Caminhões Autônomos: Tecnologia Agregadora ou Excludente?

Quero iniciar este artigo frisando a importância da tecnologia em nos processos do segmento, além de ser um fator vital na atualidade. Falando sobre caminhões autônomos, essa técnica vem provando sua utilidade através da diminuição do número de acidentes e do aumento da eficiência de trabalho, na área de entregas e para empresas que utilizam os serviços de logística.

Apesar da previsão longínqua para o início dos testes no país, os equipamentos já estão sendo desenvolvidos e testados também nas estradas europeias. Neles, um caminhão dirigido por um motorista lidera o comboio de veículos autônomos, deixando o caminhoneiro responsável pela observação do desempenho dos caminhões e do trajeto.

Então, você me pergunta: mas Lucas, e o motorista? Onde entra nisso tudo? E eu lhes respondo: sempre haverá a necessidade da presença e experiência do caminhoneiro para o desenvolvimento do transporte, além da direção de veículos grandes nas rodovias e estradas de todos os países. Mesmo que para isso seja necessário a aquisição de novas habilidades desta nova ferramenta.

A proposta desse tipo de tecnologia é diminuir a carga de trabalho repetitivo do motorista, e não excluir o componente humano. A valorização do profissional deve vir aliada a tecnologia, e não como um componente negativo. Devemos sempre prezar pelas peças que fazem a diferença, e incluí-las nos processos de crescimento.

Ainda chegaremos lá, com motoristas, caminhões e tecnologia.

Por: Lucas Scapini – COMJOVEM Porto Alegre

Motorista do Futuro

Estamos prestes a uma revolução no Transporte Rodoviário de Cargas? Embora pareça uma realidade distante, já existem vários projetos e testes sendo feitos para criação de caminhões autônomos, controlados apenas por robôs sem a presença humana. Mas será essa a realidade do futuro? Existem muitas adequações a serem feitas para que essa tecnologia seja realidade, mas adequações que tem que ser feitas vão trazer isso tudo a médio/longo prazo. Mas a pergunta principal é, o que vai acontecer com os motoristas?

Cada vez mais os motoristas de caminhão precisam se adaptar as novas tecnologias para continuarem no mercado. Tanto o contratado, como o autônomo, hoje precisam saber operar os caminhões, muitos com comandos e tecnologias novas que exigem conhecimento do motorista, precisam estar por dentro das Leis e saberem usar as facilidades que o mundo tecnológico nos trouxe (aplicativos de conversar, sistemas integrados, etc). O mundo da informação exige a capacitação completa do motorista, como uma boa relação interpessoal, conhecimento,  uma peça chave para que o transporte rodoviário de cargas seja feito realizado por completo, da melhor forma possível.

Hoje o motorista tem tempo para se atualizar, com as informações chegando na palma da mão através de um celular, podendo realizar cursos, ler, aprender sobre o que está em alta no mercado do frete. Capacitação também influencia no valor do frete/salario a receber. Quem sai na frente bebe agua limpa.

Por: Hudson Rabelo – COMJOVEM Centro-Oeste Mineiro

Experiências e aprendizados: A importância dos cursos on-line na formação educacional

No último sábado, dei uma entrevista a um programa específico da rádio A Hora, onde fui indagado sobre várias questões relacionadas a qualificação em meio a pandemia e suas oportunidades on-line. Nela, pude resgatar experiências e refletir sobre o papel desse tipo de tecnologia facilitadora em minha vida pessoal e profissional.

Todos nós sabemos que a internet desde a sua origem até os dias atuais, proporcionaram alterações significativas seja aproximando trabalho, pessoas, comunicação e até mesmo direcionado a um aprendizado educacional.

Segundo uma pesquisa recente divulgada pelo jornal MG1, da TV Globo, 71% dos entrevistados pretendiam adquirir um curso, principalmente os livres e de curta duração. Outros dados mostram que 40% dos entrevistados queriam algo para desenvolvimento pessoal, 31% pretendiam se qualificar na área em que já trabalham e 25% queriam uma renda extra.

Quando iniciei minha carreira profissional, busquei aprendizado em vários modelos. Um deles era o modelo online onde pude aprender com grandes professores, empresários, consultores, que sempre compartilhavam suas experiências e modelos de gestão.

Investir em conhecimento é a melhor escolha que uma pessoa pode fazer ao longo de sua trajetória. Os benefícios são muito positivos independentemente do lugar que se busca conhecimento, e a tendência é absorver e ter resultados positivos.

O conhecimento é uma coisa que você agrega e ninguém tira de você, independentemente das circunstâncias e adversidades. Devemos sempre nos apoiar na educação, pois ela muda o mundo.

Por: Lucas Scapini – COMJOVEM Porto Alegre

Adequação Das Empresas Conforme a LGPD

Os dados pessoais são valiosos, a forma de protegê-los deve ser extremamente cuidadosa, por isso em 18 de agosto de 2018 foi criada a LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados (Lei 13.709/2018), mas só entrou em vigor em 18 de setembro de 2020.

Na era digital, as informações sobre as pessoas se tornaram uma moeda preciosa para as empresas que usam o modelo de negócios baseado em tecnologia avançada, como inteligência artificial, computação (arquivos) em nuvem, blockchain (serviço explorador de criptomoedas), nano, biotecnologia, entre outros.

Por esse motivo, a proteção de dados se tornou um grande desafio, as empresas estão tendo que se adequar às novas normas.  

Essa lei afeta diferentes setores e serviços, seja no papel de indivíduo, empresa ou governo, por ser muito ampla, irei abordar diretamente o que for ligado a empresas que utilizam os dados de clientes e colaboradores no setor logístico

Precisamos entender a importância do assunto, é necessário saber que a nova lei quer criar um cenário de segurança jurídica, com a padronização de normas e práticas, para promover a proteção, aos dados pessoais de todo cidadão que esteja no Brasil.

Lembrando que mesmo que a empresa tenha sede no exterior, mas há o processamento de conteúdo de pessoas, brasileiras ou não, que estão no território nacional, a LGPD deve ser cumprida. 

A Lei estabelece regras sobre coleta e manutenção das informações, que deve ser feita sempre com o consentimento dos usuários a não ser em casos de mandados judiciais ou para garantir a segurança pública e/ou do Estado, no caso de investigações criminais.

Um pequeno resumo para o entendimento geral da Lei, é que dados sensíveis tais como referentes à religião, alinhamento político, estado de saúde, preferências sexuais ou características físicas, entre outros, foram classificados como restritos: eles não podem ser utilizados para fins que possam levar a situações discriminatórias e deverão ser protegidos. Dados médicos, especificamente, não podem ser utilizados para fins comerciais, a menos que se deixe autorizado de forma expressa.

Da parte das empresas e órgãos públicos, os mesmos terão que informar os direitos do usuário sobre recusar o tratamento de seus dados, bem como as consequências dessa decisão, onde ele deve autorizar o uso dos mesmos em caso de compartilhamento com terceiros. Igualmente, as empresas e órgãos deverão oferecer ferramentas que permitam ao usuário acessar seus dados, fazer correções, salvar, deletar ou transferi-los para outros serviços, seguindo o princípio de portabilidade.

Para exemplificar, na parte logística, todos os dados coletados para que as empresas possam fazer o transporte de cargas, devem ter um sistema seguro para que os dados não sejam utilizados de forma incorreta ou que “vazem”.

Em caso de vazamentos de dados, serão analisados pela ANPD e julgados conforme a gravidade de cada caso. As empresas e prestadoras serão obrigadas a informar as falhas às autoridades tão logo tomem conhecimento delas, e não mais poderão esperar por consertar os vazamentos antes de se tornar público.

Dependendo de cada situação, as empresas serão orientadas a divulgar ou não o vazamento publicamente, enquanto as multas serão aplicadas proporcionalmente. As consequências variam de uma advertência a uma multa simples de 2% sobre o faturamento anual, limitada a até R$ 50 milhões, ou uma multa diária, cuja soma dos valores não pode ultrapassar o valor acima mencionado.

O maior beneficio dessa Lei, é a garantia da segurança cibernética, além da transparência perante os clientes, o respeito ao disposto na LGPD trará vantagem competitiva em relação à contratação entre empresas.

O Presente do Futuro

Muito se pensa no futuro, mas pouco se fala do presente.

A profissão de motorista vai muito além de saber dirigir, ter conhecimento sobre as leis e como se portar no trânsito. Por trás de um caminhão, há sempre um motorista, ocorre que a maioria das pessoas sequer pensam no que há por de traz desse motorista.

Treinamentos, postura e conhecimento são alguma das qualificações mínimas ao selecionar aqueles que vão dar movimento para nossa empresa.

Enfatizo, no meu ponto de vista, a mais importante das qualificações, a ética. Aqueles que possuem elementos de virtude ética, como agir honestamente na economia de mercado em detrimento do câncer moderno da corrupção ou apenas a solidariedade com seu parceiro de trabalho, possui a maior das destrezas, esta que está inerente ao ser humano.

Pois bem, com os avanços tecnológicos cada vez mais rápidos em espaços de tempo muito curtos, não sobra espaço para estagnação, por sorte, nossos motoristas estão sempre em movimento, por obvio, são cognominados assim, visto que o nome se deriva do latim “motor”, que significa: “o que confere movimento”.

Muito se fala sobre como adquirir conhecimento para acompanhar o mercado tecnológico. Treinamentos on-line, rota via aplicativos, jornada de trabalho em sistemas informatizados. Noções, todas importantes para todo bom profissional conhecer, porém pouco se fala da ética profissional que o motorista deve ter.

Uma ultrapassagem incorreta, uma velocidade acima do limite, beber e dirigir, são alguns dos vícios que encontramos nessa profissão tão importante para nossa sociedade.

Tais comportamentos, por mais que existam treinamentos, cursos e pesquisas mostrando seus riscos, já comprovados, se o condutor não tiver a virtude de seguir as diretrizes, muito mais do que carga, se acaba perdendo uma vida.

Sob essa luz, chegamos ao espinho da nossa sociedade, como praticar uma conduta onde a maioria se pratica ao contrário? Já dizia Eça de Queiroz “Não tenha medo de pensar diferente dos outros. Tenha medo de pensar igual e descobrir que estão todos errados”, e aqui se faz analogia para nossas ações, devemos buscar a mudança do nosso exercício de comportamento individual baseado em valores éticos.

Como dito, o avanço e as mudanças estão cada vez mais rápidas e não esperam, mas nossos motoristas não devem movimentar apenas os caminhões, mas movimentar suas virtudes individuais, das quais atingiram todas as suas esferas de vida: empresarial, familiar, religiosa e social.

Porém, não se deve enganar, para nos tornarmos éticos é necessário o exercício diário, eliminando nossos vícios e praticando nossas virtudes.

Ressalto aqui, a importância que as organizações têm nesse direcionamento. Soluções organizacionais éticas passam por pessoas éticas que formam as organizações, então da mesma forma que os motoristas devam ter esses valores, todos os pilares da empresa também devem segui-lo.

Um motorista que segue comportamentos éticos, dificilmente ocasionara acidentes que são, em sua maioria, causados por vícios humanos.

Nesse interim, quanto menos acidentes, menos se perde e mais se tem um trânsito mais saudável.

Possuindo um trânsito mais saudável, mais saudável o ambiente de trabalho dos nossos motoristas e mais facilidade na condução se terá.

Com a melhoria do ambiente de trabalho, mais desenvolvimento profissional se vai ter.

Então, o motorista do futuro, é aquele que começa a mudar sua postura agora, no presente.

Motorista do Futuro

A palavra futuro é um gatilho fantástico para nossa imaginação. As ficções, filmes, séries e documentários exploram isso como ninguém e são as nossas viagens reproduzidas, caracterizadas e com muita assertividade. Falar do futuro do nosso setor é falar da profissão de motorista, e aqui nem precisamos de Hollywood para colocar a imaginação em prática. Talvez o vale do silício seja o maior “streaming” do que vem por aí.

Recentemente tive contato com a mentoria de um programa de trainee para motoristas, e brilhantemente estruturado o projeto traz uma nova forma de abordagem para o ingresso de profissionais do volante nas empresas. O legal desse bate papo foram as reflexões que emergiram e como respondê-las dali em diante. É quase automático ao pensarmos no futuro do transporte imaginarmos os veículos autônomos. Futuro esse que vamos embarcando nas ideias, visualizando os testes, vendo simulações, vídeos, influenciadores falando sobre, mas sem nos dar conta do real impacto que isso poderá causar. O mais óbvio, e que também como passe de mágica vem, é sobre a extinção da profissão do motorista. Faz sentido, porém não vejo aplicabilidade em sua total extensão. O que mais me chama atenção é não compreendermos como nossas empresas serão impactadas com esse futuro. A maioria espera ganhos, vibra e anseia essa possibilidade, acredita que esse futuro é o melhor para gente. Mas no final das contas o que a sua empresa de transporte de cargas faz e entrega? Hoje temos tecnologia para tudo, roteirização, robôs em atendimento, esteiras automáticas, emissões de documentos digitais, pagamentos e compras automatizadas, para quase tudo já existe algum tipo de tecnologia autônoma e vem surgindo mais e mais. Nossas empresas existem porque estamos gerindo pessoas, principalmente a mão de obra mais característica do setor, a do motorista. Gerir esse pessoal não é fácil, mas quando se fala em caminhões autônomos me questiono se ter um intermediário no serviço de entregas como a gente faz sentido, e me coloco numa posição de refletir sobre o futuro dos nossos negócios. Nosso principal ativo não são os bens, são nossa expertise de conectar eles com quem vai operá-los. A partir do momento que isso não é necessário, as montadoras de veículos autônomos, embarcadores, ou qualquer pessoa com capital suficiente para adquirir os equipamentos podem se dar conta que sozinhos fazem o serviço. A dificuldade nos torna essenciais, somos nós quem resolvemos problemas.  

Outra vertente quando pensamos no motorista do futuro é sobre nossa visão de empresários ao tentarmos buscar meios para valorizar a profissão visto que cada dia sofremos mais com a redução dessa mão de obra. Hoje estamos numa fase que é “fácil” ser motorista (escuto isso pelos corredores), e olha que tem estrada para ficar mais ainda, caminhões com tecnologia de sobra, tudo automático, quase não quebra, só oficina especializada pode mexer, tem jornada, tem câmera, tem rastreador, celular, rota fixa, escolta, bloqueio, torre de controle, freio automático, sistemas contra tombamentos, tem tudo para seja o melhor dos mundos, seguro e eficaz, basta cumprir as normas e procedimentos, realizar os treinamentos e pronto, está tudo certo. E não se ganha pouco em relação as diversas profissões no mercado. E por que os jovens não querem mais? E por que os filhos dos motoristas não querem seguir os passos dos pais? E por que sofremos com essa carência? Nada do que citei sobre as facilidades de hoje é algo ruim, pelo contrário, são conquistas da profissão e do setor.

Se fizermos um retrospecto, pensando literalmente de traz para a frente e tirando um pouco o olhar de quem precisa financeiramente que apareçam novos candidatos a motoristas, as grandes mudanças que ocorreram e ainda surgem no tangível desses profissionais podem ter tirado o brilho ou parte da essência de uma pessoa escolher para sua vida ser um motorista de caminhão. Pensem aqui comigo, o motorista de antigamente precisava de inúmeras qualidades para de fato ser um motorista, ele precisava conhecer o que estava fazendo, o equipamento, de mecânica, tinha que ser economista, visionário, comercial, entendedor de quase tudo e conhecedor de todos, ele tinha uma liberdade completa da sua vida, ele era um especialista naquilo, tinha orgulho de ser “diferenciado”, ele ganhava o mundo sentado sobre o seu sonho. Onde foi que guardamos isso tudo minha gente?

Lembro-me de ouvir histórias fantásticas sobre as estradas, contadas inclusive por grandes empresários do nosso setor que começaram seu sonho através dessa essência e brilho que a profissão dava. Temos a falsa sensação de que estamos dando valor aos motoristas, e dizendo à sociedade que agora eles são realmente profissionais. O motorista do futuro pode estar no nosso passado, de uma outra forma, com outras demandas, com novas entregas. Mas enquanto não resgatarmos o brilho no olho de uma criança ao ver um caminhão e dizer: “um dia ainda vou dirigir um desse”, o nosso futuro poderá se tornar uma série com poucas temporadas.

Por: Luis Felipe Machado – COMJOVEM São Paulo