Confiança da indústria teve nova alta em junho de 2021, diz CNI

Confiança da indústria teve nova alta em junho de 2021, diz CNI

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi divulgado nesta segunda-feira (14). De acordo com o índice, a indústria segue confiante na economia em junho.

O indicador atingiu 61,7 pontos. O valor está próximo dos patamares registrados no segundo semestre de 2020, período de forte recuperação da economia brasileira. O índice varia de 0 a 100, ou seja, quanto maior e mais distante da linha divisória dos 50 pontos, maior e mais disseminada é a confiança.

O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, lembra que esse otimismo é importante para estimular a produção, o investimento e a geração de empregos.

“A percepção da indústria quanto às condições atuais da economia e das empresas avançou significativamente neste mês. Isso demonstra uma percepção mais positiva do estado atual da economia brasileira e das empresas”, explica Azevedo.

O ICEI é composto por dois fatores: Índice de Condições Atuais e Índice de Expectativas. O primeiro cresceu 4,6 pontos para 54,8 pontos. Isso mostra que se afastou de qualquer percepção negativa sobre o momento atual da economia e da empresa. O segundo, que já estava em um alto patamar, avançou 2,5 pontos, atingindo 65,1 pontos, o que indica ainda mais otimismo da indústria para os próximos seis meses.

SETCERGS comenta sobre o plano de infraestrutura do governo gaúcho

SETCERGS comenta sobre o plano de infraestrutura do governo gaúcho

O plano de obras do governo estadual com investimento de R$ 1,3 bilhão em infraestrutura viária foi analisado pela reportagem de GZH.

Para os especialistas ouvidos, o pacote anunciado pelo Palácio Piratini não resolve o problema viário do Estado, mas representa um salto importante em melhorias.

Entre os entrevistados está o presidente do SETCERGS, Sérgio Gabardo. “O governo está tentando fazer o máximo que pode, mas o dinheiro é muito pouco”, disse. “Está dando o passo conforme a perna alcança.”

Gabardo também comentou a previsão de novas concessões. Leia aqui a reportagem completa.

O que é o Programa Avançar, apresentado pelo Piratini:

Com a perspectiva de privatizações e concessões no horizonte, o governador Eduardo Leite anunciou, nesta quarta-feira (9), no Palácio Piratini, um programa de obras que prevê R$ 5,2 bilhões em investimentos públicos e privados nos próximos cinco anos. Com recursos próprios, a promessa é aplicar R$ 1,3 bilhão em rodovias até 2022, algo que, até pouco tempo, soaria impossível em razão da crise nas finanças.

A título de comparação, nos últimos cinco anos, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) destinou, em média, R$ 150 milhões anuais em verbas do Tesouro do Estado para melhorias na malha viária — quase nada, considerando, por exemplo, que uma folha de pagamento dos servidores do Executivo custa cerca de R$ 1,5 bilhão por mês.

O montante a ser investido com dinheiro da venda de estatais será distribuído da seguinte forma:

R$ 328,25 milhões em acessos municipais
R$ 522,96 milhões em ligações regionais, com destaque para obras complementares à RS-118 (iluminação, passarelas, interseção com a RS-030 e ligação entre Viamão e Porto Alegre)
R$ 294,47 milhões em recuperação de vias

— Esse programa é possível porque atuamos principalmente em duas frentes. Uma delas foi a das reformas para dentro da máquina pública, que reduziram a nossa despesa. Só no ano passado, economizamos R$ 700 milhões em despesas com pessoal. Este ano, vamos ter cerca de R$ 1 bilhão de economia na folha e, no próximo ano, mais de R$ 1 bilhão. São cerca de R$ 3 bilhões, considerando 2020, 2021 e 2022. De outro lado, não bastaria isso sem termos as privatizações, porque as privatizações gerarão as receitas extraordinárias que vão sustentar boa parte desse plano de investimentos — ressaltou Leite.

Leite destacou, ainda, o papel da iniciativa privada na ofensiva. A partir do próximo dia 18, o governo deve abrir a consulta pública envolvendo as concessões rodoviárias. A partir daí, a população terá 30 dias para opinar sobre a modelagem das propostas. Depois disso, Leite planeja efetivar os leilões até o fim de 2021.

A intenção, segundo ele, é conceder 1.131 quilômetros de vias por 30 anos, com a perspectiva de duplicar ou triplicar 73% da malha, além de construir 808,6 quilômetros de acostamentos e de executar 831 obras de adequações em acessos.

Serão três blocos de concessões, sendo que o primeiro deles prevê aportes de R$ 3,9 bilhões em cinco anos, cifra que, somada ao montante de R$ 1,3 bilhão em recursos próprios, totaliza os R$ 5,2 bilhões prometidos no período. A expectativa de Leite é de que o montante chegue a R$ 10,6 bilhões.

O governador disse ainda que, em cinco anos, as concessões implicarão a duplicação de 317 quilômetros de estradas, atingindo a marca de 687 quilômetros duplicados em três décadas.

— Em nove anos, a EGR (Empresa Gaúcha de Rodovia) conseguiu duplicar sete quilômetros de rodovias. Estamos projetando, em cinco anos, duplicar 40 vezes mais do que a EGR foi capaz de fazer — ressaltou o chefe do Executivo estadual.

FETRANSPAR oferece infraestrutura para imunizar trabalhadores do transporte de cargas

FETRANSPAR oferece infraestrutura para imunizar trabalhadores do transporte de cargas

Após o anúncio de que motoristas do transporte rodoviário de cargas começarão a ser imunizados contra a covid-19 no Paraná, a FETRANSPAR (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná) se reuniu com representantes do governo estadual para tratar de logística de distribuição das vacinas.

Em reunião nesta quinta-feira (10) com o vice-governador do Paraná, Darci Piana, e com o Secretário de Planejamento do Paraná, Valdemar Bernardo, o presidente da FETRANSPAR, Coronel Sérgio Malucelli, colocou à disposição do governo as 13 bases operacionais do SEST SENAT que estão distribuídas estrategicamente pelo Estado.

“Queremos contribuir com a logística dessas vacinas, para que elas possam chegar o mais rápido possível aos braços dos motoristas do transporte rodoviário de cargas”, explica Coronel Sérgio Malucelli, afirmando que “a categoria circula diariamente por estradas, levando o abastecimento às cidades, se expondo para que nada falte a população e por isso precisa ser vacinada o quanto antes”.

FETRANSPAR APRESENTA SUGESTÕES

Além de colocar a disposição suas bases operacionais, a FETRANSPAR também sugeriu que a vacinação dos motoristas seja feita em regime de drive-thru em pontos de estradas pelo estado e até em postos das Polícias Rodoviárias Estadual e Federal.

“Esse primeiro lote que virá, infelizmente têm um prazo curto de validade. Então precisamos ser assertivos para que nenhuma gosta do imunizante seja perdido. Com uma logística adequada, certamente se aproveitará toda as doses”, comenta Malucelli.

O presidente também reforçou junto aos representantes do Governo a necessidade de se vacinar todos os profissionais do transporte de cargas do Estado, por justamente atuarem em um setor essencial para o abastecimento e pela responsabilidade em transportar praticamente toda a economia estadual pelas rodovias.

Atualmente, o setor de transporte no Paraná conta com 20 mil empresas, que juntas empregam cerca de 200 mil pessoas, das quais perto de 50 mil atuam como motoristas.

Agronegócio cresce 42,2% e puxa valor do PIB no Rio Grande do Sul

Agronegócio cresce 42,2% e puxa valor do PIB no Rio Grande do Sul

Já no comparativo com o último trimestre de 2020, o crescimento do setor foi de 35,7%; confira o que mais se destacou

A economia do Rio Grande do Sul cresceu 5,5% no primeiro trimestre de 2021 quando comparado com o mesmo período do ano passado, um desempenho superior ao registrado no país (+1%). Nesse recorte, a recuperação da agropecuária, que sofreu com os impactos da forte estiagem no começo do ano passado, está entre os destaques. O setor apresentou variação positiva de 42,2%, fruto do aumento da produção nas culturas de soja (+74%), uva (+29,2%), fumo (+20,6%) e milho (+5,2%). Entre as principais culturas agrícolas do estado, o arroz apresentou resultado semelhante ao do ano anterior (-0,8%).

Já no comparativo com o último trimestre de 2020, o crescimento geral foi de 4%. Os desempenhos da agropecuária (+35,7%) e da indústria (+3,8%) no período puxaram o resultado positivo do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o setor de serviços teve variação positiva de 0,4%. O Brasil teve alta de 1,2% na mesma base de comparação entre janeiro e março. Os resultados do PIB do estado foram divulgados em videoconferência nesta quinta-feira, 10, pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).

De acordo com o governador Eduardo Leite, os números são promissores e mostram uma clara perspectiva de melhora, mas ainda há muito a ser superado. “Os indicadores do PIB, somados às ações que estamos promovendo desde o início da nossa gestão, como a Reforma Administrativa, a Tributária, as privatizações e as concessões, entre outras tantas, demonstram que fizemos as escolhas certas. Estamos no caminho para a retomada do desenvolvimento que o Estado e a população tanto esperam de nós. A confiança também tem enorme relevância para a superação das perdas econômicas provocadas pela pandemia”, falou.

Considerando apenas o Comércio, duas das 10 atividades apresentaram crescimento: Material de construção (+24,3%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (18,8%). Os demais segmentos registraram queda, entre eles o de Hipermercados e supermercados (-6,9%), Combustíveis e lubrificantes (-22,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-51,1%) e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-33,7%).

Reforma tributária não terá grande novidade, não é o momento de reforma ampla, diz Guedes

Reforma tributária não terá grande novidade, não é o momento de reforma ampla, diz Guedes

Ministro afirma que desoneração da folha não será proposta agora; imposto sobre consumo deve ter alíquota menor para comércio e serviços

O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta terça-feira (8) que a reforma tributária que será proposta pelo governo não terá grande novidade e será moderada. Depois de afirmar que gostaria de fazer uma reforma ampla, com desoneração da folha de salários, ele ponderou que agora não é o momento e que o governo fará o que é possível.

Em videoconferência com a Frente Parlamentar do Setor de Serviços, o ministro afirmou que a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), tributo sobre consumo já apresentado ao Congresso, deve ter uma alíquota especial —mais baixa— para os setores de serviços e comércio.

“Não vai ter grande novidade na reforma tributária, é uma reforma moderada. Eu gostaria de fazer um pouco mais ampla, inclusive com desoneração de folha, tudo isso. Não é o momento ainda, mas nós não vamos desistir, vamos fazer em fatias, gradualmente. Vamos fazer o que é possível agora”, afirmou.

A Folha mostrou no último sábado (4) que diante das resistências no governo e no Congresso ao imposto sobre transações, Guedes decidiu propor uma reforma tributária de menor impacto, enxugando medidas que defende e promovendo uma redução mais tímida de alíquotas.

No plano considerado ideal pelo ministro, o imposto aos moldes da extinta CPMF poderia ser usado para compensar a perda de receita com a redução de outros tributos.

Sem a arrecadação anual de R$ 120 bilhões estimadapara o novo imposto, a equipe econômica afirma que não será possível fazer a redução de encargos trabalhistas e outras reduções de alíquotas.

Também devem ficar de fora da proposta do governo um corte mais intenso no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e uma redução das alíquotas do Imposto de Renda da pessoa física.

Sem a CPMF, o time de Guedes ainda afirma que terá de lidar com entraves na unificação de PIS e Cofins, já enviada ao Congresso, criando a CBS.

Como a desoneração da folha não deve ser implementada, o governo terá de criar uma segunda alíquota da CBS, que será baixa para reduzir o efeito negativo sobre setores específicos. O projeto original prevê cobrança única de 12%.

“Estamos pensando em fazer duas alíquotas, uma para serviços e comércio, mais baixa, e outra para indústria, um pouco mais alta”, disse. “Enquanto não for possível essa compensação com a desoneração da folha para comércio e serviços, que é quem cria mais emprego e tem mais esses encargos trabalhistas, vamos tratar de forma diferente esses setores”.

‘Problema é o país e não as montadoras’, diz presidente da Anfavea

‘Problema é o país e não as montadoras’, diz presidente da Anfavea

Para Luiz Carlos Moraes, acordo bilateral entre Mercosul e União Europeia é essencial para exportações

O acordo bilateral entre Mercosul e União Europeia permitirá que o Brasil exporte – e importe – com mais facilidade para países do Velho Continente. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, o contrato deve trazer 125 bilhões de dólares ao PIB (Produto Interno Bruto) em 15 anos, mas também levanta dúvidas da indústria por conta de questões tributárias e fiscais.

Mesmo com a assinatura de ambos blocos, o acordo ainda está sob dúvidas por conta dos debates em relação ao desmatamento da Amazônia. Para entender como o meio ambiente se tornou fundamental para a economia na atualidade.

Dificuldades para a indústria brasileira

“O problema é o país e não as montadoras. Nossas fábricas são tão modernas quanto lá fora e temos indústrias 4.0 [que têm inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em nuvem]. Mas é desafiador. É difícil convencer novos investimentos para um país com dificuldades de resolver problemas estruturais”, diz Luiz Carlos Moraes é presidente da Anfavea.

Em entrevista à EXAME, o executivo explica que, por conta de recursos limitados das matrizes, países mais competitivos levam vantagem na hora de receber aportes e novos modelos, por exemplo. Tanto que já existe uma coalizão (com 15 entidades que representam setores de aço, eletrônicos e plástico) para determinar métricas de como o “Custo Brasil” afeta nossa indústria.

“ Competitividade é um problema do país. Já tínhamos essa questão no passado e ainda temos hoje. E nós estamos endereçando isso. Tanto que a Anfavea pontuou vários obstáculos. E, quanto mais rápido forem resolvidos os problemas, mais chances de investimentos. Em relação à defasagem tecnológica, analisamos experiências de China, EUA, Europa e Índia”, afirma Moraes.

Foco na exportação de produtos industrializados

Para Antônio Jorge Martins, coordenador de cursos da área automotiva na Fundação Getúlio Vargas, o acordo pode reforçar o volume de exportações de veículos com baixo conteúdo tecnológico, enquanto modelos com maior conteúdo deverão ser trazidos de fora. E o pacto entre Mercosul e União Europeia também pode representar uma oportunidade para indústria de autopeças.

“Mas existe uma questão, porque, se abrirmos o leque de importações sem impostos, será difícil que a nacionalização aconteça futuramente. Produzimos caminhões com tecnologias embarcadas porque esse mercado consegue comprar. Mas a renda per capta é baixa e, apesar de termos esperança de aumentar, é difícil visualizar medidas econômicas que melhorem isso”, afirma Martins.

Historicamente, a associação de fabricantes de veículos apoia o contrato comercial – que começou a ser negociado pelos governos em 1999 –, considerado essencial para o fortalecimento dos negócios e para a vinda de novas tecnologias a menores custos por conta da redução tarifária prevista pelo pacto bilateral, além de aumentar o potencial de exportação dos produtos industrializados.

“Queremos ter portfólio que sirva para exportação e que garanta volume. Porque a nossa indústria é de volume. Estamos mapeando as possibilidades e, no futuro próximo, poderemos decidir. Estamos na fase de construção de análise. Nossa indústria é competitiva, mas o problema é o país. Nossas fábricas, assim como nossos produtos, estão atualizadas”, afirma o presidente da Anfavea.

Em coletiva à imprensa, Luiz Carlos Moraes reforçou a importância das exportações para que a indústria contorne os aumentos de preços de peças e componentes dos modelos produzidos aqui. Apenas no mês de maio, foram exportados 37 mil autoveículos – que incluem automóveis e veículos pesados –, ou seja, crescimento de 9,1% em relação a abril. No acumulado, são 166.600 unidades.

“O acordo prevê redução tarifaria gradativa tanto para importação como para exportação. Então, dará para trazer sistemas de tecnologia. Essa integração importa, porque será um grande parceiro comercial, o que ajuda na importação e na exportação. E acordo é muito bom quando é um grande acordo. Países com maiores exportações são aqueles que têm grandes acordos”, diz o executivo.

Existe risco de desindustrialização com o acordo bilateral?

De acordo com Antônio Jorge Martins, é pouco provável que haja desindustrialização em massa do país após acordo entre ambos blocos, já que a indústria automobilística representa 20% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Brasil – que, apesar de cair durante a pandemia da covid-19, corresponde a 4% do PIB geral. Por isso, o setor tem peso considerável na economia nacional.

“Seria um desastre em termos de industrialização. E as próprias indústrias não se interessariam, já que, na Europa, a relação é de um veículo por habitante. No Brasil, é de 4,6 habitantes por veículo. Então, há muito potencial de crescimento do nosso mercado. Abrir mão dessa indústria com alta empregabilidade e focar em produtos agrícolas seria muito ruim ao país”, afirma o acadêmico.

Para o coordenador de cursos da área automotiva na Fundação Getúlio Vargas, aumentar a exportação é importante porque garante proteção à indústria em relação às variações do dólar e até do mercado – já que alterações da economia são comuns em países em desenvolvimento. Por isso, passou a ser ponto estratégico para os fabricantes que estão instalados no mercado brasileiro.

“Atualmente, o acordo está em fase de revisão jurídica e tradução para os idiomas de todos os países. Depois, será encaminhado para ratificação dos parlamentos na União Europeia e no Mercosul. Então, quando essas etapas estiverem concluídas, será definida a ‘data zero’. Por conta da complexidade do acordo, talvez seja ratificado em 2023. E depende dos governos”, diz Moraes.