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Tabela de Frete Mínimo: Vilã ou Heroína?

Primeiramente para responder esta pergunta bastante difícil deverá ser averiguado os envolvidos no processo, mas não de maneira genérica e sim individual.

Explico melhor ao afirmar que mesmo transportadores podem encorajadamente acreditar que o tabelamento de frete possa gerar artificialidade no mercado e provocar uma derrocada busca por caminhões. Consequentemente o preço de todos os insumos da cadeia produtiva de transportes subirá. Notamos rapidamente após a publicação no diário oficial frente a grande paralização dos caminhoneiros que houve uma procura por veículos. O número de caminhões antigos em circulação aumentou. Muitos destes estavam parados e voltaram a circular. Nem mesmo iremos entrar nos méritos desta condição precária que muitos rodam.

Por outro lado os fabricantes não perderam tempo e aumentaram consideravelmente os valores dos caminhões e implementos. Alegaram ser fundamental para manutenção dos seus negócios, mas sabemos que trata-se da maior procura por veículos e equipamentos.

O que muitos não enxergam é que receber um pouco mais não dará contrapartida para equilibrar os custos majorados. Este mesmo movimento vimos nas peças de reposição, componentes, pneus e até mesmo na mão de obra, que em momentos de maior oferta de vagas podem de certa forma barganhar a oportunidade de emprego.

A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) busca na sua ânsia de fiscalizar cumprir as normativas do antigo governo federal, e que a partir do dia nove de novembro de 2018 pode autuar os descumpridores da tabela mínima de frete.

Pelo regulamento, para o contratante que fechar o serviço por valor abaixo do piso mínimo, a multa será de duas vezes a diferença entre o valor pago e o piso devido com base na tabela, limitada ao mínimo de R$ 550 e ao máximo de R$ 10,5 mil. Para o transportador que realizar o serviço em valor inferior ao piso mínimo a multa será de R$ 550.

Já os responsáveis por anúncios de ofertas para contratação do transporte de carga em valor inferior ao piso mínimo estarão sujeitos à multa de valor de R$ 4.975.

Por fim, vale lembrar que o transporte rodoviário de carga nacional sempre operou pela livre concorrência, e um governo pressionado pôs em cheque toda cadeia produtiva impondo valores referenciais ao mercado.

O mercado é e deve continuar sendo autorregulado por si só e não arbitrariamente. Concluiria que os maiores problemas vistos não são os preços, mas sim o que levam os baixos preços. Um dos grandes fatores, sem dúvida alguma, é a sonegação. Uma vez que o atual governo passe a compor maior rigor, fiscalizar e autuar os maus empresários ou mesmo autônomos que pouco ou nada pagam de impostos, passaremos a ter um mercado mais transparente e justo para todos.

Responsável: Fernando Natal

Erros Mais Comuns e Observações Para Evitar Multas Por Excesso de Peso

De acordo com a CNT (Confederação Nacional do transporte) a maior parte da matriz do transporte de cargas do Brasil, cerca de 60%, concentra-se no . E sempre foi surpreendentemente maior a participação deste modal no transporte de cargas no Brasil. Mas quando o assunto é normatização e legislação sobre os pesos visando disciplinar cargas por eixo e peso bruto, o assunto data da década de 60 no estado de São Paulo.

Em 1961, o decreto federal 50.903 tratou exclusivamente dos que era limite de carga por eixo. Foi chamado naquele momento de lei da balança.

Com o passar dos anos algumas mudanças ocorriam e desta forma foram dando mais regramento ao setor, na tentativa de preservação das rodovias e das obras de arte, um viaduto ou ponte por exemplo.

Atualmente, a legislação em vigor sobre os pesos por eixo e peso bruto provém do CTB (código de trânsito brasileiro – Lei n.9.503 de 23 de setembro de 1997).

Assim, os documentos mais significantes que disciplinam nossa atividade são:
– Dados técnicos (inclusive plaquetas) pela resolução 290/2008.
– Verificação dos pesos na resolução 258/2007 e as tolerâncias na resolução 526/2015.
– Resoluções 210/2006, 211/2006 e 663/2016 tratando dos limites de peso.
– Tratando dos modelos homologados temos a portaria 63/2009.
– Finalizando para as cargas indivisíveis a resolução do DNIT 01/2016.

Para relembrar e servir de glossário, temos as seguintes nomenclaturas:
– Tara – Peso do próprio veiculo em ordem de marcha, o que significa, com tanque cheio, motorista ao volante, e todos os acessórios, como lonas, estepe em seus devidos lugares, etc. Em resumo o caminhão de acordo e pronto para viagem.
– Lotação – Capacidade de carga
– PBT – peso bruto total= Tara + Lotação para veículos simples.
– PBTC – Peso bruto total combinado= PBT só que para conjuntos (lê-se placas diferentes)
– CMT – Capacidade máxima de tração= peso máximo que o veiculo poderá tracionar.

Com estes conceitos avivados podemos trabalhar diretamente os erros mais comuns que causam as multas de excesso de peso.

Primeiramente, podemos já no momento de medir a tara do veiculo encontrar algumas oportunidades de melhoria. Muitas, vezes o motorista desce do caminhão ao pesar na balança estática. Lembrando que na rodovia, nas balancas dinâmicas o condutor estará dirigindo e não saltará no caminhão no momento da pesagem.

O tanque de combustível também deverá estar cheio. A título informativo a densidade de um litro de óleo diesel equivale a cerca de 850 gramas de peso. Os tanques suplementares alteram notadamente o peso e também a distribuição de carga.

Sempre verificar se falta algum estepe, grade de carreta, vinilona e outros.

Nunca se deve modificar a posição de quinta roda sem anuência do fabricante ou mesmo, utilizar carretas trocadas. Exemplo: cavalo 4×2 com carreta 6×2.

Um erro comum de alguns motoristas ou até empresas é na tentativa de carregar mais mascarar um peso de tara menor o que seguramente acabará em multas.

Um outro erro bastante comum é ao conhecer os dados técnicos, informar nas plaquetas de identificação os valores errados. Estes dados são importantes, pois em caso de fiscalização fora da balança o peso bruto poderá ser verificado através das informações contidas na nota fiscal da carga. Mais no inicio deste artigo já vimos a resolução a ser consultada para descrever estes dados corretamente. Frisa-se aqui que pode ser penalizado com multa e ter o veiculo apreendido aqueles que não portarem adequadamente a inscrição da tara e demais itens previstos.

Para evitar os excessos de peso por eixo existe uma regra simples. O compartimento de carga deverá ser visto de tal modo que o peso da carga seja distribuído no ponto médio do espaço total destinado para carga. Ou seja, imaginar uma gangorra bem no centro da caixa de carga, e o peso da carga deverá fazer com que esta balança fique em equilíbrio. Para cargas uniformes, basta distribuir de forma homogênea. Exemplo: Granel, caixas de mesmo peso e tamanho, quantidade de cimento iguais nos diferentes cilos, etc. Em conjuntos com diferentes carretas, deverão ter a mesma quantidade de carga e destruição. Erroneamente, nestas composições se carrega a carreta da frente com mais peso.

Para a situação de uniformização na distribuição da carga existe uma exceção. Carretas longas com mais de 14 metros e cavalo mecânico 4×2 devem ser carregados ligeiramente com a carga mais traseira.

Para os casos de cargas não uniformes, exemplo, cargas fracionadas onde temos diferentes pesos e tamanhos nas embalagens, dependendo da quantidade, podemos lançar mão de planilhas de excel ou mesmo softwares integrados aos ERP/TMS.
Para nossa regra gangorra devemos também tomar cuidado com cargas de alta densidade (massa vezes volume) concentradas, pois as carretas convencionais não são fabricadas para suportar este tipo de carga muitas vezes, e para tal existem as pranchas carrega tudo. O uso indevido pode gerar inclusive graves acidentes, a partir da própria quebra ao meio da carreta.

Portanto, a regra é bem simples. Ao deslocar a carga para frente teremos excesso de peso na dianteira, que pode comportar no máximo 6 ton. Deslocando a carga mais para trás teremos excesso nestes eixos. No eixo isolado 10 ton. Tandem duplo 17 e triplo 25,5 ton.

Concluindo, na pesagem temos que ter as seguintes premissas:
– Motorista na cabine
– Velocidade constante (não acelerar ou freiar)
– Veiculo alinhado
– Quando houverem suspensores de eixos todos deverão estar baixados
– Mais nada ou ninguém deverá estar sobre a balança naquele momento.

Ao seguir estas regras simples já serão mitigados diversos problemas. Também podemos lançar mão de tecnologia para controle do peso. Já se pode comprar equipamentos equiparados a balanças portáteis para pesagem da carga nas carretas. Alguns veículos já possuem tecnologia para aferição do peso por eixo na tração, como o caso do New FH.

O controle de peso nas rodovias visa única exclusivamente a segurança dos envolvidos, manutenção das vias, com o controle do peso por eixo, e das obras de arte, com a fiscalização do peso bruto. Esta consciência holística deve servir valor para qualquer transportador, autônomo ou frotista, e assim, já teremos a redução de alguns problemas que assolam o setor, como manutenção elevada, acidentes, e diversos outros. Façamos a nossa parte!

Responsável: Fernando Rabello Natal

Gestão Por Processos

Gestão Por Processos

A Gestão por processos chega às organizações em busca de resultados eficazes para alcançar o sucesso através de novas maneiras de
trabalhar coletivamente.

Sendo assim, as empresas que seguem o modelo tradicional de gestão, ainda muito orientado a realizar tarefas e pouco a gerar resultados não conseguem competir no mercado atual, no qual as mudanças são constantes.

Grandes empresas mudaram sua maneira de enxergar os processos dentro da organização. Na maior parte, as companhias acabam fazendo a gestão de processos, onde tudo é monitorado, mantidos sob controle e se realmente estão funcionando conforme planejado.

Quando falamos de gestão por processos, procura-se ver a organização de forma mais ampla, onde vários processos estão interagindo e se olha isso como um todo.

Em uma organização onde a gestão é focada no fluxo vertical de trabalho, ou seja, focada apenas na estrutura funcional, podemos também falar de processos por setor, nenhuma área tem a responsabilidade por um processo completo, implicando muitas vezes em um produto ou prestação de serviço não muito qualificada para o cliente.

A ideia de desenvolver uma gestão por processos em uma empresa não é apenas migrar o poder de suas áreas funcionais para um escritório de processos, mas sim em distribuí-lo ao longo de sua própria estrutura, entre os gerentes subordinados ao diretor da área.

Algumas sugestões podem ser oferecidas para que a empresa mude sua forma de agir.
• Incentivar a montagem de projetos para solucionar os problemas da empresa ou melhorar algum de seus processos.
• Aumentar a visão processual da organização, patrocinando treinamentos para seus gestores e pessoas chave.
• Melhorar a distribuição de poder na empresa, dando maior autonomia ao seu nível tático ou funcional.
• Tornar o mapeamento dos processos da empresa condição obrigatória.
• Torna-se público todos os indicadores chave de performance.
• Melhorar a comunicação entro os níveis hierárquicos da empresa e entre suas diversas áreas.

A gestão por processo se destina a melhorar como os negócios das empresas são executados e administrados. Podemos citar vários benefícios de uma empresa ao trabalhar com gestão por processos:
• Formaliza e entende os processos da empresa.
• Visualiza corretamente toda cadeia de valor e seus processos.
• Maior agilidade para oferecer novos produtos e serviços ao clientes.
• Reutiliza os recursos tecnológicos utilizados pela empresa.
• Aproveita o legado de conhecimentos e práticas acumulado.
• Monitora as tarefas e processos em tempo real.
• Diminui os custos.
• Redução de tempo na execução de tarefas.
• Valoriza o pessoal e melhora o uso de competências.
• Possibilita simular as melhorias em um ambiente.

A importância do conhecimento dos 4P (Planejamento, Processos, Pessoas e Projeto) é peça fundamental para maximizar os lucros de uma organização.

Nada adiantaria ter processos definidos sem que esses estejam alinhados com o planejamento da empresa, ter pessoas ineficientes trabalhando para alcançar resultados e por último não ter uma discussão sobre um projeto específico.

A mudança de cultura dentro das organizações é algo muito complicado, mas os benefícios de trabalhar com a horizontalização de processos traz bons resultados para a empresa e melhores produtos e serviços para nosso cliente.

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Para ser bem-sucedida, toda organização precisa aproveitar ao máximo os recursos disponíveis, ter pessoas altamente eficientes e engajadas com o objetivo da empresa, ter recursos para dar esse suporte, investir constantemente em tecnologia e por fim, ter processos claros e bem definidos, caso contrário a empresa perderá muita produtividade e até mesmo a competitividade.

Responsável: Jacson Rabello Natal

O Que Sobra do Roubo de Cargas

RESUMO

O constante aumento dos roubos de cargas, fazem os prejudicados buscarem resoluções para minimizar o problema. Diante disso, o artigo foi desenvolvido com o intuito de identificar alguns pontos sobre a situação, enfatizando o cenário atual, medidas de prevenção, investimentos e o que está se fazendo para solucionar o problema. É importante a identificação do embrião dessa situação, a fim de buscar sua resolução, pois o que está sobrando além das contas a pagar, são pontos negativos para os cidadãos e a sociedade.

Palavras-chave: Roubo de cargas, TRC, Prejuízos

Nos dias de hoje, o governo não desempenha com eficiência a aplicação dos recursos arrecadados através do recolhimento dos inúmeros tributos.

Existe a falta em vários setores da economia, como saúde, infraestrutura, criação de empregos, economia e principalmente na educação. Essa com papel fundamental para que cada indivíduo se coloque em seu devido lugar na sociedade, exercendo seus deveres, para assim, usufruir de seus direitos. É nesses direitos que as pessoas conseguem ter vida digna e acesso a qualidade dos serviços prestados pelo Estado.

Quando isso não ocorre, as pessoas buscam maneiras de sobreviver ilícitas, infringindo as leis e prejudicando tanto outras pessoas, quanto a sociedade em si. O roubo é um resultado disso, uma maneira mais “fácil” de conseguir dinheiro, que infelizmente está se tornando alarmante.

Neste caminho, temos o transporte de cargas. Precário, com estradas sem nenhuma qualidade e falta de segurança, esse ramo vem sendo um dos mais atingidos. Diariamente, presencia-se notícias evidenciando roubos de veículos e também de cargas, como mostra o Diário Catarinense: “A média de roubos de cargas em Santa Catarina cresceu em 2017. Segundo o levantamento da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística do Estado (Fetrancesc), foram 129 assaltos somente nos primeiros seis meses do ano. E, se o índice de 1,4 assaltos a cada dois dias permanecer assim, SC irá superar a marca do ano 2016, quando 248 ocorrências do tipo foram registradas no Estado.” As quadrilhas são especializadas em roubar produtos
específicos, pois em 80% dos casos os veículos são devolvidos, e o restante vai para os desmanches, ainda conforme o levantamento da Fetrancesc.

No Brasil, os roubos estão associados a ataques de veículos, em grandes centros urbanos e com quadrilhas fortemente armadas. Houve um aumento de 76% entre os anos de 1998 a 2015 em todo o país. Os estados com maior índice são: Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, que possuem casos severos. Os prejuízos com os roubos que ocorrem, acabam impactando para os consumidores, que tem de pagar um prejuízo estimado em bilhões para os últimos anos. (1)

Em Santa Catarina a atuação vem em constante aumento, os prejuízos já chegam na casa de R$ 13 bilhões em 18 anos. O roubo de cargas em nosso estado aumentou 274% entre os anos de 2008 a 2017, trazendo uma preocupação imensa. As cargas mais visadas em nosso estado são: cobre, bebidas, carnes, linha branca e ainda o polietileno. As rodovias com maior índice de roubos são as BRs 470 e 101, concentrando mais as ocorrências no Norte do Estado e no Vale do Itajaí.

A insegurança é geral. O que sobra para as empresas é o investimento de um grande percentual financeiro em equipamentos de monitoramento e rastreamento do veículo, gestão de risco, treinamentos, seguranças, escoltas, seguros elevados e outros custos, a fim de tentar minimizar os prejuízos que integram e levam grande parte do faturamento da empresa, prejudicando ainda mais a sua sobrevivência no mercado, e por consequência resulta em menos empregos e mais pessoas no crime.

Assim, torna-se necessário que a empresa invista, também, na prevenção dessas situações com algumas medidas que podem ajudar de forma eficiente a evitar ou prevenir o roubo de cargas. A comunicação constante com o motorista é fundamental para que diante de uma situação de risco, ele possa ter auxilio de mais pessoas. Planejar as rotas com antecedência pode contribuir para que o motorista não dirija em locais desconhecidos, evitando trechos com alto índice de roubos e cumprindo viagens nos horários e locais combinados. Além disso, organizar e programar as paradas em locais conhecidos e movimentados, evitando o trafego noturno.

Geralmente o destino das mercadorias roubadas é o mercado informal. Visando um combate a prática deste crime, nosso Estado realizou a criação da Divisão de Furtos e Roubo de Cargas (DFRC) e a promulgação da Lei 17.405/2017 para cassar a inscrição estadual das empresas receptadoras de carga roubadas. O estado de Santa Catarina, ganha mais força na repressão contra este crime. Nos primeiros meses de atuação, já verificou-se uma facilidade de comunicação entre as empresas ou motoristas com a polícia de SC, para agilizar as ocorrências dos fatos.

Com isso, o que sobra para as transportadoras são contas cada vez mais altas, não sendo apenas financeiras, mas também, a responsabilidade por tentar resolver sozinha, um problema que é de toda a sociedade. Já para os clientes, além do frete mais caro, resta a incerteza da chegada de seus produtos ao destino.

REFERENCIAL TEÓRICO

1 – FETRANCESC – Federação das Empresa de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina.
Fonte 1: FETRANCESC, Fonte 2: NTC&Logística

Fonte 1: FETRANCESC, Fonte 2:Secretaria do Estado de Segurança Pública – dados até 03 de julho de 2017.

Santa Catarina registra Diário Catarinense. Disponível em: http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2017/07/santa-catarina-registra-129-roubosde-cargas-em-2017-9843377.html. Acesso em Fevereiro 2018.

Responsável: Jádina Fratoni Redivo / Paula B. Fragnani Gonçalves

Veneno, Produtos Perigosos e o Comportamento Humano

Em determinado momento necessitei realizar uma atividade da pósgraduação falando de transportes de produtos perigosos. De acordo com Paracelso, médico e físico do século XVI, a diferença entre o remédio e o veneno é a dose. Porém, para produtos perigosos esta relação é muito tênue, uma vez que dependendo do material qualquer, mesmo pequena que seja a contaminação poderá ser muito lesiva a quem entrar em contato, ou até, ao meio ambiente atingido.

Mas onde desejo chegar com o titulo deste artigo?

Assim nesta atividade pude tomar conhecimento através da televisão sobre atitudes de maus serem humanos, que por razões de favorecimento pessoal colocam a vida inclusive de terceiros em risco. Contarei em resumo o que foi visto nos dois jornais e depois esclareço. Em um houve um flagrante de um caminhão em Pelotas – RS que vinha carregado de gordura vegetal do Paraguay para uma fábrica de chocolate em SP. Até aqui nada estranho, porém o caminhão era um tanque que viajara carregado de combustível e voltaria com alimento! No segundo caso, vários flagrantes de caminhões no estado de Goiás transportando produtos perigosos em meio a alimentos. Ou seja, completamente incompatível.

As cenas vistas e noticiadas nos telejornais demonstram o profundo descaso com a saúde humana, ou mesmo a vida. Não faz muito tempo que houveram flagrantes no meu estado de Santa Catarina em que se adulterava o leite com formol. Em um alimento primário, usado principalmente na alimentação de bebês, sendo adicionado um produto cancerígeno altamente prejudicial à vida humana.

As fiscalizações devem acontecer de forma séria e criteriosa a fim de punir os descumpridores das leis. A ANTT deverá ser um agente fiscalizador para favorecer os bons empresários e outros profissionais envolvidos no setor de transportes, realmente assumindo mesmo o já desgastado papel de agência fiscalizadora setorial, mas, sobretudo deixar de ser vista como um inimigo até mesmo dos que se esmeram dia após dia a fazerem certo, e que, além disto, são os únicos punidos por um sistema medíocre e corrupto.

O povo brasileiro de uma vez por todas, necessita de educação, digo isto em todos os aspectos, não somente no que se refere à transporte de produtos perigosos incompatíveis com outras cargas ou acondicionadas em local inapropriado, e além disto, concordo com a entrevistada na época das noticias, Glória Benazzi, que relata que as punições devem ser desestimuladoras de maus comportamentos.

Novamente ressalto que a punição de maneira séria, não como as multas da ANTT de R$5 mil que não se sabe nem mesmo onde foi ou quem fiscalizou, mas em modus operandi realmente honesto e que possa contribuir com o processo evolutivo da sociedade civil organizada como um todo.

Finalmente saliento que o País precisa de regras ou mesmo leis que sejam simples, mas não sejam incompatíveis com a realidade ou mesmo desvirtuem valores de uma sociedade séria. Que sejam claras e que não possam ser interpretadas levianamente ou a favor de um interesse comum de determinado grupo ou pessoa. Que se conheça as consequências do não cumprimento das regras e por fim, que haja as sanções e punições de maneira a frear o mau ato e educar os que tomam conhecimento do fato.
Ao final posso dizer o quão pertinente é este assunto, haja vista que escrevo em abril de 2018 onde um ex-presidente tenha sido condenado e preso, que discordo sob este ponto de vista de Paracelso, que o veneno não está ligado a dose tão somente, mas ao comportamento humano. E acresceria a falta de antidoto para aniquilar o efeito devastador e letal do veneno, como um agravante temerário de qualquer doença tornar-se uma pandemia. Agora resta concluir que o antidoto é tão somente a punição severa e servirá de exemplo em todos os níveis sociais ou setores econômicos nos mais diversos aspectos.

Responsável: Fernando Rabello Natal

Microempresa Familiar

RESUMO

É importante as famílias empresárias conhecerem e compreenderem como nascem suas empresas e como funcionam suas dinâmicas, para enfrentar os vários desafios familiares e profissionais no decorrer de suas atividades. O objetivo geral é analisar o modelo de gestão de uma microempresa familiar. Tendo como objetivos específicos, descrever o relacionamento das pessoas que trabalham em uma empresa familiar, a estrutura de uma microempresa familiar e o processo de gestão.

Palavras-chave: Microempresa. Empresa Familiar. Relações Profissionais.


1 INTRODUÇÃO

É necessário ter sabedoria para levar adiante a empresa familiar, saber claramente separar família, propriedade e empresa, é necessário para superar as dificuldades naturais que sua dinâmica traz. É importante para as famílias empresárias compreender como nascem suas empresas. A partir da compreensão das suas origens pode-se entender melhor o significado da empresa para a família e transmitir às novas gerações a importância do legado que recebem. A microempresa familiar, ou pequena empresa, enfrenta vários desafios, entre eles, a profissionalização e o relacionamento entre os familiares. Ela é diferente em várias formas dos demais tipos de empresas, o relacionamento entre os membros da família numa empresa familiar, são mais delicados do que o relacionamento entre os empregados sem vínculos familiares entre si, visto que, o relacionamento familiar possui uma carga emocional que dificulta muito esse processo, devido a sua complexidade nessas relações é essencial compreender os papéis de cada indivíduo e os problemas de relacionamento, a pequena empresa exige uma gestão esclarecida.


Micro e Pequena Empresa

Pode-se dizer que empresa é uma organização de atividade econômica, genericamente empresa é uma pessoa ou um grupo de pessoas que buscam atingir um objetivo
comum. O Artigo 6º da Lei 4.137, de 10/09/1962, define empresa como toda organização de natureza civil ou mercantil destinada à exploração por pessoa física ou jurídica de qualquer atividade com fins lucrativos. Para HERMANN (2011) “uma empresa é considerada pequena não de acordo com o espaço físico que ocupa e sim pela sua capacidade em gerar riqueza”. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE (2005) aponta preocupação com a sobrevivência das empresas familiares. Essa mesma fonte revela que no Brasil existem cerca de 6 a 8 milhões de empresas de pequeno, médio e grande porte, sendo 90% empresas familiares, tendo grande responsabilidade no desenvolvimento econômico e geração de empregos diretos e indiretos.


Empresa Familiar

Uma empresa é reconhecia como empresa familiar quando dois ou mais membros de uma mesma família são proprietários, ou, operam em conjunto ou por sucessão. Mas para BERNHOEFT (1989, p. 36), “caracterizar a empresa familiar como sendo aquela que tem membros da família parece muito pouco para configurá-la”. Por isso ele afirma que: uma empresa familiar é aquela que tem sua origem e sua história vinculadas a uma família; ou ainda aquela que mantém membros da família na administração dos negócios. Existem autores que desconsideram a ideia de que só é empresa familiar àquela que passa por gerações de herdeiros, acreditam que o fato de investir o dinheiro da família em um negócio já caracteriza como empresa familiar, ele também propõe divisão de categorias. Enfim, para SANTOS (2004, p. 15) “a empresa familiar é caracterizada ainda pela sua hierarquia, planejamento, prioridade, bem como pelos perfis de personalidade de cada membro da família”. GERSICK (1997 apud TAVARES et al 2009 p. 4) apresentam outra forma de classificação, comentando que, depois da primeira geração, não há apenas nos proprietários, mas também na forma de propriedade, que passa a ser mais diluída. Os autores diferenciam as empresas familiares, segundo a estrutura de propriedade, em três tipos:

a) proprietário controlador: a propriedade é controlada por um dono;

b) Sociedade entre irmãos: o controle acionário pertence a um ou mais irmãos, geralmente ocorrendo na segunda geração familiar;

c) Consórcio de primos: controle da empresa exercido por primos de diferentes ramos da família, normalmente atingindo na terceira geração.


Este tipo de empresa carrega consigo características próprias que as diferencia dos demais tipos de empresas existentes.


Relações Profissionais e Afetivas na Empresa Familiar

Para administrar uma empresa familiar é necessário consenso dentro da família ao tomar decisões e ao passarem estas para o corpo de gestores, agindo desse jeito evita-se o choque envolvendo objetivos da família e da empresa, o que poderia levar ao fim desta organização. Para que a empresa possa ter vida longa, é necessário que se tenha ambiente organizado, com cargos bem definidos, com funções bem definidas, para os membros da família de forma bem clara. Por isso é importante realizar uma análise aprofundada do ambiente externo e interno, desenvolvendo um trabalho que posso unir todos os setores da empresa como um todo. Os relacionamentos entre membros da família numa empresa são mais delicados do que os relacionamentos entre empregados sem vínculos familiares entre si. Seus papéis variam dependendo da formação e experiência de cada um. Independentemente de como a empresa está organizada, ambos são partes integrante do negócio. Para crescerem, as empresas familiares devem reconhecer que a gestão profissional é necessária e que os interesses da família devem às vezes ser colocados em segundo plano. A saúde e a sobrevivência de uma empresa de família exigem que a devida atenção seja dada tanto aos interesses do negócio quanto aos interesses familiares, bem como ao equilíbrio adequado desses interesses. Do contrário, pelo menos no longo prazo, os resultados serão insatisfatórios para ambas as partes. Um tipo de empresa familiar comum é aquela em que o fundador planeja passá-la para o filho, o ingresso dos filhos na empresa representa um novo momento para as famílias. Em famílias com vários filhos, dois ou mais podem estar envolvidos no negócio da família, de acordo com o interesse de cada um. Mesmo aqueles que não fizerem parte da empresa, terão um certo interesse por causa da parcela de herança.


Conclusão

O presente artigo proporcionou um conhecimento mais aprofundado sobre micro e pequena empresa familiar, como se dá as relações profissionais, mostrou que mesmo sendo uma empresa familiar é necessário a profissionalização, organização, cargos e funções definidos.
O consenso dentro da família é fundamental na tomada de decisões e a forma de passarem estas para o corpo de gestores para não comprometer os objetivos e desempenho da empresa e a sua continuidade.

Referências

BERNHOEFT, Renato. Empresa Familiar: Sucessão profissionalizada ou sobrevivência comprometida. São Paulo, Nobel, 1989. p. 179;

HERMANN, Ingo Louis. Introdução à gestão de micro e pequenas empresas: livro didático / Ingo Louis Hermann, Thiago Coelho Soares; design instrucional Viviane Bastos; [assistente acadêmico Jaqueline Tartari]. – 1. ed., ver. e atual. – Palhoça: Unisul Virtual, 2011. 144p.: 28 cm;

LONGENECKER, Justin G. et al. Administração de pequenas empresas. Tradução da 13ª edição norte-americana. Oxbridge centro de idiomas. São Paulo: Cegage Learning, 2011;

SANTOS, Paulo Domingos Chaves dos. Cultura, poder e conflito nas organizações familiares. Campo Grande, MS: Ed. Uniderp, 2004. p. 63;

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – SEBRAE. Pequenas Empresas Grandes Negócios: MPE’S. Disponível em: <http://www.sebrae-sc.com.br/newart/default.asp?materia=15710>. Acesso em: 11 out. 2013;

Responsável: Kate Machado Mendes / Paula Burato Fragnani