Portos brasileiros batem recorde de movimentação de cargas em 2025

Portos brasileiros batem recorde de movimentação de cargas em 2025

A movimentação dos portos brasileiros registrou 107,6 milhões de toneladas de cargas, em abril de 2025. O volume corresponde a um aumento de 1,12% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado foi o melhor da série histórica. Os dados constam no Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Entre janeiro e abril deste ano, a movimentação atingiu 412 milhões de toneladas. Na avaliação do economista Carlos Eduardo de Oliveira Jr., conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon), esse crescimento sugere uma recuperação do desempenho do setor e um aumento da atividade econômica do país.

“O setor portuário é fundamental para a evolução econômica do Brasil. Ele desempenha um papel na logística e no transporte de mercadorias, facilitando assim o comércio internacional e nacional. A movimentação portuária é um indicador crucial da saúde econômica, pois está diretamente associada ao comércio exterior”, destaca.

“O aumento no volume de cargas movimentadas pode indicar que setores como agronegócio, indústria e comércio estão se expandindo”, acrescenta o economista.

Navegação por longo curso

O levantamento mostra, ainda, que a navegação por longo curso – que inclui exportação e importação – apresentou um salto de 1,71% ante o mesmo mês de 2024. Ao todo, foram 76,6 milhões de toneladas de cargas.

Em relação à cabotagem – tipo de navegação que se faz na costa –, a movimentação chegou a 23,3 milhões. Quanto à navegação interior – ou seja, em águas abrigadas, como rios, lagos e canais, por exemplo –, o volume movimentado foi de 7,6 milhões de toneladas.

Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, a alta nas movimentações portuárias está relacionada ao aumento da demanda de produtos que saem ou entram no país.

“Na medida em que a economia cresce, automaticamente os portos do Brasil, públicos e privados, crescem. Porque são novos carros que chegam no país, novos investidores internacionais que vêm comprar produtos brasileiros, o Brasil cada vez mais exportando grãos, proteína animal e minério de ferro. Tudo isso vai fortalecer o setor portuário”, considera.

“Além disso, hoje, nós temos quase R$ 40 bilhões de investimentos no setor portuário do Brasil. Com o movimento do volume de carga, é preciso fazer investimento em novos portos, novos equipamentos, requalificação de molhe e de píeres”, complementa o ministro.

De acordo com o levantamento, os terminais autorizados tiveram elevação de 4%, em abril, com 69,8 milhões de toneladas. Já nos portos públicos, o registro foi de 37,8 milhões de toneladas.

Na abertura por produtos, foi notada uma alta de 2,27% nos granéis sólidos, com 65,1 milhões de toneladas, e de 1,94% em granéis líquidos, com 25,7 milhões de toneladas de cargas.

Porto de São Sebastião se prepara para iniciar dragagem histórica e impulsionar operações

Porto de São Sebastião se prepara para iniciar dragagem histórica e impulsionar operações

Obra vai remover mais de 34 mil m³ de sedimentos, restabelecendo calado operacional que bateu recorde de movimentação em 2024

O Porto de São Sebastião, administrado pela Companhia Docas de São Sebastião (CDSS) e vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), se prepara para uma das intervenções mais relevantes da sua história recente: a dragagem de manutenção do seu principal berço de atracação.

Com um dos maiores calados do Brasil – até 25 metros no canal de acesso –, o Porto de São Sebastião é um importante corredor logístico do litoral paulista. No entanto, por estar próximo à costa, a área de atracação sofre com o assoreamento natural causado por chuvas, correntes e ventos, o que exige dragagens periódicas. A última intervenção ocorreu em 2022, e os estudos mais recentes apontam uma taxa média de assoreamento de cerca de 26 mil metros cúbicos por ano.

A obra tem como objetivo remover sedimentos acumulados no fundo da bacia de manobra e do berço 101, restabelecendo a profundidade mínima de 10 metros e garantindo maior segurança às operações. Serão retirados 34.588,37 metros cúbicos de material – o equivalente a mais de 2 mil caminhões de areia, lama e rochas –, devolvendo ao Porto sua plena capacidade de embarque de cargas.

A estimativa é que a dragagem tenha início em junho deste ano. A Companhia Docas já contratou a empresa responsável pela execução da obra, bem como a empresa especializada que fará o monitoramento ambiental da área. Todos os documentos exigidos foram encaminhados ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e o início dos trabalhos depende agora da autorização final do órgão. “Esta dragagem é estratégica não apenas para a operação segura do Porto, mas também para manter a competitividade e a eficiência logística de São Paulo. É uma obra com impacto direto no desenvolvimento regional”, afirma Ernesto Sampaio, diretor-presidente do Porto de São Sebastião.

A dragagem tem duração prevista de cinco meses, com 45 dias dedicados à remoção efetiva dos sedimentos. Serão utilizadas duas embarcações especializadas: uma draga hopper, que realiza a sucção e transporte do material até o ponto de descarte, e uma draga de sucção e recalque com sistema desagregador.

Todos os procedimentos seguem rigorosamente as diretrizes da Resolução CONAMA nº 454/2012 e têm aprovação do Ibama. Monitoramentos ambientais serão realizados antes, durante e após a intervenção para garantir que não haja impactos ao ecossistema local.

Um dos principais pontos de atenção é a Baía do Araçá, área de manguezal que será monitorada continuamente. Em caso de qualquer risco de dispersão de sedimentos, as atividades serão imediatamente interrompidas. Também será realizado estudo de perfil praial e análise da circulação costeira, a fim de identificar e mitigar eventuais impactos ambientais.

Porto em ritmo de crescimento

O anúncio da dragagem ocorre em um momento de forte expansão do Porto de São Sebastião. Em 2024, por exemplo, o terminal registrou movimentação recorde de 1,5 milhão de toneladas – um crescimento de 48% em relação a 2023. Os principais produtos movimentados incluem açúcar, malte, cevada, barrilha, coque e silicato de vidro.

Corredor Bioceânico: rota entre Brasil e Chile promete impulsionar exportações

Corredor Bioceânico: rota entre Brasil e Chile promete impulsionar exportações

Investimento de US$ 10 bilhões visa fortalecer integração e reduzir custos logísticos

Uma nova estrada promete alterar o trajeto que conecta o Brasil ao norte do Chile por meio de uma rodovia de mais de 2.400 quilômetros até 2026.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), e o presidente do Chile, Gabriel Boric (Frente Ampla), apresentaram na última quarta-feira (23/4) mais detalhes sobre a Rota Bioceânica de Capricórnio, que promete realizar essa conexão.

Segundo Tebet, a rota, que atravessará o Brasil, o Paraguai, a Argentina e o Chile, pode dobrar as exportações e importações entre os países envolvidos. Além de baratear a carne exportada para o mercado chileno em 24%, também pode diminuir o valor dos pescados que chegam ao País.

Novo corredor

A Rota Bioceânica de Capricórnio é uma das cinco previstas no projeto Rotas de Integração Sul-Americana. O Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê 190 obras para os corredores de integração, entre as quais 40 hidrovias; 35 aeroportos; 21 portos; 65 rodovias; 15 infovias; 9 ferrovias e 5 linhas de energia.

Investimentos

De acordo com informações do governo federal, serão destinados US$ 10 bilhões para o projeto de integração.

Os investimentos incluem US$ 3 bilhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para uso exclusivo em obras no Brasil e US$ 7 bilhões disponibilizados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e o Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) financiarão os projetos em todos os países envolvidos.

As obras já estão em andamento. A Rota 2 (Amazônica) será a primeira a ser inaugurada, com previsão de ser entregue durante a COP30, em novembro deste ano. As demais devem estar estruturadas até 2028.

Redução no transporte de cargas

A expectativa é que o corredor reduza em até 10 dias em relação ao trajeto atual de transporte de cargas entre regiões do interior do Brasil e países como China, Coreia do Sul e Japão.

A iniciativa promete fortalecer o comércio sul-americano com o mercado do Pacífico asiático, com a integração dos terminais portuários do sul do Brasil aos portos chilenos de Antofagasta, Iquique e Mejillones.

Com informações da Gazeta de São Paulo

Com vendas de US$ 14,25 bilhões, exportações do agronegócio batem recorde em outubro

Com vendas de US$ 14,25 bilhões, exportações do agronegócio batem recorde em outubro

Foto: iStock / Mapa

As exportações do agronegócio em outubro de 2022 foram recorde para o mês, atingindo a cifra de US$ 14,25 bilhões. O valor foi 61,3% superior na comparação com o que foi vendido ao exterior em outubro de 2021.

Fator – As exportações subiram principalmente em função do aumento do volume exportado entre os períodos, que aumentou 38,9%. O índice de preço dos produtos exportados também subiu, com incremento de 16,1% no período.

Milho – O crescimento dos embarques de milho foi um dos principais fatores para o forte aumento nas exportações, com aumento em volume de 301,7% no período. Nos dez primeiros meses do ano, o volume total de grãos exportados chegou a 134 milhões de toneladas, ou o equivalente à praticamente metade da safra brasileira de grãos, que foi estimada pela Conab em 270,9 milhões de toneladas (safra 2021/2022).

Acumulado do ano – No acumulado do ano, entre janeiro e outubro de 2022, as exportações brasileiras do agronegócio alcançaram a cifra recorde de US$ 136,10 bilhões, o que representou um incremento de 33% na comparação com os US$ 102,35 bilhões exportados no mesmo período em 2021. O setor representou 48,5% do total das vendas externas do Brasil no período.

Importações – As importações de produtos agropecuários somaram US$ 1,43 bilhão em outubro de 2022, valor 2% superior em relação ao que foi importado no mesmo mês do ano anterior.

Setores – Em outubro, o complexo soja, que é o principal setor exportador do agronegócio brasileiro, exportou US$ 3,68 bilhões (+49,6%), com incremento de volume exportado (+27,6%) e dos preços internacionais dos produtos do setor (+17,2%). O principal produto de exportação do setor foi a soja em grãos, com registro recorde para os meses de outubro de US$ 2,49 bilhões.

Carnes – As vendas externas de carnes chegaram a US$ 2,28 bilhões (+50,8%). O montante foi fortemente influenciado pelos preços médios de exportação, que subiram 29,9% na comparação entre os meses de outubro de 2022 com outubro de 2021. Também houve expansão no volume comercializado, que subiu 16,1%.

Cereais – O setor de cereais, farinhas e preparações teve aumento absoluto de US$ 1,75 bilhão em vendas externas, atingindo o valor de US$ 2,20 bilhões. O cereal responsável por essa elevação foi o milho, que teve volume recorde exportado de 7,2 milhões de toneladas para o mês de outubro, ou um montante 5,4 milhões de toneladas superior ao volume exportado em outubro de 2021.

Sucroalcooleiro – No complexo sucroalcooleiro, as vendas externas subiram 90,0%, passando de US$ 927,54 milhões para US$ 1,76 bilhão entre outubro de 2021 e outubro de 2022. As vendas de açúcar foram de US$ 1,50 bilhão (+81,1%), devido ao forte incremento do volume exportado. O setor de produtos florestais totalizou exportações de US$ 1,45 bilhão (+20,7%).

Representatividade – Os cinco setores acima analisados foram responsáveis por 79,9% do valor total exportado pelo Brasil em produtos do agronegócio.

Destinos – A Ásia é a região geográfica com maior participação nas exportações do agronegócio brasileiro. Em outubro de 2022, o continente adquiriu US$ 6,83 bilhões em produtos do agronegócio brasileiro, o que significou um crescimento de 71,0% em comparação com os US$ 3,99 bilhões exportados em outubro de 2021. A China é a maior parceira comercial do agronegócio brasileiro, e em outubro as vendas ao país asiático cresceram 81,8%, atingindo US$ 4,06 bilhões. Soma – Ásia e União Europeia somaram 64,2% do valor total exportado pelo Brasil em produtos do agronegócio em outubro. (Mapa)

Exportações do agronegócio batem recorde em março

Exportações do agronegócio batem recorde em março

Foto: Fazenda de soja no Rio Grande do Sul: recordes ano após ano (Silvio Avila/AFP via Getty Images)

“O aumento foi motivado pela elevação de 27,6% nos preços dos produtos exportados”, disse o Ministério da Agricultura

As exportações do agronegócio atingiram em março US$ 14,53 bilhões, valor recorde para o mês e 29,4% superior a março de 2021.

“O aumento foi motivado pela elevação de 27,6% nos preços dos produtos exportados”, disse o Ministério da Agricultura. O volume foi 1,4% maior. Já as importações do setor somaram US$ 1,42 bilhão, alta de 5,9%.

“O complexo soja (grão, farelo e óleo) permanece liderando as exportações, com a cifra recorde de US$ 7,56 bilhões, respondendo por mais da metade do valor exportado de produtos do agronegócio em março”, destacou a pasta.

De janeiro a março de 2022, as exportações do agronegócio somam US$ 33,82 bilhões (alta de 45,9%), e a importação US$ 3,78 bilhões (recuo de 2,1%). No caso das exportações, houve variação positiva em preços (24,9%) e em volumes (16,8%).

Exportações do agronegócio aumentam 60% e batem recorde no primeiro bimestre

Exportações do agronegócio aumentam 60% e batem recorde no primeiro bimestre

Exportação – Foto: reprodução Agora MT

China e União Europeia foram os principais destinos dos produtos agrícolas exportados pelo Brasil

Nos dois primeiros meses de 2022 as exportações do agronegócio chegaram a US$ 19.317.646.414, o que representa um aumento de 60% em relação as exportações do primeiro bimestre do ano passado, quando o total foi de R$ 12,1 bilhões. Entre os principais destinos estão China (27,8%), União Europeia (17,19%) e Estados Unidos (8,39%). Os estados brasileiros com melhor desempenho no período foram Mato Grosso (19,92), São Paulo (14,9%) e Rio Grande do Sul (11,8%), segundo os dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Apesar da previsão de safra menor este ano, foi a soja o principal responsável pelos números positivos do agronegócio no primeiro semestre com 31,56% do total exportado, ou seja, mais de US$ 6 bilhões em negócios. A safra de soja do Brasil 2021/22 foi estimada em 125,5 milhões de toneladas, de acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O valor aponta uma redução de 9,2% se comparado a 2020/21, quando a safra total foi de 138,15 milhões de toneladas.

“O Brasil, apesar de ser o maior produtor e exportador global de soja do mundo, deve ter uma menor produtividade dos grãos este ano devido as condições climáticas. Entretanto, a alta demanda mundial elevou a cotação das commodities no mercado global. Neste caso, acredito que haverá um pequeno aumento nas exportações de agronegócio de 6% em 2022”, explica o especialista em comércio exterior e diretor da Tek Trade, Sandro Marin.

2021 fechou com recorde de exportação

As exportações do agronegócio fecharam 2021 com um resultado de US$ 120,59 bilhões, o que representa uma alta de 19,7%, em relação ao ano anterior, conforme o Mapa. O preço elevado das commodities contribuiu para o valor recorde, mas houve aumento também no volume exportado, destaque para soja em grãos (2,71 milhões de toneladas; +889,5%); farelo de soja (1,72 milhão de toneladas; +82%); celulose (1,64 milhão de toneladas; +28,8%); e carnes (667 mil toneladas; +3,3%).