variando 1,66%.
COMPORTAMENTO DOS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS
O preço por litro do óleo diesel S-10, teve uma ligeira variação de (0,17%) no mês de outubro/25, quando comparado com o mês anterior, sendo comercializado a R$ 6,050 p/litro. No período de 12 meses (out-25 contra out-24), a variação acumulada é de 0,50%, resultado, principalmente ditado pela nova regra política da Petrobrás.
O aditivo Arla 32, utilizado para reduzir as emissões de poluentes não registrou variação no mês. Desde março/12 até hoje, o aditivo já acumulou queda de (20,93%).
O óleo diesel comum, ainda consumido pela frota brasileira, teve variação acumulada em 0,34% nos 12 meses. No mês de outubro, o óleo foi comercializado a R$ 5,970 p/litro, contra R$ 6,00 p/litro no mesmo período do ano anterior, já o período mensal registrou variação de (0,50%).
COMPORTAMENTO DOS PREÇOS DOS DEMAIS INSUMOS NA FRACIONADA
No mês, o veículo de transferência registrou variação (0,50%) e o veículo de distribuição urbana uma variação de 4,93%, já os implementos tanto de transferência como o de distribuição não registrou variação, pneu – 275/80 R 22,5 com variação de (2,10%), recapagem (2,10%), salário do motorista 7,00%, seguro (0,47%).
Considerando o período de 12 meses, os insumos que contribuíram para a variação do INCTF na operação de transferência foram: veículo (3,66%), carroceria baú 3,99%,pneu – 275/80 R 22,5 com variação de (0,88%), recapagem (8,41%), rodoar 5,45%, lavagem com 3,40%, salário do motorista 7,00% e seguro do casco (3,17%).
Na operação de coleta e distribuição, os insumos que tiveram variação foram: veículo com variação de 6,45%, carroceria ¾ baú de alumínio com variação de 3,89%, pneu 215/75 – R 17,5 com 14,18%,recapagem com (5,40%),lavagem com 3,40%, seguros do casco e contra terceiros com 6,29%, salário de motorista 7,00% e salário de ajudante 7,00%.
DESPESAS ADMINISTRATIVAS
As despesas administrativas de uma forma geral registraram em outubro variação 0,08% de 2025, quando comparada com as despesas do mês anterior. Já as despesas administrativas, exceto os salários, variaram 0,26%.
Nos 12 meses, as despesas administrativas vêm registrando alta de 7,92%, agravado principalmente, pelo reajuste do IPTU para 2025. A evolução acumulada das despesas administrativas, exceto salários, foi de 3,00%.
COMPORTAMENTO DOS PREÇOS DOS PRINCIPAIS INSUMOS NA LOTAÇÃO
Nos 12 meses (out/25 contra out/24), o cavalo mecânico teve variação de 3,38%, semirreboque 4,22%, óleo cárter 10,07%, óleo câmbio 10,21%, seguros 3,48%, DAT – 5,36%, recapagem com (1,21%), lavagem 3,40%, rodoar 5,45% e 2,79% pneus – 295/80 R22.
INCT-FR, INCT-FOU INCVT e INCT-FRIG
A evolução completa do INCTF, do INCTL e dos demais índices (INCTFR, INCTFOU, INCVT – Índice Nacional do Custo Variável do Transporte e INCTFRIG Índice Nacional do Custo do Transporte Frigorífico), assim como dos insumos do transporte encontra-se à disposição dos filiados da NTC&LOGÍSTICA na área restrita aos associados do site www.portalntc.org.br. Para acessar esta área, clique no canal Técnico e Econômico. Em seguida, clique “Downloads”.
O Departamento Técnico e Econômico da NTC&LOGÍSTICA (DECOPE) coloca-se à disposição das empresas e entidades associadas para prestar qualquer informação complementar pelo telefone (0xx11) 2632-1526/1536 ou pelo e-mail economia@ntc.org.br.
[1]É livre a reprodução total ou parcial desta nota em qualquer meio de comunicação, desde que não sejam omitidos ou alterados aspectos essenciais à compreensão da mesma e desde que seja citada a fonte como segue: DECOPE/NTC&LOGÍSTICA – Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas/Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística.
[2]Este custo inclui custo peso, GRIS, custo valor para mercadorias de baixo valor (R$ 5.959,25 TON.) e PIS/COFINS. Não inclui taxa de lucro e pedágios. Franquia de 6 horas para carga e descarga. Acima disso, o custo adicional é de R$ 241,17 p/hora útil parada, ou R$ 9,65 por tonelada por hora útil.
A NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) realizará a primeira edição do CONET&Intersindical 2026 nos dias 26 e 27 de fevereiro, no ROYAL TULIP BRASÍLIA ALVORADA, em Brasília (DF). O evento tem como entidade anfitriã a FENATAC – Federação Interestadual das Empresas de Transporte de Cargas e Logística, com o apoio dos Sindicatos filiados à entidade.
O CONET&Intersindical é dividido em duas etapas:
1. CONET: apresentação de pesquisas de mercado realizadas pelo Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas (DECOPE) da NTC&Logística, além de debates sobre custos e tarifas do setor;
2. Intersindical: discussão de temas relacionados ao desenvolvimento do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC).
O presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, destaca a importância do evento e o peso estratégico da capital federal para o setor: “Brasília é o centro das decisões que impactam o Transporte Rodoviário de Cargas. Realizar o CONET&Intersindical na capital federal, em um momento tão relevante para o país e para o nosso setor, reforça a importância deste encontro como espaço de diálogo, construção e fortalecimento das nossas pautas. Será uma oportunidade única para ampliarmos nossa atuação institucional, discutirmos os desafios que afetam o TRC e avançarmos na busca por soluções que contribuam para o desenvolvimento do transporte de cargas no Brasil. Convidamos todos os empresários e representantes de entidades a participarem desse grande encontro”.
O CONET&Intersindical consolidou-se como um dos eventos mais importantes do setor, reunindo os principais protagonistas do TRC, promovendo debates estratégicos, troca de experiências e oportunidades para o fortalecimento de parcerias.
l NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística)
Entidade Anfitriã
l FENATAC (Federação Interestadual das Empresas de Transporte de Cargas e Logística)
Apoio
l Sindicatos filiados à FENATAC
Apoios Institucionais
l Sistema Transporte (CNT – Confederação Nacional do Transporte; SEST SENAT – Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte; ITL – Instituto de Transporte e Logística)
Evento reuniu mais de 3 mil candidatos e 34 empresas do setor, reforçando o papel do Transporte na geração de empregos e no desenvolvimento econômico do país
Na última quarta-feira, 19 de novembro de 2025, foi realizada a Feira Emprega Transporte da Unidade do SEST SENAT São João de Meriti, no Rio de Janeiro. O evento contou com a presença de Eduardo Rebuzzi, presidente da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), da FETRANSCARGA (Federação das Empresas de Transportes de Cargas do Estado do Rio de Janeiro) e do Conselho Regional do SEST SENAT do Rio de Janeiro.
Durante sua participação, Rebuzzi destacou a importância do Transporte para a economia nacional, ressaltando o papel estratégico que o setor exerce na mobilidade e no abastecimento da sociedade brasileira. Ele também enfatizou o compromisso das entidades que representa com a formação e a inserção profissional de qualidade. “Eventos como este demonstram, na prática, como o Transporte é um setor de oportunidades. A qualificação e a empregabilidade são pilares fundamentais para o crescimento sustentável da nossa atividade. O SEST SENAT tem um papel decisivo nesse processo, oferecendo capacitação e abrindo portas para milhares de profissionais que movimentam o país todos os dias”, afirmou o presidente Eduardo Rebuzzi.
A Feira de Empregabilidade ofereceu mais de 2.000 vagas de emprego e contou com mais de 3.000 candidatos inscritos. Participaram 34 empresas de transporte de cargas e de passageiros, supermercados, diversas agências de recrutamento e seleção, além da Prefeitura de São João de Meriti, por meio do programa “Casa do Trabalhador”. A ação promoveu um elo direto entre candidatos e empresas, iniciativa fundamental para suprir as demandas de mão de obra qualificada – motor de desenvolvimento e geração de renda no estado e em todo o Brasil.
A presença do presidente Eduardo Rebuzzi ratificou, também, o alinhamento entre entidades representativas do setor, como a NTC&Logística, a FETRANSCARGA e o SEST SENAT, que atuam de forma integrada na defesa do transporte, na valorização dos profissionais e na construção de políticas voltadas à inovação e à formação de mão de obra especializada.
O evento teve a participação do secretário municipal de Trabalho e Renda de São João de Meriti, Bruno Correia; da subsecretária de Trabalho e Renda de São João de Meriti, Pâmela Moreira, e do subsecretário do Comando da Civil de São João de Meriti, Worton França.
Com a realização da Feira Emprega Transporte de São João de Meriti em 2025, o SEST SENAT alcança a marca de 49 eventos promovidos em todo o país. No total, já foram reunidas 930 empresas participantes e mais de 30 mil candidatos, com cerca de 9 mil vagas ofertadas, das quais 10% resultaram em contratações efetivas. Esses números evidenciam o impacto concreto da iniciativa na geração de emprego, na qualificação de profissionais e no fortalecimento do setor de Transporte nacional.
Encontro será nesta segunda-feira e reunirá especialistas da ANTT, representantes da NTC&Logística e da coordenação nacional da COMJOVEM para orientar os associados sobre as atualizações regulatórias.
Nesta segunda-feira, 24 de novembro, acontecerá a transmissão ao vivo exclusivamente para associados da NTC&Logística, realizada por meio da COMJOVEM (Comissão de Jovens Empresários e Executivos do Transporte Rodoviário de Cargas), em parceria com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O encontro abordará esclarecimentos e orientações práticas sobre o Piso Mínimo de Frete e a nova sistemática de fiscalização eletrônica adotada pela Agência, que passa a monitorar automaticamente o cumprimento da norma em todo o país.
A transmissão contará com a participação de José Aires Amaral Filho, diretor substituto e superintendente de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas da ANTT, que apresentará as principais atualizações e procedimentos relacionados ao tema.
Representando a NTC&Logística, participarão o diretor jurídico, Dr. Marcos Aurélio Ribeiro;a assessora jurídica, Dra. Gil Menezes,e o assessor técnico do DECOPE (Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas), engo Lauro Valdivia, trazendo análises complementares e orientações técnicas às transportadoras.
Também estarão presentes o coordenador nacional da COMJOVEM, André de Simone, e os vice-coordenadores nacionais, Hudson Rabelo e Jéssica Caballero Lopes, reforçando a importância do engajamento das novas lideranças do setor em temas regulatórios estratégicos.
A transmissão ocorrerá às 15 horas, e o acesso será realizado mediante inscrição prévia do associado. Para garantir sua participação e receber as informações de acesso, basta preencher o formulário disponível no link: https://forms.gle/ZFcFWfNTVG1Rrp3B7
Intervenções visam melhorias no tráfego e fortalecem a economia local
As obras de manutenção e recuperação da BR-476, no estado do Paraná, seguem em ritmo acelerado. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) está conduzindo os trabalhos no trecho de 81 quilômetros que liga os municípios de União da Vitória a São Mateus do Sul. Por meio do Governo Federal, a intervenção prevê um orçamento aproximado de R$ 92 milhões.
Para a fase inicial, as equipes realizaram serviços de remendo profundo e fresagem do pavimento antigo. Atualmente, está em execução o novo pavimento de revestimento de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ). Na sequência, será iniciada a segunda fase, que consiste na aplicação de uma nova camada de revestimento que beneficiará todo o trecho. Essas ações ocorrem em segmentos descontínuos da rodovia e são essenciais para corrigir as deformações existentes e proporcionar maior durabilidade à pista.
No segmento, estão em andamento também serviços de drenos rasos de pavimento e drenos profundos de plataforma da rodovia. Além disso, está prevista a execução de meio-fio de concreto e sarjeta de concreto. A intervenção visa garantir maior resistência e longevidade do pavimento, e mais conforto e segurança para os usuários, reforçando a qualidade da infraestrutura viária da região.
Para manter a segurança nos trechos em atividade, o tráfego opera com o sistema de Pare e Siga. A previsão é que as intervenções estruturais se estendam até 2027, com a continuidade da conservação da rodovia até 2030. Esse cronograma visa melhorias no tráfego entre os municípios de União da Vitória e São Mateus do Sul, que desempenham papel estratégico no escoamento da produção agrícola e industrial da região Sul do Paraná.
Para o superintendente regional do DNIT no Paraná, Hélio Gomes, o projeto traz reflexos diretos para a população. “A execução das obras vem gerando empregos locais e movimentando a economia das cidades vizinhas, com impacto positivo em setores como hospedagem, alimentação e comércio. A presença constante de equipes técnicas também fortalece o vínculo do DNIT com as comunidades, que acompanham de perto o avanço dos trabalhos”, destaca.
Importância – A BR-476/PR é uma rodovia federal de grande importância para a logística do Paraná, funcionando como um corredor vital para o transporte de diversas cargas, como produtos agroindustriais, combustíveis, produtos químicos e têxteis. Sua extensão por todo o estado torna-se essencial para o escoamento de mercadorias e para a integração das diferentes regiões do estado com a Região Sudeste.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou o primeiro financiamento do Fundo Clima para a compra de caminhões movidos a biometano, uma das apostas brasileiras para descarbonizar o transporte de cargas.
O contrato de R$ 432 milhões foi assinado com a Loga (Logística Ambiental de São Paulo), do Grupo Solvi, que opera na gestão de resíduos sólidos da capital paulista. Prevê a compra de 84 caminhões e investimentos em coleta e tratamento, e em energia. É o maior aporte já feito pelo banco no setor de resíduos sólidos. Os recursos vêm do Fundo Clima, do Finem (Financiamento Especial do BNDES) e da primeira operação do Eco Invest, programa voltado à bioeconomia e à indústria verde. Parte do valor será captada por meio de debêntures incentivadas coordenadas pelo próprio BNDES.
A Loga, responsável por coletar 6.000 toneladas de lixo por dia na zona noroeste da capital, instalará uma nova unidade de transbordo no Jaguaré, modernizará a Ponte Pequena e ampliará a garagem e os equipamentos de coleta. A empresa também implantará uma usina solar de 2,5 MW para reduzir o uso de energia da rede.
A adoção de caminhões a biometano começa a se configurar como uma tendência em empresas brasileiras que buscam descarbonizar as atividades. O combustível é produzido a partir do lixo ou de dejetos animais e pode reduzir em até 90% das emissões, em comparação ao diesel.
“O maior projeto do BNDES de financiamento para gestão de resíduos sólidos urbanos impulsiona a economia circular na cidade de São Paulo e contribui com a descarbonização a partir de recursos do Eco Invest, programa do governo do presidente Lula voltado para a bioeconomia e indústria verde”, afirmou, em nota, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
A possibilidade de financiamento de frotas mais limpas pelo Fundo Clima foi confirmada em julho, com a inclusão do biocombustível no Plano Anual de Aplicação de recursos do fundo, que tem R$ 11,2 bilhões para emprestar a juros de 6,5% ao ano (mais 1,3% de taxa do BNDES).
É uma alternativa para desconcentrar o uso do fundo, que hoje é muito focado em projetos de energias renováveis, que têm pouca contribuição para a redução das emissões brasileiras de gases do efeito estufa, já que o país tem uma matriz energética limpa. O setor de transporte é responsável por pouco mais de 10% das emissões nacionais e tem o desafio de descarbonizar principalmente veículos pesados.
A instalação das praças de pedágio ao longo da BR-364 avança rapidamente e já altera a rotina de quem depende diariamente da principal rodovia de Rondônia. Nos trechos em obras, o sistema pare e siga tem provocado congestionamentos que chegam a durar quase uma hora, gerando reclamações de motoristas e transportadores. Caminhoneiros relatam atrasos nas entregas e trabalhadores afirmam que a viagem diária ficou imprevisível.
Além do aumento no tempo de percurso, há preocupação com a segurança. Nos últimos dias, foram registrados acidentes próximos aos pontos de intervenção. Segundo motoristas, a combinação de pista estreitada, sinalização temporária e longos períodos de espera tem contribuído para colisões traseiras e manobras arriscadas de quem tenta evitar as filas. Em alguns casos, a liberação do tráfego ocorre com pouca visibilidade, o que aumenta o risco nos horários de maior movimento.
O avanço das obras reacende o debate sobre o impacto econômico da cobrança quando as praças entrarem em operação. A BR-364 é responsável pela maior parte do transporte de cargas no estado, incluindo combustíveis, alimentos e insumos que abastecem o comércio e a indústria. Transportadoras avaliam que o novo custo no trajeto elevará o valor do frete, e esse reajuste deve chegar ao consumidor final.
Especialistas em logística consideram que produtos sensíveis ao preço do transporte como hortifrutigranjeiros, combustíveis e itens de consumo básico podem sofrer aumentos progressivos. O receio é que, em um estado que depende quase exclusivamente da rodovia para circulação de mercadorias, qualquer acréscimo no custo de operação provoque efeitos imediatos no custo de vida dos rondonienses.
Enquanto isso, quem trafega pela rodovia convive com a rotina de obras, filas e incertezas. A expectativa é de que o fluxo continue lento até a conclusão das praças, cuja estrutura cresce em ritmo acelerado. Motoristas afirmam que compreendem a necessidade de melhorias, mas cobram planejamento mais eficiente para minimizar transtornos e garantir segurança.
Até que os pedágios entrem em funcionamento, o cenário atual – feito de espera prolongada, risco de acidentes e preocupação com impactos futuros – deve continuar sendo parte da realidade diária de quem utiliza a BR-364.
NTC&Logística e CNT contribuíram também para a aprovação da emenda que fortalece o arcabouço legal contra empresas envolvidas em crimes de receptação
A Câmara dos Deputados aprovou, na última quarta-feira, 19 de novembro, a emenda apresentada pelo deputado federal Fernando Marangoni ao Projeto de Lei 5.582/2025, que integra o pacote antifacção e estabelece a suspensão, por 180 dias, do CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas de empresas constituídas ou utilizadas para facilitar, permitir ou ocultar a receptação de carga roubada. A medida representa um avanço significativo no combate às estruturas empresariais que dão suporte operacional ao crime organizado.
A emenda determina que, uma vez comprovado judicialmente o envolvimento da empresa na receptação, sua inscrição no CNPJ será suspensa, impedindo a emissão de notas fiscais e inviabilizando sua atuação no mercado formal. Em caso de reincidência, a empresa será considerada inidônea, e o administrador responsável ficará proibido de exercer o comércio por cinco anos.
O tema foi debatido em maio deste ano, no 24º Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, evento realizado em Brasília, pela Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara dos Deputados, que conta com o apoio da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), desde 1999. A edição do Seminário em 2025 também marcou o lançamento da Aliança Nacional pela Segurança Logística, iniciativa da NTC&Logística que reúne órgãos públicos, entidades privadas e instituições do setor para reforçar a segurança no Transporte Rodoviário de Cargas em todo o Brasil. A criação da Aliança fortaleceu o debate e ratificou a necessidade de medidas mais eficazes para coibir a atuação de empresas utilizadas por organizações criminosas.
Para o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, a aprovação representa um marco importante: “O avanço dessa emenda na Câmara dos Deputados é uma conquista significativa para todo o setor. Esse tema vem sendo amplamente debatido pela NTC&Logística, inclusive no 24º Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, quando ressaltamos a importância de mecanismos mais eficazes contra a receptação de cargas roubadas. A iniciativa do deputado federal Fernando Marangoni demonstra compromisso com a modernização do arcabouço legal e com o fortalecimento da segurança jurídica das empresas. Ainda há muito trabalho pela frente, mas este é um passo fundamental para combater estruturas criminosas que afetam diretamente a economia e o Transporte Rodoviário de Cargas. Parabenizamos a CNT (Confederação Nacional do Transporte) e todos que contribuíram para esse avanço”.
O presidente da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) e da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro (FETRANSCARGA), Eduardo Rebuzzi, participará como palestrante da próxima edição da Série Debates – Logística no Brasil, promovida pela Editora Globo. O evento acontecerá no dia 26 de novembro, das 10h às 11h30, e reunirá autoridades, especialistas e lideranças empresariais para discutir os desafios logísticos e os impactos dos novos investimentos em infraestrutura na região Sudeste.
A Série aborda temas estruturais do país e, nesta edição, coloca em evidência o paradoxo vivido pela região mais rica do Brasil: apesar de concentrar grande parte da atividade industrial nacional, o Sudeste ainda enfrenta gargalos históricos na malha rodoviária, dificuldades de integração modal e limitações que afetam sua competitividade econômica.
A participação de Rebuzzi reforça o protagonismo do Transporte Rodoviário de Cargas no debate sobre políticas públicas, financiamento, corredores logísticos e soluções para a expansão da infraestrutura necessária ao desenvolvimento do país.
Programação
10h | PAINEL 1
Política nacional e financiamento de infraestrutura: diretrizes dos governos, instrumentos de fomento e projetos prioritários no Sudeste e no Rio de Janeiro
10h50 | PAINEL 2
Intermodalidade e ferrovias: corredores logísticos, ampliação ferroviária e integração com portos e polos industriais
11h30 | Encerramento
Palestrantes confirmados
Jorge Bastos – Presidente da Infra S.A.
Luciana Costa – Diretora de Infraestrutura de Transição Energética do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
George Santoro – Secretário-Executivo do Ministério dos Transportes
Mauro Ribeiro Viegas Filho – Diretor-Executivo e Presidente do Conselho Empresarial de Infraestrutura da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro)
Ulisses Oliveira – Diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do Porto Sudeste
Gabriela Costa – Diretora Executiva da Associação de Terminais Portuários (ATP)
Eduardo Rebuzzi – Presidente da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) e da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro (FETRANSCARGA)
Operação de seis meses avalia desempenho do modelo Scania 30G 4×2 no corredor Cajamar–Taubaté e integra iniciativa Laneshift para implantação de corredor logístico com emissão zero na Dutra
A Amazon, a DHL Supply Chain e a Scania iniciaram, em outubro, um teste operacional com um caminhão extrapesado 100% elétrico em uma rota de longa distância no estado de São Paulo. O veículo, modelo Scania 30G 4×2, vem sendo utilizado no trajeto entre Cajamar e Taubaté, considerado um dos principais corredores logísticos de movimentação de cargas da Amazon no país. A ação integra o programa Laneshift, iniciativa da The Climate Pledge e da C40 Cities para apoiar a transição para o transporte de cargas com emissão zero.
O teste, previsto para durar seis meses, consiste no monitoramento contínuo do percurso e do consumo energético do veículo, que é recarregado no centro de triagem CGH7, em Cajamar, e segue para a base da transportadora parceira To Do Green. A rota foi anunciada durante o lançamento oficial da aliança Laneshift e-Dutra, apresentado em 11 de novembro, na COP30, em Belém. O objetivo da iniciativa é estabelecer um corredor de transporte elétrico ao longo da Rodovia Presidente Dutra (BR-116), conectando São Paulo ao Rio de Janeiro.
O caminhão transporta cargas gerenciadas pela DHL Supply Chain, que utilizará os resultados para avaliar a viabilidade operacional do transporte de longa distância com propulsão elétrica em escala comercial. Segundo a empresa, esse tipo de operação é relevante para medir impactos reais e orientar futuros investimentos em frotas e infraestrutura.
A Scania destaca que este é o primeiro cavalo mecânico 100% elétrico da marca em operação no Brasil. O veículo possui autonomia de 250 quilômetros, potência de 300 kW e capacidade técnica de 66 toneladas de Peso Bruto Total Combinado (PBTC). A montadora afirma que o teste permitirá analisar o desempenho do modelo em uma rota com grande fluxo de caminhões e condições operacionais variadas.
A rota entre Cajamar e Taubaté faz parte do corredor em que está sendo desenvolvido o projeto Laneshift E-Dutra, voltado à instalação de hubs de recarga rápida na rodovia. O plano prevê pontos de abastecimento elétrico em locais considerados estratégicos, como unidades do Graal e o PIT de São José dos Campos, com carregadores de 120 kW.
O corredor já teve uma viagem-piloto em setembro, entre Resende (RJ) e Sorocaba (SP), em um percurso de aproximadamente 800 quilômetros, com um caminhão Volkswagen e-Delivery de 11 toneladas. A ação permitiu o registro de dados sobre autonomia, tempo de recarga e condições de infraestrutura, insumos considerados essenciais para a definição de padrões de operação.
Custo do biocombustível quase dobrou entre 2020 e 2025 e começa a impactar frotistas e transportadoras
O avanço do biodiesel na matriz brasileira tem impulsionado discussões sobre qualidade, eficiência e, sobretudo, preço. Dados levantados pelo Gasola by nstech mostram que, entre 2020 e 2025, o diesel comum encareceu 57%, com aumento de R$ 2,19 por litro, acompanhando o movimento global dos combustíveis. No mesmo período, o biodiesel registrou uma alta ainda mais expressiva: quase 98%.
A elevação ocorre em um momento em que o percentual obrigatório de mistura também cresce. A partir de agosto deste ano, o Brasil passou a adotar 15% de biodiesel no diesel, após decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). E a meta anunciada pela presidente da Petrobras, Magda Chambriard, durante evento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), em Brasília, é chegar a 25% nos próximos anos.
Para o especialista em combustível do Gasola, Vitor Sabag, a equação é clara: o biodiesel custa mais caro por litro do que o diesel vendido pela Petrobras. “Quando aumenta a proporção, é natural que o preço final suba. Não significa que o biodiesel seja o vilão, mas que seus impactos precisam ser considerados, especialmente para quem roda muito”, diz. Ele destaca que a transição energética exige previsibilidade e diálogo com o setor para evitar distorções de custo que comprometam a competitividade do transporte rodoviário de cargas.
Dependência do óleo de soja
A pressão sobre os preços também reflete a estrutura produtiva. Embora o biodiesel possa ser fabricado a partir de diferentes matérias-primas, a indústria brasileira ainda depende majoritariamente do óleo de soja — insumo sensível à volatilidade agrícola. Com a demanda crescente, aumentam os custos de produção, logística e armazenagem, deixando o biocombustível mais caro do que o diesel fóssil.
O cenário preocupa um setor cuja frota possui idade média de 18 anos, segundo a CNT. “Muitos caminhões antigos não estão totalmente preparados para misturas mais elevadas, o que traz riscos técnicos e financeiros”, afirma Sabag. Ele compara o Brasil com a Europa, onde o uso de biodiesel é integrado a uma política mais ampla, que combina biocombustíveis avançados, combustíveis sintéticos, eletrificação e programas de renovação de frota.
Apesar dos desafios, Sabag avalia que o Brasil tem vantagens competitivas para avançar nessa agenda. O país é um dos maiores produtores mundiais de matéria-prima para biodiesel, possui cadeia estruturada e um programa de mistura obrigatória que garante previsibilidade. “O biodiesel é parte da solução, não o caminho único. O ideal é combiná-lo a outras tecnologias limpas e políticas de suporte, que garantam compatibilidade técnica e sustentabilidade econômica.”
Na avaliação do especialista, o desafio macroeconômico é tornar o biodiesel competitivo sem pressionar ainda mais os custos logísticos do país – que depende do modal rodoviário para transportar 70% das mercadorias. “O Brasil tem potencial para ser protagonista global em combustíveis renováveis, desde que consiga alinhar transição energética, competitividade e segurança operacional”, diz.
Contratos preveem investimentos de mais de R$ 800 milhões
O Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) deve encerrar 2025 com um investimento de mais de R$ 800 milhões em ações de manutenção e conservação das rodovias estaduais. Esse valor representa um aumento de cerca de 50% em relação ao montante aplicado no ano passado, que foi de R$ 535 milhões.
De acordo com a autarquia, o reforço no orçamento tem como objetivo garantir melhores condições de tráfego e segurança para motoristas e passageiros, além de reduzir custos com reparos emergenciais.
As obras incluem serviços de tapa-buracos, recuperação de pavimento, limpeza de margens, desobstrução de drenagem e manutenção da sinalização, e abrangem cerca de 25 mil quilômetros de rodovias estaduais pavimentadas e não pavimentadas.
“Minas Gerais está entrando em um novo patamar de infraestrutura rodoviária com a determinação de promover a mobilidade e a segurança nas nossas rodovias. Esses recursos serão vitais para a manutenção e conservação contínua”, explica o diretor-geral do DER-MG, Matheus Novais.
“Não é apenas tapa-buracos: é um investimento na prevenção e na segurança de quem trafega. O resultado direto será um tráfego mais fluido, menos acidentes e uma redução significativa no custo logístico para quem movimenta a economia mineira”, avalia.
Atualmente, a malha viária sob responsabilidade do DER-MG apresenta apenas um ponto crítico com interrupção total do tráfego. Além disso, oito trechos estão operando por variantes, sendo que três deles contam com obras em andamento e os outros cinco se encontram em processo de licitação.
O DER-MG reforça que os usuários podem acompanhar, em tempo real, as condições das rodovias estaduais e informações sobre interdições, desvios e obras por meio do site oficial do órgão.
Ainda de acordo com Matheus Novais, com o aumento dos investimentos, o Governo de Minas pretende avançar na recuperação da malha rodoviária e oferecer mais conforto e segurança aos mineiros que circulam pelas estradas do estado.
“Além disso, todas as 40 regionais do DER-MG estão orientadas para atuar com prontidão e em regime de plantão durante o período chuvoso, garantindo uma resposta rápida a ocorrências e a adoção imediata de medidas para restabelecer as condições de tráfego e a segurança nas rodovias estaduais“, acrescenta o diretor-geral do DER-MG.
Os novos contratos abrangem dezenas de obras de manutenção e conservação, tanto na rede pavimentada quanto na não pavimentada, e inclui, também, a recuperação de aterros, revitalização de pavimento e sinalização, podas, capinas e eliminação de pontos críticos, entre outras atividades.
Entre as inúmeras obras em andamento por todo o estado, há intervenções aguardadas há mais de uma década. É o caso da recuperação da rodovia MG-457, no trecho entre Santa Rita de Jacutinga e Bom Jardim de Minas, na Zona da Mata. As intervenções têm como foco principal o Km 33, onde serão realizadas escavações em rocha, construção de muro em gabião e a implantação de um novo sistema de drenagem.
Ainda na Zona da Mata, na área de influência de Manhumirim, diversos trechos de rodovias estão sendo recuperados, entre os quais, os 25 quilômetros da MG-111, que faz a conexão de Carangola e Tombos.
No Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, áreas de grande relevância para a economia agropecuária mineira, os serviços são realizados em várias frentes. Entre as rodovias contempladas, destacam-se trechos das LMG-730, LMG-738, LMG-745 e LMG-746, fundamentais para o escoamento da produção agrícola, o transporte de insumos e o acesso a serviços essenciais.
Na região Central, o exemplo vem da MG-259, entre Curvelo (MG) e Felixlândia (MG), que ganhou novo asfalto e nova sinalização em um trecho de 43,1 quilômetros que conecta os dois municípios.
Iniciativa inédita reforça o compromisso da entidade com a sustentabilidade e marca um novo capítulo para o setor
O mundo corporativo vive uma transformação silenciosa e profunda. A transição para modelos de negócios mais sustentáveis deixou de ser uma tendência e se tornou uma necessidade global, impulsionada pelas metas internacionais de descarbonização e pela crescente cobrança da sociedade por responsabilidade ambiental. No setor de transportes – responsável por cerca de 25% das emissões globais de gases de efeito estufa, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA) –, o desafio é ainda mais urgente: equilibrar eficiência logística, competitividade e redução de impacto ambiental.
No Brasil, esse cenário ganha proporção ainda maior. Dados da Coalizão dos Transportes apontam que o país emitiu aproximadamente 2.300 MtonCO₂e (milhões de toneladas de CO₂ equivalente) em 2022, sendo que o setor de transportes respondeu por cerca de 11% desse total. Dentro desse segmento, o modal rodoviário concentra mais de 90% das emissões, reforçando a necessidade de iniciativas que estimulem práticas sustentáveis e inovação no setor.
É nesse cenário que a NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) dá um passo pioneiro e simbólico: o Congresso NTC 2025 – XVIII Encontro Nacional da COMJOVEM, que acontecerá de 27 a 30 de novembro, no Clube Med Lake Paradise, em Mogi das Cruzes (SP), será o primeiro evento do Transporte Rodoviário de Cargas do Brasil a ter suas emissões de carbono integralmente neutralizadas.
A iniciativa faz parte do olhar sustentável da atual gestão do presidente Eduardo Rebuzzi, que vem fortalecendo as práticas de ESG (ambiental, social e governança) na entidade e estimulando a adoção de políticas concretas que inspirem o setor. Esse movimento também reflete o trabalho conduzido pela vice-presidência extraordinária da Pauta ESG, liderada por Joyce Bessa, e pelo esforço conjunto da Assessoria Executiva da Presidência, coordenada por Elisete Balarini, responsável pela organização e pela implementação das diretrizes sustentáveis nos eventos institucionais da entidade.
Para viabilizar a neutralização, a NTC&Logística firmou parceria com a Domani Global, empresa especializada em soluções ambientais e em projetos de compensação de carbono certificados. Todo o processo envolverá o cálculo preciso das emissões geradas – desde o deslocamento dos participantes até o consumo de energia, alimentação e materiais –, com compensação posterior em projetos de reflorestamento e regeneração ambiental reconhecidos internacionalmente.
Fabiano Santana, CEO da Domani Global, explica que o compromisso da NTC&Logística reflete uma mudança de paradigma no transporte brasileiro: “A neutralização de carbono é uma prática adotada pelas principais organizações do mundo e representa um gesto de responsabilidade com as próximas gerações. Quando uma entidade do porte da NTC assume esse compromisso, ela abre caminho para que todo o setor se mobilize em torno da sustentabilidade”.
A vice-presidente extraordinária da Pauta ESG, Joyce Bessa, ressalta que essa é uma ação que vai além do evento. “Estamos construindo uma jornada. A neutralização do Congresso é uma demonstração prática de que é possível alinhar grandes eventos à responsabilidade ambiental. O objetivo é inspirar empresas e lideranças do transporte a adotar práticas semelhantes em suas operações, criando uma cultura de sustentabilidade contínua.”
O presidente Eduardo Rebuzzi reforça que a sustentabilidade é um pilar estratégico da atuação da NTC&Logística.“Temos buscado unir inovação, governança e responsabilidade socioambiental em todas as nossas ações. Esse resultado é fruto de um trabalho coletivo, que envolve a vice-presidência da Pauta ESG, a Assessoria Executiva da Presidência e nossos parceiros. O transporte brasileiro tem papel essencial na economia, e cabe a nós liderar também na agenda sustentável.”
Responsável pela coordenação e organização dos eventos da entidade, a assessora executiva da presidência, Elisete Balarini, destaca que esse novo olhar também orienta a forma como a NTC&Logística realiza suas atividades institucionais. “Estamos revisitando cada detalhe – fornecedores, logística, estrutura e materiais – para que nossos eventos sejam cada vez mais conscientes e responsáveis. A parceria com a Domani Global representa esse novo momento, em que o cuidado ambiental passa a ser parte do planejamento e da execução de todas as etapas.”
O Congresso NTC 2025 – XVIII Encontro Nacional da COMJOVEM reunirá empresários, lideranças e jovens empreendedores de todo o Brasil para debater inovação, tecnologia, gestão e o futuro do Transporte Rodoviário de Cargas. A neutralização do carbono gerado durante o evento reforça a liderança da NTC&Logística na construção de um setor mais sustentável, moderno e conectado às melhores práticas globais.
Estudo apresenta recomendações para o país melhorar o atual modelo de priorização de projetos e mostra que falhas no planejamento comprometem a infraestrutura; 220 obras federais de transportes estão paradas
O desenvolvimento de uma infraestrutura de transportes moderna e eficiente é essencial para ampliar a competitividade do setor produtivo, reduzir custos logísticos e inserir o país nas principais cadeias globais de valor.
O estudo Planejamento de Transportes e as Novas Rotas de Integração Logística na América do Sul, divulgado nesta terça-feira (18) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), traz recomendações para que o Brasil aprimore os planos e a execução de sua política de transportes.
A CNI propõe ao governo mudanças no novo ciclo do Planejamento Integrado de Transportes. O estudo traz uma proposição central de que nenhum projeto deveria avançar no ciclo de planejamento sem antes passar por um teste de viabilidade, com o uso de uma análise de custo-benefício, e a identificação de falhas críticas que impeçam sua implantação, operação ou a provisão dos serviços decorrentes, além da avaliação integrada de projetos.
O setor industrial brasileiro enfrenta inúmeros gargalos logísticos, como congestionamentos nos grandes centros urbanos; estradas esburacadas e sem conservação; ferrovias sucateadas; portos com restrições em termos de espaço e limitações de acessos terrestre e marítimo; déficit de armazéns; baixa integração entre os modos de transporte, dentre outros problemas graves.
O estudo menciona obras iniciadas sem projeto básico e executivo, que se arrastam há mais de duas décadas, como a da Ferrovia Transnordestina. Também detalha as melhores soluções para as cinco principais rotas de integração da América do Sul. Na avaliação da CNI, o planejamento de transportes é um pilar central para a construção de um país mais integrado e competitivo.
“A modernização da infraestrutura de transportes representa mais do que eficiência operacional para a indústria. É um vetor de desenvolvimento econômico e social”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban. “A integração entre os diferentes modais, a racionalização dos investimentos públicos e privados, e a busca por soluções sustentáveis de transporte são fatores determinantes para ampliar a produtividade nacional”, acrescenta.
De acordo com dados do Tribunal de Contas da União (TCU), de abril deste ano, 220 obras federais de transporte estão paralisadas no país – 19% do total de empreendimentos. O presidente da CNI observa que essas paralisações significam custos elevados e atraso para a logística de escoamento de cargas industriais.
“Estradas, ferrovias, aeroportos, hidrovias e portos bem estruturados reduzem o Custo Brasil, aumentam a atratividade para novos investimentos e fortalecem a capacidade de as empresas brasileiras competirem no mercado internacional. Ao mesmo tempo, são fatores essenciais para melhorar qualidade de vida da população, com impactos positivos sobre o emprego, a renda e o bem-estar social”, destaca Alban.
Contribuições para o Plano Nacional de Logística
O estudo busca contribuir com o Plano Nacional de Logística (PNL 2050), em elaboração pelo governo federal. A CNI tem participado ativamente desse processo, apresentando contribuições e sugestões em nome do setor industrial, com a expectativa de que o PNL corrija problemas estruturais do modelo vigente.
De acordo com o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, o país não apenas investe pouco no setor de transportes, como aplica de forma ineficiente os recursos disponíveis. “Nas últimas duas décadas, os investimentos em transporte e logística no Brasil têm sido entre 0,4% e 0,7% do PIB ao ano, frente a uma necessidade de algo em torno de 2,2%. Ao longo dos anos, avançamos na adoção de melhores regras de transparência e governança dos investimentos, mas ainda assim é preciso evoluir significativamente para garantir uma alocação mais eficiente desses recursos”, diz.
“O país deve aprender com os erros e acertos passados. Em infraestrutura, falhas na governança dos projetos vêm levando, há muitas décadas, a baixa produtividade dos investimentos no setor, particularmente em transportes. Este trabalho é uma tentativa de contribuir para a melhoria do processo de planejamento, inclusive para que possam ser descartados projetos inviáveis”, enfatiza o diretor da CNI. “Os recursos são escassos e precisam ser usados com eficiência, minimizando sua má alocação e mirando o interesse público”, completa Roberto Muniz.
Cinco rotas de Integração na América do Sul
O estudo da CNI também mapeia rotas estratégicas para melhorar a integração logística da América do Sul. O trabalho aponta a necessidade de melhoria da governança no processo de planejamento de transporte. Ao avaliar os projetos de integração sul-americana, conduzidos pelo governo, não são encontradas evidências ou semelhanças com os critérios metodológicos de seleção de projetos do modelo em curso (PIT 2019-23).
O trabalho da CNI menciona preocupações com os critérios de escolha e priorização dos projetos, bem como defende a necessidade de análises mais rigorosas de custo-benefício e de cálculo da taxa social de retorno das iniciativas. Por fim, ressalta a necessidade de maior transparência e melhoria na governança no novo ciclo de planejamento (PIT 2024-27).
A reforma tributária modifica a estrutura de tributação aplicada ao comércio exterior, com a substituição de IPI, PIS e Cofins pelo IBS e pela CBS. As alterações exigem atualização dos sistemas governamentais e normas claras de implementação para garantir previsibilidade às operações. A expectativa é que a adaptação tecnológica e regulatória seja determinante para evitar descontinuidades no período de transição.
A reforma tributária, aprovada pelo Congresso Nacional e atualmente em fase de regulamentação, modifica de forma significativa as bases de tributação aplicáveis às operações econômicas do país. No comércio exterior, a substituição de tributos como IPI, PIS e Cofins pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), pilares da reforma, elimina o chamado “resíduo tributário”, custo acumulado que historicamente elevou o preço das exportações brasileiras. A avaliação consta no estudo Tributação no Comércio Exterior: Isonomia para a Competitividade, publicado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC), o Brasil registrou corrente de comércio de US$ 527,067 bilhões no acumulado de 2025, com recordes de exportações, importações e saldo comercial. De acordo com o documento da CNI, a implementação do IBS e da CBS exigirá atualização dos sistemas governamentais e definição clara das normas complementares para garantir previsibilidade às operações e evitar descontinuidades no período de adaptação.
A reestruturação tributária altera bases de cálculo e formas de incidência sobre produtos importados, exigindo ajustes nos sistemas integrados ao Portal Único de Comércio Exterior. A expectativa é que o recolhimento do IBS e da CBS ocorra no momento da liberação das mercadorias pela Receita Federal, o que pode reduzir custos logísticos e financeiros e ampliar a previsibilidade das operações.
A Federação Nacional dos Despachantes Aduaneiros (Feaduaneiros) ressalta a importância de que os sistemas públicos e privados sejam atualizados de maneira coordenada. A entidade destaca que os despachantes aduaneiros terão papel relevante na orientação técnica às empresas durante a transição para as novas regras. “Toda mudança gera incertezas, e, no comércio exterior, a previsibilidade é chave. A Feaduaneiros está comprometida em contribuir tecnicamente com os debates para que a transição seja a mais suave possível. O objetivo é modernizar o sistema sem impor novos custos burocráticos que possam prejudicar a competitividade do Brasil”, afirma José Carlos Raposo Barbosa, presidente da Feaduaneiros.
Segundo avaliação técnica da Dra. Miriam Tavares, diretora de Câmbio da AGK Corretora e especialista em Direito Internacional e Aduaneiro, a reforma também traz avanços relevantes para regimes especiais, como Drawback e Recof, ao permitir a suspensão do IBS e da CBS nas aquisições internas destinadas à exportação. Para a especialista, a equiparação entre insumos nacionais e importados reforça o princípio da isonomia tributária e contribui para reduzir assimetrias históricas nas cadeias produtivas.
Tavares destaca ainda que a clareza regulatória e a adaptação tempestiva das plataformas eletrônicas são fatores indispensáveis para evitar descontinuidades operacionais, alinhando o ambiente de negócios brasileiro às melhores práticas internacionais de comércio exterior.
Sobre a Feaduaneiros
Fundada em 21 de abril de 1953, a Federação Nacional dos Despachantes Aduaneiros (Feaduaneiros) congrega e representa a categoria em todo o território nacional. Entre suas atribuições, estão a defesa dos direitos da classe, a conciliação entre sindicatos filiados e a promoção de princípios como liberdade profissional, lealdade concorrencial e ética no exercício da atividade.
Segundo a Pesquisa CNT de Rodovias 2024, o Estado de São Paulo concentra nove das dez melhores estradas do Brasil, todas elas administradas pela iniciativa privada
No início de 2025, o Governo do Estado de São Paulo lançou o programa “SP para toda Obra”, anunciando a previsão de 30 bilhões de reais em investimentos em rodovias públicas e concedidas de São Paulo. Posteriormente, foi anunciada a inclusão de três novos projetos, que somarão mais 21,8 bilhões de reais em melhorias na malha viária do estado. As novas iniciativas fazem parte da próxima rodada de concessões realizadas pelo Governo de São Paulo por meio da Secretaria de Parcerias em Investimentos. Entre elas, estão o Circuito das Águas, a Rota Mogiana e o Lote Paranapanema, que abrangem 1.203 quilômetros de rodovias em diferentes regiões do estado.
De acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias 2024, das dez melhores estradas do país, nove estão em território paulista; todas sob gestão privada. O levantamento também mostra que 75,4% dos trechos avaliados no estado foram classificados entre ótimo e bom, resultado que reforça o impacto dos contratos de concessão na qualidade das vias e na segurança viária.
Ao todo, 10.760 quilômetros de rodovias paulistas foram analisados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). Desses, 4.366 quilômetros receberam classificação ótima, e 3.746 quilômetros foram avaliados como bons. Nos critérios técnicos, o desempenho também se destaca: a pavimentação alcançou 61% de classificação ótima; a sinalização, 59,3%, e a geometria da via, 41,4%. Apesar do bom resultado geral, algumas estradas classificadas como regulares, entre elas SP-055, SP-125, SP-079, SP-312, SP-322, SP-171, SP-250 e SP-425, seguem sob administração pública e ainda exigem intervenções estruturais.
Para o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP), Carlos Panzan, a qualidade das estradas paulistas deve-se ao pioneirismo do estado nas autorizações de privatização das rodovias. “No início, enfrentamos alguns desafios, porém avançamos de forma consistente ao aprimorar os processos de concorrência, os estudos técnicos e os modelos de privatização, o que nos posicionou em um patamar significativamente superior ao dos demais estados.”
Apesar da qualidade apresentada, ainda há um trabalho a ser realizado para aprimorar a infraestrutura das vias. Panzan afirma que as rodovias do estado de São Paulo, como um todo, estão muito prejudicadas pelo elevado fluxo de veículos. “É necessário repensar o transporte nas grandes metrópoles para dar mais fluidez ao trânsito, pensar em alternativas como entregas noturnas para aliviar o trânsito dos grandes centros. Isso realmente facilitaria a logística e o abastecimento da cidade”, conta.
As novas concessões, como o Circuito das Águas, a Rota Mogiana e o Lote Paranapanema, vêm para trazer um grande avanço para a logística, fluidez de trânsito, a implementação de novas tecnologias e duplicação das rodovias. “As concessões rodoviárias contribuirão para reduzir congestionamentos e ampliar a segurança de todos os usuários. No campo tecnológico, destaca-se a implementação do sistema Free Flow, que atende a uma demanda histórica do setor ao permitir a cobrança de pedágio proporcional ao trecho efetivamente percorrido”.
A FETCESP reforça que é fundamental que São Paulo mantenha seu protagonismo no modelo de concessões, especialmente por ser o principal estado da América Latina em relevância econômica e logística. A entidade destaca que a continuidade e a ampliação dos investimentos são essenciais para assegurar rodovias cada vez mais modernas, seguras e compatíveis com as demandas crescentes do transporte de cargas. Manter esse padrão de excelência é determinante para sustentar o desenvolvimento do setor e fortalecer a competitividade do país.
Sobre a FETCESP
A Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo foi fundada em 1989, com a finalidade de representar o Transporte Rodoviário de Cargas no Estado de São Paulo junto às autoridades em todos os níveis das administrações pública e privada federal e estadual. Por isso, atua como órgão técnico e consultivo no estudo de soluções de questões ligadas ao transporte.
A Federação mantém comissões de trabalho formadas por empresários e assessorias jurídica e técnica especializadas. Os grupos participam de discussões sobre infraestrutura dos transportes, privatização das rodovias, terminais de cargas, tributos nas empresas de transportes, política trabalhista, acidentes no trabalho, roubo e desvio de cargas, multimodalidade, poluição veicular, legislação de trânsito e transporte de produtos químicos (perigosos), entre outros temas.
Movimentação total de cargas cresce 8%, e porto atinge segundo maior volume da história, impulsionado por granéis sólidos e alta de embarques de soja
O Porto de Santos registrou, em outubro, o melhor mês de sua história na movimentação de contêineres, com 550,8 mil TEU, um avanço de 11,6% em relação ao mesmo período de 2024. O crescimento confirma o porto como o principal centro logístico do país e ocorre em um momento de expansão do comércio exterior brasileiro.
A movimentação total de cargas também subiu, alcançando 16,77 milhões de toneladas, alta de 8% na comparação anual. Trata-se do segundo maior volume já registrado pelo complexo, ficando atrás apenas de julho deste ano, quando foram movimentadas 17,4 milhões de toneladas.
O desempenho de outubro foi influenciado pelos embarques, que cresceram 14% e somaram 12,44 milhões de toneladas, enquanto os desembarques recuaram 6,2%, totalizando 4,32 milhões de toneladas. A alta dos embarques está diretamente relacionada ao comportamento dos granéis sólidos, especialmente do complexo soja. O grupo teve um salto de 94,9% no mês, com destaque absoluto para a soja em grãos a granel, cujo volume disparou 1.020%, passando de 138,7 mil toneladas para 1,55 milhão. A soja foi determinante para o avanço da carga geral como um todo, em um mês em que outros produtos relevantes também contribuíram de maneira positiva.
O açúcar atingiu 2,7 milhões de toneladas em outubro, crescendo 3,5% em relação ao ano anterior, enquanto os embarques de carnes aumentaram 5,6% e somaram 281 mil toneladas. A celulose também evoluiu no mês, com alta de 2,6% e 860,8 mil toneladas movimentadas. Alguns segmentos, no entanto, registraram retração, como o álcool, que caiu 59% no comparativo anual, os sucos cítricos, com baixa de 9,3%, o milho, que recuou 1,5%, e a gasolina, cuja movimentação diminuiu 27,2%.
O volume de importações foi predominantemente negativo. A movimentação de fertilizantes – uma das principais cargas de desembarque – caiu 5,8%, chegando a 843,9 mil toneladas. O GLP apresentou queda de 79,1%, enquanto os desembarques de soda cáustica diminuíram 23,1%. Por outro lado, alguns itens mostraram avanço, caso do fosfato de cálcio, que cresceu 9,9%, e do metanol, que registrou alta de 82% no mês.
Desempenho no acumulado do ano
No acumulado de janeiro a outubro, o Porto de Santos também opera em ritmo recorde. A movimentação de contêineres atingiu 4,92 milhões de TEU, resultado 8,2% superior ao do mesmo período de 2024. A tonelagem total chegou a 155,5 milhões de toneladas, com expansão de 1,7%. O volume de unidades movimentadas cresceu 6,3%, alcançando 2,86 milhões no período. O fluxo de navios aumentou 2,1% no ano, com 4.757 atracações registradas. Com esse desempenho, a participação de Santos na corrente comercial brasileira alcançou 29,6%, acima dos 29% verificados no ano anterior.
Para o diretor de Administração e Finanças e presidente interino da Autoridade Portuária de Santos, Júlio Cezar Alves de Oliveira, o avanço reflete um ciclo consistente de investimentos públicos e privados, como o megaterminal STS10 e o aprofundamento do canal de navegação, iniciativas consideradas estratégicas para sustentar o crescimento da demanda.
Vinculada ao Ministério dos Portos e Aeroportos, a APS é responsável pela administração do maior porto da América Latina, por onde passam cerca de 30% das trocas comerciais do país. Localizado a 70 quilômetros da Região Metropolitana de São Paulo, o complexo reúne 53 terminais distribuídos entre Santos e Guarujá, incluindo áreas arrendadas, retroportuárias e instalações privadas, compondo uma das principais engrenagens da economia brasileira.
A nova ponte sobre o Rio Araguaia, entre Xambioá (TO) e São Geraldo do Araguaia (PA), será entregue nesta terça-feira (18), às 10 horas, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo governador do Tocantins, Laurez Moreira. Com 2.010 metros de extensão e investimento total de R$ 232,3 milhões, dos quais R$ 28,8 milhões são do Novo PAC, a estrutura substituirá a travessia por balsa, que hoje pode custar mais de R$ 300 por viagem, e deve beneficiar mais de 500 mil pessoas na região Norte.
A ponte faz parte do corredor de transporte da BR-153 e é considerada um marco para a infraestrutura e logística do país. Segundo o Ministério dos Transportes, a obra deve ampliar a segurança dos usuários, reduzir custos operacionais e agilizar o escoamento da produção agropecuária e industrial do Tocantins e do Pará.
Para o governo estadual, o impacto será direto no desenvolvimento regional. “A ponte representa desenvolvimento, união e novas oportunidades para o nosso povo. A estrutura diminuirá os custos e o tempo no transporte de cargas e de veículos, gerando crescimento econômico em diversos setores”, afirma o governador Laurez Moreira.
A expectativa é de aumento no fluxo diário de veículos e de fortalecimento do comércio e dos serviços locais. A cerimônia contará também com a presença do ministro dos Transportes, Renan Filho; do governador do Pará, Helder Barbalho, e do diretor-geral do DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Fabrício Galvão.
Serviço
Entrega da ponte Xambioá (TO) – São Geraldo do Araguaia (PA)
Evento aconteceu em São Paulo e reuniu empresários, entidades e especialistas
Nesta segunda-feira (17), o presidente da NTC&Logística – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, Eduardo Rebuzzi, participou do Fórum de Rastreabilidade de Partes e Peças de Veículos, Máquinas e Equipamentos, realizado no Edifício Sebastião Ubson Carneiro Ribeiro, que abriga entidades do Transporte Rodoviário de Cargas. O encontro promovido pelo SETCESP – Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região, em parceria com a ABIRPP – Associação Brasileira de Identificação e Rastreabilidade de Partes e Peças de Veículos, Máquinas e Equipamentos, reuniu empresários, executivos, autoridades da segurança pública e representantes de diversas instituições, para debater rastreabilidade, segurança pública e o combate ao roubo de cargas.
A Mesa de Abertura contou com Marcelo Rodrigues, presidente do Conselho de Administração do SETCESP; Eduardo Rebuzzi, presidente da NTC&Logística; Carlos Panzan, presidente da FETCESP – Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo, e Cel. Cássio Araújo de Freitas, chefe de gabinete da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Contribuíram com o debate, ao longo do evento, Sinval Pereira, presidente da ABIRPP; Jair Jorge Melanda Júnior, da Guarda Civil Metropolitana (GCM), e Dr. Waldomiro Milanesi, delegado de polícia e especialista em segurança.
Na abertura do Fórum, Marcelo Rodrigues agradeceu a presença das lideranças do transporte e das forças de segurança, reforçando a importância do diálogo permanente entre o setor e as corporações policiais. “É uma satisfação receber todos vocês aqui. Este encontro só acontece porque entendemos que a união entre as entidades representativas e as forças policiais é fundamental. Temos um desafio muito grande no combate ao roubo e furto de veículos, cargas, partes e peças, e sabemos o quanto esse trabalho é árduo para as corporações.”
Ele também destacou que o roubo de cargas permanece como ameaça significativa para o setor: “Infelizmente, o roubo continua nas ruas. É uma doença que atrapalha o desenvolvimento do setor e coloca vidas em risco. Mas eu tenho confiança no trabalho que vem sendo feito pelas forças policiais, porque vemos o esforço diário desses profissionais. Com apoio mútuo, nós vamos avançar”.
Foto: Comunicação SETCESP
Na sequência, o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, ratificou a importância da identificação e da parceria com as forças de segurança. Ele salientou o compromisso institucional da entidade e prestou reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelas corporações em todo o país: “Temos um histórico de diálogo permanente com as autoridades policiais. Em todos os estados, faço questão de reconhecer e homenagear o trabalho dessas corporações. Muitas vezes, a sociedade não faz essa homenagem, mas nós sabemos o que enfrentam, o risco, a dedicação e a complexidade desse trabalho”.
Comentando o avanço tecnológico apresentado no Fórum, acrescentou: “Se toda carga e todo veículo pudessem ser identificados, teríamos melhores resultados de recuperação de mercadorias e uma redução significativa de roubos. A identificação visível inibe o criminoso, pois dificulta o escoamento do produto do roubo”.
Rebuzzi finalizou reiterando o compromisso da entidade: “A NTC&Logística está à disposição para apoiar todas as ações que contribuam para a segurança pública, para o combate à receptação e para o desenvolvimento de soluções tecnológicas que protejam o transportador e toda a sociedade”.
O presidente da FETCESP, Carlos Panzan, enfatizou a necessidade urgente de regulamentação das leis voltadas ao combate à receptação no Estado de São Paulo. Ele afirmou: “Nós só vamos resolver o problema quando punirmos o receptador com regras claras e firmes. A lei que trata da receptação em São Paulo existe desde 2014, mas ainda não foi regulamentada. Sem isso, vamos continuar discutindo esse tema sem alcançar resultados concretos, nem promover as mudanças necessárias”.
O Cel. Cássio Araújo de Freitas reforçou o comprometimento da Secretaria de Segurança Pública no enfrentamento ao roubo de cargas. “Um veículo roubado rende até três vezes mais quando é desmontado e vendido ilegalmente. Precisamos atacar o comércio ilegal de peças e conscientizar a população para não comprar produtos abaixo do preço de mercado.” Acentuou, ainda, que o Estado tem ampliado a instalação de leitores, marcadores e tecnologias de monitoramento em sua malha rodoviária.
Em seguida, Sinval Pereira apresentou oficialmente o SINID – Sistema Nacional de Identificação e Rastreabilidade, ressaltando seu papel inovador no combate ao comércio ilegal de peças. “O sistema utiliza identificação por código, QR Code e nanopartículas aplicadas em diversos pontos do caminhão e de seus implementos, permitindo identificar cada parte de maneira indelével. Tudo é registrado em blockchain para comprovar origem e propriedade, com consulta em segundos pelo aplicativo.”
O Inspetor Jair Jorge Melanda Júnior, da Guarda Civil Metropolitana, assinalou o potencial de integração entre tecnologia e vigilância urbana: “A cidade de São Paulo possui mais de 40 mil câmeras com leitura de placas e identificação facial, que podem ser integradas a sistemas de rastreabilidade para auxiliar no combate ao roubo de cargas”. Acrescentou que a GCM já fiscaliza licenças e operações de desmanches e ferros-velhos para coibir práticas ilegais.
Encerrando as contribuições, o delegado Waldomiro Milanesi alertou para a falta de integração de dados no país: “Somente em 12 estados do Brasil temos o Boletim de Ocorrência Único, o que impede o compartilhamento efetivo de informações para ampliar o combate ao roubo de carga de maneira estratégica e rápida”.
O encontro foi concluído com o entendimento comum de que a rastreabilidade é um dos caminhos mais promissores para ampliar a segurança no Transporte Rodoviário de Cargas.
Visita
Após o evento, o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, recebeu, no gabinete da subsede da entidade, em São Paulo, uma comitiva composta por (da esquerda para a direita) Ivanildo Santos, assessor de Segurança Patrimonial da FETCEMG – Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Estado de Minas Gerais; Dr. Waldomiro Milanesi, delegado; Marcelo Turbo, diretor de Segurança do SINDICARGA – Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio de Janeiro; Marcelo Rodrigues, presidente do Conselho Superior e de Administração do SETCESP, e Carlos Panzan, presidente da FETCESP. A visita de cortesia teve como objetivo corroborar os resultados do encontro e fortalecer a atuação conjunta das entidades representadas em prol da segurança no Transporte Rodoviário de Cargas.
O Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Campinas e Região (SINDICAMP) elegeu, na última semana, sua nova diretoria para o triênio 2026-2028. A executiva Rafaela Cozar foi eleita para presidir a entidade pelos próximos três anos, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo em mais de quatro décadas de atuação do sindicato.
Rafaela já integrava a diretoria do SINDICAMP como vice-presidente e possui uma trajetória consolidada no setor de Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), com mais de dez anos de atuação na Roda Brasil Logística, sendo os últimos cinco como head de gestão e inovação. É reconhecida por sua liderança, visão estratégica e forte engajamento com temas como inovação, sustentabilidade e valorização do setor.
“Assumir a presidência do SINDICAMP é uma grande honra e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade que encaro com seriedade e dedicação. Nosso compromisso é seguir fortalecendo a representatividade do sindicato, apoiando o desenvolvimento das empresas associadas e incentivando a transformação do setor com base em inovação, sustentabilidade e diálogo permanente com a sociedade”, afirma Rafaela Cozar.
Entre as prioridades da nova gestão, estão a modernização da atuação sindical, o fortalecimento de programas de qualificação e inovação, o estreitamento do relacionamento com o poder público e entidades parceiras, além de uma escuta mais ativa das empresas associadas para atender às demandas locais e regionais. Rafaela também pretende ampliar o debate sobre diversidade e inclusão no transporte, promovendo um ambiente mais representativo e alinhado aos desafios contemporâneos.
“Estamos vivendo um momento de mudanças aceleradas, e o setor de transporte precisa acompanhar essa transformação. O SINDICAMP tem um papel fundamental como agente de fomento, apoio técnico e ponte entre as empresas e a sociedade. Vamos trabalhar juntos, com transparência, escuta ativa e ações concretas”, reforça a nova presidente.
A cerimônia de posse da nova diretoria está prevista para o início de 2026 e reunirá empresários, autoridades e representantes do setor. O calendário de ações do próximo ano já está em fase de planejamento, com a continuidade de programas consolidados, como o Programa Inovação Empresarial, e das iniciativas em parceria com o Programa Despoluir e o Instituto IPTC.
Sete em cada dez empresas do setor já foram impactadas financeiramente, revelando uma crise operacional e financeira de dupla face
Estudo inédito da Confederação Nacional do Transporte (CNT) revela que as mudanças climáticas deixaram o campo das projeções para se tornarem uma ameaça concreta e onerosa à operação do sistema de transportes no Brasil. A Sondagem CNT de Resiliência Climática do Setor de Transporte constatou que sete em cada dez empresas (70,6%) já registraram prejuízos financeiros diretos, decorrentes de eventos climáticos extremos, nos últimos cinco anos. A granularidade dos dados é ainda mais impactante: quase um quarto dessas empresas reportou perdas superiores a R$ 1 milhão, e 9,9% enfrentaram prejuízos que ultrapassaram a marca de R$ 5 milhões.
A pesquisa, que ouviu 317 empresários de todos os modais e regiões do país entre 18 de junho e 20 de julho, evidencia uma vulnerabilidade dupla do setor. As empresas são afetadas simultaneamente pela degradação acelerada da infraestrutura física e pelo aumento significativo dos custos operacionais e logísticos necessários para mitigar os efeitos desses fenômenos.
Os impactos operacionais são maciços, atingindo 74,6% das empresas. Essas interrupções se manifestam como paralisação do fluxo de carga, necessidade de remanejamento de rotas, desabastecimento de insumos e, em situações críticas, até mesmo demissões. Do universo de empresas impactadas, 72,2% foram obrigadas a paralisar totalmente suas atividades em algum momento. Para 9% delas, essa interrupção se estendeu por um mês ou mais, cenário que compromete severamente a sustentabilidade financeira dos negócios.
O conceito de resiliência climática, no contexto do transporte, é definido pelo estudo como a capacidade da infraestrutura e das operações de resistir, adaptar-se e recuperar-se de eventos como enchentes, secas, deslizamentos, vendavais e ondas de calor, cuja frequência e intensidade têm aumentado. A diretora executiva da CNT, Fernanda Rezende, enfatiza a urgência do tema. “O estudo reforça que as mudanças climáticas já fazem parte da realidade do transporte brasileiro. Por isso, é preciso investir, com urgência, em infraestrutura resiliente, planejamento estratégico e capacidade de resposta rápida“, afirmou.
O ano de 2024 serve como um painel ilustrativo desses desafios, com exemplos em todas as regiões: 170 bloqueios em 79 rodovias no Sul; secas severas em mais de 1,3 mil municípios; incêndios florestais no Centro-Oeste; mais de 250 mil estabelecimentos sem energia no Sudeste, devido a tempestades, e uma estiagem histórica na bacia dos rios Negro e Solimões, que isolou comunidades e comprometeu o abastecimento na Amazônia.
A análise da CNT detalha os impactos específicos por modal. O transporte rodoviário, que responde por 84,5% da amostra, sofre com trincas e deformações no asfalto devido a temperaturas elevadas, enquanto chuvas intensas e enxurradas danificam pontes, túneis e pavimento. As enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024, exemplificam a magnitude do problema, com a CNT estimando a necessidade de investimentos superiores a R$ 18,9 bilhões apenas para a recuperação da malha rodoviária afetada.
No modal ferroviário, os riscos incluem deslizamentos de terra, erosões e o fenômeno da flambagem (empenamento) dos trilhos sob calor extremo, que compromete a estabilidade da via. Chuvas torrenciais podem soterrar o lastro com material de deslizamentos, elevando o risco de descarrilamento. Ondas de calor também provocam o superaquecimento de equipamentos elétricos, reduzindo a eficiência energética e podendo causar falhas na rede de alimentação.
O transporte aquaviário enfrenta sérios desafios com a estiagem, particularmente na Amazônia. A drástica redução dos níveis dos rios restringe as vias economicamente navegáveis, impactando o abastecimento de regiões que dependem quase que exclusivamente do transporte fluvial. A região hidrográfica amazônica, com aproximadamente 16.200 quilômetros de vias navegadas, representa mais de 80% da malha hidroviária nacional, dimensionando a escala do risco.
No transporte aéreo, tempestades e ciclones elevam a incidência de descargas elétricas e turbulências, resultando em atrasos e cancelamentos. Condições de baixa visibilidade, como neblina e chuva intensa, impõem maior distanciamento entre as aeronaves, afetando a regularidade e a capacidade operacional dos aeroportos.
A escalada de custos é uma consequência direta. Das empresas com prejuízos financeiros, 63,4% reportaram despesas adicionais com reparos e manutenção de ativos, e 47,9% enfrentaram custos com armazenamento extraordinário, atrasos logísticos e perda de prazos. O estudo também revela uma fragilidade financeira: dentre as empresas que precisaram tomar medidas para cobrir prejuízos, 76,9% utilizaram recursos próprios, enquanto apenas 7,7% receberam algum tipo de auxílio governamental, destacando a carência de mecanismos de suporte emergencial.
Diante desse cenário, a CNT elaborou um conjunto de propostas. Érica Marcos, gerente executiva ambiental da CNT, defende a adoção de técnicas de engenharia resiliente, com reforço de áreas críticas e utilização de materiais construtivos mais resistentes. O pacote de soluções inclui a implementação de engenharia adaptativa em infraestruturas críticas, a ampliação de redes de monitoramento meteorológico com uso inteligente de dados, a capacitação técnica de equipes, o fortalecimento da governança climática com cooperação entre os entes federados e o setor privado, e o fomento a linhas de financiamento e seguros climáticos adequados à realidade do setor.