Novo terminal em Santos prevê espaço exclusivo para caminhões; veja como será

Novo terminal em Santos prevê espaço exclusivo para caminhões; veja como será

Leilão do Tecon Santos 10 está previsto para ocorrer em dezembro

O incremento da capacidade do Porto de Santos com o Terminal de Contêineres (Tecon) Santos 10, no cais do Saboó (STS10), faz com que a existência de um pátio regulador de caminhões seja fundamental para disciplinar a entrada da carga. A obrigação de construir o espaço exclusivo caberá ao futuro arrendatário, mas o ativo ficará como patrimônio público ao fim do contrato, segundo o edital do leilão, ainda em análise do Tribunal de Contas da União (TCU). O certame está previsto para dezembro deste ano.

No item B do tópico que faz referência ao investimento para desenvolvimento do terminal na minuta do edital, pede-se “recepção e expedição rodoviária compatíveis com a capacidade total projetada, contendo gates automatizados, área de buffer (zona de espera temporária) e sistema de agendamento dimensionado e operado de modo a garantir bom nível de serviço, sendo primordial que as filas de caminhões não alcancem e afetem as vias externas de acesso ao Porto”. Na sequência, vem a citação à aquisição de área e implantação de pátio regulador de tráfego, “de, no mínimo, 87.798 metros quadrados (m²), localizada em uma distância máxima de 50 quilômetros em relação ao terminal”.

O diretor técnico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Eduardo Heron, entende como necessárias diversas ações para tentar aliviar o trânsito santista e evitar congestionamentos, considerando que circulam diariamente, em Santos, cerca de 15 mil a 20 mil caminhões e que o fluxo das cargas tende a aumentar em razão do Tecon Santos 10.

“Cito, por exemplo, a diversificação de modais, a obra de um segundo acesso ao Porto e a terceira via de descida à cidade portuária, além da implementação de novo e amplo pátio de caminhoneiros, na expectativa de que tais conjuntos de iniciativas permitam o giro mais rápido da carga no município e mitiguem os riscos de gargalos no transporte rodoviário”, afirma.

A preocupação é justificada. O Tecon Santos 10 será o maior terminal de contêineres do Brasil. Ele ocupará 621,9 mil m², com capacidade para 3,25 milhões de TEU (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) ao ano, além de 91 mil toneladas de carga geral.

O prazo do contrato será de 25 anos, com início da vigência previsto para 2026 e término em 2050. No entanto, ele poderá ser prorrogado. Soma-se a isso o processo de transferência do Terminal de Passageiros da atual área, na região de Outeirinhos, para o Valongo, próximo ao Centro Histórico de Santos.

Projeto antigo

No entanto, o futuro arrendatário pode não ter essa obrigação de providenciar o pátio. Em audiência pública sobre o terminal, o presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, lembrou às demais autoridades envolvidas que já havia iniciativa em andamento, por parte da APS, envolvendo espaço com essa finalidade e solicitou adequação deste item no edital. Ainda não há decisão sobre essa responsabilidade.

“Quando esse projeto começou a ser debatido há mais de uma década, uma das preocupações, tanto da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) quanto da Secretaria de Portos da época, era justamente implementar um pátio com acesso. Mas, no decorrer dos anos, esse projeto, obviamente, sofreu atualizações, sendo que uma delas em 2021 e outra, agora, em 2024. Eles não receberam as informações do nosso projeto do plano de investimentos do Porto de Santos. Fui nessa audiência pública e disse que o Porto já tinha previsto a implementação desse pátio, não havendo a necessidade de se impor esta exigência ao vencedor do leilão”, recorda.

A área, segundo Pomini, fica perto da BTP (Brasil Terminal Portuário) e tem 233 mil m². “Será implementado um condomínio logístico, inclusive com a possibilidade de edifício-garagem, como já fizeram outros portos do mundo, para atender aos caminhões de carga do Tecon Santos 10 e aos veículos leves dos usuários do Terminal de Passageiros. Com isso, a gente desafoga e atende a esses dois equipamentos que serão implementados nos próximos três, quatro anos, em uma área que hoje está vazia”, afirma.

APS projeta mais três estacionamentos

Além desse pátio regulador para caminhões de olho no Tecon Santos 10, há outros três em projeto, localizados em diferentes cidades da Baixada Santista, segundo o presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini.

“No máximo em três, quatro anos, a gente tem esses pátios funcionando, dentro de um cronograma que dialogue com o projeto de expansão como um todo”, projeta.

Um é na Ilha do Tatu, em Cubatão, perto do viaduto estaiado Mário Covas. “Já tem contrato assinado. A empresa, inclusive, está providenciando a licença ambiental junto à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb)”, revela Pomini.

Outro será no Conceiçãozinha, em Guarujá. “Estamos levando em consideração o túnel. Hoje, nós recebemos 5 mil caminhões naquela região. Com o túnel, da noite para o dia, há um cronograma dizendo que podemos receber 20 mil caminhões. Por isso, nós precisamos de um pátio regulador naquela região, em área atrás do Conceiçãozinha”, estima.

Pomini prevê o quarto da série em São Vicente. “O local depende da definição e da inclusão dessas áreas pelo Ministério de Portos e Aeroportos na nova Poligonal do Porto, além de depender de uma conversa com a Prefeitura e também com os operadores locais”, afirma.

Local deve ser compartilhado, diz consultor

O consultor portuário Ivam Jardim julga como correta e importante a ideia do pátio regulador, mas considera mal estruturada a forma como foi prevista no edital. “Um pátio exclusivo para o Tecon Santos 10 não resolve o problema — pelo contrário, pode agravá-lo”, afirma.

O motivo, lembra Jardim, é que a lógica de circulação de caminhões no Porto de Santos é integrada. “Imagine um caminhão que tenha que primeiramente operar algum serviço em um terminal retroportuário no Chico de Paula antes de ir ao Tecon Santos 10: ele teria que, do Chico de Paula, já em Santos, se deslocar até o pátio regulador, por exemplo, em Cubatão, para depois retornar em direção ao Tecon Santos 10. Estaríamos apenas aumentando o fluxo desnecessário de caminhões, criando mais tráfego e custos adicionais”, argumenta.

Por essa razão, o consultor crê que o pátio regulador só faz sentido se for compartilhado entre todos os terminais da Margem Direita e localizado estrategicamente próximo ao Tecon Santos 10, em um raio de poucos quilômetros. “A área mais adequada é justamente a já identificada em frente à BTP, antes do pátio ferroviário, onde a própria Autoridade Portuária já planeja um pátio conjunto”, endossa.

Diante disso, Jardim sugere que essa obrigação deva ser retirada do edital do Tecon Santos 10 e assumida pela Autoridade Portuária de Santos, de forma a estruturar um pátio único, capaz de atender toda a Margem Direita do Porto. “Assim, o fluxo de caminhões seria organizado de forma eficiente, evitando deslocamentos redundantes e melhorando a mobilidade urbana”, projeta.

Sindicatos

A necessidade de pátios reguladores de caminhões, em especial o que virá com o Tecon Santos 10, é endossada pelos dirigentes de entidades ligadas ao transporte de carga na região. A presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), Rose Fassina, considera imprescindível a existência do local. “O pátio é importante para organizar o caos que a desorganização causa pela falta de espaço para os caminhões estacionarem. Esta é uma demanda antiga do setor, que, inclusive, já fez várias solicitações a respeito. Os pátios reguladores não estão atendendo à demanda do nosso Porto”, afirma. O presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), Luciano Santos de Carvalho, espera com ansiedade a abertura do espaço. “Acho muito importante ter esse pátio regulador para não travar o que já é travado, para não piorar o que já é ruim para a gente. O ideal seria que todos realmente tivessem a obrigação de ter um pátio regulador para receber os caminhões que vão automaticamente descarregar e carregar nos seus terminais”, analisa o sindicalista.

“Papel do Ministério dos Transportes é prover infraestrutura para que a economia brasileira possa crescer mais rápido”, diz Renan Filho

“Papel do Ministério dos Transportes é prover infraestrutura para que a economia brasileira possa crescer mais rápido”, diz Renan Filho

Mola propulsora fundamental para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil, a infraestrutura de transportes vive seu maior ciclo de investimentos. Somente o modal rodoviário recebeu, nos últimos dois anos e oito meses, R$ 176 bilhões da iniciativa privada, em 16 leilões realizados.

A previsão é que, nesse ritmo de crescimento, o investimento privado no setor atinja a marca anual de R$ 45 bilhões em 2030.

“Isso, isoladamente, deve gerar um crescimento anual de 0,3% do PIB brasileiro. A previsão de investimentos privados para sete anos é de R$ 218 bilhões, de 2023 até 2029, enquanto o valor executado nos últimos 27 anos foi de R$ 129 bilhões, de 1995 até 2022”, afirmou o ministro dos Transportes, Renan Filho, durante audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (20).

Renan Filho participou da Comissão de Viação e Transportes da Casa Legislativa, onde apresentou as prioridades da pasta para 2025.

“Participar desta Comissão enriquece o trabalho do Ministério dos Transportes, é uma oportunidade de prestação de contas das nossas ações”, completou Renan Filho.

Entre as preocupações com os milhões de cidadãos que percorrem as estradas do país, o ministro dos Transportes detalhou o projeto que busca democratizar e tornar mais acessível o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

“O Brasil tem uma das carteiras de habilitação mais caras do mundo. Isso resulta em cerca de 20 milhões de brasileiros dirigindo de maneira ilegal no país. O que estamos propondo é baratear esse custo, à luz da experiência internacional”, explicou o ministro.

A iniciativa busca desburocratizar o processo e desobrigar um número mínimo de aulas práticas, entre outros pontos. As provas — teórica e prática — seguem como são hoje, aplicadas pelos Detrans. O objetivo é aumentar a segurança viária — com pessoas preparadas, dirigindo dentro da lei —, e diminuir os excluídos do volante.

“Imagine o trabalhador, a dona de casa, a diarista, como ela vai arrumar tempo para fazer 40 horas de aula e, além disso, 20 horas de direção?”, questionou Renan Filho.

Compromisso e fiscalização

Outro ponto levantado na audiência foi a dedicação da pasta em relação à fiscalização dos contratos firmados com a iniciativa privada. Renan Filho citou a decisão sobre a concessão da EcoSul, no Rio Grande do Sul, e esclareceu que não haverá renovação do contrato que termina em março de 2026.

O modelo inicialmente firmado pelo Estado, e posteriormente assumido pela União, está desatualizado, o que evidencia os problemas da empresa em administrar a BR-116/RS e a BR-392, que enfrentam obras paralisadas.

“O contrato será finalizado no prazo e nós faremos uma nova concessão, que permita melhores preços e mais investimentos para o estado. Não vamos prorrogar, porque o povo gaúcho sofreu muito e não vai sofrer mais”, detalhou o ministro dos Transportes.

Escoamento do agronegócio

Destaque global como líder na produção e comércio de diversos produtos do agronegócio, o Brasil é, atualmente, o maior produtor e exportador de soja, responsável por 40% da cadeia mundial. O país ocupa ainda as primeiras posições em café, suco de laranja, açúcar, carne bovina e frango. O ministro dos Transportes ressaltou os esforços para aprimorar a capacidade das rodovias e ferrovias que são utilizadas para o transporte dos insumos.

“Nosso desafio é acompanhar o crescimento da safra brasileira. Somente este ano, a safra tem uma previsão de 345 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 16% em relação à anterior”, observou Renan Filho. “Uma das tendências é que o Arco Norte continue ampliando sua participação, que passou de 26% na exportação nacional em 2017 para 38% em 2024.”

Qualidade das rodovias

Nos dois anos e oito meses à frente da pasta dos Transportes, o ministro Renan Filho atuou para reverter o sucateamento e a negligência nas rodovias brasileiras causados pela gestão anterior.

“Do final de 2022 para o final de 2023, a malha considerada boa subiu de 52% para 75%. Já as estradas consideradas ruins e péssimas caíram de 23% para 7%. Os parlamentares aqui presentes podem perceber isso ao trafegar pelas rodovias dos seus estados”, disse.

Investimento recorde

No ano passado, o Brasil alcançou um recorde de R$ 259 bilhões em investimentos em infraestrutura de transportes, superando o marco anterior de 2014, que, ajustado pela inflação, totalizava R$ 239 bilhões. Desse total, R$197 bilhões correspondem a investimentos privados, enquanto R$ 62 bilhões são investimentos públicos.

“Desses R$ 62 bilhões de recursos públicos nacionais, o Ministério dos Transportes é responsável por R$ 15 bilhões. Dos R$ 197 bilhões de investimentos privados, o ministério também pilota a maior parte, com uma pequena divisão com os setores de energia e óleo e gás, devido à capacidade de investimento da Petrobras”, contou Renan Filho.

Entre as metas a serem atingidas, o ministro destacou o objetivo de alcançar o investimento privado em R$ 45 bilhões por ano até 2030.

Reconstrução gaúcha

Após a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul em 2024, o Ministério dos Transportes se empenhou em devolver, com agilidade, os principais caminhos aos gaúchos.

Ao todo, foram destinados quase R$ 3 bilhões para a reconstrução de rodovias e pontes, além do trabalho de 1,2 mil profissionais do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

“O PIB brasileiro cresceu 3,4% em 2024 e, com o fortalecimento dos investimentos, as ações de recuperação e os recursos destinados à região, o PIB do Rio Grande do Sul, pela primeira vez na década, cresceu mais do que a média nacional, ficando em 4,9%. Nos últimos três anos, foi a primeira vez que o crescimento do estado superou a média nacional”, afirmou Renan Filho.

Fim da espera

Investimentos robustos permitem a finalização de grandes obras, como o Contorno do Mestre Álvaro, na BR-101, no Espírito Santo. A população da Grande Vitória aguardava a entrega havia décadas.

“Na região de Serra, todo o tráfego da BR-101 era por dentro e, em períodos de pico no trânsito, o motorista leva duas horas para dirigir diariamente. Agora desafogou bastante”, celebrou o ministro dos Transportes.

Já no modal ferroviário, o destaque é a retomada dos serviços na Transnordestina, que ficaram quatro anos parados. “Essa é a maior obra de infraestrutura do Nordeste, são R$ 12 bilhões de investimento para que o projeto esteja andando a pleno vapor. Há 4 mil homens trabalhando para construir a maior ferrovia que vai ligar o Piauí ao Ceará e a Pernambuco, conectando três portos importantes”, disse.

O que vem por aí

Uma das prioridades da pasta para o próximo semestre é a conclusão de importantes obras que o governo passado deixou inacabadas. Uma delas é a ponte de Xambioá, sobre o Rio Xingu, no Pará.

“Todas as providências foram tomadas, e essa ponte será entregue agora, no segundo semestre deste ano. A ligação entre o agro do Maranhão com o agro do Piauí também está em pauta, com a construção das pontes nas cidades de Tasso Fragoso e Ribeiro Gonçalves”, finalizou Renan Filho.

ANTT propõe criação do Selo ESG Cargas para reconhecer transportadores responsáveis

ANTT propõe criação do Selo ESG Cargas para reconhecer transportadores responsáveis

Contribuições ainda podem ser feitas até o dia 6/9, por meio do Sistema ParticipANTT

Uma nova etapa para o transporte rodoviário de cargas no Brasil começa a ganhar forma. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) colocou em debate público a proposta de criação do Selo ESG Cargas, um instrumento de reconhecimento aos transportadores que adotam práticas sustentáveis, sociais e de governança no dia a dia da atividade. A iniciativa começou a ser discutida nesta quinta-feira (21/8) em sessão híbrida da Audiência Pública nº 005/2025, na sede da Agência, em Brasília. O evento também foi transmitido, ao vivo, no Canal da ANTT no Youtube.

O selo será concedido, de forma voluntária, a transportadores devidamente registrados no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC), que comprovem aderência a critérios ambientais, sociais e de governança. A medida busca valorizar quem movimenta o Brasil com responsabilidade, promovendo segurança viária, redução de emissões de gases de efeito estufa, proteção da biodiversidade, dignidade no trabalho e incentivo à diversidade e inclusão no setor.

Além do selo integral – voltado a quem cumprir simultaneamente os três pilares ESG –, também estão previstos selos parciais, como “Selo Cargas Ambiental” ou “Selo Cargas Governança e Social”, válidos em todo o território nacional. O diferencial não é financeiro, mas reputacional: trata-se de um selo de credibilidade e confiança, que poderá ser usado pelos transportadores em materiais institucionais e comerciais, reforçando sua imagem no mercado.

Para garantir transparência, a avaliação será feita com base em dados oficiais, como registros de operações de transporte (CIOT e MDF-e), idade da frota e certificações reconhecidas, como o Programa MelhorAR, do Ministério dos Transportes. Estar em conformidade é essencial: empresas com irregularidades no RNTRC ou condenações relacionadas a trabalho infantil ou análogo à escravidão não poderão participar.

“O Selo ESG Cargas é um incentivo positivo que coloca o Brasil em sintonia com as melhores práticas internacionais de sustentabilidade. É um reconhecimento público a quem escolhe inovar, reduzir impactos e fortalecer a responsabilidade social no transporte rodoviário de cargas”, afirmou o superintendente de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas (SUROC/ANTT), José Aires Amaral Filho.

A proposta faz parte da Agenda Regulatória 2025-2026 da ANTT, no eixo de transporte rodoviário e multimodal de cargas, e se baseia no conceito de regulação responsiva – que busca não se resumir apenas ao aspecto punitivo, mas sim estimular o setor a alcançar padrões cada vez mais elevados.

A sociedade poderá enviar contribuições até 6 de setembro pelo Sistema ParticipANTT e participar ativamente da construção dessa política inovadora. Para a Agência, ouvir transportadores, especialistas e representantes da sociedade é parte essencial de um processo moderno, transparente e colaborativo.

Com o Selo ESG Cargas, a ANTT reforça o compromisso de aliar eficiência econômica com responsabilidade ambiental e social, preparando o transporte brasileiro para os desafios da mobilidade e da sustentabilidade no século XXI.

Segunda edição do CONET&Intersindical 2025 destaca integração nacional do TRC em Bento Gonçalves

Segunda edição do CONET&Intersindical 2025 destaca integração nacional do TRC em Bento Gonçalves

A NTC&Logística realizou ontem (21), no Dall’Onder Grande Hotel, em Bento Gonçalves (RS), o primeiro dia de atividades da segunda edição de 2025 do Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado – CONET. O evento, que tem a Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (FETRANSUL) como entidade anfitriã e o apoio dos Sindicatos filiados à federação, reuniu especialistas e lideranças para análise e debate das tendências econômicas, custos, tarifas e desafios do Transporte Rodoviário de Cargas em âmbito nacional.

Após a apresentação do Grupo The Allpagartas, que entoou o Hino Nacional e o Hino do Rio Grande do Sul, teve início a solenidade oficial de abertura do CONET&Intersindical. A mesa de autoridades foi formada por Eduardo Rebuzzi, presidente da NTC&Logística; Francisco Cardoso, presidente da FETRANSUL; André de Simone, coordenador nacional da COMJOVEM; Diogo Siqueira, prefeito de Bento Gonçalves; Gilmar Sossella, secretário estadual de Trabalho e Desenvolvimento Profissional do Rio Grande do Sul; Juarez José Piva, secretário de Desenvolvimento Econômico de Bento Gonçalves, e Felipe Camozzato, deputado estadual, representando também a Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul (ALRS).

Grupo The Allpagartas

O presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, abriu oficialmente a quarta edição do CONET&Intersindical de sua gestão, ressaltando a força econômica e a exemplar atuação das empresas do setor na região Sul. “É com grande alegria que realizamos esta edição do CONET&Intersindical em Bento Gonçalves, cidade marcada pela pujança de sua gente e pela exemplar atuação das empresas de Transporte Rodoviário de Cargas, que têm alcance nacional e internacional”, afirmou Rebuzzi.

O presidente da NTC&Logística destacou o caráter histórico do evento, que há décadas reúne empresários, lideranças e autoridades do TRC em diferentes regiões do país. “O CONET&Intersindical é reconhecido como o mais importante evento de integração nacional do Transporte Rodoviário de Cargas, sempre prestigiando as diversas regiões do Brasil e fortalecendo a representatividade do nosso setor”, completou.

Ao agradecer a presença das lideranças e entidades anfitriãs, o dirigente reforçou a importância da união institucional. “A NTC&Logística se fortalece por caminhar ao lado de federações, associações e sindicatos de todo o país, defendendo e valorizando as empresas que atuam nesse estratégico setor da economia nacional”, disse.

Em sua finalização, Rebuzzi reafirmou o compromisso da entidade com o setor. “Ratifico o compromisso de tratar, com dedicação e empenho, todos os temas pertinentes ao Transporte Rodoviário de Cargas. Contamos com a participação de todos, com sugestões, demandas e apoio, para seguirmos fortalecendo a representatividade do nosso setor e o desenvolvimento da economia nacional”.

Em seguida, as autoridades e lideranças presentes à mesa fizeram suas manifestações, salientando a importância do encontro para o setor e trazendo diferentes visões sobre os desafios e as oportunidades do Transporte Rodoviário de Cargas.

O presidente da FETRANSUL, Francisco Cardoso, registrou a alegria de receber o CONET&Intersindical em sua base e a importância do Transporte Rodoviário de Cargas para o desenvolvimento econômico não apenas do estado, mas de todo o país. “É uma grande satisfação receber em nossa casa um evento da relevância do CONET&Intersindical, que reúne lideranças de todo o Brasil em torno dos principais debates do setor. O TRC é fundamental não apenas para a economia do Rio Grande do Sul, mas para o crescimento de todo o país, sendo o elo que conecta a produção nacional aos mercados e garante competitividade para os diversos segmentos. Esta também é uma oportunidade para reforçarmos a representatividade do setor e, juntos, escrevermos mais um capítulo da história do Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil”.

Em prosseguimento, o coordenador nacional da COMJOVEM, André de Simone, destacou o fortalecimento da Comissão, que hoje reúne 27 núcleos em todo o país e conta com 51 empresas associadas à NTC&Logística, registrando 15 novas adesões desde o início da gestão. “Esse crescimento é fruto de um trabalho intenso para ampliar o associativismo e reforçar a representatividade da juventude empresarial no Transporte Rodoviário de Cargas. Também buscamos impulsionar a evolução tecnológica do setor e, nesse sentido, o projeto Frota Advisor, criado há dois anos para conectar empresas e motoristas a fornecedores confiáveis, será lançado em breve, trazendo uma solução prática e inovadora para os desafios das estradas. Além disso, temos orgulho do impacto social da nossa Comissão, especialmente com a campanha ‘COMJOVEM Salva Vidas’, que em 2025 já soma 400 doações de sangue, contribuindo de forma efetiva para quem mais precisa”.

O deputado estadual Felipe Camozzato (Novo), representando a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, enfatizou a relevância do Transporte Rodoviário de Cargas para a economia gaúcha, a necessidade de ampliar os investimentos em infraestrutura e os entraves causados pela burocracia e pelo excesso da carga tributária ao desenvolvimento da iniciativa privada. “O Transporte Rodoviário de Cargas é vital para o Rio Grande do Sul, mas sofre com o peso do chamado ‘Custo Brasil’, que corresponde a 20% do PIB, sendo 13% apenas em logística. Para mudar esse cenário, precisamos investir em infraestrutura com planejamento de médio e longo prazo, garantindo responsabilidade fiscal e aproveitando parcerias público-privadas. Também é urgente enfrentar a burocracia, o excesso de tributos e a insegurança jurídica que travam a iniciativa privada e limitam a geração de empregos. Não se trata de ideologia, mas de princípios básicos: respeito à propriedade privada, cumprimento de contratos e valorização de quem produz. Só assim conseguiremos construir um ambiente de negócios mais competitivo, capaz de impulsionar o desenvolvimento sustentável do nosso estado e do país”.

Em seu discurso, o secretário estadual de Trabalho e Desenvolvimento Profissional, Gilmar Sossella, assinalou os avanços do mercado de trabalho no Rio Grande do Sul e a importância de alinhar resultados a políticas públicas sustentáveis. “Os dados do Caged mostram que o Rio Grande do Sul gerou mais de 63 mil novos postos de trabalho formais recentemente. No primeiro semestre deste ano, já superamos em 13 mil o total registrado em 2023. Esse resultado é fruto do esforço de quem acredita no estado: os empreendedores, empresários e trabalhadores, que fazem a economia girar. Nosso desafio, portanto, é olhar para esses números com responsabilidade e traçar políticas públicas que unam qualificação profissional, oportunidades de emprego e desenvolvimento sustentável. Só assim poderemos preparar o Rio Grande do Sul para o futuro que já está acontecendo.”

No encerramento da solenidade, o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, ressaltou a importância das políticas públicas voltadas para a geração de emprego e renda no município. “Em Bento Gonçalves, cidade com 127 mil habitantes, decidimos trilhar um caminho diferente, com o apoio de toda a sociedade. Nossa escolha foi clara: não oferecer apenas assistência, mas dar às pessoas o melhor benefício possível, o trabalho. Fizemos um esforço conjunto, casa por casa, buscando transformar a dependência em oportunidade. O resultado foi a redução de mais de 40% no número de beneficiários dos programas de distribuição pública de renda, um índice que coloca Bento Gonçalves muito à frente de outros municípios do mesmo porte.”

Após o almoço, o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, e o presidente da FETRANSUL, Francisco Cardoso, voltaram ao palco. O presidente do Sistema Transporte (CNT / SEST SENAT / ITL), Vander Costa, o vice-presidente da NTC&Logística, Antonio Luiz Leite, e o diretor financeiro da NTC&Logística, José Maria Gomes, também foram convidados a fazer parte da mesa para a condução dos trabalhos e dar início à programação técnica do evento.

O presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, deu início às suas considerações salientando a pertinência do CONET e abordando algumas das principais atividades do Sistema Transporte. “É sempre um prazer participar do CONET&Intersindical, esse evento que, ano após ano, demonstra sua importância para análises de custos das empresas do setor. Na Confederação, seguimos trabalhando em prol do desenvolvimento do Transporte Rodoviário de Cargas e diante desta oportunidade, ressalto que, graças ao diálogo e à serenidade, conseguimos flexibilizar pontos que nos preocupavam, trazendo mais equilíbrio ao ambiente de negócios. Seguiremos atuando para garantir produtividade e qualidade ao embarcador e ao transportador.”

Em sua fala, o vice-presidente da NTC&Logística, Antonio Luiz Leite, ressaltou a importância da atuação conjunta das entidades representativas do setor. “O trabalho desenvolvido pela Confederação, pela NTC, pelas federações e sindicatos é árduo e merece todo o nosso reconhecimento. Graças ao empenho dessas lideranças, muitas empresas conseguiram se manter firmes ao longo dos anos, mesmo diante de enormes desafios. Tenho muito orgulho de ver a participação da juventude, das novas gerações, que trazem inovação e renovação ao nosso setor. Hoje, tivemos a apresentação de um novo modelo que, em breve, será implantado para auxiliar tanto as grandes frotas quanto os pequenos transportadores em diferentes regiões do país. Desejo muito sucesso nessa iniciativa, que representa um importante caminho de modernização e de protagonismo para o futuro do Transporte Rodoviário de Cargas.”

O diretor financeiro da NTC&Logística, José Maria Gomes, evidenciou o espírito coletivo do setor. “O Transporte Rodoviário de Cargas mostrou toda a sua força, no ano passado, ao auxiliar o Rio Grande do Sul diante das adversidades que o estado enfrentou. Esse exemplo nos dá a certeza de que, com esse mesmo espírito coletivo, os empresários gaúchos também estarão prontos para apoiar outros estados em caso de dificuldades. No geral, o Transporte Rodoviário de Cargas sempre avançou quando atuamos de forma unida. É na soma de esforços entre entidades, empresários e colaboradores que encontramos a força necessária para superar desafios e construir um futuro mais sólido para todo o setor”.

Apresentações e palestras

O engenheiro de Transporte e assessor Técnico da NTC&Logística, Lauro Valdivia, foi convidado a apresentar o Índice de Variação do INCT – Índice Nacional de Custos do Transporte e os resultados da Pesquisa de Mercado no Transporte de Cargas realizada pelo Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas (DECOPE), com dados referentes ao primeiro semestre de 2025. Essa Pesquisa tem como objetivo analisar os custos operacionais e as principais tendências identificadas no mercado, embasando as reflexões e debates que se seguiram.

Durante sua fala, Lauro também anunciou o SIT, um Sistema de Informação Técnica voltado exclusivamente ao Transporte Rodoviário de Cargas. Por meio de uma plataforma acessível e confiável, os transportadores terão acesso a conteúdos atualizados sobre gestão, operação, manutenção, legislação, logística, segurança, tecnologia e outros temas relevantes. Tudo produzido por especialistas com experiência no setor e foco na realidade das empresas e dos profissionais do TRC.

Na sequência, o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi realizou a leitura do tradicional Comunicado oficial do CONET, realizado a partir da recente sondagem do DECOPE/NTC sobre os custos do Transporte Rodoviário de Cargas.

A vice-presidente extraordinária da Pauta ESG da NTC&Logística, Joyce Bessa, não pôde estar presente no evento devido a questões de agenda, mas enviou um vídeo com avisos importantes. A executiva destacou que, a partir de 2027, com a entrada em vigor da Lei 15.042 e do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), empresas do setor que emitirem mais de 10 mil toneladas de CO₂ por ano terão a obrigação de monitorar e reportar suas emissões, e aquelas acima de 25 mil toneladas precisarão comprovar reduções e compensações, sob risco de pesadas sanções. Joyce ressaltou ainda duas iniciativas conduzidas por sua vice-presidência: a parceria com a Domani Global, que visa apoiar empresas do TRC no desenvolvimento de práticas ESG, com indicadores, ferramentas e serviços especializados, e a parceria com o Sindipeças, que estimula o uso de peças remanufaturadas, contribuindo para a economia circular, a redução de custos e o fortalecimento do compromisso ambiental do transporte.

Dando continuidade à programação do CONET, o diretor do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, Jefferson Germano, foi o responsável por apresentar o conteúdo “Peças Remanufaturadas – Uma escolha econômica, eficiente e sustentável”. O diretor ressaltou que a remanufatura contribui de forma significativa para a sustentabilidade, reduzindo em até 95% o consumo de energia e matéria-prima no processo fabril, além de diminuir em 99% a geração de resíduos. Germano destacou também que as peças remanufaturadas possuem a mesma qualidade e segurança de uma peça nova, com custos mais competitivos, fortalecendo a economia circular e alinhando a indústria automotiva às práticas globais de ESG. Por fim, mencionou o trabalho do Comitê de Remanufatura do Sindipeças, que atua para propor legislações, incentivar o descarte responsável e comunicar à sociedade que os produtos remanufaturados atendem aos mesmos requisitos de desempenho e confiabilidade que os componentes novos.

Após a pausa para o coffee break, a economista Zeina Latif apresentou a palestra “Cenário Econômico e Perspectivas para o Transporte Rodoviário de Cargas”, trazendo uma análise sobre os fatores externos e internos que influenciam diretamente o setor. Ela destacou o impacto do “tarifaço” do presidente Donald Trump, que afetou 35,9% das exportações brasileiras destinadas aos Estados Unidos até o momento, o equivalente a 0,7% do PIB, e levantou reflexões sobre a necessidade de o Brasil avançar em acordos comerciais e se consolidar como um parceiro confiável no cenário global.

A economista avaliou ainda que, embora o ambiente internacional seja incerto e o quadro macroeconômico brasileiro apresente fragilidades, há pontos de resiliência que não podem ser ignorados, como a valorização das commodities e a robustez de alguns setores produtivos. Ela destacou, no entanto, que o desafio de longo prazo do Brasil está em elevar sua produtividade e ampliar o mercado consumidor, objetivos que somente serão alcançados com a implementação de reformas estruturais e políticas públicas consistentes.

Ao final da apresentação, foi realizada uma rodada de perguntas do público, permitindo à economista Zeina Latif dialogar diretamente com os participantes.

A segunda edição do CONET&Intersindical de 2025 é uma realização da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), tendo como entidade anfitriã a FETRANSUL (Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul) e o apoio dos sindicatos filiados à federação. Conta ainda com o patrocínio da Autotrac, Fenatran, Rands, TOTVS, Transpocred e XBRI Pneus, além dos apoios institucionais do Sistema Transporte (CNT, SEST SENAT e ITL), da FuMTran (Fundação Memória do Transporte), da Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários), do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) e do apoio logístico da Braspress.



CATSIND promove reunião em Bento Gonçalves durante o CONET&Intersindical 2025

CATSIND promove reunião em Bento Gonçalves durante o CONET&Intersindical 2025

Lideranças, empresários e assessores jurídicos de federações e sindicatos filiados à NTC&Logística debateram temas relevantes das relações trabalhistas e sindicais no setor.

Ontem, 21 de agosto de 2025, em Bento Gonçalves (RS), foi realizada a reunião da Câmara Técnica de Assuntos Trabalhistas Sindicais e de Negociações Coletivas da NTC&Logística (CATSIND). O encontro aconteceu na cidade em virtude da segunda edição de 2025 do CONET&Intersindical, reunindo representantes de diversos estados do país.

Na pauta, foram discutidos temas centrais para o Transporte Rodoviário de Cargas, como as negociações coletivas em andamento em 2025, as recentes alterações da Norma Regulamentadora nº 1, com destaque para os riscos psicossociais, além da aplicação da Súmula 340 do TST no caso de motoristas que recebem comissões como base de remuneração.

A reunião foi conduzida pelo assessor jurídico e coordenador da Câmara, Dr. Narciso Figueirôa Júnior, e contou com a participação do vice-presidente extraordinário de Assuntos Trabalhistas da NTC&Logística, Dagnor Schneider, reforçando a importância estratégica do encontro.

Para o Dr. Narciso, a relevância da reunião está na oportunidade de alinhamento entre lideranças do setor: “Ao reunir representantes de sindicatos e federações de diferentes regiões, fortalecemos o diálogo e a compreensão sobre os principais desafios trabalhistas do setor. Esses debates contribuem para que a NTC&Logística siga oferecendo suporte qualificado às empresas e entidades em um momento de mudanças e de novas interpretações jurídicas”, destacou.

Investimentos em rodovias geram impactos positivos sobre o PIB do transporte, mostra estudo da CNT

Investimentos em rodovias geram impactos positivos sobre o PIB do transporte, mostra estudo da CNT

Nova edição da Série Especial de Economia – Investimentos em Transporte mensura como investimentos públicos e privados em rodovias contribuíram para o desempenho do setor transportador nas duas últimas décadas

Nos últimos 24 anos, os investimentos privados em rodovias geraram impacto mais rápido e de maior intensidade no PIB (Produto Interno Bruto) do transporte do que os investimentos públicos realizados pela União. Ainda assim, ambos se mostram essenciais e complementares, contribuindo para o desenvolvimento da atividade transportadora. É o que revela uma análise inédita da CNT (Confederação Nacional do Transporte) sobre os efeitos dos investimentos em infraestrutura rodoviária no desempenho do setor.

Segundo a nova edição da Série Especial de Economia – Investimentos em Transporte, um aumento de 1% nos investimentos privados resulta em crescimento imediato de 0,09% no PIB do setor, chegando ao pico de 0,17% em apenas nove meses. Já os investimentos públicos, no mesmo patamar, geram expansão inicial de 0,02%, alcançando o pico de 0,15% somente após um ano e meio.

Nos últimos cinco anos, a média do PIB do setor de transporte, armazenagem e correio foi de R$ 312,02 bilhões. A média anual dos investimentos públicos federais em infraestrutura rodoviária foi de R$ 10,16 bilhões. Na prática, um aumento de 1% nesses aportes (R$ 101,60 milhões) teria impacto gradual: R$ 62,42 milhões no curto prazo e R$ 471,56 milhões após um ano e meio.

Já a média dos investimentos privados em rodovias entre 2020 e 2024 foi de R$ 11,45 bilhões. Um acréscimo de 1% neste volume (R$ 114,49 milhões) produziria efeito mais imediato: R$ 295,64 milhões de impacto contemporâneo, chegando a R$ 545,60 milhões em apenas nove meses.

É importante destacar que os efeitos imediatos e os de longo prazo dos investimentos no PIB não se anulam, mas se acumulam ao longo do tempo. A cada trimestre, após a conclusão de uma obra rodoviária – seja pública ou privada –, esses recursos retornam à sociedade em forma de ganhos econômicos que se estendem por grande parte da vida útil da infraestrutura.

Complementaridade entre os modelos

Apesar do desempenho distinto, a análise destaca que os dois tipos de investimento são imprescindíveis e complementares. O privado mostra maior velocidade de retorno, enquanto o público é fundamental em regiões com menor atratividade econômica para as concessões.

“Enquanto o setor público desempenha papel essencial na promoção de investimentos estruturantes, especialmente em áreas menos atrativas economicamente, o setor privado contribui com eficiência operacional, capacidade de execução e foco em metas de desempenho, como se observa nas rodovias concedidas. A articulação entre esses dois tipos de investimento permite alavancar recursos, otimizar resultados e ampliar os benefícios para a infraestrutura de transporte rodoviário”, afirma Vander Costa, presidente do Sistema Transporte.

Setor estratégico para a economia

Em 2024, o transporte gerou R$ 366,26 bilhões em riqueza – o equivalente a 3,1% do PIB nacional e 5,3% do PIB de serviços – e emprega 2,88 milhões de trabalhadores, representando 6% dos empregos formais no país.

O segmento rodoviário concentra o maior peso. Ele responde por 65% do volume de mercadorias movimentadas e pela mobilidade de mais de 90% das pessoas.

Mesmo com esse peso econômico, as rodovias brasileiras apresentam graves deficiências. Apenas 12,4% da malha nacional é pavimentada, com densidade de 25,1 quilômetros para cada 1.000 quilômetros quadrados de área. Além disso, 67% da extensão avaliada pela CNT estão em estado regular, ruim ou péssimo, segundo a Pesquisa CNT de Rodovias 2024.

A diretora-executiva interina da CNT, Fernanda Rezende, ressalta que o transporte, por estar presente em todas as cadeias produtivas, é elemento central para o desenvolvimento do país. “Ainda operamos com uma infraestrutura deficiente e desigual. Investir nesse setor não significa apenas aprimorar a malha logística, mas impulsionar o crescimento econômico sustentável. Tanto os recursos públicos quanto os privados são indispensáveis e, quanto melhor direcionados, mais rápido e expressivo será o impacto no PIB do transporte e na competitividade do Brasil”, afirma.

A CNT estima que seriam necessários R$ 99,77 bilhões para recuperar, restaurar e manter a malha avaliada. Sem esse aporte, o setor segue limitado em competitividade e na capacidade de impulsionar o crescimento econômico.

Em comparação internacional, o Brasil ocupa a 116ª posição entre 141 países em qualidade de rodovias, atrás de países vizinhos, como Chile, Argentina e Uruguai, segundo o Fórum Econômico Mundial. “O desempenho do setor pode ser impulsionado se os desafios logísticos do país forem superados. É fundamental uma agenda contínua de investimentos para garantir segurança, eficiência e sustentar o crescimento econômico de forma sustentável”, conclui o presidente do Sistema Transporte.

Setcemg alerta para colapso no transporte rodoviário em função de burocracias, complexidade das leis e alta carga tributária

Setcemg alerta para colapso no transporte rodoviário em função de burocracias, complexidade das leis e alta carga tributária

O transporte rodoviário de carga continua sendo o modal dominante mais importante e essencial para a distribuição de mercadorias pela flexibilidade, agilidade e capilaridade. É também o responsável pelos avanços da ocupação territorial, pelo crescimento e desenvolvimento econômico e social do Brasil, segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antonio Luis da Silva Júnior. No entanto, o sindicato faz um alerta sobre o futuro do setor, que pode entrar em colapso.

De acordo com o dirigente, o momento é de forte pressão dos custos e déficit de mão de obra especializada, especialmente os motoristas. “Estamos vivendo um envelhecimento da nossa força de trabalho, escassez de mão de obra e rotatividade em alta, sem condições de oferecer salários atrativos e compatíveis para enfrentar concorrência de outros segmentos”, enfatiza.

Já as condições de trabalho e saúde dos motoristas são precárias, segundo Silva Junior, pela falta de áreas de descanso seguras, limpas e com oferta de alimentação adequada, agravada por uma legislação que, além da insegurança jurídica, não permite ao motorista trabalhar com liberdade.

Além disso, o presidente do Setcemg relata que há diversos fatores que impactam negativamente no desempenho das empresas. “Temos uma infraestrutura precária, com manutenção insuficiente, que aumenta os nossos tempos de viagem, derrubam a produtividade e elevam os custos com combustível e com a manutenção da frota, que está velha, tecnologicamente atrasada, ineficiente do ponto de vista energético e ambiental, reflexo da incapacidade de renovação e modernização”, diz.

O presidente do Setcemg também frisa que, atualmente, as vias urbanas congestionadas e os terminais saturados geram maior tempo de viagem e causam atrasos nas operações de carga e descarga. “Fora isso, lidamos com burocracia, regulamentação complexa e uma carga tributária das mais elevadas do país.”

Outro desafio apontado por Silva Junior é a falta de segurança em todo o país, com roubos e furtos de mercadorias e até de componentes dos veículos, o que causa enormes prejuízos às empresas e embarcadores (contratantes do frete), o que agrava os custos com seguro e torna obrigatórias as medidas adicionais para que as mercadorias cheguem ao seu destino.

Para o presidente do Setcemg, a falta de infraestrutura ocasiona uma demora excessiva nas operações de carga e descarga por parte dos embarcadores, dificultando o dimensionamento da frota e o planejamento das jornadas de trabalho. Há, ainda, segundo ele, uma volatilidade das tarifas de fretes, com práticas de preços predatórios, o que fragiliza as empresas, fomenta a informalidade e aumenta os riscos de acidentes nas estradas.

Em meio a esse cenário, o dirigente diz que as empresas do setor estão se tornando “bancos”, financiando os clientes, aceitando prazos superiores a 180 dias, sem conseguir, junto aos fornecedores, prazos compatíveis, além de pagar antecipadamente a mão de obra e os impostos.

Providências

Em decorrência dos problemas enfrentados pelo setor, o Setcemg tomará algumas providências e ações. O presidente do sindicato afirma que, entre as iniciativas, está a orientação para as empresas recusarem os fretes abaixo dos custos e riscos. “Quando aceitamos fretes apenas para ficar vivos, queimamos caixa, abdicamos da renovação de frota e das melhores práticas de segurança”, explica.

Segundo o dirigente, é preciso ter noção dos custos reais e dos riscos envolvidos nas operações, além de definir tarifa mínima com base no custo real de cada uma delas.

Para o presidente do Setcemg, é essencial a exigência dos direitos. “Não se pode abrir mão do cumprimento das leis, como limite de cinco horas no tempo de carga e descarga, pagamento do pedágio pelo embarcador, seguro a ser contratado pelo transportador com os custos repassados integralmente. Temos que fazer valer a legislação”, destaca.

Antonio Luis também aponta que, neste momento, o papel das instituições e sindicatos é essencial para mostrar as dificuldades junto aos órgãos governamentais e, principalmente, para dar início a ações e campanhas junto aos embarcadores e consumidores, mostrando que o setor de transporte de carga está se tornando inviável. “Futuramente, será um tiro no pé por inviabilizar a distribuição da produção e elevar substancialmente os custos logísticos no Brasil.”

Hoje tem início em Bento Gonçalves a segunda edição 2025 do CONET&Intersindical

Hoje tem início em Bento Gonçalves a segunda edição 2025 do CONET&Intersindical

A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) realiza hoje, 21 de agosto, a abertura da segunda edição 2025 do CONET&Intersindical, no Dall’Onder Grande Hotel, em Bento Gonçalves (RS). O encontro, que se estende até amanhã, 22 de agosto, reúne empresários, entidades e lideranças políticas para debater os principais temas do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC). O evento tem, como entidade anfitriã, a Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (FETRANSUL), com o apoio de seus sindicatos filiados.

Reconhecido por promover debates de alto nível, o CONET&Intersindical é tradicionalmente dividido em duas etapas. Hoje, ocorre o CONET, voltado à apresentação de pesquisas de mercado pelo Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas (DECOPE) da NTC&Logística, com análises que orientam os custos e práticas relacionadas ao frete. Amanhã, acontece a Intersindical, que discute o desenvolvimento das atividades do setor e o fortalecimento da representatividade em diferentes frentes institucionais.

A escolha de Bento Gonçalves como sede deste ano reforça o papel estratégico da cidade e da região para o setor logístico nacional. Com um Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente R$ 7,5 bilhões e um PIB per capita de R$ 60,9 mil, acima da média estadual, o município é referência na indústria moveleira, responsável por mais de 36% das exportações locais, além de se destacar como “capital brasileira do vinho” e destino enoturístico de grande relevância. Em 2025, Bento registrou mais de 50 mil empregos formais, consolidando-se entre os municípios gaúchos que mais geraram oportunidades no período.

Mas o destaque não se limita ao município. O Rio Grande do Sul, palco representado pelo evento, é uma das economias mais robustas do país, com PIB superior a R$ 650 bilhões e ampla diversidade produtiva. O estado se destaca nos setores de agricultura, pecuária, indústria moveleira, vinícola, calçadista e metalúrgica, além de possuir posição estratégica no Mercosul, integrando importantes corredores logísticos que conectam o Brasil à Argentina, ao Uruguai e ao restante do continente. Mesmo após as enchentes históricas de 2024, o estado reafirma sua resiliência, com mais de R$ 7 bilhões investidos na reconstrução, demonstrando capacidade de superação e reafirmando sua relevância nacional.

Para o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, a realização do CONET&Intersindical em Bento Gonçalves simboliza a força do setor e a representatividade do estado no cenário nacional: “Trazer o CONET&Intersindical para o Rio Grande do Sul, em uma cidade símbolo de empreendedorismo e inovação como Bento Gonçalves, é uma forma de reconhecer a importância desta região para a economia nacional. Nosso objetivo é promover debates qualificados, apresentar dados concretos e construir caminhos para que o Transporte Rodoviário de Cargas continue contribuindo para o crescimento do Brasil. Acreditamos que, ao reunir empresários, entidades e lideranças políticas, reforçamos nosso compromisso de apoiar as empresas, desenvolver soluções conjuntas e fortalecer o setor em todas as regiões do país”.

Confira a programação do evento

21 de agosto de 2025 | CONET – Salão Malbec

9h30   Abertura do Credenciamento

10h30 Cerimônia de Abertura

12h     Almoço – HOTEL

14h Painel Técnico

Índice de Variação do INCT (Índice Nacional de Custos do Transporte) e Pesquisa DECOPE de Mercado no Transporte de Cargas – 2025

Palestrante:

Engenheiro Lauro Valdivia, Assessor Técnico da NTC&Logística

Conteúdo:

·   Resultados atualizados da pesquisa

·   Principais variáveis de custo dos insumos: combustível, manutenção, pneus etc.

·   Impacto nas margens de lucro

Gestão e Inovação

·  Do Índice à Prática: Nova Ferramenta da NTC&Logística para Simulação de Custos de Frete no TRC

Palestrantes:

               Engenheiro Lauro Valdivia, Assessor Técnico da NTC&Logística

                Geovani Serafim, Coordenador do Instituto Mercadológico da COMJOVEM Nacional

                Valéria Melnik, Vice-Coordenadora do Instituto Mercadológico da COMJOVEM Nacional

           Peças Remanufaturadas

·  Uma escolha Econômica, Eficiente e Sustentável

Palestrante:

Jefferson Germano, Diretor do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores – SINDIPEÇAS

16h|16h30

Coffee-Break e Networking

16h30

Palestra Magna – “Cenário Econômico e Perspectivas para o Transporte Rodoviário de Cargas”

Palestrante: Zeina Latif

Formada em Economia pela USP (Universidade de São Paulo), instituição onde também tem o título de Doutora em Economia. Foi economista-chefe da XP Investimentos do Royal Bank of Scotland para a América Latina; do ING Bank no Brasil; do ABN-Amro Real e do HSBC. Eleita pela Revista Forbes como uma das mulheres mais influentes do Brasil, na categoria econômica, foi Secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo. Autora do livro “Nós do Brasil – Nossa herança e nossas escolhas”, é colunista semanal de O Globo.

17h30

Painel Empresarial – CONET Em Pauta

Desafios e Oportunidades por Segmento de Carga

• Transporte de Carga Fracionada

• Transporte de Carga Indivisível

• Transporte de Carga Lotação

• Transporte de Contêineres

• Transporte de Produtos Farmacêuticos

• Transporte de Produtos Químicos

• Transporte de Cargas Líquidas e Perigosas

18h45

Encerramento

22 de agosto de 2025 | INTERSINDICAL

9h

Abertura da Reunião Intersindical

9h30

Painel Trabalhista

·  Negociações Coletivas – Apresentação da Pesquisa NTC 2025

·  Propostas de Alterações Legislativas – Lei do Motorista

Palestrante: Dr. Narciso Figueirôa Junior, Assessor Jurídico da NTC

11h|11h30

Painel sobre Segurança

Aliança Nacional pela Segurança Logística

Palestrante: Dr. Waldomiro Milanesi, Delegado de Polícia e Especialista em Segurança

11h30

Painel sobre Seguros

Atualizações Legislativas no Setor de Seguros para o Transporte Rodoviário de Cargas e Fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT

Palestrantes:

Dr. Marcos Aurélio Ribeiro, Diretor Jurídico da NTC&Logística

Gizelle Coelho Netto, Superintendente Substituta de Serviços de Transporte Rodoviário Multimodal de Cargas (SUROC) da ANTT

13h

Intervalo para Almoço – Salão Sauvignon

14h às 15h30

Painel sobre Infraestrutura

Palestrantes:

Lilian de Alencar Pinto Campos, Superintendente de Inteligência de Mercado da Infra S.A.

Jefferson Cristiano, Gerente Executivo de Estatística e Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte – CNT

15h30 às 17h

Painel sobre Reforma Tributária

Aplicação da Reforma Tributária no Transporte de Cargas: Impactos, Riscos e Oportunidades para as Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas

Palestrantes:

Dr. Marcos Aurélio Ribeiro, Diretor Jurídico da NTC&Logística

Dr. Alex Breier, Advogado Especialista em Direito Tributário

17h30

Considerações Finais | Encerramento 

20h00

Jantar Festivo de Encerramento – Salão Carmenère

Participe do Congresso NTC 2025 – XVIII Encontro Nacional da COMJOVEM

Participe do Congresso NTC 2025 – XVIII Encontro Nacional da COMJOVEM

Evento itinerante chega ao estado de São Paulo e reunirá lideranças do transporte de todo o país.

As inscrições estão abertas para o Congresso NTC 2025 – XVIII Encontro Nacional da COMJOVEM. O evento, que reúne empresários do Transporte Rodoviário de Cargas de todo o Brasil, será realizado no Club Med Lake Paradise, em Mogi das Cruzes (SP), entre os dias 27 e 30 de novembro de 2025.

Realizado pela NTC&Logística, em conjunto com a COMJOVEM – Comissão de Jovens Empresários e Executivos da NTC&Logística, o Congresso consolidou-se como um ambiente propício para a troca de conhecimentos, networking e desenvolvimento de parcerias estratégicas. Representantes de federações e sindicatos do setor de todo o país reúnem-se com os Núcleos Regionais da Comissão para discutir as perspectivas do setor, participar de atividades de interesse empresarial e celebrar conquistas alcançadas.

A programação oficial constará de painéis de discussão, palestras de motivação, workshops como ferramentas de aprendizagem teórica e prática, e outras experiências produtivas. Na programação de lazer, os participantes terão a oportunidade de desfrutar das belezas naturais e aproveitar as comodidades oferecidas pelo Club Med Lake Paradise.

O presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, ressalta: “Esse é um dos grandes eventos de relevância promovidos pela entidade, assim como todos os outros que realizamos com o compromisso de contribuir com o desenvolvimento do setor. É um espaço que proporciona importantes trocas de experiências, fortalecimento das relações institucionais e discussões sobre os principais temas que impactam o Transporte Rodoviário de Cargas. Convido todos os empresários, executivos e jovens lideranças a se organizarem para estar conosco neste encontro. A participação de cada um faz a diferença para o presente e o futuro do nosso setor”.

Faça já sua inscrição aqui

COP30: diálogo amplo é caminho para avanço da descarbonização

COP30: diálogo amplo é caminho para avanço da descarbonização

Em evento promovido pelo portal Jota, líder do projeto ‘Transporte e a COP30’ apresentou a Estação do Desenvolvimento e destacou a Coalizão pela Descarbonização do Transporte

“Acredito que as soluções surgem em uma mesa de negociação mais ampla, direcionando políticas públicas para o caminho correto”, afirmou Vinicius Ladeira, diretor e líder do projeto ‘Transporte e a COP30’, durante a abertura do evento Diálogos da COP30, realizado nessa segunda-feira (18), em Brasília (DF), pelo portal Jota, em parceria com o Sistema Transporte. Ele destacou a importância da construção coletiva de consensos entre governo, setor privado, academia e sociedade civil para acelerar a transição do setor de transporte rumo a uma economia de baixo carbono.

O dirigente ressaltou que a transição para uma matriz energética de baixo carbono precisa ser gradual. “Atuamos para uma descarbonização da forma mais suave e estratégica. É um assunto complexo. Não existe resposta única. Existem soluções distintas para problemas que são diversificados”, afirmou.

Vinicius Ladeira também destacou as vantagens competitivas do Brasil em relação a outros países, reforçando que a realização da COP30 no país é uma oportunidade ímpar de inserir o transporte brasileiro como protagonista nas negociações internacionais.

Nesse contexto, Ladeira apresentou a Estação do Desenvolvimento, espaço coordenado pelo Sistema Transporte durante a COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que será realizada em Belém (PA), em 2025. O local reunirá autoridades, setor produtivo e parceiros em diálogos técnicos sobre soluções e políticas públicas, além de oferecer uma programação cultural voltada à valorização da Amazônia.

Transporte e soluções climáticas

O dirigente enfatizou ainda o papel da CNT como articuladora de diálogos em diferentes setores, lembrando o documento desenvolvido pela Coalizão pela Descarbonização do Transporte, entregue ao governo federal em maio deste ano. O plano estratégico reúne mais de 50 associações, empresas e instituições acadêmicas e propõe 90 ações integradas para reduzir até 70% das emissões de gases de efeito estufa do setor até 2050, além de prever a atração de mais de R$ 600 bilhões em investimentos verdes para o país.

“A CNT transita em diferentes setores. Essa transversalidade nos possibilita viabilizar diálogos e soluções que não são óbvios, com alto impacto na formulação de políticas públicas”, disse Ladeira.

Ele reforçou ainda que a presença ativa do Sistema Transporte nas Conferências do Clima não é recente. Desde as participações anteriores, já existia o desejo de consolidar um espaço próprio dentro da COP, objetivo que será alcançado com a criação da Estação do Desenvolvimento em Belém (PA).

Agendas da COP30

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, destacou o papel dos SAFs (combustíveis sustentáveis de aviação) como uma das principais soluções para reduzir emissões. Segundo ele, os SAFs oferecem uma resposta climática e uma oportunidade de geração de renda e competitividade para países produtores.

“O setor precisa ser mais convincente. A solução é boa sob os pontos de vista climático e econômico, mas não agrada a todos. A COP30 será uma oportunidade para ampliar a coalizão de iniciativas favoráveis à expansão dos biocombustíveis”, afirmou Corrêa do Lago.

O subsecretário de Sustentabilidade do Ministério dos Transportes, Cloves Benevides, afirmou que o Plano Clima será apresentado durante a COP30, com capítulos específicos dedicados à infraestrutura de transporte. “Não é possível falar em alternativas aos combustíveis fósseis, eletrificação ou uso de gás sem pensar em corredores logísticos e infraestrutura que permitam a entrega de cargas. Isso precisa se transformar em obras e recursos”, destacou. Como exemplo de adaptação para a transição energética, citou a instalação de redes de recarga para veículos elétricos nos PPDs (Pontos de Parada e Descanso), já previstos em concessões rodoviárias. Além disso, testes com caminhões híbridos e investimentos em locomotivas híbridas foram incluídos como itens elegíveis para o setor ferroviário.

O subsecretário ressaltou ainda que a transição energética deve considerar o impacto social e a capacitação da mão de obra, além de estar amparado por regras e regulamentações claras. Benevides defendeu que o transporte, por ser um dos grandes emissores, não deve ser visto como um obstáculo, mas, sim, como um ponto estratégico para impactos significativos. “Sendo o setor de transporte um grande emissor, qualquer meta de redução alcançada já será uma mudança de paradigma”, concluiu.

O evento também contou com a presença de Aloísio Lopes de Melo, secretário de Mudança do Clima, e Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais da Fazenda, em debates mediados pela analista internacional do Jota, Vivian Oswald.

Promovido pela Casa Jota, o encontro integrou os preparativos para a COP30, reforçando o papel do Brasil como protagonista nas discussões globais sobre descarbonização e desenvolvimento sustentável.

Exportações, emprego e investimentos tendem a recuar devido a tarifaço

Exportações, emprego e investimentos tendem a recuar devido a tarifaço

É o que indica a Sondagem Industrial da CNI

O tarifaço norte-americano contra produtos brasileiros pode fazer com que, pela primeira vez em 21 meses, as exportações do Brasil apresentem queda. O mesmo deverá ocorrer com investimentos e com os índices de emprego na indústria nacional.

A projeção consta da Sondagem Industrial, divulgada nesta quarta-feira (20) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o levantamento, o índice que mede a expectativa de exportações da indústria para os próximos seis meses recuou 5,1 pontos em agosto, caindo para 46,6 pontos.

Quando abaixo de 50 pontos, o indicador sinaliza que os empresários esperam queda na quantidade exportada pelo setor.

“A piora das expectativas de exportações da indústria está muito relacionada a incertezas do cenário externo, principalmente em função da nova política comercial americana”, resume a analista da CNI, Isabella Bianchi.

Emprego em queda e produção alta

Segundo a CNI, os reflexos das medidas anunciadas pelos Estados Unidos colaboraram para o recuo do número de empregados industriais, observado em julho de 2025, apesar de o contexto ser de aumento de produção no setor.

“Após recuar dois pontos em agosto, o índice de expectativa de número de empregados caiu para 49,3 pontos. Isso significa que os empresários acreditam que a quantidade de postos de trabalho no setor não vai mais subir nos próximos seis meses”, informou a CNI referindo-se à queda na quantidade de trabalhadores entre junho e julho.

O índice de evolução da produção ficou em 52,6 pontos em julho. Acima dos 50 pontos, este índice representa aumento da produção industrial em comparação a junho.

“Os índices de expectativa de demanda e de compra de insumos e matérias-primas caíram em agosto. O primeiro encolheu 2,3 pontos, indo para 53,1 pontos; o segundo recuou 1,6 ponto, para 52,1 pontos”, anunciou a CNI.

“No entanto, como continuam acima da linha de 50 pontos, indicam perspectiva de crescimento para os próximos meses, ainda que em menor grau do que em julho”, complementou.

Investimento e UCI

Os empresários também estão menos propensos a investir. O índice de intenção de investimento recuou 1,6 ponto e foi para 54,6 pontos. Trata-se do menor valor para o indicador desde outubro de 2023. Ainda assim, o índice está 2,1 pontos acima da média histórica de 52,5 pontos.

O levantamento mostra estabilidade da Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que permaneceu em 71%.

Este percentual, explica a CNI, é o mesmo observado em julho de 2024, e está dois pontos percentuais acima do anotado em julho de 2023, quando marcou 69%.

Estoques estáveis

Foi também observada estabilidade – em 50,1 pontos – no índice que mede a evolução do nível de estoques.

Quanto ao índice de estoque efetivo em relação ao planejado, foram observados 49,9 pontos, “revelando que os estoques estão ajustados ao planejado pelos empresários industriais”.

A Sondagem Industrial consultou 1.500 empresas. Destas, 601 foram de pequeno porte; 518, de médio porte, e 381, de grande porte A pesquisa foi realizada entre 1º e 12 de agosto de 2025.

Mais de 11.000 pontes estão em risco no Brasil

Mais de 11.000 pontes estão em risco no Brasil

O estudo Panorama Geral das Pontes Rodoviárias Brasileiras identifica a necessidade de obras de manutenção em milhares de pontes no país

O estudo Panorama Geral das Pontes Rodoviárias Brasileiras, baseado em dados do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), identificou mais de 11 mil pontes e viadutos em situação de risco estrutural relevante. Essa condição decorre de três fatores principais: ausência de manutenção sistemática, degradação natural dos materiais e falhas na execução das obras.

A deterioração de estruturas viárias é um processo dinâmico, influenciado por cargas repetitivas, variações térmicas, exposição a intempéries e ações químicas do meio ambiente. A corrosão de armaduras, fissuração do concreto, falhas nos sistemas de drenagem e desgaste das juntas de dilatação são patologias recorrentes que comprometem a integridade dessas obras.

Um exemplo de execução conforme padrões técnicos é a obra de ligação entre Vila Cipa e Oficinas, em Ponta Grossa (PR), que incluiu a construção de um bueiro triplo com 16 metros de extensão para transposição de um curso d’água. O projeto priorizou critérios de drenagem eficiente, dimensionamento estrutural adequado às cargas dinâmicas e pavimentação em concreto, assegurando durabilidade e segurança viária.

A engenharia contemporânea dispõe de tecnologias como sensores de monitoramento estrutural, modelos de análise por elementos finitos e materiais de alta resistência à fadiga, que podem ampliar a vida útil das estruturas. No entanto, a eficácia dessas ferramentas depende da aplicação rigorosa de normas técnicas, desde a fase de projeto até a execução e manutenção preventiva.

A segurança da malha viária nacional exige, portanto, não apenas intervenções corretivas, mas a adoção de um planejamento estratégico que contemple inspeções periódicas, reforço estrutural quando necessário e atualização dos parâmetros de projeto conforme avanços normativos. A estabilidade de viadutos e pontes está diretamente vinculada à qualidade dos materiais empregados, à precisão dos cálculos estruturais e à fiscalização contínua pós-obra.

Óleo diesel e caminhões impactam preços de alimentos no Brasil

Óleo diesel e caminhões impactam preços de alimentos no Brasil

Do diesel à escolha da rota, logística pode representar até 15% do valor final pago pelo consumidor

O preço final dos alimentos que o consumidor compra no varejo não dependem apenas do que acontece na lavoura, mas de impostos, distâncias, taxas e, principalmente, da forma como os alimentos chegam até o destino final, se de caminhão, trem ou avião. E, no Brasil, a distância entre a lavoura e a mesa do consumidor não se mede apenas em quilômetros – mede-se em custo, como o preço do óleo diesel, cotação do dólar e outros.

No Brasil, o transporte rodoviário, responsável por 62% de toda a movimentação de cargas no país, pode representar até 15% do preço final dos alimentos, segundo estimativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Quando o diesel sobe ou a oferta de caminhões aperta, a conta chega rapidamente ao produtor e ao consumidor.

Em 2025, os custos logísticos brasileiros atingiram R$ 940 bilhões, de acordo com o Instituto Ilos, um aumento de quase 7% em relação ao ano anterior. No modal rodoviário, que concentra a maior parte do escoamento das safras, a alta foi de 4,2%. O impacto é sentido principalmente no agronegócio, onde a colheita, concentrada em poucos meses, provoca picos de demanda por frete e pressiona preços.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) registrou aumentos expressivos nas tarifas de transporte de grãos: no Piauí, a alta média foi de 39%; no Maranhão, 26,8%; no Paraná, subiu até 20% em municípios como Campo Mourão (PR). “O frete é um componente invisível que o consumidor raramente percebe, mas que está embutido em tudo que chega ao supermercado. Uma rota redundante, carga ociosa ou caminhões rodando vazios são custos que se somam ao preço do alimento”, explica Célio Martins, gerente de novos negócios da Transvias.

Além do peso do combustível, a precariedade da infraestrutura amplia o problema. O custo de transportar uma tonelada de grãos até a China, por exemplo, chega a US$ 110 no Brasil, enquanto nos Estados Unidos e na Argentina fica entre US$ 56 e US$ 57. Para Martins, enquanto a dependência quase exclusiva das rodovias se mantiver, será difícil reduzir o peso do frete no preço final. “O país precisa investir em modais alternativos e, ao mesmo tempo, melhorar a eficiência do transporte rodoviário existente”, afirma.

Entre as estratégias apontadas por especialistas do setor estão a roteirização inteligente, que evita viagens redundantes e reduz o consumo de combustível, e o uso de cargas fracionadas planejadas, que permitem otimizar o espaço nos veículos. Essas práticas, segundo estudos do Instituto de Transporte e Logística (ITL), podem reduzir em até 20% o custo por tonelada transportada.

O cenário também exige políticas públicas consistentes. Programas como o Renovabio e iniciativas para estimular o transporte ferroviário e hidroviário são caminhos para diminuir a dependência do modal rodoviário. “A solução para o custo do frete não está apenas na mão do produtor ou do transportador. É um esforço conjunto, que precisa unir tecnologia, gestão eficiente e investimento em infraestrutura”, conclui Martins.

No campo, o desafio segue sendo o mesmo: colher bem, vender bem – e fazer com que o trajeto entre a fazenda e o mercado não pese tanto na conta.

Confira a programação do 2º Encontro Nacional de Segurança no Transporte Rodoviário de Cargas, que acontece na próxima semana, em São Paulo

Confira a programação do 2º Encontro Nacional de Segurança no Transporte Rodoviário de Cargas, que acontece na próxima semana, em São Paulo

Evento promovido pela NTC&Logística tem como foco o enfrentamento aos crimes que ameaçam o setor de Transporte Rodoviário de Cargas

A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) realizará, no dia 27 de agosto de 2025, em sua subsede em São Paulo, a segunda edição do Encontro Nacional de Segurança no Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), com o tema “Atos de Interferência Ilícita contra o Modal Rodoviário – Veículos e Cargas. A iniciativa tem como objetivo aprofundar o debate sobre os crimes que impactam a cadeia logística nacional, reunindo empresários, executivos, representantes de entidades setoriais, autoridades públicas e forças de segurança de diferentes regiões do Brasil.

O evento contará com painéis temáticos, discussões técnicas, apresentação de soluções tecnológicas e um espaço de integração entre os setores público e privado, com foco na prevenção e combate ao roubo, furto e receptação de cargas. A programação também exporá a atuação das organizações criminosas, abrindo espaço, em seguida, para a proposição de estratégias para o enfrentamento desse desastroso cenário de agressão à economia nacional e à sociedade.

De acordo com o Diagnóstico Nacional do Roubo de Cargas desenvolvido pela Assessoria de Segurança da NTC&Logística, foram registradas 10.193 ocorrências de roubos de carga no Brasil em 2024, o equivalente a uma média de 28 casos por dia. Sete estados concentram 93% das ocorrências: São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e Goiás. O levantamento aponta, ainda, que mais de 88% das cargas subtraídas não são recuperadas, o que reforça a necessidade de articulações efetivas de combate à receptação – crime que alimenta a cadeia de ações ilícitas contra o setor.

Desde 1998, a NTC&Logística desenvolve, por meio de sua Assessoria de Segurança, ações permanentes para fortalecer o combate aos crimes contra o transporte rodoviário de cargas. A entidade atua com base em legislações específicas, promovendo eventos, estudos técnicos, propostas legislativas e articulações institucionais, com foco na proteção da vida, da carga e da infraestrutura logística.

Programação Preliminar

8h | CREDENCIAMENTO

8h30 às 9h | ABERTURA INSTITUCIONAL

9h às 11h | PAINEL 1: PANORAMA ATUAL DOS CRIMES CONTRA O TRANSPORTE RODOVIÁRIO

  • Furto e Roubo de Carga – 2024

Palestrante: Dr. Waldomiro Milanesi – Delegado de Polícia

·  Integração, Cooperação e Conhecimento entre os Órgãos de Segurança Pública

Palestrante: Dr.  Djalma Moreira Gomes, Juiz de Direito do Estado de São Paulo

  • Política Nacional de Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas: Avanços e Desafios | Estatísticas e Tendências dos Crimes contra o TRC no Brasil

Palestrante: Dr. Antonio Fernando S. Oliveira – Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal

  • Novas Modalidades Criminosas e Desafios Emergentes – Crime Organizado
  • Palestrante: Dr. Renato dos Santos Gama, Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo – Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) – Núcleo de Santos

11h às 12h | PAINEL 2: ASPECTOS JURÍDICOS E REGULATÓRIOS

  • Legislação Aplicável e sua Efetividade no Combate aos Crimes contra o Transporte

Palestrante: Dr. Marcos Aurélio Ribeiro, Diretor Jurídico da NTC&Logística

  • Impactos Econômicos e Operacionais dos Crimes no Setor de Transporte

Palestrante: Engenheiro Lauro Valdivia, Assessor Técnico da NTC&Logística

12h às 13h | PAINEL 3: TECNOLOGIA E COMÉRCIO ILEGAL DE PEÇAS E RECEPTAÇÃO

  • O Papel das Plataformas de E-commerce no Combate à Receptação

Palestrante: Josefina Borghi, Gerente de Investigações Antifraude do Mercado Livre

  • Tecnologia a Serviço da Segurança: Rastreabilidade e Gestão de Riscos de Riscos no Transporte

Palestrante: Ricardo Monteiro. Diretor de Gestão de Risco do Grupo PAMCARY

  • A Ação Criminosa Organizada e o Mercado Ilegal

Palestrante: Dr. Edson Vismona, Presidente-Executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial – ETCO

13h30min | Encerramento e Brunch

Faça já sua inscrição aqui

Realização

  • NTC&Logística – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística

Patrocínio

  • ROADCARD
  • SICREDI

Apoio Institucional

  • Sistema Transporte – Confederação Nacional do Transporte – CNT / Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte – SEST SENAT / Instituto de Transporte e Logística – ITL
  • FuMTran – Fundação Memória do Transporte
Mais de 10 mil roubos de carga foram registrados no país em 2024

Mais de 10 mil roubos de carga foram registrados no país em 2024

Prejuízos são estimados em R$ 1,2 bilhão

Problemas com a malha rodoviária e o elevado índice de roubo nas estradas são os maiores desafios enfrentados pelo transporte de cargas no país. Em 2024, dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) indicam que o país registrou, em média, 27 roubos de cargas por dia.

O roubo de cargas no Brasil vem sendo grande fonte de receita para as quadrilhas especializadas. De acordo com o relatório de Análise de Roubo de Cargas, os ataques cresceram 24,8% no primeiro semestre de 2025. Dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística indicam que, em 2024, foram contabilizados 10.478 roubos de carga no país, com prejuízos estimados em R$ 1,2 bilhão.

Investimentos adicionais em segurança e tecnologia, atrasos nas entregas e necessidade de rotas mais longas para evitar áreas de risco comprometem toda a cadeia logística. Essas medidas elevam os custos repassados ao consumidor final e reduzem a competitividade dos produtos brasileiros no mercado.

Desde 2023, com a promulgação da Lei 14.599/23, a contratação dos seguros de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga (RCTR-C), o de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário por Desaparecimento de Carga (RC-DC) e o de Responsabilidade Civil de Veículo (RC-V) é obrigatória, o que tem impactado a procura pelos produtos de seguros.

Nos primeiros cinco meses deste ano, de acordo com dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), a arrecadação do RC-DC cresceu 8,1%, alcançando R$ 570 milhões, enquanto as indenizações subiram 12,4%, totalizando R$ 239 milhões. Já o RCTR-C avançou 1,5%, somando R$ 721 milhões em prêmios, com pagamentos de quase R$ 520 milhões, alta de 5,2%.

Portaria

O cenário deve ganhar novo impulso com a Portaria Suroc nº 27/2025, publicada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em 11 de agosto último. A norma prevê a suspensão do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) para empresas que não comprovarem a contratação dos seguros exigidos.

Para o diretor de Relações Institucionais CNseg, Esteves Colnago, a portaria trará maior eficiência e controle para o exercício do transporte de cargas nas estradas brasileiras.

“É de suma importância essa nova normativa da ANTT. Ela traz uma evolução no método de fiscalização, saindo de uma abordagem baseada em documentos físicos para um modelo digital e integrado, o que promete maior eficiência e controle sobre a obrigatoriedade da cobertura de seguros no transporte de cargas, aumentando a segurança para todos os envolvidos na cadeia logística”, afirmou.

A comprovação poderá ser feita de duas formas: pela apresentação do frontispício (folha de rosto) da apólice ou do certificado de seguro à fiscalização da ANTT, ou pela verificação automática, por meio de intercâmbio de dados em tempo real entre a agência e as seguradoras (ou entidade que as represente).

O sistema digital deverá estar plenamente implementado até 10 de março de 2026, prazo definido pelo Artigo 3º da portaria. Até lá, a ANTT disponibilizará às seguradoras um manual técnico para integração via webservice, garantindo o envio automático das informações relativas à contratação dos seguros.

Sua voz na estrada: ANTT abre pesquisa para revisão do Piso Mínimo de Frete

Sua voz na estrada: ANTT abre pesquisa para revisão do Piso Mínimo de Frete

Objetivo é reunir dados reais que irão subsidiar a próxima revisão dos valores. Formulário pode ser preenchido até o dia 2/9

A estrada fala e a ANTT quer ouvir. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) acaba de lançar uma nova pesquisa online para ouvir diretamente transportadores e profissionais do transporte rodoviário de cargas. O objetivo é reunir dados reais que irão subsidiar a próxima revisão dos valores do Piso Mínimo de Frete.

O formulário já está disponível e pode ser respondido até 2 de setembro. São apenas cinco minutos de preenchimento, mas cada resposta faz diferença: é a oportunidade de contribuir para que as regras reflitam a realidade de quem vive o dia a dia nas estradas.

Instituído pela Lei nº 13.703/2018, o piso mínimo do frete garante remuneração mínima aos transportadores, protegendo condições justas de trabalho e evitando distorções no mercado. Para que essa política pública continue atualizada, é fundamental combinarmos estudos técnicos, análises de mercado e, sobretudo, a participação social — que agora se dá tanto pela tomada de subsídios já realizada quanto pela nova pesquisa aberta.

Essa iniciativa integra o 8º ciclo regulatório da Resolução ANTT nº 5.867/2020, que define os critérios técnicos e coeficientes utilizados para calcular o valor mínimo por quilômetro rodado, por eixo carregado. O processo é contínuo e inclui consultas, tomadas de subsídios, estudos técnicos e pesquisas de mercado, sempre com foco na transparência, no diálogo e na construção coletiva de soluções.

Comissão de Viação aprova novas regras para apoio a caminhoneiros em portos

Comissão de Viação aprova novas regras para apoio a caminhoneiros em portos

A Câmara dos Deputados continua discutindo o assunto

A Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que atribuiu às administrações portuárias a responsabilidade de identificar áreas ou estabelecimentos próximos aos portos que possam ser credenciados como pontos de parada e descanso de motoristas de caminhões de carga.

A proposta altera a Lei dos Portos.

O texto aprovado foi a versão (substitutivo) do relator, deputado Bruno Ganem (Pode-SP), para o PL 178/25, do deputado Gilson Daniel (Pode-ES).

Mudanças

Originalmente, o projeto tornava obrigatória a construção, nos portos e terminais de carga, de infraestrutura de apoio para trabalhadores e motoristas de caminhões de carga, incluindo banheiros, áreas de descanso e restaurantes.

O relator alterou o projeto para torná-lo mais viável econômica e juridicamente. Segundo ele, boa parte dos portos não comportam a instalação de estacionamentos para veículos de grande porte, instalações sanitárias em quantidade adequada, áreas de descanso e serviços de alimentação.

Impacto financeiro

Outra preocupação de Bruno Ganem foi quanto ao impacto financeiro da medida. “A obrigatoriedade, na forma proposta, comprometeria a estabilidade regulatória e a segurança jurídica dos contratos vigentes, ao impor encargos não previstos originalmente”, afirmou.

Ele acrescentou que várias administrações portuárias enfrentam dificuldades para manter serviços essenciais, como as dragagens periódicas dos canais de acesso.

A imposição de novas responsabilidades, na avaliação de Ganem, poderia levar ao aumento das tarifas portuárias, impactando negativamente os custos logísticos e a competitividade do comércio exterior brasileiro.

Descanso digno

Apesar das alterações, o relator concordou com a necessidade de ofertar condições de trabalho para os motoristas. “É imprescindível enfrentar a precariedade a que estão submetidos os motoristas profissionais, que frequentemente permanecem por longos períodos aguardando a liberação de cargas e descargas em condições inadequadas de higiene, segurança e dignidade”, disse.

Próximos passos

O projeto ainda será analisado, em caráter conclusivo, nas Comissões de Trabalho; de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.

Déficit das autopeças chega a US$ 8,9 bilhões até julho de 2025

Déficit das autopeças chega a US$ 8,9 bilhões até julho de 2025

O aumento de 19,8% é decorrente das importações, que cresceram 15,6%, totalizando US$ 13,6 bilhões, enquanto as exportações, mesmo com alta de 8,5%, ficaram abaixo das compras externas, acumulando US$ 4,7 bilhões nos sete meses do ano

A indústria de autopeças registrou, de janeiro a julho, déficit de US$ 8,9 bilhões, aumento de 19,8% sobre igual período de 2024, quando o saldo negativo chegou a US$ 7,4 bilhões, conforme mostra o relatório da balança comercial divulgado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

O principal responsável pelo aumento do déficit, segundo o Sindipeças, é o acelerado ritmo das compras externas, que atingiram, até julho, US$ 13,6 bilhões, aumento de 15,6% em relação aos sete meses do ano passado, quando o saldo negativo foi de US$ 11,7 bilhões. As exportações totalizaram US$ 4,7 bilhões e, mesmo com o crescimento de 8,5% em relação ao período de janeiro a julho de 2024, (US$ 4,3 bilhões) ficaram abaixo das importações.

Desempenho mensal

Em julho, a balança comercial da indústria de autopeças manteve-se deficitária, com saldo negativo de US$ 1,4 bilhão, valor superior ao de junho (US$ 1,27 bilhão) e 14,9% maior que o registrado em julho de 2024 (US$ 1,23 bilhão). As exportações somaram US$ 736,9 milhões, alta de 13,7% na comparação anual, mas insuficiente para compensar o avanço das importações, que totalizaram US$ 2,6 bilhões, aumento de 14,4% na comparação com os sete meses de 2024.

Segundo o Sindipeças, nas exportações, vislumbra-se a ocorrência de menor dinamismo das operações com os Estados Unidos. A sobretaxa de 25% sobre as autopeças imposta pelo governo Trump desde maio de 2025 vem contribuindo para esse enfraquecimento. “Desde o início de agosto, as autopeças, que até então eram sobretaxadas em 10%, passaram a receber acréscimo de 40 pontos percentuais na tarifa, totalizando 50%, o que certamente impactará os resultados futuros”, destaca.

Importações

As importações provenientes de 153 países mantiveram a China como principal mercado de compras de autopeças, com US$ 2,52 bilhões nos sete meses deste ano, aumento de 22% sobre janeiro a julho do ano passado. “Esse avanço reflete não somente os preços competitivos e a produção em larga escala do país, mas também o fortalecimento de sua posição na cadeia global de autopeças, ampliando a dependência brasileira em relação aos fornecedores chineses”, esclarece o Sindipeças.

Os Estados Unidos continuam em segundo lugar, com US$ 1,41 bilhão de componentes enviados ao Brasil, aumento de 10,1% e 10,4% de participação. O Japão é o terceiro no ranking de vendas de componentes ao Brasil, com US$ 1,23 bilhão, aumento de 25,8% e 9,0% de participação.

A Alemanha ocupa o quarto lugar no ranking, enviou US$ 1,20 bilhão de componentes ao Brasil, incremento de 10,0% e a participação foi de 8,8%. O México manteve os 7,4% de participação nas compras feitas pelo Brasil, com US$ 1,00 bilhão, alta de 19,0% sobre os sete meses do ano passado.

Exportações

As exportações destinadas para 192 países têm a Argentina como principal mercado das autopeças, com US$ 1,81 bilhão, crescimento de 25,0% sobre janeiro a julho de 2024 e 38,2% de participação nos embarques.

Os Estados Unidos continuam em segundo lugar no ranking das exportações das empresas, com 15,4% de participação, mas o valor do embarque reduziu 5,8%, totalizando US$ 730,4 milhões.

O México teve 9,0% de participação nas exportações, mas os embarques reduziram 8,6% em relação aos sete meses do ano passado, totalizando US$ 429,0 milhões.

A Alemanha teve aumento de 4,0% nos embarques das autopeças, com US$ 251,5 milhões e 5,3% de participação de janeiro a julho deste ano. Para o Chile, os embarques aumentaram 5,7% em relação aos sete meses do ano passado, totalizando US$ 139,3 bilhões e 2,9% de participação.

DER-SP implementa sistema de alerta contra incêndios em rodovias

DER-SP implementa sistema de alerta contra incêndios em rodovias

A iniciativa reforça a Operação SP Sem Fogo, que atualmente está na fase vermelha, de maior perigo, com ações preventivas a incêndios em rodovias

O Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo (DER-SP), ligado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), está utilizando, em todas as suas 14 coordenadorias regionais, o Sistema de Alerta de Risco de Propagação do Fogo (SARP Fogo) — uma ferramenta inédita no país, que identifica e classifica trechos de rodovias conforme o risco de incêndios. A iniciativa reforça a Operação SP Sem Fogo, que atualmente está na fase vermelha, de maior perigo, com ações preventivas e de combate a queimadas.

Como funciona o SARP Fogo?

Desenvolvido por técnicos do DER-SP, o sistema é o primeiro no Brasil voltado especificamente para prevenir incêndios em áreas próximas às rodovias. Ele funciona como um painel digital interativo, atualizado mensalmente, que reúne diversos dados em um mapa georreferenciado. Esse mapa é exibido no Centro de Comando e Controle (C2C) do órgão — uma estrutura moderna inaugurada em 2024 para monitorar os mais de 12 mil quilômetros de estradas sob gestão do DER-SP.

O sistema foi baseado em estudos aplicados originalmente em áreas protegidas da América do Sul e utiliza uma metodologia inovadora. Ele cruza diversas variáveis ambientais, como dados meteorológicos, incluindo precipitação e umidade do solo, além de analisar as condições da vegetação, como saúde das plantas e histórico de queimadas. Para garantir precisão, o sistema também incorpora imagens de satélite fornecidas por instituições como Inpe, NOAA, NASA e MapBiomas.

Trechos críticos identificados

Nas últimas análises realizadas pelo sistema, poucas áreas apresentaram risco alto, com a maioria concentrada na região de Ribeirão Preto. Entre as 505 rodovias constantemente monitoradas, apenas 14 trechos receberam essa classificação mais severa. Esses locais incluem vias em municípios como Aramina, Buritizal, Cristais Paulista, Franca, Igarapava e Ituverava, onde as condições ambientais se mostraram mais propícias à propagação de incêndios.

Quando um determinado trecho é identificado como perigoso, o DER-SP imediatamente aciona um protocolo de ações preventivas. Isso inclui comunicação direta com o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil para alerta prévio, além de intensificar as inspeções na área. Medidas físicas também são implementadas, como roçadas emergenciais e criação de aceiros — aquelas faixas de terra estrategicamente limpas que funcionam como barreiras naturais para conter o avanço das chamas.

Investimentos em prevenção

O combate aos incêndios tem recebido atenção especial e investimentos significativos do DER-SP. Apenas no mês de junho de 2025, o órgão destinou R$ 14,6 milhões para diversas ações preventivas. Esses recursos foram aplicados em serviços essenciais, como roçada mecânica, que atingiu mais de 3,2 mil hectares, e roçada manual, abrangendo outros 2,2 mil hectares. Além disso, foram realizadas operações de limpeza nas margens das vias e nos sistemas de drenagem, eliminando material combustível que poderia alimentar possíveis incêndios.

A estrutura operacional também foi reforçada através de novos contratos, que garantiram a disponibilização de 56 caminhonetes equipadas com autobombas — veículos essenciais para o primeiro combate às chamas. Outro avanço importante foi a contratação de 224 brigadistas especializados, aumentando significativamente a capacidade de resposta rápida em caso de emergências.

“O SARP Fogo representa mais um avanço em nossa estratégia para enfrentar os riscos de incêndio, que se intensificam nos meses de estiagem. Mantemos um trabalho contínuo de limpeza nas áreas próximas às rodovias, transformando essas faixas em verdadeiras barreiras naturais contra a propagação do fogo”, explica Sergio Codelo, presidente do DER-SP.

Indicadores Setoriais e Macroeconômicos | Julho/25

Indicadores Setoriais e Macroeconômicos | Julho/25

Os indicadores setoriais e macroeconômicos permitem aos empresários, principalmente, os de transporte, o acompanhamento da evolução da inflação no setor do transporte rodoviário de cargas, e, sobretudo, dos principais indicadores macroeconômicos para a tomada de decisão. 

Esse trabalho acompanha a evolução dos mais diversos indicadores, tanto setoriais, quanto macroeconômicos, com o objetivo de servir de ferramenta na tomada de decisão no que diz respeito a reajustes de contratos de transporte e outros de uma maneira geral, bem como, ações indenizatórias, reajustes de salários, entre outros.

Arquivo completo, abaixo:

Infraestrutura nacional e os reflexos no Transporte Rodoviário de Cargas serão tema do CONET&Intersindical 2025

Infraestrutura nacional e os reflexos no Transporte Rodoviário de Cargas serão tema do CONET&Intersindical 2025

Programação inclui painel sobre infraestrutura com a participação de especialistas do setor

A NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) realizará a segunda edição do CONET&Intersindical 2025 nos dias 21 e 22 de agosto, no Dall’Onder Grande Hotel, em Bento Gonçalves (RS). O evento tem, como entidade anfitriã, a Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (FETRANSUL), com o apoio dos Sindicatos filiados à entidade.

Reconhecido por reunir os principais protagonistas do Transporte Rodoviário de Cargas, o CONET&Intersindical promove debates de alto nível, troca de experiências e a construção de soluções inovadoras para o setor. O evento também é uma oportunidade para fortalecer parcerias estratégicas e compartilhar boas práticas que impulsionam o desenvolvimento econômico e social.

Em seu formato tradicional, o evento é dividido em duas etapas: o CONET – voltado à discussão empresarial de custos, em que o Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas (DECOPE), da NTC&Logística, apresenta pesquisas de mercado e aponta os direcionamentos relacionados ao frete – e a Intersindical, cuja pauta inclui temas relacionados ao desenvolvimento das atividades do setor.

Na programação da Intersindical, haverá um Painel sobre Infraestrutura, com a participação de Lilian de Alencar Pinto Campos e Jefferson Cristiano dos Santos Silva.

Lilian Campos é responsável pela operação do Observatório Nacional de Transporte e Logística (da INFRA S.A.) e pelo Espaço Conecta – centro de inovação voltado ao desenvolvimento da infraestrutura de transportes do Brasil. É mestre em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação; MBA em Gestão de Negócios; especialista em Ciência de Dados e Big Data; diretora do PMI DF (Instituto de Gerenciamento de Projetos – Distrito Federal) e pesquisadora da RBCIP (Rede Brasileira de Certificação, Pesquisa e Inovação).

Jefferson Cristiano é graduado em Estatística pela UnB (Universidade de Brasília), com especialização em Matemática e Estatística pela UFLA (Universidade de Lavras – Minas Gerais); MBA em Infraestrutura de Transportes e Rodovias pelo IPOG (Instituto de Pós-Graduação e Graduação – Rio de Janeiro) e MBA em Gestão de Negócios pela FDC (Fundação Dom Cabral). Desde 2013, é responsável pela Gerência Executiva de Estatística e Pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte), coordenando projetos como a Pesquisa CNT de Rodovias, as Pesquisas de Perfil Empresarial e Mobilidade Urbana, além de ter atuado em organizações como CACB (Confederação ds Associações Comerciais e Empresariais do Brasil), INEP/MEC (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas, do Ministério da Educação), Banco do Brasil e CASSI (Caixa de Assistência dos Funcionários do Branco do Brasil).

A participação dos especialistas promete aprofundar a abordagem técnica e estratégica sobre os desafios e oportunidades da infraestrutura no TRC, ratificando a importância da integração entre autoridades, entidades e empresas para o fortalecimento do setor no Brasil.

Confira a programação do evento

21 de agosto de 2025 | CONET – Salão Malbec

9h30   Abertura do Credenciamento

10h30 Cerimônia de Abertura

12h     Almoço – HOTEL

14h Painel Técnico

Índice de Variação do INCT (Índice Nacional de Custos do Transporte) e Pesquisa DECOPE de Mercado no Transporte de Cargas – 2025

Palestrante:

Engenheiro Lauro Valdivia, Assessor Técnico da NTC&Logística

Conteúdo:

·   Resultados atualizados da pesquisa

·   Principais variáveis de custo dos insumos: combustível, manutenção, pneus etc.

·   Impacto nas margens de lucro

Gestão e Inovação

·  Do Índice à Prática: Nova Ferramenta da NTC&Logística para Simulação de Custos de Frete no TRC

Palestrantes:

               Engenheiro Lauro Valdivia, Assessor Técnico da NTC&Logística

                Geovani Serafim, Coordenador do Instituto Mercadológico da COMJOVEM Nacional

                Valéria Melnik, Vice-Coordenadora do Instituto Mercadológico da COMJOVEM Nacional

           Peças Remanufaturadas

·  Uma escolha Econômica, Eficiente e Sustentável

Palestrante:

Jefferson Germano, Diretor do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores – SINDIPEÇAS

16h|16h30

Coffee-Break e networking

16h30

Palestra Magna – “Cenário Econômico e Perspectivas para o Transporte Rodoviário de Cargas”

Palestrante: Zeina Latif

Formada em Economia pela USP (Universidade de São Paulo), instituição onde também tem o título de Doutora em Economia. Foi economista-chefe da XP Investimentos do Royal Bank of Scotland para a América Latina; do ING Bank no Brasil; do ABN-Amro Real e do HSBC. Eleita pela Revista Forbes como uma das mulheres mais influentes do Brasil, na categoria econômica, foi Secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo. Autora do livro “Nós do Brasil – Nossa herança e nossas escolhas”, é colunista semanal de O Globo.

17h30

Painel Empresarial

Desafios e Oportunidades por Segmento de Carga

·   Transporte de Produtos Farmacêuticos

·   Transporte de Produtos Perigosos

·   Transporte de Granéis Sólidos

·   Transporte de Carga Fracionada

·   Transporte de Carga de Lotação

·   Transporte de Bebidas

·   Transporte de Produtos Alimentícios

·   Outros segmentos

18h45

Encerramento

22 de agosto de 2025 | INTERSINDICAL

9h

Abertura da Reunião Intersindical

9h30

Painel Trabalhista

·  Negociações Coletivas – Apresentação da Pesquisa NTC 2025

·  Propostas de Alterações Legislativas – Lei do Motorista

Palestrante: Dr. Narciso Figueirôa Junior, Assessor Jurídico da NTC

11h|11h30

Painel sobre Segurança

Aliança Nacional pela Segurança Logística

Palestrante: Dr. Waldomiro Milanesi, Delegado de Polícia e Especialista em Segurança

11h30

Painel sobre Seguros

Atualizações Legislativas no Setor de Seguros para o Transporte Rodoviário de Cargas e Fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT

Palestrantes:

Dr. Marcos Aurélio Ribeiro, Diretor Jurídico da NTC&Logística

Guilherme Theo Sampaio, Diretor-Geral da ANTT

13h

Intervalo para Almoço – Salão Sauvignon

14h às 15h30

Painel sobre Infraestrutura

Palestrantes:

Lilian de Alencar Pinto Campos, Superintendente de Inteligência de Mercado da Infra S.A.

Jefferson Cristiano, Gerente Executivo de Estatística e Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte – CNT

15h30 às 17h

Painel sobre Reforma Tributária

Aplicação da Reforma Tributária no Transporte de Cargas: Impactos, Riscos e Oportunidades para as Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas

Palestrantes:

Dr. Marcos Aurélio Ribeiro, Diretor Jurídico da NTC&Logística

Dr. Alex Breier, Advogado Especialista em Direito Tributário

17h30

Considerações Finais | Encerramento 

20h30

Jantar Festivo de Encerramento – Salão Carmenère

Realização

NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística)

Entidade Anfitriã

FETRANSUL (Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul)

Apoio

Sindicatos filiados à FETRANSUL

Patrocínio

AUTOTRAC

FENATRAN

RANDS

TOTVS

TRANSPOCRED

XBRI PNEUS

Apoios Institucionais

Sistema Transporte (CNT – Confederação Nacional do Transporte; SEST SENAT – Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte; ITL – Instituto de Transporte e Logística)

FuMTran (Fundação Memória do Transporte)

Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários)

l SINDIPEÇAS (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores)

Apoio Logístico

Braspress

Participe da pesquisa nacional sobre seguros no Transporte Rodoviário de Cargas

Participe da pesquisa nacional sobre seguros no Transporte Rodoviário de Cargas

Com o objetivo de compreender a fundo a realidade enfrentada pelas empresas em relação aos seguros no Transporte Rodoviário de Cargas, a NTC&Logística, por meio do seu Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas (DECOPE), está conduzindo uma pesquisa voltada exclusivamente aos transportadores de todo o Brasil.

A iniciativa surge, também, como sugestão do Comitê de Seguros, recentemente criado pela entidade, com o propósito de debater os desafios do setor e propor soluções práticas para o aperfeiçoamento das relações entre transportadoras e seguradoras. A partir dessa articulação, identificou-se a necessidade de um levantamento amplo e técnico que embasasse futuras ações da NTC&Logística junto ao mercado e aos órgãos reguladores.

A pesquisa aborda temas como os tipos de apólices contratadas, ocorrências de sinistros, coberturas mais utilizadas, frequência de negativas, vigência e valores das apólices, além da influência de exigências externas e da satisfação com os serviços prestados. Os dados obtidos serão essenciais para a construção de um diagnóstico representativo e atualizado sobre o cenário atual dos seguros no TRC.

Para o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, a participação dos transportadores é fundamental para que a entidade possa atuar com maior alcance e precisão: “A pesquisa é uma ferramenta estratégica. Precisamos ouvir quem está na ponta, entender as dificuldades, os custos envolvidos, a efetividade das coberturas e como o seguro tem impactado o dia a dia das operações. Com esses dados em mãos, teremos embasamento sólido para propor melhorias e construir soluções em diálogo com as seguradoras, sempre em defesa do setor de transporte de cargas”, afirmou.

A NTC&Logística reforça que todas as informações serão tratadas com sigilo e utilizadas exclusivamente para fins estatísticos e institucionais. A pesquisa pode ser respondida de forma rápida e está disponível no link abaixo.

Acesse a pesquisa aqui

Bertolini aposta na BR-319 para acelerar entregas e fortalecer negócios no Norte

Bertolini aposta na BR-319 para acelerar entregas e fortalecer negócios no Norte

Fundada em 1978 com apenas três caminhões, a Transportes Bertolini cresceu junto com a cidade de Manaus e se tornou um dos maiores conglomerados logísticos do Brasil. À frente dessa trajetória, está o empresário Irani Bertolini, que conhece como poucos os desafios, e as oportunidades, de se operar em plena Amazônia.

Bertolini relembra o início difícil da operação e faz uma análise franca sobre o futuro da logística na região Norte, incluindo a polêmica reabertura da BR-319, rodovia que liga Porto Velho a Manaus. “Enfrentamos várias dificuldades. Em primeiro lugar, as estradas. Quando vínhamos por Cuiabá, Porto Velho, enfrentávamos 1.500 quilômetros de estrada de chão em condições péssimas”, lembra.

Segundo ele, mesmo com a estrada asfaltada na época, a operação era desgastante. “A gente saía às seis da manhã e chegava à noite aqui”. A partir do fechamento da BR-319, a logística foi obrigada a mudar completamente de rota. “Nós tivemos que voltar a trabalhar por Belém, enfrentando a navegação de Belém a Manaus, e isso representava custo. Além disso, não tinha balsa todos os dias. Às vezes, a gente ficava quatro, cinco dias esperando balsa”.

De acordo com ele, outro entrave à época era a burocracia dos despachos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e da Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas (SEFAS-AM). A crescente demanda por transporte para Manaus impulsionou a expansão da empresa, que se desenvolveu acompanhando o ritmo e as exigências do mercado. Hoje, a Bertolini opera com diferentes modais e serviços. “Nós desenvolvemos projetos de logística para os clientes, transportamos rodoviário e fluvial, temos armazém de logística para armazenagem de mercadorias e temos também uma empresa que transporta cargas perigosas”.

A estrutura inclui também uma empresa especializada em carga-lotação. “Temos uma empresa que se chama ‘Eco logística’, que faz cargas-lotações daqui para o Sul e Sudeste, e do Sudeste para cá”.

Quando perguntado sobre a reabertura da BR-319, ele não hesita: “É uma grande oportunidade para a logística da região Norte, pois ela vai diminuir o capital de giro das indústrias e do comércio de Manaus no mínimo em cinco dias”. Bertolini também não acredita que o transporte fluvial perderá força. “Acho que a gente vai ganhar clientes, porque nós vamos ter mais eficiência e vamos trazer mercadoria com menos tempo e com menos problemas para fazer a entrega”.

A empresa já está preparada para essa mudança. “Os investimentos nós já temos, são os caminhões que trafegam Brasil afora, a gente só vai mudar de rota”, comenta.

Em relação ao meio ambiente, o empresário diz que não vê “risco ambiental, pois a maior parte da BR-319 é igapó. Igapó de um lado e do outro. Então essa área não vai ser agricultura e nem pecuária nunca”.

Segundo Bertolini, a companhia já se antecipa com medidas de sustentabilidade. “Temos um grande projeto que compensa todo o CO₂ que emitimos e ainda gera um pequeno excedente de créditos de carbono, que pretendemos vender futuramente. Atualmente, preservamos mais de 200 mil hectares de floresta.”

Para Irani Bertolini, o futuro da logística na Amazônia já é promissor, e será ainda mais acelerado com a melhoria da infraestrutura: “Na época em que começamos, a embarcação levava 11 ou 12 dias para ir de Belém a Manaus. Hoje, o trajeto é feito em 5 dias e algumas horas. Com a BR-319, vamos ganhar mais 5 dias, o que trará grandes benefícios para a logística, os empresários, a indústria e o comércio”, conclui.

A chegada do Outback Steakhouse a Manaus, anunciada oficialmente pela Bold Hospitality Company, marca um passo histórico para a rede na região Norte e reforça o avanço estratégico da holding no Brasil. A expansão no Norte já contempla a operação em Belém e deve alcançar, nos próximos anos, estados como Amapá, Roraima, Tocantins e Acre, consolidando a presença da marca em todos os estados brasileiros até 2030.

Após consolidar operações no Nordeste e chegar à capital paraense para viabilizar a rota logística, a empresa finalmente prepara a abertura da primeira unidade no Amazonas, etapa que integra um plano ambicioso: dobrar o número de lojas no país, alcançando 400 estabelecimentos. Estamos só aguardando o local e data de abertura!

Parceria Motorola e UFAC une educação e mercado para impulsionar inovação no Acre

A Motorola acaba de inaugurar um laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da empresa americana no campus da Universidade Federal do Acre (UFAC), que representa um marco para o fortalecimento da inovação tecnológica no Acre. Com investimento de R$ 1,6 milhão em infraestrutura e equipamentos, que eleva a parceria a R$ 17,1 milhões em aportes desde sua criação, o espaço amplia o programa ‘Web Academy’, lançado em 2022 para capacitar jovens da região Norte em desenvolvimento de sistemas web.

O laboratório oferece ambientes modernos, com salas teóricas, espaços colaborativos, estúdios de criação de conteúdo e área dedicada à experiência do usuário (UX). A metodologia mescla teoria e prática em um ambiente que simula o cotidiano de uma empresa tecnológica, permitindo que alunos desenvolvam soluções aplicadas e interajam com clientes e órgãos públicos.

Para a economia do Acre, essa presença reforça o ecossistema de inovação em plena Amazônia, conecta universidade, iniciativa privada e setor público, além de preparar a formação de mão de obra especializada. Tudo o que a gente mais precisa!

Primeira unidade no Norte marca nova fase de expansão do Grupo Vignoli

O Grupo Vignoli se prepara para dar um passo histórico: a inauguração de sua primeira unidade na região Norte, e a cidade escolhida é Manaus. Com investimento de R$ 7,5 milhões, o restaurante está sendo construído em Adrianópolis, na Rua Fortaleza, e terá capacidade para atender 290 clientes, além de uma adega de vidro 360°, salão de eventos, parquinho infantil de 120 metros quadrados e estacionamento. A previsão de abertura da unidade é entre dezembro de 2025 e janeiro de 2026.

Fundado em 2004, no Ceará, o Grupo Vignoli consolidou-se como referência em pizzas e culinária italiana no Nordeste. Ao longo de 20 anos, ampliou seu portfólio com quatro marcas: Restaurante Vignoli, Vignoli Cucina, Natural Leve e Viggi, e construiu uma rede de 17 unidades distribuídas por Fortaleza, Eusébio, São Luís, Teresina e João Pessoa, empregando cerca de 350 pessoas. Em 2024, o grupo destinou R$ 20 milhões à expansão, com meta de crescimento de 35% e abertura de novas casas no Norte e Nordeste.

O novo restaurante deve gerar empregos diretos e indiretos, atrair público de diferentes perfis e estimular a concorrência qualificada, contribuindo para dinamizar o mercado local e ampliar a oferta de experiências gastronômicas na capital amazonense.

COP30 terá panorama inédito da bioeconomia na Amazônia Legal

Um estudo inédito da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), identificou mais de 11 mil empreendimentos ligados à sociobiodiversidade na Amazônia Legal, sendo cerca de 6 mil classificados como bioindústrias. O mapeamento destaca cadeias produtivas como açaí, castanha-do-Brasil, cacau, guaraná e óleos vegetais, com destaque para o polo de fitocosméticos no Vale do Juruá, no Acre. Apesar do potencial, os negócios enfrentam desafios como baixa agregação de valor, falta de infraestrutura e insegurança jurídica. A pesquisa será apresentada na COP30, com o objetivo de subsidiar políticas públicas e fortalecer a bioeconomia como estratégia de desenvolvimento sustentável para a região.

RÁPIDAS & BOAS

Nos dias 20 e 21/8, acontece em Manaus o ‘Amazon On 2025 – Connectivity & Sustainability’, evento com entrada gratuita, reunirá empresas, investidores, pesquisadores, estudantes, autoridades públicas e representantes de povos tradicionais. As inscrições estão abertas no endereço eletrônico (https://tinyurl.com/y3x7azrw).

FGV: com juro alto, economia desacelera e cresce 0,5% no 2º trimestre

FGV: com juro alto, economia desacelera e cresce 0,5% no 2º trimestre

Em 12 meses, expansão é de 3,2%, diz Monitor do PIB

A economia brasileira cresceu 0,5% na passagem do primeiro para o segundo trimestre. O resultado mostra desaceleração, uma vez que, no primeiro trimestre, a alta tinha sido de 1,3%.

As estimativas são do Monitor do Produto Interno Bruto (PIB), estudo mensal do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado nesta segunda-feira (18), no Rio de Janeiro.

O levantamento apresenta estimativas sobre o comportamento do PIB, conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país, e serve como prévia do dado oficial, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na passagem de maio para junho, houve expansão também de 0,5%, segundo a FGV. Esses dados são dessazonalizados, ou seja, foram excluídas variações típicas da época do ano, para que efeitos do calendário (por exemplo, diferença no número de dias úteis) não distorçam a comparação entre períodos diferentes.

O Monitor do PIB aponta que a economia brasileira cresceu 2,4% no segundo trimestre ante o mesmo período de 2024. No acumulado de 12 meses, a expansão é de 3,2%. Em termos monetários, a FGV estima o PIB do primeiro semestre em R$ 6,109 trilhões.

Freio dos juros altos

Juliana Trece, economista do Ibre, explicou que o crescimento do segundo trimestre se deve aos desempenhos dos setores de serviços e da indústria. Nos serviços, detalha ela, “este crescimento foi disseminado na maior parte das atividades”.

Já na indústria, o desempenho positivo foi concentrado na atividade extrativa, “o que mostra maior fragilidade do setor”.

Segundo Trece, a “relevante desaceleração” do crescimento no segundo trimestre pode ser atribuída tanto por não ter havido a forte contribuição positiva da agropecuária que houve no primeiro trimestre, quanto pelo “efeito defasado do elevado patamar dos juros na atividade econômica”.

O levantamento evidencia que o consumo das famílias, apesar de mostrar crescimento, apresenta números declinantes desde o fim de 2024. No quarto trimestre daquele ano, a expansão foi de 3,7%. No primeiro trimestre de 2025, 2,6%; e no segundo trimestre, 1,5%. Todas as comparações são em relação ao mesmo período dos anos anteriores.

Por que juros altos?

A escalada dos juros começou em setembro do ano passado, quando a taxa básica (Selic) saiu de 10,5% ao ano e, gradativamente, chegou aos atuais 15%, maior nível desde julho de 2006 (15,25%).

A taxa Selic é decidida a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e consiste na principal forma de a instituição fazer a inflação convergir para a meta estipulada pelo governo – de 3% ao ano com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desde setembro de 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está acima do teto da meta (4,5%).

Uma face do juro alto é o efeito contracionista, que combate a inflação. A elevação da taxa faz com que empréstimos fiquem mais caros – seja para pessoa física ou empresas ─ e desestimula investimentos, uma vez que pode valer mais a pena manter o dinheiro investido, rendendo juros altos, do que arriscar em atividades produtivas.

Esse conjunto de efeitos freia a economia. Daí vem o reflexo negativo: menos atividade tende a ser sinônimo de menos emprego e renda. De acordo com o Banco Central, o efeito da Selic na inflação leva de seis a nove meses para se tornar significativo, coincidindo com a percepção do Monitor do PIB.

PIB oficial

O Monitor do PIB é um dos estudos que servem como termômetro da economia brasileira. Outro levantamento é o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado também nesta segunda-feira (18), que indicou expansão de 0,3% na passagem do primeiro para o segundo trimestre. Em 12 meses, o IBC-Br sobe 3,9%.

O resultado oficial do PIB é apresentado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A divulgação referente ao segundo trimestre será no dia 2 de setembro.