O presidente da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), Eduardo Rebuzzi, participou ontem (20) do Seminário Free Flow: A nova modalidade do pedágio eletrônico, promovido pela Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado de São Paulo (FETCESP). O evento, que aconteceu na capital paulista, contou, na cerimônia de abertura, com a presença de Carlos Panzan, presidente da FETCESP; Vander Costa, presidente do Sistema Transporte (CNT / SEST SENAT / ITL) e Eduardo Rebuzzi, presidente da NTC&Logística. O Seminário também teve a participação de empresários e representantes de entidades do setor.
“Este evento nasceu com o objetivo de esclarecer dúvidas que possam surgir a partir do funcionamento do Free Flow. Reunimos parte dos responsáveis por essas atualizações para que possam explicar o funcionamento desse novo sistema, além dos benefícios para toda a sociedade”, afirmou o presidente Carlos Panzan em sua fala inicial.
Panzan também destacou que a FETCESP tem trabalhado em parceria com órgãos públicos, empresas privadas e entidades do setor para disseminar a importância da nova modalidade de pagamento. “Para o setor de transporte, o Free Flow é de grande relevância, e este evento vem ao encontro do nosso interesse, especialmente para esclarecer dúvidas sobre seu funcionamento aqui em São Paulo. Agradeço a participação de todos”.

O presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, enfatizou que a adoção do modelo sempre foi uma prioridade para o setor de transporte por representar um sistema mais justo e eficiente. “Lutamos por um modelo de cobrança proporcional ao uso da rodovia. Com o Free Flow, o motorista pagará apenas pelos quilômetros efetivamente percorridos, em vez de uma tarifa fixa”.
Ele também mencionou exemplos internacionais bem-sucedidos, como os de Singapura, China e Portugal, onde o Free Flow já demonstrou impactos positivos na mobilidade e na arrecadação. No Brasil, os primeiros resultados da tecnologia começam a aparecer: no projeto-piloto da Rodovia Rio-Santos, a inadimplência caiu de 18% para 8%, um indicativo de que a adaptação ao novo sistema está em curso.
Além dos ganhos econômicos e operacionais, Vander Costa ressaltou a importância de uma postura inovadora e colaborativa para superar os desafios da implementação do modelo: “Dificuldades iniciais são naturais, mas precisamos ter a mente aberta para viabilizar essa transformação. O Free Flow pode tornar viáveis rodovias que hoje não têm sustentabilidade econômica, garantindo melhores infraestrutura e qualidade para o transporte”.

Durante sua fala, Rebuzzi parabenizou Carlos Panzan e toda a diretoria da FETCESP pela realização do evento. Reafirmando o compromisso da NTC&Logística com o avanço da infraestrutura rodoviária do Brasil, salientou que o Free Flow é um passo essencial para a modernização do setor, garantindo justiça tarifária e eficiência na mobilidade.
“O Free Flow representa um avanço fundamental para o Transporte Rodoviário de Cargas. Ele traz justiça tarifária, permitindo que mais usuários contribuam para a manutenção das rodovias, além de garantir fluidez e segurança nas estradas. Esse é um sistema que pode beneficiar toda a sociedade e melhorar significativamente a experiência dos motoristas nas rodovias”, acrescentou o presidente Rebuzzi.

O Seminário contou com diversas palestras sobre a regulamentação e aplicação do sistema no Brasil. Fernando Barbelli Feitosa, gerente de Regulação Rodoviária da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), discorreu sobre o tema ‘Regulamentação do Sistema Free Flow’, abordando os desafios normativos e os impactos da nova modalidade de pedágio no país. Em seguida, Carla Fornasaro, diretora-presidente da CCR RioSP, trouxe a palestra ‘Free Flow – A Evolução do Pedágio Eletrônico e o Gerenciamento de Tráfego na Via Dutra’, expondo a experiência da concessionária na implementação do sistema e os benefícios esperados para os usuários das rodovias.
Dando continuidade ao debate, Rodrigo Hirata, gerente de Projetos da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP), ministrou a palestra ‘Cronograma e Providências para a Aplicação do Sistema em São Paulo’, detalhando o planejamento e as estratégias adotadas para a implementação do Free Flow no estado. O encerramento das apresentações ficou por conta de André Turquetto, CEO da Veloe, que abordou ‘A Utilização de Meio de Pagamento no Sistema’, destacando as facilidades e inovações tecnológicas que viabilizam o funcionamento do modelo sem praças de pedágio físicas.
Rebuzzi reforçou a visão da NTC&Logística sobre a importância do Free Flow para o transporte de cargas, frisando que a tecnologia reduz a necessidade de paradas nos pedágios, melhora a circulação dos veículos e minimiza desgastes e consumo de combustível, favorecendo a eficiência operacional. “O Free Flow elimina os congestionamentos nos pontos de cobrança, reduzindo a emissão de poluentes e melhorando a segurança dos motoristas. É um modelo moderno e alinhado às melhores práticas internacionais, que pode proporcionar benefícios reais ao transporte e à economia”.
O presidente da NTC&Logística também chamou a atenção para os desafios da implementação do Free Flow, principalmente no que diz respeito à inadimplência, afirmando que esse é um ponto que precisa de atenção para garantir a credibilidade do sistema. “Toda inovação traz desafios, e a inadimplência é uma preocupação legítima. Mas não podemos permitir que esse fator comprometa o avanço do Free Flow. Precisamos de ajustes e de um modelo equilibrado que garanta a viabilidade do sistema e mantenha sua efetividade”, explicou.
Ele também mencionou a necessidade de harmonizar a aplicação do sistema com a realidade do Transporte Rodoviário de Cargas, salientando que o pagamento do pedágio é uma obrigação do embarcador. “No Transporte Rodoviário de Cargas, o pedágio deve continuar sendo uma responsabilidade de quem contrata o serviço. Isso garante previsibilidade e segurança jurídica para o setor, evitando que as empresas transportadoras arquem com custos adicionais”, enfatizou.
Além disso, Rebuzzi abordou a questão das multas geradas no início da operação do sistema, esclarecendo que a NTC&Logística é contra a inadimplência, pois ela pode comprometer a credibilidade e a sustentabilidade do Free Flow. No entanto, assinalou que o alto volume de autuações, em grande parte resultante de falhas na comunicação com os usuários, precisa ser ajustado para uma solução mais equilibrada: “É fundamental que sejam considerados ajustes que viabilizem uma solução razoável tanto para o pagamento dos valores acumulados quanto para a pontuação na CNH dos motoristas, garantindo que o sistema avance de forma justa e sustentável”.
Encerrando sua participação, o presidente da NTC&Logística corroborou o compromisso da entidade em continuar contribuindo com o debate e apoiando soluções que favoreçam a implementação do Free Flow de forma eficiente e sustentável. “O Free Flow é um passo importante para modernizar a infraestrutura rodoviária do Brasil. Agora, nosso papel é garantir que ele funcione plenamente, ajustando o que for necessário para que se torne um modelo sustentável e eficiente. Estamos à disposição para contribuir com esse debate e buscar soluções que fortaleçam o setor”, concluiu.
O Seminário foi finalizado pelo presidente da FETCESP, Carlos Panzan, que agradeceu a presença de todos e ratificou a importância da continuidade dos debates para garantir a implementação eficiente do Free Flow no Brasil.


