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A Logística Reversa e o Descarte de Veículos Pesados Após Sua Vida Útil – Uma Breve Dissertação

por | out 23, 2017 | Artigos, Núcleo São Paulo

Fonte: NTC&Logística
Chapéu: Artigo

No mundo atual na qual existe a crescente preocupação da sociedade em relação ao meio ambiente, ao desenvolvimento sustentável e o descarte ideal de milhões de toneladas de produtos manufaturados, lanço um olhar especificamente ao mercado de caminhões e a responsabilidade das montadoras quanto a devolução ecologicamente correta do seu produto onde, nós transportadores somos os principais consumidores deste bem. Sabemos que o mercado da logística reversa está em franca ascensão por uma pressão legal e sócio-ambiental e cada dia mais engloba diferentes segmentos de produtos. A logística reversa é a área da logística empresarial que “planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo”, utilizando os canais de distribuições reversos. (LEITE 2005, p.16). No diagrama abaixo verificamos um figura que exemplifica esse fluxo.

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Itens como agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes e produtos eletroeletrônicos já tem sua destinação legal regulamentada, sendo essa de responsabilidade de seus fabricantes pelo seu retorno

Quanto ao mercado de veículos pesados vimos que tem se tornado um problema ambiental crescente já que a vida útil dos caminhões tem sido estendida por anos a fio, muito além do recomendável. Verificamos facilmente unidades com mais de quarenta anos nas ruas trafegando livremente, gerando poluição e riscos de segurança viária em decorrência da inexistência de uma eficaz de renovação de frota. E quando esses veículos finalmente param, não existe uma destinação legal apropriada, quando não abandonado nas vias públicas e em locais ermos.

Estima-se que 98,5% da frota nacional termina em desmanches e depósitos, segundo estimativa do Sindicato do Comércio Atacadista de Sucata Ferrosa e Não Ferrosa (SINDIFESA). Ainda segundo o SINDIFESA, apenas 1,5% da frota brasileira que sai de circulação vai para o processo de reciclagem. Um contra ponto sera os Estados Unidos, 95 % dos veículos retirados de serviço nos Estados Unidos são destinados à reciclagem, com cerca de 83% dos materiais sendo reaproveitados. ( Art. Simpoi 2012-FGV pag12)

O questionamento se dirige em relação a um setor tão representativo na economia, não ter um papel relevante quanto a sua responsabilidade na logística reversa do seu pós consumo. Ações efetivas para fazer os caminhões serem devidamente descartados ou através de planos coletivos entre as demais montadoras ou mesmo através de ações individuais não são vistos e muito menos questionados de forma recorrente principalmente pelo impacto que gera a coletividade e ao meio ambiente.

O intuito do texto é fazer uma provocação e uma reflexão aos setores automobilísticos sobre seu papel em um mundo que está a cada dia mais preocupado em seu desenvolvimento sustentável.

Responsável: Alexandre Otsuz