por Claudio Pelucio | dez 16, 2019 | Exportação

Rio de Janeiro – Quais fatores determinam o alto desempenho econômico de um país, levando-o a uma trajetória fora de série? Com essa reflexão, Marcos Troyjo, secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, participou da reunião do Conselho Empresarial de Relações Internacionais, realizada emno último dia 6 de dezembro, na Casa Firjan.
De acordo com Troyjo, três são os critérios que fazem um país se destacar de forma excepcional: a priorização do comércio exterior, uma grande estratégia de desenvolvimento e uma aliança entre as políticas comercial e econômica.
Para o secretário, o Brasil negligenciou esses três pontos essenciais ao seu desenvolvimento. No entanto, segundo ele, o país tem tudo para retomar o caminho do êxito econômico. “Não existe milagre econômico sem uma forte aposta no comércio exterior. O governo atual assumiu, desde a criação do Ministério da Economia, o compromisso inédito de colocar a política comercial no coração da política econômica. Também estamos trabalhando na criação de uma estratégia comercial, um déficit sério que o país sempre teve”, ressaltou.
Os resultados, conforme Troyjo, já são visíveis no balanço de 2019, a exemplo do Acordo Mercosul-União Europeia. “Avançamos mais em seis meses do que nos últimos 20 anos. Mas eu tenho dito que o grande acordo comercial que o país precisa fazer é consigo mesmo. Precisamos dar prosseguimento às reformas estruturais necessárias, ao pacto federativo, às privatizações e concessões e também às reformas microeconômicas, como a lei da liberdade econômica”.
Troyjo sublinhou ainda que, embora muito se fale da abertura econômica, o desafio brasileiro é de inserção nas cadeias globais de valor. “A cada ciclo de dez anos, o mundo tem um país vencedor. Estamos cuidando de forma responsável de nossa inserção internacional. Com todas as medidas que estão sendo promovidas, acredito que o Brasil será o grande vencedor da próxima década”, afirmou.
Diagnóstico do Comércio Exterior
Vice-presidente da Firjan, Carlos Mariani Bittencourt entregou ao secretário a quinta edição do Diagnóstico do Comércio Exterior do Estado do Rio de Janeiro, elaborado bienalmente pela Firjan, e uma carta com temas prioritários da indústria fluminense.
“Os números do Diagnóstico mostram o bom desempenho do estado no comércio exterior, mas os entraves ainda são muitos, tais como os altos custos tributários, burocracia e dificuldade no ressarcimento de crédito. A Firjan acredita que esse estudo pode colaborar para a efetivação de políticas públicas que melhorem o ambiente de negócios das empresas fluminenses e as tornem mais competitivas no comércio internacional”, frisou.
O embaixador Luiz Felipe de Seixas Corrêa, presidente do Conselho, elogiou a palestra de Troyjo, mas demonstrou cautela com o cenário de abertura. “O secretário fez uma avaliação global, articulada e racional, muito proveitosa. Mas enxergo um cenário pouco aberto a grandes transformações. A realidade interna do país ainda não é favorável”, ponderou.
por Bruno Benite | set 9, 2019 | Exportação

Foto: Gazeta do Povo
Por falta de alternativas em infraestrutura, os produtores brasileiros de grãos gastam o dobro do que os norte-americanos para mandar seus produtos para a China, um dos países que mais compra a nossa soja, milho e algodão. A informação é de Edeon Vaz, diretor executivo do Movimento Pró-Logística, criado no MT há 10 anos, e trabalha pela redução do custo do frete no país. Enquanto um produtor norte-americano gasta US$ 56 por tonelada para mandar soja ao país asiático, o brasileiro paga o dobro. “Isso reduz a rentabilidade do produtor brasileiro”, pontua Vaz. Ele foi um dos painelistas que discutiu as condições da logística brasileira durante o 7º Fórum de Agricultura da América do Sul, que ocorre nesta quinta e sexta em Curitiba (PR).
Vaz mostrou a infraestrura hoje existente no Brasil, com poucas opções de hidrovias e ferrovias, e com muitas rodovias ainda a serem terminadas. Ele exemplificou que nos EUA a malha ferroviária é de 290 mil km, enquanto a malha brasileira é de apenas 30 mil km, sendo que apenas 12 mil km estão sendo operados. Além disso, a melhor hidrovia do país – do Rui Nadeira – reduz em 42% o custo em relação ao transporte rodoviário. Ainda assim, segundo ele, ainda há poucas iniciativas, boa parte do setor privado, para escoar a produção de grão do país até os portos, especialmente os do Arco Norte. Também falou no painel o diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Fernando Garcia da Silva, que falou sobre os gargalos e as ações que estão sendo tomadas pelos portos do Paraná para tentar melhorar as condições de logística.
por Karen Feldman | maio 31, 2019 | Exportação
O cheiro característico do algodão invade as narinas de quem frequenta os arredores do porto de Santos, o maior da América Latina. Um cheiro que não agrada a todos, mas que é perfume para os exportadores da pluma. Nos armazéns da empresa de operação logística S. Magalhães Essemaga, o movimento sincronizado das máquinas que carregam os fardos até os contêineres chega a durar 24 horas por dia em alguns períodos do ano, e a tendência é que sejam necessários três turnos com maior frequência. O Brasil está se consolidando como o segundo maior exportador de algodão do mundo, e a rotina tem que ser cada vez mais eficiente.
As disputas comerciais entre Washington e Pequim ajudaram o Brasil a ampliar as vendas ao mercado chinês. Mas, para preservar o que conquistou, o país terá que superar as incertezas sobre sua capacidade logística de escoamento, que terá de dar vazão a uma colheita total que deverá superar 2,5 milhões de toneladas na temporada 2019/20, conforme projeção do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). No porto de Santos, a mais importante saída da pluma brasileira ao exterior, essa preocupação já existe. No ano passado, 99,5% das 913,3 mil toneladas exportadas pelo Brasil partiram de Santos. No total, os embarques renderam US$ 1,583 bilhão.
Nesta safra 2018/19, as exportações brasileiras de algodão deverão atingir 1,7 milhão de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 76% a mais que no ciclo passado. Para 2019/20, o USDA já prevê embarques de 1,8 milhão de toneladas.
O presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Henrique Snitcovski, afirma que, em decorrência da maior disponibilidade dos contêineres, essa atual concentração dos embarques no porto de Santos é inevitável. “Mas a gente tem desenvolvido novas saídas: via Manaus, porto de Salvador, Itajaí, Itapoá… Tem outros portos que estão em fase de testes, mas ainda em volumes menores”, afirma ele entre centenas de contêineres que serão milimetricamente encaixados nos navios. E, caso o Brasil queira continuar a ampliar as exportações, haverá, sim, a necessidade de desenvolver novos portos para tal.
Segundo Victor Ikeda, analista da equipe brasileira do banco holandês Rabobank, a capacidade de escoamento do porto de Santos é de cerca de 1,8 milhão de toneladas, justamente o volume projetado pelo USDA para as exportações brasileiras no próximo ciclo. “Sendo assim, um dos players que eu conversei já deve tentar exportar, pelo menos, 100 mil toneladas neste ano por Manaus, pelo porto de Itacoatiara”, afirma Ikeda.
Mas quando o assunto é Arco Norte, destaca o analista, o problema maior a ser contornado é a falta de navios que sigam do Brasil à Ásia, já que, em geral, essas rotas desembocam em Santos. Em tempos de baixo crescimento da economia e dólar na casa dos R$ 4, é difícil que algo mude nessa frente no curto prazo, ainda que seja necessário.
Luiz Henrique Magalhães Ozores, sócio-diretor da S. Magalhães Essemaga – que movimenta 20% do algodão escoado por Santos -, avalia que em Santos ainda falta planejamento. “Acaba havendo perda de produtividade por causa de ociosidade. Acredite se quiser: Existe, às segundas e terças-feiras, um acúmulo enorme de contêineres”, afirma. De acordo com ele, é possível dobrar o volume de algodão que passa pela S. Magalhães. Ozores conta que em 2018 aproximadamente 180 mil toneladas de algodão passaram pela empresa.
No ano passado, com a guerra sino-americana e a maior disposição chinesa em importar algodão por conta da redução dos estoques, o país asiático voltou a ser o destino principal da pluma brasileiro. A perspectiva é que essa tendência continue dando o tom, impulsionando o incremento das exportações brasileiras da pluma. E para isso os cotonicultores também terão que conseguir manter a regularidade da oferta, acredita Henrique Snitcovski, presidente Anea.
Otimista, Snitcovski acredita que, mesmo com um armistício entre os gigantes do comércio, o Brasil não perderá o mercado conquistado. “Sempre poderá haver outra disputa. Então, é importante para a China manter o Brasil como fornecedor estratégico”, pondera.
De julho de 2018 – quando começou o atual ano comercial da safra internacional de algodão – a abril passado, foram enviadas para a China 374 mil toneladas de pluma brasileira, ou 35,8% do total exportado. No mesmo período do ano comercial anterior, foram embarcadas 79,8 mil toneladas para a China, ou 9% do volume total.
De janeiro a abril deste ano, foram embarcadas, para todos os destinos, 367,2 mil toneladas, que renderam divisas de US$ 628,7 milhões. No primeiro quadrimestre de 2018, foram 210,2 mil toneladas, ou US$ 358 milhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.
“Os dados sobre as importações da China mostram que os EUA até recentemente eram a origem de 50% das compras. O Brasil representava menos de 10%. Nesta safra, a participação brasileira aumentou para entre 25% e 30%”, destaca Snitcovski.
A reboque do crescimento das exportações para a China, o segmento cotonicultor continua a trabalhar para elevar as vendas para outros destinos na Ásia, tanto no sudeste quanto no sul do continente. Em evento realizado recentemente em São Paulo, Marcos Jank, CEO da Aliança Agro Ásia-Brasil, destacou que, como o desfecho da guerra comercial entre EUA e China é incerto, os trabalhos para desenvolver novos mercados seguem em andamento. “E para alcançar esses mercados, a logística começa a ser um gargalo”, reforçou.
Para não perder o timing, avalia Snitcovski, os embarques de algodão terão de ser tão precisos quanto os movimentos de uma dança. “A viagem para Ásia é de mais ou menos de 35 dias, desde o momento que você coloca a mercadoria no navio. A gente não pode errar. Temos de ser muito eficientes na operação no Brasil”. “Se conseguirmos entregar 180 mil toneladas da pluma todos os meses, não perderemos mercado, ganharemos”, completa ele entre as margens de Cubatão e Santos do maior porto da América Latina, as mais importantes para quem escoa o algodão brasileiro para o exterior.
por Karen Feldman | abr 4, 2019 | Exportação
O Brasil caiu da 26ª posição para o 27º lugar entre os maiores exportadores do mundo, em 2018, segundo relatório divulgado ontem pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Entretanto, houve aumento de 10% nas vendas em comparação a 2017.
No ano passado, as exportações chegaram a US$ 239,5 bilhões, com aumento de 9,6%. As importações cresceram 19,7% ao totalizarem US$ 181,2 bilhões. O saldo da balança comercial em 2018 ficou em US$ 58,3 bilhões. O 26º lugar foi assumido pelo Vietnã. O primeiro lugar no ranking é da China, seguida por Estados Unidos e Alemanha. O último lugar é da Indonésia, em 30º lugar.
Segundo dados preliminares da OMC, o comércio mundial cresceu 3%, em 2018, abaixo do previsto em setembro pela organização (3,9%). O resultado menor que o esperado é explicado pela piora do comércio mundial no quarto trimestre.
Para 2019, a previsão é crescimento de 2,6% no comércio mundial, em linha com a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, de 2,6%. Em 2020, o comércio mundial deve atingir crescimento de 3%, com previsão para o PIB em 2,6%. Já o comércio do Brasil com países do G20, as 20 maiores economias do mundo, tende a sofrer uma sobretaxa 120% maior do que a atual, caso a guerra comercial entre Estados Unidos e China e o aumento do protecionismo continuem a reduzir a abrangência da Organização Mundial do Comércio (OMC). A análise é da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O estudo mostra que entre 1995, ano de criação da OMC, e 2017, as tarifas médias de importação aplicadas pelos países do G-20 caíram de 11% para 5%. Essa simulação aponta que, se os impostos de importação voltarem ao patamar pré-OMC, em meio ao enfraquecimento da instituição, os exportadores brasileiros passariam a pagar US$ 6,3 bilhões a mais em impostos nas vendas para os países do G20.
A projeção do impacto anual nas exportações do Brasil, sem uma reforma da OMC, prevê aumento no pagamento de tarifas de US$ 2,4 bilhões para China, US$ 1,1 bilhão para a Índia, mais de US$ 1 bilhão para a União Europeia e US$ 540 milhões para os EUA.
Segundo o estudo da CNI, as tarifas começaram a subir. A guerra comercial entre Estados Unidos e China elevou o imposto de importação em até 25% para mais de 3 mil produtos e a União Europeia impôs tarifas de 25% para importações de pelo menos 26 produtos siderúrgicos.
A Turquia, em retaliação à política norte-americana de proteção do seu aço e de seu alumínio, reajustou a tarifa de bens estratégicos, como carros, que passou a pagar 120%, bebidas alcoólicas (140%) e tabaco (60%). Por regra, o aumento começa de forma pontual e se amplia. “O enfraquecimento da OMC, com um sistema sem regras, impacta muito negativamente no comércio mundial e traz muita incerteza”, diz Fabrízio Panzini, gerente de negociações internacionais da CNI.
“Países como o Brasil tendem a perder mais que outros com o enfraquecimento da OMC, pois temos uma pauta diversificada de exportação, com grande participação do agronegócio”, disse Panzini sobre as preocupações com o cenário global.
por Karen Feldman | abr 3, 2019 | Exportação
O comércio do Brasil com países do G20, as 20 maiores economias do mundo, tende a sofrer uma sobretaxa 120% maior do que a atual, caso a guerra comercial entre Estados Unidos e China e o aumento do protecionismo continuem a reduzir a abrangência da Organização Mundial do Comércio (OMC). A análise é da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O estudo mostra que entre 1995, ano de criação da OMC, e 2017, as tarifas médias de importação aplicadas pelos países do G-20 caíram de 11% para 5%. Essa simulação aponta que, se os impostos de importação voltarem ao patamar pré-OMC, em meio ao enfraquecimento da instituição, os exportadores brasileiros passariam a pagar US$ 6,3 bilhões a mais em impostos nas vendas para os países do G20.
A projeção do impacto potencial anual nas exportações do Brasil, sem uma reforma da OMC, prevê aumento no pagamento de tarifas de US$ 2,4 bilhões para China, US$ 1,1 bilhão para a Índia, mais de US$ 1 bilhão para a União Europeia e US$ 540 milhões para os Estados Unidos.
Tarifas
As tarifas, segundo a CNI, começaram a subir. A guerra comercial entre Estados Unidos e China elevou o imposto de importação em até 25% para mais de 3 mil produtos e a União Europeia impôs tarifas de 25% para importações de pelo menos 26 produtos siderúrgicos.
A Turquia, em retaliação à política norte-americana de proteção do seu aço e de seu alumínio, reajustou a tarifa de bens estratégicos, como carros, que passou a pagar 120%, bebidas alcoólicas (140%) e tabaco (60%). Por regra, o aumento começa de forma pontual e se amplia.
“O enfraquecimento da OMC, com um sistema sem regras, impacta muito negativamente no comércio mundial e traz muita incerteza”, afirmou Fabrízio Panzini, gerente de negociações internacionais da CNI.
Preocupações
O setor privado brasileiro articula uma pressão internacional a favor de uma reforma na OMC, que restaure a legitimidade do sistema multilateral de comércio. Hoje (2), em São Paulo, a CNI e a Câmara de Comércio Internacional (ICC) realizam um evento com a participação de organizações empresarias dos Estados Unidos, México, União Europeia e países do Mercosul, para discutir e apontar um caminho comum aos seus respectivos governos para a reforma da OMC.
A ideia é aprovar um documento final com propostas para aprimorar a governança do sistema multilateral de comércio mundial. Entre as presenças confirmadas está a do chefe de gabinete da OMC, Tim Yeend, além de renomados especialistas em comércio internacional.
“Países como o Brasil tendem a perder mais que outros com o enfraquecimento da OMC, pois temos uma pauta diversificada de exportação, com grande participação do agronegócio. Somente no sistema de solução de controvérsias da OMC, o Brasil ganhou muitos casos contra subsídios”, afirmou Panzini.
Pazini citou as vitórias do governo brasileiro em controvérsias contra os subsídios dos EUA ao algodão, do Canadá a favor da indústria de aviões e da União Europeia a favor do açúcar. Para o setor privado, é essencial que a OMC se fortaleça, porque é o órgão máximo para garantir a estabilidade e a previsibilidade de regras de comércio.
“Se, por um lado, a guerra comercial e o aumento do protecionismo ameaçam o sistema multilateral de comércio, por outro isso aumenta a pressão por uma reforma na OMC, cujas negociações ainda estão travadas”, argumentou Panzini.
Tratamento especial
No mês passado, durante visita oficial do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, o governo brasileiro anunciou que vai começar a abrir mão do status de país em desenvolvimento na OMC, em troca do apoio norte-americano à entrada do país na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um grupo internacional que reúne 36 países desenvolvidos.
Os EUA não fazem parte da OMC e são contra a existência de listas com tratamento diferenciado para países com menor desenvolvimento industrial. Essa lista, da qual o Brasil faz parte, juntamente com algumas outras dezenas de países considerados em desenvolvimento, traz vantagens como mais prazo para cumprimento de acordos, crédito internacional mais barato e outras flexibilidades para assinatura de acordos de livre-comércio com países desenvolvidos.
Segundo Panzini, o Brasil é capaz de abandonar o status especial na OMC, mas isso deve estar articulado em torno de uma ampla reforma na organização, em que essa perda seja compensada com regras mais favoráveis para o país em temas como subsídios agrícolas adotados por outros países contra os produtos brasileiros.
“O status de tratamento especial tem lá sua importância, é algo que o Brasil pode abrir mão sim, mas isso tem que fazer parte de um pacote negociado com outros ganhos que são do interesse do país, como subsídios na agricultura e na indústria”, afirmou.
por Karen Feldman | abr 2, 2019 | Exportação
O Ministério da Economia informou nesta segunda-feira (1º) que a balança comercial registrou superávit de US$ 4,99 bilhões em março deste ano.
Quando as exportações superam as importações, o resultado é de superávit. Quando acontece o contrário, o resultado é de déficit.
De acordo com o governo federal, ao todo, as exportações somaram US$ 18,12 bilhões em março, e as importações, US$ 13,13 bilhões.
O saldo positivo do mês passado representa queda de 22,27% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o superávit chegou a US$ 6,42 bilhões. Também representa queda na comparação com 2017, ou seja, o pior resultado dos últimos três anos.
Comparação com março de 2018
Na comparação com março do ano passado, as exportações tiveram queda de 1%. As importações registraram aumento de 5,1%.
No caso das exportações, houve aumento de 7,9% na venda de produtos básicos. As exportações de manufaturados, contudo, caíram 6,5% e as de semimanufaturados, 0,5%.
Nas importações, o governo federal informou que aumentaram as compras de bens de capital (+13%), bens intermediários (+5,8%) e de bens de consumo (+1,6%), mas caíram as compras de combustíveis e lubrificantes (-0,5%).
Primeiro trimestre
No acumulado dos três primeiros meses deste ano, o governo federal informou que o saldo da balança ficou positivo em US$ 10,889 bilhões.
O superávit comercial, com isso, teve queda de 11,1% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o resultado foi de US$ 12,243 bilhões.
No acumulado deste ano, de acordo com o Ministério da Economia, as exportações somaram US$ 53,026 bilhões, com média diária de US$ 869 milhões (queda de 3% na comparação com o mesmo período do ano passado).
As importações totalizaram US$ 42,138 bilhões, comédia diária de US$ 690 milhões (queda de 0,7% em relação ao mesmo período de 2018).
Mercados compradoresDe acordo com o governo, os principais compradores de produtos brasileiros no primeiro trimestre deste ano foram:
China, Hong Kong e Macau: US$ 14,3 bilhões;
Estados Unidos: US$ 6,7 bilhões;
Argentina: US$ 2,3 bilhões;
Países Baixos: US$ 2 bilhões;
Panamá: US$ 1,4 bilhão.
Saldo e projeções
No ano passado, a balança comercial registrou superávit de US$ 58,3 bilhões. Com isso, o saldo positivo, assegurado principalmente pela exportação de produtos básicos, ficou 13% abaixo do de 2017.
A expectativa do mercado financeiro para este ano é de nova queda do saldo comercial. Segundo pesquisa realizada pelo Banco Central na semana passada, a previsão para 2019 é de um saldo positivo de US$ 50,25 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.
O Banco Central, por sua vez, prevê um superávit da balança comercial de US$ 40 bilhões para este ano, com exportações em US$ 247 bilhões e importações no valor de US$ 207 bilhões.
O Ministério da Economia estimou nesta segunda-feira, pela primeira vez, o saldo da balança comercial para este ano. A previsão é de que o superávit (exportações menos importações) some US$ 50,1 bilhões, com US$ 245,9 bilhões de exportações e US$ 195,8 bilhões de compras do exterior.