Logística e transporte lideram demanda por profissionais na maioria dos estados brasileiros

Logística e transporte lideram demanda por profissionais na maioria dos estados brasileiros

A busca por qualificação nesse campo é impulsionada pelo crescimento globalizado e por novos modelos de negócios, especialmente com o avanço do e-commerce

O Brasil enfrenta um grande desafio para atender à crescente demanda por profissionais qualificados na área industrial nos próximos anos. Segundo o Mapa do Trabalho Industrial 2025-2027, elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI), o país precisará qualificar 14 milhões de pessoas para ocupações industriais até 2027. Desse total, 2,2 milhões são para formação inicial, visando substituir inativos e preencher novas vagas, enquanto 11,8 milhões exigem treinamento e desenvolvimento de trabalhadores que já atuam no setor e precisam se atualizar.

Entre as áreas mais demandadas, a logística e o transporte se destacam, liderando a necessidade de profissionais em 96,15% dos estados brasileiros. A exceção é Alagoas (AL), onde o setor aparece em segundo lugar. A busca por qualificação nesse campo é impulsionada pelo crescimento globalizado e por novos modelos de negócios, especialmente com o avanço do e-commerce.

Guilherme Salles, professor do curso de Logística EAD da UniCesumar, aponta que o setor logístico tem experimentado uma expansão significativa, com o transporte sendo um dos pilares dessa evolução. “O transporte é fundamental em todas as etapas do processo logístico. Como diz uma frase popular: ‘Movimentou? Então, é logística’”, destaca o especialista.

Além disso, Salles observa que o e-commerce tem gerado um impacto crescente na área. “A demanda por compras e entregas rápidas exige processos logísticos mais integrados. No e-commerce, visualizamos praticamente todos os processos logísticos, que precisam funcionar de forma fluida. Cada etapa depende da anterior para garantir a entrega no prazo e com eficiência”, comenta.

Formação e habilidades

Para ocupar cargos intermediários na logística, é essencial ter graduação superior. Cargos iniciais exigem ao menos que o candidato esteja cursando a graduação. “Na UniCesumar, oferecemos o curso de Tecnólogo em Logística, com duração de dois anos, que prepara os alunos para o mercado de trabalho, abrangendo áreas como transporte, produção, logística internacional e reversa”, destaca Salles.

Entre as habilidades mais valorizadas pelos recrutadores estão: pensamento crítico e analítico; capacidade de adaptação; resolução de problemas complexos; organização e atenção às padronizações dos processos.

As principais perspectivas de infraestrutura rodoviária no Brasil para 2025

As principais perspectivas de infraestrutura rodoviária no Brasil para 2025

A infraestrutura rodoviária do Brasil enfrenta desafios, como pavimentação insuficiente. Concessões e projetos intermodais são chave para avanços até 2025

A infraestrutura rodoviária desempenha um papel essencial na logística e na economia do Brasil, um país que depende fortemente do transporte rodoviário para a circulação de bens e pessoas. Para 2025, é fundamental analisar as perspectivas para este setor, destacando os principais desafios, avanços esperados e iniciativas em andamento.

Atualmente, a malha rodoviária brasileira é uma das maiores do mundo, com mais de 1,7 milhão de quilômetros de estradas. No entanto, apenas uma pequena fração é pavimentada, o que reflete a necessidade de investimentos significativos em manutenção e expansão. Problemas como buracos, falta de sinalização adequada e infraestrutura insuficiente em regiões remotas continuam a ser desafios críticos.

Nos últimos anos, o governo brasileiro tem apostado em concessões rodoviárias para atrair investimentos privados. Até 2025, espera-se que novos leilões sejam realizados, abrangendo importantes rodovias federais e estaduais. 

Essas concessões devem contribuir para a modernização da infraestrutura, com a implementação de pedágios eletrônicos, ampliação de faixas e melhorias na segurança viária, o que trará maior segurança aos usuários e ao transporte de cargas.

Noutro aspecto, é relevante lembrar que a sustentabilidade tem ganhado destaque no planejamento de infraestrutura. Projetos que priorizam o uso de materiais recicláveis e tecnologias mais eficientes na construção de rodovias devem se tornar mais comuns. Além disso, o uso de ferramentas de monitoramento digital e ITS (Sistemas de Transporte Inteligente) pode melhorar a gestão do tráfego e reduzir custos operacionais.

A integração entre o transporte rodoviário e outros modais, como ferrovia, hidrovia e portos, é vista como essencial para aumentar a eficiência logística. Até 2025, espera-se avanços em projetos intermodais, como corredores logísticos que conectem as regiões produtoras de commodities aos principais portos do país.

Muito embora o Sudeste e o Sul concentrem grande parte da infraestrutura de qualidade, regiões como o Norte e o Nordeste devem receber maior atenção até 2025. Projetos como a pavimentação da BR-319, que liga Manaus/AM a Porto Velho/RO, ilustram os esforços para melhorar a conectividade nessas regiões.

Apesar das perspectivas positivas, há desafios significativos no caminho do desenvolvimento do país, senão vejamos:

  • Burocracia: processos lentos de licenciamento ambiental e concessão atrasam a implementação de projetos;
  • Falta de recursos:  financiamento público é limitado, exigindo maior participação do setor privado;
  • Manutenção: a falta de manutenção preventiva pode comprometer os avanços realizados.

Enfim, as perspectivas para a infraestrutura rodoviária no Brasil em 2025 são favoráveis, com avanços esperados em termos de investimentos, sustentabilidade e integração modal. Contudo, para que estas melhorias se concretizem, é primordial superar desafios como burocracia e falta de recursos.

A modernização das rodovias brasileiras não é apenas uma necessidade logística, mas também um passo fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país, que, há muito, tem defasagem de investimentos no que diz respeito a esse segmento.

Transpoeste 2024: inscrições abertas para a maior feira de transporte e logística do Paraná

Transpoeste 2024: inscrições abertas para a maior feira de transporte e logística do Paraná

A aguardada terceira edição da maior Feira de Transporte e Logística do Paraná (Transpoeste), está com as inscrições abertas. O evento ocorrerá nos dias 20, 21 e 22 de março no Centro de Convenções e Eventos de Cascavel, um espaço amplo com mais de três mil metros quadrados, capaz de acomodar dezenas de estandes e receber até 20 mil visitantes.

Fundada em 2019 pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística do Oeste do Paraná (Sintropar), a Transpoeste estabeleceu marcas expressivas em sua segunda edição, registrando mais de R$150 milhões em negócios e a participação de 21 empresas expositoras.

Agora, dois anos depois, a Transpoeste retorna com a expectativa de ser ainda maior, buscando alcançar até  R$200 milhões em negócios e reunir aproximadamente 7000 mil visitantes, além de oferecer amplas oportunidades para o transporte rodoviário de cargas na região.

Ao longo de três dias, a feira proporcionará acesso a serviços e novidades de destaque nas áreas de caminhões, tecnologia, seguros, pneus, combustíveis e acessórios. O evento reunirá os principais nomes do setor, todos compartilhando o mesmo objetivo de fomentar os melhores negócios e impulsionar o crescimento do segmento na região.

De acordo com o presidente do SINTROPAR, Antônio Ruyz, “Esse é um evento que já marca o calendário do Estado a cada edição. Estamos preparando uma feira ainda maior e com muitas novidades, para que os visitantes, em sua maioria empresários e executivos do transporte do Estado, possam conferir o que há de mais atual em produtos e serviços dos nossos expositores. Com certeza já é um sucesso a terceira edição e contamos com a participação de todos”.

A Transpoeste é promovida pelo Sintropar em parceria com a prefeitura do município de Cascavel e conta com o apoio institucional das principais entidades regionais e nacionais do setor de transporte. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas pelo site oficial da feira: www.transpoeste.com.br

Plano Safra prevê investimento de R$ 4,7 bilhões em corredores logísticos

Plano Safra prevê investimento de R$ 4,7 bilhões em corredores logísticos

O presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, acompanhou o anúncio das ações que visam garantir o escoamento da produção de grãos

O governo federal apresentou, nesta terça-feira (6), uma série de ações para garantir o transporte e a exportação da safra 2023-2024 de grãos. A anúncio foi feito, em conjunto, pelos ministros Renan Filho (Transportes), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária). Os ministros falaram a uma plateia formada por representantes de entidades setoriais, técnicos do Executivo, parlamentares e jornalistas. O presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, foi um dos convidados.

Em linhas gerais, o plano para o escoamento da safra direciona R$ 4,7 bilhões de recursos públicos para obras estruturantes nos principais corredores logísticos do país, com ênfase na recuperação da malha rodoviária, sobretudo das BRs que se conectam a portos. Desse modo, serão destinados R$ 2,66 bilhões para o Arco Norte, com obras nos estados de RO, PA, MA, PI, BA e TO; e R$ 2,05 bilhões para o Arco Sul Sudeste, com melhorias em trechos de MG, GO, PR, SC e RS. 

Em sua participação, o ministro Fávaro destacou a importância da infraestrutura logística para a formação de preços do agronegócio. “Um transporte mais eficiente, com modais integrados, com portos dando fluidez, isso se reverte em renda, em capacidade de ganhar mercados cada vez mais exigentes e mais competitivos”, afirmou.

O plano foi detalhado por Renan Filho, que o contextualizou como um prosseguimento dos esforços iniciados no ano anterior, que contribuíram para a movimentação de soja e milho no período. “Esses investimentos representam a melhoria da malha de forma geral e a conclusão e intensificação de obras estruturantes nos corredores do agro. De 2023 para cá, já tivemos como resultado crescentes exportação e importação, o que significa muito mais atividade econômica”, resumiu.

“Esses indicadores colocam o Brasil na rota do maior volume de investimento da América do Sul e mostra que o governo federal tem atuado, fortemente, nos corredores que facilitam o escoamento da produção e para fortalecer os portos do país”, reforçou o ministro Silvio Costa Filho. O titular de Portos e Aeroportos aproveitou a ocasião para compartilhar o portfólio de investimentos previstos pela Pasta ao longo ano, com destaque para a rodada de leilões de áreas no Arco Norte (Barcarena/PA e Santana/AP).

Acompanharam a solenidade: Jorge Bastos, diretor-presidente da Infra S.A.; Rafael Vitale, diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres); Fabricio Galvão, diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes); George Santoro, secretário executivo do Ministério dos Transportes; Viviane Esse, secretária nacional de Transporte Rodoviário; Mariana Pescatori, secretária executiva do Ministério de Portos e Aeroportos; Leonardo Ribeiro, secretário nacional de Transporte Ferroviário; Jesualdo Conceição Silva, diretor-presidente da ABTP (Associação Brasileira dos Terminais Portuários); Murillo Barbosa, diretor-presidente da ATP (Associação de Terminais Portuários Privados); Sérgio Aquino, presidente da Fenop (Federação Nacional das Operadoras Portuárias); Edinho Bez, deputado federal (MDB-SC); entre outras autoridades.

Chuvas reduzem produtividade do setor de transporte de cargas

Chuvas reduzem produtividade do setor de transporte de cargas

Estimativa foi feita pelo Setcemg

O período de chuvas causa impactos em diversos setores produtivos e um deles é o das empresas de transporte de cargas no Estado. “A perda de produtividade dos veículos varia de 20% a 25% nesta época”, observa o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antonio Luis da Silva Júnior.

O motivo, conforme o dirigente, é que com as chuvas é necessário reduzir a velocidade dos caminhões e ainda há interdições em vários pontos das rodovias mineiras, o que faz com que o tempo de viagem aumente. “O pior mesmo é o aumento do risco de acidentes neste período do ano”, observa.

Silva Júnior diz que os prejuízos contabilizados pelo setor de transporte de cargas e logística variam de acordo com o porte da empresa e o ramo de atividade que ela atende. Ele estima que as perdas com as chuvas para o segmento podem chegar a 40%, em especial, para as transportadoras que trabalham com minério.

E para ajudar os motoristas nesta época, o presidente do Setcemg destacou que há um aplicativo que mostra em tempo real as interdições nas rodovias, que faz parte da campanha “Ir e Vir Seguro”, feita em parceria com órgãos de segurança.

Iniciada em 2022, a campanha tem o objetivo de dar maior segurança para enfrentar o período de chuvas nas rodovias e mitigar os problemas causados pelas precipitações no setor de transporte de cargas.

O dirigente ressalta que a condição precária das rodovias mineiras não é de hoje. “É uma situação de anos, fruto da falta de investimentos na manutenção”, frisa. O último levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta que 78% da malha rodoviária estadual é regular, ruim ou péssima.

Para ele, as correções nas estradas deveriam ser mais rápidas, o que não acontece em razão da dinâmica das obras feitas pelo poder público, como é o caso das licitações, que têm todo um trâmite definido em lei. “A concessão é um caminho para rodovias com muito fluxo e que precisam de investimentos pesados. Além do mais, o Estado não tem recurso para tudo”, destaca. 

O presidente do Setcemg estima que o faturamento do setor em Minas no ano passado teve crescimento no patamar de 5% a 6%. “Só que vale lembrar que a margem foi reduzida por causa do aumento dos custos. O ano de 2023 pode ser avaliado como sendo de razoável para bom”, diz.

Para 2024, ele aposta em um ano complexo em razão da reoneração da folha de pagamento e o impacto negativo da concorrência chinesa em um setor importante para os transportadores, que é siderúrgico, entre outros fatores. “É difícil fazer qualquer tipo de previsão, pois tudo vai depender do ritmo da economia. É possível ter um faturamento um pouco melhor”, analisa.   

Investimentos

Silva Júnior também avaliou os investimentos de R$ 3 bilhões previstos para este ano nas estradas de Minas Gerais, anunciados pela Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra). Ele diz que são um “alento”, mas que o recurso ainda é pouco diante do atual estado das rodovias. “Minas Gerais tem a maior malha rodoviária do País e tudo passa pelo Estado”, observa.

O valor contempla aportes do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais (DER-MG) e das concessionárias de rodovias privatizadas. As obras serão para recuperar trechos, construir pontes e pavimentar locais ainda sem asfalto.

O dirigente lembra do levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgado em novembro passado, que mostra que para recuperar trechos danificados das rodovias de Minas Gerais é necessário investimentos de R$ 16,63 bilhões.

O montante seria gasto com ações emergenciais, como reconstrução e restauração, além de manutenção das estradas. A projeção da 26ª pesquisa CNT de Rodovias contempla apenas a recuperação do pavimento, excluindo valores a serem destinados para melhorias na sinalização e no traçado das vias.

CNT lança publicação inédita sobre importância econômica e logística dos terminais de carga nos portos do Brasil

CNT lança publicação inédita sobre importância econômica e logística dos terminais de carga nos portos do Brasil

Estudo abrange 12 instalações portuárias localizadas em oito estados: Maranhão, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Pará e Rio Grande do Sul

Um dos maiores portos do mundo é brasileiro. O Complexo Portuário de Santos (SP) é composto por 45 terminais aptos a receber navios, sendo 39 deles públicos (arrendados) e seis de uso privado (autorizados). Essas instalações são o elo de exportação do Brasil para 154 países. Em 2022, o complexo santista registrou a maior movimentação anual dos últimos 10 anos, 126 milhões de toneladas de carga. Apesar das dimensões gigantescas, sua estrutura sofre com desafios como a falta de coordenação dos agentes públicos intervenientes nas atividades portuárias e a de infraestrutura de acesso aos terminais portuários: rodovias, ferrovias e acessos aquaviários. Tais fatores, além de influenciarem na deficiência do transporte, elevam os custos logísticos.

Os mesmos problemas abrangem outros onze terminais de carga dos portos do país retratados na publicação Terminais de Carga do Brasil – Gateways Portuários, lançado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) nesta quinta-feira (14). São eles: Terminal Marítimo de Ponta da Madeira e Itaqui (Maranhão); Terminal de Tubarão e Portocel (Espírito Santo); Paranaguá (Paraná); Terminal Aquaviário de Angra dos Reis, Rio de Janeiro e Porto do Açu (Rio de Janeiro); Rio Grande (Rio Grande do Sul); Portonave (Santa Catarina); e Vila do Conde (Pará).

Juntos essas instalações portuárias movimentaram cerca de 64% das cargas totais de longo curso nos anos de 2021 e 2022. O percentual evidencia a representatividade da amostra selecionada pelo estudo da CNT e mostra a vocação exportadora como predominância, de modo geral. O levantamento detalha como funcionam essas instalações, especializadas na movimentação de cargas internacionais. Trata-se do terceiro volume da série Terminais de Carga do Brasil, que se dedica a apresentar, de forma detalhada, esses elos das cadeias logísticas de fundamental relevância para a organização e distribuição dos fluxos de mercadorias.

Os gateways portuários para a navegação de longo curso atuam, principalmente, como portas de entrada e saída para importações e exportações. O trabalho apresenta uma caracterização abrangente dessas instalações. Dentre os aspectos analisados, estão a movimentação de mercadorias, a infraestrutura existente, os indicadores operacionais e o desempenho ambiental. Na prática, busca-se apresentar a importância desses terminais para o desenvolvimento econômico brasileiro, tanto em âmbito regional como nacional, bem como expor os principais desafios enfrentados pelo setor portuário e propor melhorias.

De acordo com a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), existem, no Brasil, 235 instalações portuárias — públicas ou privadas, marítimas ou fluviais. Desse total, 96 (41%) apresentaram movimentação de cargas de longo curso no ano de 2022, sendo consideradas nesta série, portanto, gateways portuários. Por sua vez, 28 são portos organizados (terminais públicos geridos por uma autoridade portuária e operados mediante contratos de arrendamento) e 68 são Terminais de Uso Privado (TUPs), submetidos ao regime de autorização. No estudo da Confederação, foi detalhado o perfil de seis portos organizados e seis TUPs.

Predomina nelas, de modo geral, como característica comum, a vocação exportadora. Quanto aos tipos de mercadorias transportadas, nota-se o predomínio da soja e do minério de ferro, na exportação, e de fertilizantes, na importação. Seja minério de ferro, soja ou carga conteinerizada, uma parcela expressiva do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro passa por esses portos. Decorre disso a necessidade de divulgação ampla das condições de operação e as especificidades inerentes a esses terminais de carga. Esses dados, assim, confirmam a relevância da exportação de commodities para a balança comercial do Brasil, sobretudo nos setores agropecuário e minerador.

Movimentação

Em 2022, os portos organizados movimentaram cerca de 422 milhões de toneladas de carga, ao passo que os terminais autorizados movimentaram quase o dobro desse volume, aproximadamente 786 milhões de toneladas.

No que tange à distribuição dos perfis de carga, o granel sólido tem a maior representatividade na movimentação tanto dos portos organizados quanto dos TUPs. Os terminais de Ponta da Madeira (MA) e de Tubarão (ES), ambos vocacionados para o transporte de minério de ferro, são os maiores contribuintes para esse resultado nos terminais autorizados. Por outro lado, verifica-se a relevância da movimentação de contêineres nos portos organizados (20% em 2022), impulsionada pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).

Os principais entraves ao desenvolvimento dos gateways portuários analisados no estudo foram a ausência ou a precariedade das infraestruturas de acesso e a insegurança jurídica e regulatória, além da pluralidade de órgãos reguladores e da excessiva burocracia no setor. Como soluções, a CNT propõe a criação de um ambiente de negócios estável e previsível e a atuação conjunta e coordenada de autoridades para a definição de normas e regulamentos.

Outro fator que afeta os gateways portuários é a ausência de representatividade nos CAPs (Conselhos de Autoridade Portuária) de todos os entes afetados por suas decisões. Na avaliação da CNT, as atuais regras de acesso devem ser revistas para incluir a participação dos TUPs — quando for o caso — nesses conselhos. O trabalho destaca ainda a ausência de uma estratégia governamental integrada de longo prazo para o desenvolvimento do setor portuário e a necessidade de adequada priorização de empreendimentos nos Planos Setoriais.

Essa publicação fornece dados e análises técnicas para auxiliar a tomada de decisão de gestores públicos e agentes privados e o adequado direcionamento de recursos. Insere-se, portanto, na visão da CNT de ser referência na produção de conhecimento sobre o setor de transporte — contribuindo para o seu desenvolvimento e de todos os demais setores produtivos, sem os quais não há como o Brasil prosperar.

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