Desafios Na Gestão de Pessoas

Quando falamos em transporte, normalmente vem à nossa cabeça os veículos e ferramentas utilizadas na operação. Qual o melhor caminhão, a melhor carreta, combustível, sistemas de software para controle das despesas e abastecimentos, qual o melhor sistema de rastreamento, dentre tantas ferramentas que precisamos ter para oferecer um serviço de qualidade para nossos clientes e ter rentabilidade. Mas, muitas vezes, o maior desafio é a gestão da nossa equipe – em especial, nossos motoristas, que conduzem um capital valiosíssimo, a mercadoria do cliente e será a imagem da empresa perante ao cliente, já que muitas vezes fretes são fechados sem um encontro presencial entre o comprador e o vendedor.

Especialmente em rotas longas, os motoristas chegam a ficar 2 meses longe de casa e da família. E o que podemos fazer para amenizar e gerir as crises que podem acontecer durante o percurso? Muitas vezes, na rotina do dia-a-dia e na automação dos processos, nos esquecemos que não lidamos apenas com máquinas (veículos), mas também com os condutores que, além de serem peças-chaves para o funcionamento do TRC, são pessoas com famílias, problemas e sentimentos reais que devem sempre ser levados em consideração.

Apesar de contarmos com gestores preparados para lidar com situações adversas, ouvir os colaboradores, lidar com crises – inclusive familiares – para que os motoristas possam trabalhar tranquilos, sabendo que há uma rede de proteção para eles e seus entes queridos, é necessário treinar toda a equipe para que as cobranças e exigências sejam feitas dentro do limite humano, respeitando as limitações, frustrações e peculiaridades que existem no percurso do funcionário motorista, levando sempre em consideração que cada ser humano é único e não existe fórmula mágica para a gestão de pessoas. O caminho sempre será a compreensão e o respeito, com uma definição clara dos deveres e direitos de cada um para que não se confundam tais pontualidades com a mera falta de compromisso com o trabalho e a empresa.

Responsável: Bruna Elisa Costa

Mulheres No TRC

Muito se fala sobre a participação cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, seja em funções operacionais, administrativas, executivas e também como empresárias, e o quanto a conquista desse espaço tem custado às mulheres, pois além do baixo reconhecimento (as pesquisas salarias estão aí para comprovar) após a jornada de trabalho ao chegar em casa as mulheres precisam dar continuidade às suas rotinas domésticas: atenção aos filhos (banho, comida, saúde, tarefas escolares), ao companheiro, a si própria (saúde e beleza) e muitas ainda tem que realizar boa parte das tarefas domésticas.

E a vida de uma mulher empresária do segmento de transporte não tem nada de diferente, e diria até que é bastante dura. Nosso segmento trabalha com margens extremamente apertadas e, por isso, todos os recursos da empresa precisam ser otimizados; a logística operacional (coleta, viagens, entrega) impõe uma carga de trabalho e responsabilidade onde raramente conseguimos sair da empresa às 18:00, e desligar o celular é inconcebível. E após o trabalho também temos todas aquelas rotinas domésticas que já comentei (sim, também fazemos tudo isso em casa). Lembro que a licença maternidade dos meus dois filhos foi conciliando extratos, emitindo cheques enquanto balançava o berço com uma das pernas.

Com relação à participação da mulher no nosso segmento eu percebo que ainda é muito modesta, com um crescimento lento motivado muito mais pelo processo sucessório do que pela iniciativa feminina de constituir uma empresa de transporte. Ao menos isso é o que eu percebo nas reuniões empresariais de que participo. Ou seja, o transporte ainda é um segmento predominantemente masculino.

Mas, como em qualquer período da história as mulheres sempre tiveram que lidar com várias atribuições, baixo reconhecimento e realizar múltiplas tarefas diariamente não adianta ficar de “mimimi”. Vamos fazer o que tem que ser feito e lutar para que outras colegas da nossa ou da próxima geração tenham uma vida menos árdua.

Vejo que temos muito a contribuir nesse segmento, pois além da predisposição natural para realizar processos de forma organizada, a mulher consegue realizar uma gestão mais humanizada, sem perder de vista o foco no resultado.

Sucesso, mulheres!

Responsável: Mariluce Gobbi

Mobilidade Urbana Na Grande São Paulo

A região metropolitana de São Paulo (RMSP) também conhecida como grande São Paulo é a maior região metropolitana do Brasil, só nessa região temos 21,5 milhões de habitantes e é uma das regiões mais populosas do mundo, com uma área de 7.946 quilômetros quadrados composta por 38 municípios, mais a capital totalizando 39 municípios, esses que foram crescendo desordenadamente e se interligando uma na outra, perdendo seus limites físicos e formando uma única mancha urbana.

Diante dessa gigante região, com todo esse tamanho e população, com trânsito caótico várias medidas foram tomadas para que o transito pudesse fluir com mais facilidade, segundo a revista EXAME o tempo médio gasto no transito por dia para realizar os deslocamentos chega a 2h58 para o paulistano, totalizando um mês e meio por ano preso nos congestionamentos, e com isso essas pessoas não querem ver caminhões grandes ou carretas atrapalhando o trânsito, mas ao mesmo tempo precisa receber e expedir as suas mercadorias, abastecer os supermercados, a SEASA, Hospitais e tudo que precisa para a sobrevivência.

Fazendo entregas na grande São Paulo dos anos 2.000 a 2010, com um caminhão truck de 14 metros de comprimento de para-choque a para-choque, na região central, de favelas da zona sul, e áreas de morros e fios baixos, pude acompanhar na prática tamanha dificuldade que é de vim da região Sul do país e fazer entregas itinerantes por esses 39 municípios, e fui sentindo as dificuldades das implantações de rodízio, proibições de caminhões com a criação da zona máxima de restrições e isso tudo foi dificultando para as empresas e caminhoneiros, mas entendi que seria necessário pois se não tivesse algo desse tipo travaria a cidade.

Mas também foram surgindo grandes obras que vieram para contribuir muito, e uma delas é o Rodoanel Mario Covas, que iniciou as obras em 1998 e inaugurou o primeiro trecho em 2002, mas até hoje não foi todo concluído faltando o trecho norte para finalmente interligar todas as rodovias como Anhanguera, Bandeirantes, Castelo Branco, Raposo Tavares, Régis Bitencourt, Imigrantes, Anchieta, Airton Senna e Fernão Dias. Um sonho de todos porquê quando finalizar, caminhões grandes como truck, carreta e bitrem que utilizam as marginais para poder acessar as outras rodovias que cortam o Brasil de Norte a Sul, não precisam mais entrar na cidade de São Paulo e isso desafoga o transito, mas somente isso não é a solução, temos a área central de São Paulo com muitos comércios, exemplo é a região da 25 de março e que precisa ser abastecida, e uma lei proibia a entrada de caminhões menores permitindo somente utilitários e Vans.

Mas as instituições como SETCESP (Sindicato das empresas de transportes de cargas de São Paulo e Região) e a NTC & Logística (Associação Nacional de Transportes de cargas e Logística) sempre trabalharam muito em busca de uma solução e sempre defenderam a criação do caminhão VUC – Veiculo Urbano de Carga, que foi desenvolvido especialmente para atender as grandes regiões comerciais e demográficas devido as suas dimensões reduzidas, onde facilita a manobra e estacionamentos em vias estreitas e que levaria 5 vezes a capacidade de carga de um utilitário, e não tem o dobro do tamanho do utilitário, ou seja um ganho enorme na economia e também para o meio ambiente, uma vez que você precisaria de 5 motoristas e teria 5 motores poluindo.

Outras duas grandes conquistas das entidades foi a inclusão do VUC, nas exceções do rodízio municipal que limitam a circulação de veículos de acordo com o final da placa, liberando esse veículo para rodar o dia todo, representando uma economia de horas extras e adicionais noturnos para empresas de transportes de cargas nas folhas de pagamentos dos motoristas, e a outra grande conquista foi o aumento do comprimento do VUC que antes era de 6,30 metros para 7,30 metros aumentando a capacidade de carga, hoje como transportador meu ponto de vista é que essa segunda conquista foi importante mas poderia ter sido melhor, e as entidades e todos nós devemos lutar para que aumente mais alguns centímetros e a carroçaria do VUC passe a ter 6 metros de comprimento, uma vez que a maioria dos materiais em perfil ou barras como; AÇO, ALUMÍNIO, MADEIRAS,TUBOS, PVC entre outros são produzidos sempre com 6 metros de comprimentos como padrão da indústria, isso faz com que as transportadoras não consiga entregar seu material nas áreas restritas com o VUC, ou tendo que adaptar os caminhões e colocando essas barras por cima da cabine , diminuindo a capacidade de cubagem e a segurança desse veículo uma vez que o centro de gravidade sobe e facilita um tombamento, e isso obriga as transportadoras enviar esses produtos em caminhões tocos, que são proibidos de rodar nessa região em horários alternativos a noite ou em fins de semana, isso aumenta muito o custo da operação e causando um prejuízo enorme ao consumidor final.

Portanto acredito muito nas entidades e na força do setor para continuarmos buscando soluções em conjunto, para que todos ganham na economia, meio ambiente, com uma mobilidade urbana sustentável para não prejudicar o desenvolvimento e ao mesmo tempo estar em harmonia com pedestres, carros, caminhões sem comprometer o abastecimento.

Referências bibliográficas:

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/transportes/noticias/?p=216134

http://www.guiadotrc.com.br/noticias/noticiaID.asp?id=35091

Responsável: Geovani Serafim

Por Que Temos Pedágios Caros No Brasil

Apesar de acharmos um absurdo o preço do pedágio no Brasil, ainda temos o valor do nosso pedágio abaixo da nossa média mundial, pagamos uma média de R$ 8,77 a cada 100 km rodados enquanto a média mundial é de R$ 9,35, isso deve-se ao fato de que temos uma moeda desvalorizada, ou seja, ganhamos menos, recebemos menos pelos nossos fretes também. Outro motivo que faz com que o valor do nosso pedágio seja mais baixo que a média mundial é o fato de que no Brasil as concessionárias recebem a rodovia pronta, enquanto no exterior o vencedor da licitação tem que fazer investimentos pesados na construção da via.

Apesar de termos um pedágio com o valor abaixo da média mundial, para nós brasileiros ainda é um valor alto comparado com a nossa renda, mas por que isso acontece? Segundo o ranking das dez estradas com pedágios mais caros do Brasil, nove foram concedidas a iniciativa privada há mais de dez anos, sendo as mais caras as rodovias em que foram concedidas nos anos 90, numa época em que o país vivia outra realidade econômica com taxa básica de juros e risco país bem mais alto, os investidores tinham que cobrar um prêmio maior para assumir o risco, os modelos de contratos eram “mal feitos” as concessionárias tinham que pagar pro governo pra assumir a concessão da rodovia, aonde todo esse custo é cobrado até hoje no valor do pedágio, sem contar que os índices de reajustes estabelecidos em contratos eram índices muito mais altos que o principal indicador de inflação ao consumidor fazendo com que ao longo dos anos o pedágio se tornasse caros.

Hoje temos atualmente o pedágio mais caro do Brasil nas rodovias Imigrantes e Anchieta, cobrando em média de R$ 33,11 a cada 100 KM, parte do alto custo se deve ao contrato em que obrigou a concessionária a fazer pesados investimentos como sua duplicação nos anos 2000, investimentos esses bem pesados devido a topografia da região, mas que por outro lado entregou uma maravilha da engenharia.

Agora nos resta saber se nessas rodovias com contratos mais antigos que tem os pedágios mais caros do Brasil quando vencerem seus contratos, as novas concessionárias manterão seus valores nas alturas ou aplicarão preços mais acessíveis como vemos atualmente nas rodovias privatizadas nos últimos 10 anos?

Responsável: Paulo Afonso Espíndola Junior

Mulheres No Setor Da Logística

 Foi-se o tempo em que as profissões eram exclusivamente masculinas ou femininas. Hoje, com a crescente inserção da mulher no mercado de trabalho, elas estão buscando espaço e igualdade nos mais variados segmentos. Na logística, não é diferente.

Em uma relação de custo e produtividade as mulheres realmente fazem a diferença, na medida em que elas conseguem desenvolver, com eficiência e eficácia, atividades que exigem mais atenção e delicadeza, características que elas exibem bem mais do que os homens. Essa eficiência das mulheres resulta em diminuição de custos e maior produtividade do setor, porque com elas não há praticamente retrabalho, fato que possibilita ter equipes 30% mais produtivas, em geral. Isso é bom para a empresa e bom para o cliente final.

As mulheres também são representativas em cargos de gestão, nos quais atuam como gerentes, coordenadores e supervisoras. Percebe-se, de um modo geral, que as mulheres, aos poucos, estão conquistando cada vez mais mercado e desempenhando atividades, que antes eram desempenhadas exclusivamente pelos homens, inclusive na logística.

Responsável: Fabiane Holtz de Souza

Lei da 13.103/2015, Conquista Para Uns, E Absurdo Para Outros

O inciso XIII do artigo 5º da constituição federal, garante aos cidadãos brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil a liberdade de escolha e execução de qualquer trabalho, oficio ou profissão de acordo com interesse e vocação de cada pessoa. Dessa forma , se tal trabalho puder ser exercido por esforço próprio e de acordo com as leis, o estado não pode proibir ou constranger a escolha do indivíduo.

Motoristas de caminhões sempre se sentiram descriminados, desprotegidos e muitas vezes explorados em sua função, dirigindo cansado com sono por 24 horas e muitos casos, dias seguidos, sobe efeitos de drogas ou anfetaminas, sobe pressão de cargas críticas ou perecíveis com horário apertados, que saem do nordeste do país em direção ao sul e sudeste e vice e versa, rodando mais de 3.000 km sem descanso, não podemos generalizar, pois temos muitas empresas que sempre olharam pelo bem estar e segurança de seus motoristas, mas na grande maioria das empresas só querem faturamento custe o que custar, motoristas comissionados até gostam de rodar mais, quanto mais roda, maior é o seu salário.

Mas é aí que mora o perigo, em busca de ganhar mais, tanto funcionários como motoristas autônomos colocam não só a sua vida em risco, mas também a vida de terceiros, pessoas e famílias que trafegam pelas estradas e cidades brasileiras, nos últimos anos com os vídeos circulando mais fáceis pelas redes sociais, motoristas alucinados provocaram acidentes gravíssimos ou quase acidente quando foram denunciados e interceptados a tempo.

Para regular e valorizar esse profissional do volante, surge em 2012 a Lei 12.619/2012 que em 2015 teve alterações em alguns artigos pela LEI 13.103/2015, A jornada diária será de 8 horas, admitindo-se a prorrogação por até 2 horas extraordinárias ou, se previsto em convenção ou acordo coletivo, por até 4 horas extraordinárias. Será considerado trabalho efetivo o tempo em que o motorista estiver à disposição do empregador, excluídos os intervalos para refeição, repouso e descanso e o tempo de espera. O motorista tem direito a intervalo mínimo de 1 hora para refeição, e esse período pode coincidir com o tempo de parada obrigatória.

De acordo coma lei, o motorista não tem horário fixo de início, fim ou intervalos desde que não comprometa a segurança rodoviária, e não pode rodar mais do que 5 horas e meias ininterruptas e dentro do período de 24 horas tem o direito de descanso de 11 horas, é aí que a lei bate de frente com transportadores, embarcadores e os próprios motoristas, ninguém quer descansar por 11 horas em um pátio de posto onde não tem as mínimas condições de higiene necessárias, a lei diz em áreas de descanso, mas a malha rodoviária brasileira está precária e a grande maioria das rodovias privatizadas, não oferecem áreas de descanso com pátios iluminados, chuveiro, segurança, restaurante e tudo que o motorista precisa para descansar com segurança.

Sou totalmente a favor da Lei 13.103, acredito que seja uma grande conquista da categoria, a conhecida Lei dos motoristas, para o bem e segurança de todos, mas precisamos de muitas alterações, e que os motoristas e transportadores sejam ouvidos, vários pontos dessa lei não faz sentido, o estado cobra, não oferece a estrutura e transfere toda a responsabilidade para o transportador, com margens para erros, juízes estão jugando e dando ganhos de causas de indenizações absurdas com valores que não condiz com a nossa realidade, e enquanto isso nós transportadores trabalhamos com uma insegurança jurídica e nos resta rezar, e apostar nas entidades que vem batalhando para alterar alguns pontos, para que a Lei seja justa para ambas as partes.

Referências bibliográficas

http://www.guiadotrc.com.br/leidomotorista/

http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=03/03/2015&jornal=1&pagina=1&totalArquivos=140

https://www.appelsoft.com.br/blog/lei-do-motorista-fique-por-dentro-do-que-mudou-na-jornada-de-trabalho-de-motoristas/

Responsável: Geovani Serafim