Planilhas Referenciais de Custos NTC – Carga Contêiner | Julho/25
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Na manhã desta quarta-feira (27), a NTC&Logística realizou, em sua subsede, em São Paulo, a segunda edição do Encontro Nacional de Segurança no Transporte Rodoviário de Cargas (TRC). O evento teve como tema os “Atos de Interferência Ilícita contra o Modal Rodoviário – Veículos e Cargas” e reuniu empresários, executivos, representantes de entidades, autoridades públicas e forças de segurança para debater estratégias de enfrentamento aos crimes que ameaçam a cadeia logística nacional.
Na abertura, o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, destacou a importância do encontro. “É com grande satisfação que damos início a este evento, reunindo especialistas, autoridades e lideranças para tratar de um tema que há décadas desafia o Transporte Rodoviário de Cargas e a sociedade brasileira: o roubo de cargas. Estamos aqui para ouvir experiências, compartilhar conhecimentos e colaborar de forma efetiva com tudo aquilo que está ao alcance da NTC&Logística, em conjunto com as Federações e Sindicatos que representamos em todo o país”.

Rebuzzi também refletiu sobre o trabalho do Grupo de Trabalho Permanente da Aliança Nacional pela Segurança Logística. “O roubo de cargas é um problema persistente, que exige resposta firme e integrada. Esse grupo tem sido fundamental para aprofundar análises, propor medidas e articular ações conjuntas com as autoridades de segurança pública. Este encontro nasce para ampliar esse movimento, reunir visões, promover a cooperação e fortalecer o compromisso coletivo de avançarmos rumo a um ambiente mais seguro e competitivo para todos que dependem do transporte rodoviário de cargas”.
Em seguida, o vice-presidente de Transporte e de Segurança da NTC&Logística, Roberto Mira, reforçou a importância da união de esforços. “Quero agradecer a presença das autoridades e parceiros que se somam a este debate. Esta segunda edição já demonstra a abrangência nacional do Encontro e reforça nossa motivação para seguirmos firmes nesta batalha, que impacta não apenas as empresas, mas toda a sociedade”. Ele ainda lembrou que acompanha de perto o impacto da criminalidade no setor e defendeu a manutenção do tema na pauta institucional.

Palestras
O Painel “Panorama Atual dos Crimes contra o Transporte Rodoviário” deu início à programação técnica e contou com a participação do Dr. Waldomiro Milanesi, Delegado e Especialista em Segurança; do Dr. Djalma Moreira Gomes, Juiz de Direito; do Inspetor Antonio Fernando S. Oliveira, Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Dr. Renato dos Santos Gama, Promotor de Justiça (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado – GAECO – Núcleo de Santos).
Dr. Waldomiro Milanesi abriu as apresentações com o tema “Furto e Roubo de Carga – 2024”, trazendo dados sobre a evolução dos crimes e projeções para 2025. Ele ressaltou que a criminalidade contra o transporte não pode mais ser tratada como problema isolado, mas como questão de segurança pública, economia nacional e proteção à vida.

Na sequência, o Dr. Djalma Moreira Gomes falou sobre “Integração, Cooperação e Conhecimento entre os Órgãos de Segurança Pública”. Destacou a redução de 22,3% nos registros de roubos de carga em São Paulo entre 2023 e 2024, fruto da atuação conjunta entre polícias e sistema de justiça. Também detalhou o papel de ferramentas jurídicas, como prisão preventiva e bloqueio de bens, defendendo maior integração com o setor privado e ajustes legislativos para aumentar a efetividade das punições.

O Inspetor Antonio Fernando S. Oliveira fez uma exposição sobre a “Política Nacional de Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas: Avanços e Desafios”. Destacou que 60% das cargas do país utilizam rodovias federais e que, em 2024, a PRF fiscalizou mais de 1,6 milhão de veículos de carga, registrando 795 ocorrências de roubo. Entre os desafios, citou subnotificação de casos, dificuldades de enquadramento e até participação de motoristas em práticas ilícitas.

Encerrando o painel, Dr. Renato dos Santos Gama discutiu “Novas Modalidades Criminosas e Desafios Emergentes – Crime Organizado”. Ele descreveu a “tríplice vertente” da criminalidade (organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção), detalhou a atuação de núcleos de roubo, desmanche, receptação e lavagem, e citou operações recentes, como a Reborn, que resultaram em prisões, apreensões e mais de R$ 50 milhões bloqueados.

O segundo painel, “Aspectos Jurídicos e Regulatórios”, teve as falas do Diretor Jurídico da NTC&Logística, Dr. Marcos Aurélio Ribeiro, e do Assessor Técnico Lauro Valdivia. Dr. Marcos salientou a atuação da entidade, ao longo de duas décadas, em defesa de mudanças legislativas que aumentem a responsabilização criminal. Lauro Valdivia apontou que os custos do crime vão muito além da carga roubada, incluindo franquias, monitoramento, escoltas, seguros e suporte a funcionários. Ele reforçou que esses custos são repassados ao frete, impactando toda a economia, e defendeu o uso de ferramentas como o Portal de Custos e Cálculo de Frete da NTC.


“Tecnologia e Comércio Ilegal de Peças e Receptação” foi o terceiro painel, com palestras de Adriano Mizuguti, Gerente de Segurança do Mercado Livre; Ricardo Monteiro, Diretor da PAMCARY, e Dr. Edson Vismona, Presidente-Executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial – ETCO / FNCP – Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade.
Mizuguti destacou o papel do e-commerce no combate à receptação, com uso de inteligência artificial, ISO 31000 e foco no ‘last mile’ – etapa final do processo logístico de entrega de mercadorias, que vai do centro de distribuição até o endereço do cliente –, mais vulnerável a roubos.

Monteiro apresentou a evolução das soluções de rastreabilidade e a Torre de Operações da Pamcary, que transforma dados em prevenção e capacita motoristas por meio do Programa VIDA.

Já Vismona alertou para os impactos do mercado ilegal, que gerou em 2024 mais de R$ 468 bilhões em prejuízos, defendendo integração de polícias, investimentos em tecnologia e rastreabilidade como o Rota Brasil.

Encerramento
No encerramento, o presidente Eduardo Rebuzzi ratificou que os debates reforçam o papel fundamental da NTC&Logística na busca por soluções efetivas contra a criminalidade. “O que vimos aqui, hoje, confirma que a participação das autoridades, forças de segurança, setor produtivo e sociedade é essencial para que possamos avançar. A NTC&Logística, ao lado das Federações e Sindicatos, seguirá articulando medidas e apoiando políticas públicas que fortaleçam a segurança logística no Brasil. Nosso compromisso é contribuir para um transporte mais seguro, eficiente e justo, que dê tranquilidade às empresas, proteção à sociedade e condições para o desenvolvimento econômico do país.”
O 2º Encontro Nacional de Segurança no TRC foi uma realização da NTC&Logística – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, com patrocínio da ROADCARD e do SICREDI, e apoio institucional do Sistema Transporte (CNT, SEST SENAT e ITL), FuMTran, ABTLP, FETCESP, SETCESP e SINDIPESA.
Encontro do Sistema Transporte reuniu ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior do Trabalho (TST), além de lideranças empresariais, para tratar de trabalho e produtividade no Transporte Rodoviário de Cargas
Na última terça-feira (26), em São Paulo, no Instituto Iter, o presidente da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), Eduardo Rebuzzi, participou do Conexão Legal – Trabalho e Produtividade: a ADI 5322 e as perspectivas do transporte rodoviário, promovido pelo Sistema Transporte (CNT, SEST SENAT e ITL) em parceria com o próprio Instituto Iter. A programação abordou temas centrais para o setor, como jornada de trabalho, negociações coletivas, efeitos da decisão da ADI 5322 sobre a jornada dos motoristas, dignidade no transporte (saúde, descanso e segurança viária) e precedentes vinculantes do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Foram palestrantes o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça e, pelo TST, as ministras Morgana de Almeida Richa e Liana Chaib, além dos ministros Alexandre Ramos, Alexandre Agra Belmonte e Breno Medeiros.
Entre as lideranças presentes, na ordem: o presidente do Sistema Transporte (CNT, SEST SENAT e ITL), Vander Costa; o vice-presidente de Transporte Rodoviário de Cargas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Flávio Benatti; a diretora-executiva nacional do Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST SENAT), Nicole Goulart; o assessor jurídico da NTC&Logística, Narciso Figueirôa Junior; o CEO da Braspress, Urubatan Helou; a presidente-executiva do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP), Ana Carolina Jarrouge; o presidente da Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos (ABTLP), Oswaldo Caixeta, e a diretora da TransJordano, Joyce Bessa. Também participaram executivos e assessores da CNT, SEST SENAT e do Instituto de Transporte e Logística (ITL), além de empresários e especialistas de diversos modais.
Ao destacar a relevância do encontro para o setor, Eduardo Rebuzzi afirmou: “O Conexão Legal promoveu debates fundamentais para dar segurança jurídica e previsibilidade às empresas e aos trabalhadores do Transporte Rodoviário de Cargas. Parabenizo o Sistema Transporte, na pessoa do presidente Vander Costa, pela realização do evento, que reforça o diálogo qualificado entre o setor produtivo e o Judiciário”.
Instituição apresenta soluções em capacitação, saúde e ESG no maior congresso de gestão de pessoas da América Latina e consolida seu papel como parceira estratégica para empresas de todos os setores
O SEST SENAT marcou presença, de forma estratégica, na 51ª edição do CONARH (Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas), o maior evento de Recursos Humanos da América Latina, realizado em São Paulo (SP), entre os dias 19 e 21 de agosto. A instituição apresentou-se ao mercado como parceira de negócios para empresas de todos os segmentos da economia, reforçando seu papel em capacitação profissional, saúde, qualidade de vida e ESG (Ambiental, Social e Governança).
Com o lema “Tem sempre um SEST SENAT para o seu negócio”, a Organização atraiu milhares de visitantes ao seu estande personalizado, que ofereceu experiências imersivas, palestras de alto nível e ativações de marca criativas, como painel digital interativo e brindes regionais.
Palestra magna: segurança psicológica como pilar estratégico
O ponto alto da participação foi a palestra magna no palco principal, conduzida pela professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Carolina Losicer, a convite do SEST SENAT. Com o tema “Segurança psicológica de propósito: uma ponte entre valores e vivências”, Carolina defendeu que o conceito não é “papo de abraçar árvores”, mas sim um pilar estratégico para a performance das empresas.
Ela comparou a ausência de segurança psicológica a uma queda de internet: “No momento em que essa conexão cai, a comunicação se torna truncada, o fluxo de trabalho é interrompido e os colaboradores passam a operar isolados, com medo de compartilhar ideias ou admitir erros”. Segundo a especialista, a confiança funciona como a infraestrutura invisível que permite a conexão, a troca de informações e a colaboração fluida entre as equipes.
Para ilustrar, ela trouxe histórias de impacto de trabalhadores do transporte atendidos pelo SEST SENAT. Como o caso do senhor José, que, passou dificuldades para alimentar a família enquanto buscava recolocação no mercado de trabalho, mas, por meio da qualificação profissional oferecida pelo SEST SENAT, conseguiu prover o sustento de sua família. “Capacitar foi apenas parte do processo. O que o SEST SENAT realmente entregou foi confiança”, afirmou Carolina.
A especialista também abordou o papel da liderança na construção desse ambiente. Segundo ela, a vulnerabilidade é uma ferramenta poderosa. “Para me aproximar, eu precisei tirar a capa de herói”, citou, referindo-se ao depoimento de um líder que participou de um curso sobre liderança humana na instituição.
A palestra foi finalizada com um convite aos gestores de RH para a construção de pontes de confiança em suas organizações, reforçando que, por trás de grandes números, como os mais de 9 milhões de atendimentos do SEST SENAT no primeiro semestre de 2025, existem grandes impactos na vida de cada indivíduo.
Conteúdo de peso no estande
Durante os três dias, o estande do SEST SENAT reuniu painéis sobre tendências estratégicas de RH, bem-estar corporativo, tecnologia no recrutamento, diversidade e inclusão. Temas como reskilling e upskilling, liderança relacional, riscos psicossociais e empregos verdes foram conduzidos por especialistas do SEST SENAT e parceiros de peso, como a FDC (Fundação Dom Cabral), GPTW (Great Place to Work), Alura, ONU Mulheres e OIT (Organização Internacional do Trabalho).
No painel final, o protagonismo feminino foi colocado em foco, com dados relevantes como o de Ana Teresa Lamarino (ONU Mulheres): “Empresas com mulheres em seus conselhos de administração apresentam uma rentabilidade 21% maior e enfrentam crises com mais resiliência”.
Um novo posicionamento
A participação no CONARH reforçou a evolução do SEST SENAT de instituição referência no setor de transporte para parceiro estratégico de empresas de todos os segmentos, tornando-se preparado para oferecer soluções em gestão de pessoas que impactam diretamente o desempenho dos negócios.
“Tem sempre um SEST SENAT para o seu negócio” deixou de ser apenas um lema e se consolidou como uma proposta de valor apresentada ao público mais estratégico do mundo corporativo.
Medida já está valendo e garante que a concessão se mantenha sustentável e segura para todos os usuários
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou, nessa terça-feira (26/8), a 12ª Revisão Extraordinária do contrato de concessão da Concessionária Nova Rota do Oeste S.A., ajustando a Tarifa Básica de Pedágio e definindo um cronograma de investimentos que reforça a infraestrutura e a segurança viária, beneficiando diretamente os usuários das rodovias.
Com a medida, a tarifa acumulada nos Fluxos de Caixa Marginais passa de R$ 0,00413 para R$ 0,00873. O ajuste, que será implementado simultaneamente à 10ª Revisão Ordinária a partir da data-base de 21 de setembro de 2025, visa recompor o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, garantindo que a concessão se mantenha sustentável e segura para todos os usuários.
Além da atualização tarifária, a deliberação aprova o cronograma de investimentos da concessionária, os Coeficientes de Ajuste Temporal (CAT) e Adicional (CAA), assim como os percentuais de Desconto de Reequilíbrio (DR), medidas que fortalecem a manutenção e a melhoria contínua da infraestrutura rodoviária.
Para os usuários, essas ações significam mais segurança, manutenção adequada e transparência na aplicação dos recursos, reafirmando o compromisso da ANTT com o transporte terrestre eficiente, seguro e equilibrado economicamente.
A Deliberação nº 292/2025, disponível na edição de ontem do Diário Oficial da União (DOU), já está valendo e consolida uma decisão estratégica que protege o equilíbrio contratual, promove investimentos essenciais e reforça a missão da ANTT de supervisionar e garantir a qualidade dos serviços de transporte terrestre no Brasil.
O mercado de veículos comerciais seminovos retorna aos patamares pré-pandemia, como aponta o estudo de Frota&Cia que serviu de base para indicação dos ganhadores do Prêmio Campeão de Revenda 2025
Cinco anos depois da eclosão da pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo, o mercado de veículos comerciais seminovos volta à normalidade, ao acusar uma depreciação média de preços de 20,15%, no período de dois anos, tecnicamente empatada com os 20,71% registrados no ano de 2020. Foi o que apontou o estudo de Frota&Cia que serviu de base para a indicação dos ganhadores do Prêmio Campeão de Revenda 2025, promovido pela publicação.
A super valorização dos caminhões e utilitários oferecidos no país, sejam novos ou usados, que marcou o período de 2021 a 2023, foi consequência de dois fenômenos principais. Primeiro, a própria pandemia, que provocou um enorme desarranjo nas cadeias mundiais de suprimentos, impossibilitando as montadoras de veículos de atender à demanda. Depois, a entrada em vigor da norma Euro 6, que trouxe consigo um forte aumento nos preços dos veículos comerciais 0 km. Tal fato levou os transportadores a investir na compra antecipada de veículos Euro 5 ou então de seminovos. Agora, com o mercado mais normalizado, os preços retornam aos patamares históricos. Pelo menos no segmento de usados.
Ranking por categoria e marca
Tal realidade pode ser expressa em números, como revelam as tabelas abaixo, que mostram as variações de preços no biênio 2023/2025, apuradas por Frota&Cia, a partir das informações públicas da Tabela Fipe. Enquanto os valores médios dos veículos utilitários seminovos acusaram uma valorização de 1,55% no ano retrasado, em 2025, o indicador ficou negativo ao registrar 16,46% de depreciação. O mesmo ocorreu com os caminhões que, mesmo após dois de uso acusaram variação de preços 2,33% superiores ao veículo 0 km adquirido em 2022. E, agora, voltam às médias históricas, com 22,69% de depreciação.
O levantamento de Frota&Cia mostrou, ainda, as categorias de caminhões e utilitários que acusaram menor desvalorização de preços no período de dois anos. No caso dos primeiros, os veículos semileves, com PBT de 3,5 a 6 toneladas, registraram uma desvalorização de 15,07%, enquanto os caminhões pesados de 400 a 500 cv de potência acusaram uma baixa de 22,69% nos preços dos seminovos. Já no caso dos utilitários, as camionetas de carga tiveram menor depreciação (-11,59), seguida dos minibus, furgões e furgonetas de carga.
Na avaliação por fabricante, a Kia foi a marca que sofreu menor desvalorização (-4,04%) no mercado de utilitários, enquanto a Iveco registrou a maior queda de valor no segmento, com 22,05%. Por sua vez, a Mercedes-Benz Cars&Vans, fabricante da Sprinter, mostrou um recuo de apenas 1,74% nos preços de seus modelos voltados para o mercado de caminhões, enquanto a DAF foi a que mais sofreu, ao apontar uma depreciação de 35,08% nos preços de seminovos da marca.
Em 2025, o estudo de Frota&Cia avaliou o comportamento de preços de exatos 22 veículos utilitários e 67 caminhões seminovos, mais comercializados no mercado brasileiro. A avaliação comparou a média de preços dos veículos 0 km comercializados no segundo trimestre de 2023, ante os preços informados dos mesmos modelos no segundo trimestre de 2025, portanto com dois anos de uso. No esforço de garantir o máximo de transparência ao trabalho, o estudo levou em conta as informações disponíveis na Tabela Fipe, produzida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, vinculada à Universidade de São Paulo, o mais importante e confiável indicador de preços de veículos novos e usados do país, disponível na internet.
Estado cresce acima da média nacional na movimentação de cargas e aposta em ferrovias para integrar modais
Santa Catarina consolidou-se como um dos principais polos logísticos do Brasil, sustentado pela performance de seus cinco portos — Itajaí, Navegantes, São Francisco do Sul, Itapoá e Imbituba — e por um novo ciclo de investimentos em infraestrutura. No primeiro quadrimestre de 2025, o estado registrou a maior expansão na movimentação de cargas do país, com alta de 7,93%, acima da média nacional, segundo dados da Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias e da Antaq.
Hoje, a cada cinco contêineres operados no Brasil, um passa pelos portos catarinenses, que lideram a movimentação de cargas no Sul. O destaque foi o Porto Itapoá, com 489,8 mil TEUs e a terceira maior movimentação do país, seguido pela Portonave (348,1 mil TEUs, quarta colocada). O Porto de Itajaí movimentou 73,6 mil TEUs, e o de Imbituba, 37,4 mil TEUs. Já São Francisco do Sul registrou 5,7 milhões de toneladas no quadrimestre e acumulou 8,7 milhões de toneladas no semestre, avanço de 6% em abril frente a 2024.
No total, os portos do estado movimentaram 21,8 milhões de toneladas, reforçando sua relevância para o comércio exterior brasileiro. Para sustentar esse crescimento, o governo estadual aposta em projetos ferroviários, como a Ferrovia dos Portos — que conectará Navegantes a Araquari — e o Corredor Ferroviário de Santa Catarina, entre Chapecó e Correia Pinto.
“Santa Catarina tem um conjunto de fatores que transformam o estado em referência nacional em gestão logística portuária: infraestrutura moderna, eficiência operacional e integração multimodal. O desafio é manter previsibilidade nos investimentos e replicar boas práticas para o Brasil”, afirma Erick Isoppo, CEO da IDB do Brasil Trading.
Paradoxo logístico
O avanço, porém, expõe um paradoxo logístico: a infraestrutura portuária cresce mais rápido que os acessos. Hoje, 94% da carga que chegam aos portos da região dependem de rodovias, sobretudo a BR-101 e a BR-470, ambas classificadas em nível “F”, quando o fluxo é forçado ou interrompido. Apenas 6% seguem por trilhos.
No Brasil, essa classificação é usada em estudos de engenharia de tráfego e transportes. O nível de serviço é atribuído por órgãos como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsável pelas rodovias federais; por empresas de consultoria contratadas por órgãos públicos, que aplicam metodologias baseadas na Highway Capacity Manual (HCM) ou normas brasileiras equivalentes, e em estudos estaduais ou regionais; pela Secretaria de Infraestrutura ou de Transportes do estado, com base em medições de tráfego e congestionamento.
O nível “F” indica o pior desempenho possível, quando o fluxo é praticamente interrompido ou totalmente congestionado, com alta densidade de veículos e velocidades muito reduzidas. “Temos portos eficientes e modernos, mas, sem resolver a multimodalidade, Santa Catarina corre o risco de perder competitividade”, diz Beto Martins, secretário do Estado de Santa Catarina de Portos, Aeroportos e Ferrovias.
Para Martins, o estado já avança rumo à logística mais integrada. Durante a abertura da feira Logistique, realizada em Balneário Camboriú (SC) em agosto de 2025, ele destacou a criação da Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias de Santa Catarina, a única do país com gestão dedicada a todos os modais, modelo que se tornou referência nacional.
Salto logístico no Complexo da Babitonga
Enquanto não há uma resolução para aprimorar os entraves logísticos por rodovias e ferrovias, os portos se organizam para aumentar a produtividade e a capacidade. O Complexo Portuário da Baía da Babitonga, formado pelo Porto Itapoá e pelo Porto de São Francisco do Sul, deve alcançar um novo patamar de competitividade a partir de 2026. Uma obra de dragagem e alargamento do canal de acesso, orçada em R$ 325 milhões, permitirá a entrada de navios porta-contêineres de até 366 metros — os maiores que operam na costa brasileira — totalmente carregados, reduzindo custos e tempo de operação.
“Essa é uma obra estratégica para o presente e para o futuro”, afirmou Cleverton Vieira, CEO do Porto de São Francisco do Sul, em entrevista à Transporte Moderno durante a feira Logistique realizada em Balneário Camboriú (SC) em agosto de 2025. Segundo o executivo, o projeto deve dobrar a movimentação anual de contêineres do terminal privado em dez anos — de 1,5 milhão para quase 3 milhões de TEUs —, tornando-o o maior do Brasil. A expectativa é que o impacto no mercado de trabalho também seja expressivo, com o número de empregos diretos e indiretos na região saltando dos atuais 8 mil para cerca de 40 mil.
A dragagem será viabilizada por um modelo inédito de financiamento no setor portuário brasileiro. Sem contar com recursos do PAC e após negativa do governo federal, o Porto Itapoá emprestará R$ 300 milhões ao Porto de São Francisco do Sul. O pagamento será feito ao longo de 10 a 12 anos, por meio de tarifas adicionais geradas pelo aumento do tráfego de navios. O contrato já foi validado pelo Ministério de Portos e Aeroportos (Mpor).
A multinacional belga Jan De Nul venceu a licitação. O cronograma prevê início das obras em novembro de 2025, após dois meses dedicados ao projeto executivo. “O prazo de execução é de dez meses, com possibilidade de entrega antecipada para meados de 2026”, revelou o executivo.
Desde 2023, quando a atual gestão assumiu o Porto de São Francisco do Sul, melhorias operacionais vêm sendo implantadas. Entre elas, a instalação de duas novas balanças e sistemas automatizados de controle, que reduziram gargalos e elevaram a capacidade de atendimento para 1,5 mil caminhões por dia — acima da demanda atual de mil veículos.
“Essas mudanças destravaram investimentos e nos permitiram crescer quase 35% na movimentação de cargas entre 2023 e 2024, o maior avanço proporcional entre os portos públicos do país”, diz Vieira. O porto também destinou R$ 20 milhões à modernização tecnológica, com novas câmeras, servidores e integração de sistemas com cooperativas de transporte e a Receita Federal.
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A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) promove nesta quarta-feira, 27 de agosto de 2025, em sua subsede em São Paulo, a segunda edição do Encontro Nacional de Segurança no Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), que tem como tema “Atos de Interferência Ilícita contra o Modal Rodoviário – Veículos e Cargas”. O evento reúne empresários, executivos, representantes de entidades setoriais, autoridades públicas e forças de segurança para debater estratégias de enfrentamento aos crimes que ameaçam a cadeia logística nacional.
A programação conta com painéis temáticos, discussões técnicas, apresentação de soluções tecnológicas e um espaço de integração entre os setores público e privado, com foco na prevenção e combate ao roubo, furto e receptação de cargas. Os debates buscam compreender a atuação das organizações criminosas e propor estratégias que fortaleçam a segurança no transporte, protegendo a economia e a sociedade brasileiras.
Segundo o Diagnóstico Nacional do Roubo de Cargas, desenvolvido pela Assessoria de Segurança da NTC&Logística, o Brasil registrou 10.193 ocorrências de roubos de carga em 2024, uma média de 28 casos por dia. Sete estados concentraram 93% das ocorrências: São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e Goiás. O levantamento ainda aponta que mais de 88% das cargas subtraídas não são recuperadas, reforçando a urgência de medidas efetivas contra a receptação, crime que sustenta a continuidade das ações ilícitas.
Desde 1998, a NTC&Logística, por meio de sua Assessoria de Segurança, desenvolve ações permanentes voltadas ao combate aos crimes contra o TRC, promovendo estudos técnicos, propostas legislativas e articulações institucionais. A entidade destaca a importância de alinhar esforços entre empresas, autoridades e sociedade, priorizando a proteção da vida, da carga e da infraestrutura logística.
O encontro de hoje reforça esse compromisso e marca um importante passo na construção de soluções conjuntas para um setor mais seguro e resiliente.
Confira a Programação
8h | CREDENCIAMENTO
8h30 às 9h | ABERTURA INSTITUCIONAL
9h às 11h | PAINEL 1: PANORAMA ATUAL DOS CRIMES CONTRA O TRANSPORTE RODOVIÁRIO
l Furto e Roubo de Carga – 2024
Palestrante: Dr. Waldomiro Milanesi – Delegado de Polícia e Especialista em Segurança
Integração, Cooperação e Conhecimento entre os Órgãos de Segurança Pública
Palestrante: Dr. Djalma Moreira Gomes, Juiz de Direito do Estado de São Paulo
l Política Nacional de Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas: Avanços e Desafios | Estatísticas e Tendências dos Crimes contra o TRC no Brasil
Palestrante: Dr. Antonio Fernando S. Oliveira – Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal
l Novas Modalidades Criminosas e Desafios Emergentes – Crime Organizado
l Palestrante: Dr. Renato dos Santos Gama, Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo – Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) – Núcleo de Santos
11h às 12h | PAINEL 2: ASPECTOS JURÍDICOS E REGULATÓRIOS
l Legislação Aplicável e sua Efetividade no Combate aos Crimes contra o Transporte
Palestrante: Dr. Marcos Aurélio Ribeiro, Diretor Jurídico da NTC&Logística
l Impactos Econômicos e Operacionais dos Crimes no Setor de Transporte
Palestrante: Engenheiro Lauro Valdivia, Assessor Técnico da NTC&Logística
12h às 13h | PAINEL 3: TECNOLOGIA E COMÉRCIO ILEGAL DE PEÇAS E RECEPTAÇÃO
l O Papel das Plataformas de E-commerce no Combate à Receptação
Palestrante: Adriano Mizuguti, Security Manager do Mercado Livre
l Tecnologia a Serviço da Segurança: Rastreabilidade e Gestão de Riscos de Riscos no Transporte
Palestrante: Ricardo Miranda, Presidente do Grupo PAMCARY
l A Ação Criminosa Organizada e o Mercado Ilegal
Palestrante: Dr. Edson Vismona, Presidente-Executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial – ETCO
13h30min | Encerramento e Brunch
Realização
l NTC&Logística – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística
Patrocínio
l ROADCARD
l SICREDI
Apoio Institucional
l Sistema Transporte – Confederação Nacional do Transporte – CNT / Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte – SEST SENAT / Instituto de Transporte e Logística – ITL
l FuMTran – Fundação Memória do Transporte
l ABTLP – Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos
l FETCESP – Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo
l SETCESP – Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região
l SINDIPESA – Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de Cargas Pesadas e Excepcionais
Aumento da mistura no diesel onera custos das empresas com manutenção mecânica dos caminhões, provocando danos nos motores
Desde o dia 1º de agosto, o Brasil aumentou a mistura obrigatória de biocombustíveis nos combustíveis. O teor de etanol anidro na gasolina subiu de 27% para 30% (E30), enquanto a mistura de biodiesel no diesel passou de 14% para 15% (B15). A justificativa é a diminuição da dependência do país de combustíveis importados e a redução dos impactos com futuras altas de petróleo, além da questão ambiental. Entretanto, o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antonio Luis da Silva Júnior, avaliou que a decisão foi mais política do que técnica.
Em visita ao jornal Diário do Comércio na segunda-feira (25), Silva Júnior afirmou que a decisão atendeu a um lobby da agricultura para incentivar o setor. Segundo ele, o setor de transporte, entretanto, está tendo problema com o combustível alterado, uma vez que entope os bicos de injeção dos motores, aumenta a manutenção e onera os custos.
Além disso, Silva Júnior alertou para um problema que ninguém atentou. Segundo ele, o diesel com maior participação de biodiesel não é um problema se o consumo for imediato. “O problema é quando você armazena”, disse.
Ele explicou que, diferentemente do combustível tradicional, o atual, que é feito de matéria orgânica, decanta, cria uma gelatina e gera um resíduo que estraga e apodrece, afetando o motor. “É um problema para quem usa gerador, como os hospitais, por exemplo. Não usa toda hora, daí ele estraga e apodrece. Ou para caminhões que ficam parados”, afirmou.
No setor de transporte, caminhões que trocavam filtro após rodar 30 mil quilômetros passaram a fazer a substituição após 8 mil a 10 mil km. “O filtro fica cheio de gordura. Problema que é pior quando o biodiesel é de origem animal. Ele cria um sebo que decanta e entope todas as partes da injeção”, disse.
Apesar de considerar uma medida bem intencionada, ele avalia que não foram analisados todos os efeitos. “É preciso pensar em todos. Não adianta tomar uma boa decisão aqui e esquecer do outro lado”, destacou.
Renovação de frota não está acontecendo no ritmo que deveria
O setor de transporte de cargas e logística de Minas Gerais conteve os investimentos após o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros, segundo o presidente do Setcemg. Conforme o gestor, Minas Gerais não deve sofrer grandes impactos diretos, mas a negociação é crucial para o desenvolvimento da economia que opera em cadeia e precisa de convergência.
“Nós sentimos, sim, uma desmotivação em investir. Está todo mundo com o pé atrás e esperando uma decisão. Acredito que vá haver uma negociação. Não dá para ficar nessa ideologia besta de querer que o Brasil pague a conta”, disse Silva Júnior.
Ele lembrou que o efeito é em cascata. “Se você deixa de exportar, você deixa de ter transporte, você deixa de ter vendas de insumos”, ressaltou. Mas, na avaliação do presidente do Setcemg, o impacto em Minas Gerais será pequeno. “É tudo uma cadeia, mas Minas terá um impacto pequeno porque o mercado absorve o café rapidamente. Mas para outros, como a indústria moveleira, não tem jeito. Afeta a economia como um todo: em termos de investimentos, de credibilidade no país, de movimentação da economia”, afirmou.
Para Silva Júnior, o empresariado e a sociedade civil já estão procurando alternativas. “O agro mineiro, o café mineiro, o vinho mineiro, que está começando a virar uma indústria, e o minério estão trabalhando além do governo e tocando os negócios”, disse.
Porém, o presidente do Setcemg pontuou que o mercado financeiro do mundo ainda gira em torno dos Estados Unidos e, caso não haja uma negociação, o impacto maior que pode haver é no mercado financeiro. “O Brasil não tem capital, o dinheiro de fora é importante para nós. O empresário precisa do dinheiro do exterior”, argumentou.
Na avaliação dele, é preciso esquecer o governo e seguir em frente. “É mais difícil, mais duro, falta recurso, os juros estão altos e caros no Brasil ,e isso independentemente do tarifaço. O que não pode é criar mais problemas econômicos. Aí complica muito”, advertiu.
Em função desse cenário, Silva Júnior entende que a renovação de frota está mais lenta e aquém da velocidade que deveria acontecer. “Entretanto, nós vamos continuar tendo a necessidade de renovar, o problema é que o caminhão novo está muito caro, os juros estão muito altos e as condições de pagamento ruins. Não estamos conseguindo renovar no ritmo que precisávamos. Está existindo uma renovação, mas num ritmo mais lento do que deveria”, afirmou.
Presidente do Setcemg defende que mão de obra existe, mas está cara
Assim como ocorre em outros setores, o presidente do Setcemg afirmou que a mão de obra é um ponto sensível para o setor de transporte. Entretanto, na visão dele, o problema não é a carência e, sim, a remuneração inadequada. “O setor não tem margem para pagar um salário maior, e o motorista acaba preferindo ficar no Bolsa Família, nos bicos e nos aplicativos”, explicou.
Segundo Silva Júnior, o setor é carente de motoristas, ajudantes de carga, operadores de britadeira porque as empresas não têm preço para competir com outros setores. “Não adianta eu querer um ajudante de carga para descarregar o caminhão, pagar R$ 2 mil, se ele consegue isso tomando conta de carro na rua. Eu escuto isso todos os dias, e é uma verdade”, comentou.
Na avaliação do dirigente, é preciso que todos pensem os problemas de forma integrada. “Não adianta uma indústria produzir muito se ele não tiver transporte. E não adianta o transporte criar uma estrutura boa se não tiver quem produz. Ou o agro não ter corredor de exportação”, questionou.
Na visão do presidente da entidade, é preciso aproveitar a crise para gerar a oportunidade. “Quem pensa isolado está morto. Hoje, no mundo, nós temos que pensar que estamos todos interligados”, avaliou.
Integração com ferrovias já acontece no setor há mais de uma década
O que poderia ser uma solução para a maior fluidez do transporte de cargas já acontece há décadas no setor, porém de forma insuficiente. A integração entre rodovias e ferrovias é uma realidade no Estado e no País há mais de dez anos, mas precisaria de mais investimentos uma vez que a existente não é suficiente para aliviar o tráfego nas rodovias.
De acordo com o presidente do Setcemg, há, em Minas Gerais, empresas de transporte e logística que operam em multimodalidade (multimodality) e possuem centros integrados de distribuição. “O problema é que os investimentos ferroviários no Brasil, ao longo da história, foram e são pequenos. Investimentos em ferrovias, diferentemente do rodoviário, não é um negócio que se abre uma estrada e que funciona amanhã. É uma questão de política de estado e não de governo. E nós, no Brasil, não temos política de estado”, afirmou.
Segundo o presidente, os chefes do Executivo, seja nas esferas estaduais ou federal, querem mostrar resultados e preferem abrir uma rodovia do que ampliar os investimentos em ferrovias a médio e longo prazo. “Ele não quer que outro governo ganhe o crédito. São coisas de longo prazo, demanda investimento, licenciamento ambiental, obras longas. Planejar uma ferrovia demanda planejamento de dez anos para frente”, ponderou.
O investimento no setor que poderia ser considerado “concorrente” não assusta o dirigente. Pelo contrário, integra e complementa. “O crescimento do país está tão grande e à frente que, se a gente fizer medidas agora para aumentar as ferrovias, quando elas estiverem prontas e funcionando, não serão suficientes para o crescimento que já teve. Ou seja, nós estamos sempre um passo atrás”, alertou.
Na visão dele, se houvesse uma política de estado empenhada em sair do modal rodoviário, que hoje é responsável por 65% para 50%, e dividir com o setor ferroviário nos próximos 50 anos, isso teria que ser planejado agora para ser executado ao longo de 15 a 20 anos.
Apesar do cenário favorável no semestre, a cadeia começou a mostrar sinais de desaceleração em junho, com o faturamento nominal recuando 5,4% frente a maio, segundo o Sindipeças
A indústria de autopeças apresentou desempenho positivo no primeiro semestre de 2025, com crescimento de 13,6% no faturamento de janeiro a junho (10,2% em termos reais). No acumulado em 12 meses, o aumento foi de 15,9%, com alta de 12,6% em termos reais, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
Esse resultado, segundo o Sindipeças, acompanha a trajetória da produção de veículos, que avançou 7,8% entre janeiro e junho, impulsionada sobretudo pelo forte aumento de 59,8% das exportações, fator que tem sustentado o setor.
“Apesar do cenário favorável no semestre, a cadeia começou a mostrar sinais de desaceleração em junho, com o faturamento nominal recuando 5,4% frente a maio”. Na comparação de junho de 2025 com junho do ano passado, o crescimento também perdeu fôlego, passando de 16,3% em maio para 5,9% em junho. Em termos reais, o comportamento foi semelhante, com queda de 5,6% na variação mensal e desaceleração da alta anual, de 13,2% para 2,9%.
Desempenho mensal
O Sindipeças destaca que a retração mensal foi puxada principalmente pelas vendas mais fracas para montadoras, que responderam por mais de 65% do faturamento do setor em junho e registraram queda de 5,0% frente a maio (5,2% menos em termos reais).
O mercado de reposição também apresentou resultado negativo em junho em relação a maio deste ano, com redução de 12,0% no faturamento nominal e 12,2% em termos reais. A linha leve teve redução de 14,08% e a linha pesada, de 1,21%. Na comparação de junho deste ano com o mesmo mês do ano passado, a retração do faturamento nominal foi de 4,1% e, em reais, foi de 12,2%.
As exportações seguiram em alta, com crescimento nominal de 16,9% de janeiro a junho deste ano, de 13,4% em termos reais e de 3,7% em dólares (0,6% em termos reais), em linha com o dado positivo de exportações de autopeças observado em junho, segundo o Sindipeças.
“Momentaneamente, os efeitos iniciais das tarifas americanas impactaram as vendas para o mercado americano, com redução de 4,9% até junho, sem força, porém, para afetar as exportações totais”, explica o Sindipeças.
“A exceção, nesse caso, foram as variações negativas nas exportações em dólares em termos reais, tanto na comparação anual quanto no acumulado em 12 meses. Essa queda pode ser atribuída ao real menos valorizado atualmente do que em anos anteriores, o que torna os produtos brasileiros relativamente mais baratos hoje em dia e impacta negativamente o faturamento do período.”
Capacidade instalada
Segundo o Sindipeças, a utilização da capacidade instalada caiu para 74,7% em junho, recuo de 0,5 pontos percentuais em relação a maio, embora ainda acima do nível registrado em junho de 2024 (0,9 pontos percentuais).
O número de empregados no setor apresentou recuperação, com aumento de 1,8% na comparação mensal (após queda de 3,6% em maio) e de +2,8% na comparação interanual.
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e a EcoRodovias apresentam, nesta segunda-feira (25), um balanço dos dois anos da primeira experiência do sistema de pesagem automática de veículos de cargas em movimento em rodovias do país. A estreia na Ecovias do Cerrado reuniu números considerados positivos pela empresa e pela reguladora e, agora, o próximo passo da ANTT será definir como o instrumento será parametrizado e replicado nas demais concessões federais.
Criado para substituir as balanças tradicionais de pesagem, o HS-Wim (High Speed Weigh-In-Motion) não exige que os caminhões passem em velocidade reduzida na pista e fiscaliza 100% do tráfego na rodovia. A dinâmica é traduzida nos números da operação, coletados entre 2 de dezembro do ano passado e 26 de junho deste ano: seis faixas da nova balança geraram 17,6 mil autos de infração por excesso de carga, enquanto os 38 postos de pesagem que funcionam pelo país geraram, ao todo, 41,4 mil autos no período. Nas balanças tradicionais, há seis vezes mais evasões (237.571) do que multas. Com a nova tecnologia, foi identificado apenas 1,3% de “burlas”.
“O fato de poder evadir ou não, fugir ou não, muda tudo”, afirmou à Agência iNFRA o gerente de Operações da Ecovias do Cerrado responsável pelo projeto, Bruno Araujo, que explicou parte dos dados apresentados nesta segunda-feira (25) no workshop de encerramento do sandbox regulatório do HS-Wim realizado pela ANTT.
Além de atacar a evasão, o novo sistema dinâmico mostrou-se mais sustentável, com redução de 20,4% de emissão de CO2 dos veículos que são pesados. “São 300 toneladas a menos emitidas em um ano de operação de uma balança”, explicou Araujo, lembrando que o efeito é gerado porque, com o novo sistema, o veículo roda com velocidade média maior, sem paradas e frenagens.
“A solução funciona, a gente consegue homologar”, avaliou o superintendente de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas da ANTT, José Aires Amaral Filho, acrescentando que um importante próximo passo deverá ser trabalhar no termo aditivo ao contrato original da concessão.
À Agência iNFRA, ele explicou os aprendizados do sandbox e os pontos de atenção para a implementação geral da tecnologia, como a comunicação com o usuário e a integração com os sistemas do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Hoje, há veículos que possuem AET (Autorização Especial de Trânsito), espécie de licença para cargas de grande dimensão, e sem a integração o trabalho de checagem ainda é feito de forma manual.
Também está prevista uma discussão no âmbito administrativo, que passa pela avaliação da efetividade de etapas como a do transbordo da carga. “Vai ter, realmente, uma revolução com relação à pesagem, comportamento dos transportadores, fiscalização efetiva, questão de seguros. Vamos ter um cenário, digamos assim, bem mais auditável, fiscalizável, integrado e que vai melhorar bastante.”
A avaliação também é de que o experimento mostrou o quanto a fiscalização do peso, realizada desde os anos 1970, tem sido falha. “[Hoje] a gente tem uma outra percepção de fiscalização de excesso de peso. (…) Boa parte dos veículos estavam evadindo”, disse Amaral.
Comportamento vs. percepção negativa
A assertividade do HS-Wim para fiscalizar quem transporta com excesso de carga gerou, por outro lado, uma pressão de transportadoras contra a adoção da tecnologia. Para Araujo, da Ecovias, a implementação integral da nova balança no Brasil vai gerar um incentivo comportamental para o transportador não descumprir mais as regras. Na visão dele, o pátio de transbordo usado hoje para retirar carga ou adaptar o peso aos eixos não é a ferramenta certa para reduzir o excesso de carga.
“Quando regularizar o excesso de peso em nível nacional, vamos precisar de mais carreta rodando. Vai gerar uma justiça comercial e competitiva entre as transportadoras”, disse o gerente de Operações, que vê também outros impactos positivos para o setor, como redução de filas, menos tempo de viagem e até diminuição de tombamentos e engavetamentos que acabam acontecendo em alguns perfis de rodovias, pelo excesso de carga.
Ele acredita ainda em uma possível redução no pedágio, se houver melhora no pavimento. Amaral, da ANTT, também pontua que, além do dano ao pavimento, o excesso de peso no transporte de cargas tem impacto em acidentes, avarias em veículos e, setorialmente, implica em concorrência desleal.
Apesar do benefício esperado de redução nos custos com manutenção que deverão decorrer da nova pesagem, ele reconhece a preocupação em torno da percepção negativa dos usuários sobre a fiscalização. Segundo o superintendente, o desafio da comunicação será discutido junto à Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) do Ministério dos Transportes.
A mudança de cultura também precisará observar a relação com os pórticos da pesagem. Na experiência, foi observado que motoristas costumam frear diante do pórtico, associando-o, culturalmente, a uma espécie de radar de velocidade ou ao modelo antigo feito em velocidade inferior. A comunicação ao motorista por meio de painel, realizada em segundos, não funcionou.
Custos
No modelo atual para verificação da carga, a faixa de velocidade fica entre 5 e 12 km/h, enquanto no HS-Wim a pesagem pode ser realizada entre 7 e 90 km/h. A faixa de acurácia, de 2,5%, observada no PBT (Peso Bruto Total), foi a mesma para os dois modelos.
Segundo o gerente de Operações da Ecovias, o custo de implantação da balança tradicional, entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões, cai a aproximadamente R$ 10 milhões no novo modelo. Ainda de acordo com Araujo, as novas balanças no Brasil tornaram-se referência para o restante do mundo, por serem as primeiras que aferem o peso numa velocidade de 90 km/h.
O superintendente de Serviços de Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas da ANTT observou que, apesar de mais econômica na comparação com a pesagem tradicional, os testes do novo modelo demandaram da agência um acompanhamento de mais pessoas em processos, como o da homologação assistida, que foi filmada em diversos ângulos e recebeu nível 1A, o mais elevado.
É o menor índice desde setembro de 2022
Desconto na conta de luz, queda no preço dos alimentos e gasolina mais barata são fatores que fizeram a prévia da inflação de agosto ficar negativa em 0,14%. Na média, o custo de vida das famílias ficou mais em conta.
A constatação está no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial no país, divulgado nesta terça-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em julho, o IPCA-15 tinha marcado 0,33%.
O resultado de agosto é o menor desde setembro de 2022 (-0,37%) e a primeira deflação (inflação negativa) desde julho de 2023 (-0,07%). Em agosto de 2024, o índice marcou 0,19%.
Com o resultado conhecido nesta terça-feira, o IPCA-15 acumulado em 12 meses fica em 4,95%. Em julho, era 5,30%.
O governo trabalha com a meta de manter a inflação oficial em 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para mais ou para menos, isto é, o máximo tolerado em 4,5%.
Bônus de Itaipu
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, quatro apresentam deflação na prévia de agosto. Destaque para a habitação, que viu os preços recuarem 1,13%, representando impacto de -0,17%, o maior impacto negativo dentre os nove grupos.
O que mais puxou essa queda na inflação da habitação foi a conta de luz, que baixou 4,93%. De todos os 377 produtos e serviços apurados pelo IBGE, foi o preço da energia elétrica residencial que mais pressionou o IPCA-15 para baixo, com impacto de 0,20 p.p.
A explicação está no chamado Bônus de Itaipu, desconto na conta que beneficiou 80,8 milhões de consumidores. Conforme adiantou a Agência Brasil, a bonificação compensou a bandeira tarifária vermelha 2, que adiciona R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos.
Alimentos
O segundo grupo que mais ajudou a segurar a inflação foi o de alimentos e bebidas, que recuou 0,53% (impacto de -0,12 p.p.). É o terceiro mês seguido de deflação no preço da comida, depois de nove meses seguidos de alta.
A alimentação no domicílio caiu 1,02% em agosto, com destaque para as quedas nos preços da manga (-20,99%), batata-inglesa (-18,77%), cebola (-13,83%), tomate (-7,71%), arroz (-3,12%) e carnes (-0,94%).
Gasolina
O grupo dos transportes apresentou deflação de 0,47% na prévia de agosto, o que representa impacto de -0,10 p.p. no IPCA-15. O resultado foi impulsionado pelas quedas nas passagens aéreas (-2,59%), automóvel novo (-1,32%) e na gasolina (-1,14%).
A gasolina é o subitem da cesta de consumo do brasileiro com maior peso, e a queda em agosto representou impacto de -0,06 p.p.
O conjunto de combustíveis recuou 1,18% em média, com deflação dos preços do óleo diesel (-0,20%), gás veicular (-0,25%) e etanol (-1,98%).
Demais grupos
O grupo comunicação caiu 0,17% no mês, com impacto de -0,01 p.p. no IPCA-15. Os demais cinco grupos tiveram variações e impactos positivos ou nulos:
Prévia e inflação oficial
O IPCA-15 tem basicamente a mesma metodologia do IPCA, a chamada inflação oficial, que serve de base para a política de meta de inflação do governo.
A diferença está no período de coleta de preços e na abrangência geográfica. Na prévia, a pesquisa é feita e divulgada antes mesmo de acabar o mês de referência. Em relação à divulgação atual, o período de coleta foi de 16 de julho a 14 de agosto.
Ambos os índices levam em consideração uma cesta de produtos e serviços para famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos. Atualmente, o valor do mínimo é R$ 1.518.
O IPCA-15 coleta preços em 11 localidades do país (as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.); o IPCA, em 16 localidades (inclui Vitória, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju). O IPCA de agosto será divulgado em 10 de setembro.
Consulta propõe metas para eletrificação de frotas, combustíveis verdes e infraestrutura
O Governo Federal abriu uma consulta pública sobre o Plano Setorial de Mitigação de Transportes, que estabelece metas e diretrizes para a descarbonização do setor até 2050. Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima, o plano integra a Estratégia Nacional de Mitigação (ENM) e tem foco em modais como o transporte rodoviário, ferroviário, aéreo e aquaviário. A população pode contribuir com sugestões até o dia 18 de agosto, por meio da plataforma Brasil Participativo.
O plano reconhece que o transporte é um dos setores mais emissores de gases de efeito estufa (GEE) no país, ficando abaixo do desmatamento. Em 2022, o setor respondeu por 116 MtCO₂e, com 85% das emissões concentradas no transporte rodoviário de cargas e passageiros. Caminhões médios, semipesados e pesados foram os maiores responsáveis, seguidos por ônibus e pela aviação doméstica.
Rodovias como prioridade
O documento reforça a urgência de ações voltadas à frota rodoviária pesada, por meio de iniciativas que incluem:
Eletrificação no transporte de carga
Embora o plano reconheça que a eletrificação de caminhões pesados ainda enfrente barreiras — como alto custo, baixa autonomia e ausência de rede de recarga —, o governo aponta a necessidade de antecipar investimentos e políticas de apoio para ampliar a penetração desses veículos no mercado brasileiro até 2050.
Estão previstas ações como:
Infraestrutura mais eficiente
A qualidade das rodovias também será um eixo importante do plano. O objetivo é reduzir o consumo de combustível e, consequentemente, as emissões, por meio da melhoria do pavimento e de tecnologias como pedágio eletrônico (free flow) e pesagem dinâmica. Até 2035, espera-se que 50% das operações de taxiamento nos aeroportos já utilizem motor desligado ou assistência elétrica.
Metas de emissões
As metas do setor foram definidas com base no volume de emissões de 2022 (116 MtCO₂e):
Evento promovido pela NTC&Logística tem como foco o enfrentamento aos crimes que ameaçam o setor de Transporte Rodoviário de Cargas
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) realizará, no dia 27 de agosto de 2025, em sua subsede em São Paulo, a segunda edição do Encontro Nacional de Segurança no Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), com o tema “Atos de Interferência Ilícita contra o Modal Rodoviário – Veículos e Cargas”. A iniciativa tem como objetivo aprofundar o debate sobre os crimes que impactam a cadeia logística nacional, reunindo empresários, executivos, representantes de entidades setoriais, autoridades públicas e forças de segurança de diferentes regiões do Brasil.
O evento contará com painéis temáticos, discussões técnicas, apresentação de soluções tecnológicas e um espaço de integração entre os setores público e privado, com foco na prevenção e combate ao roubo, furto e receptação de cargas. A programação também exporá a atuação das organizações criminosas, abrindo espaço, em seguida, para a proposição de estratégias para o enfrentamento desse desastroso cenário de agressão à economia nacional e à sociedade.
De acordo com o Diagnóstico Nacional do Roubo de Cargas desenvolvido pela Assessoria de Segurança da NTC&Logística, foram registradas 10.193 ocorrências de roubos de carga no Brasil em 2024, o equivalente a uma média de 28 casos por dia. Sete estados concentram 93% das ocorrências: São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e Goiás. O levantamento aponta, ainda, que mais de 88% das cargas subtraídas não são recuperadas, o que reforça a necessidade de articulações efetivas de combate à receptação – crime que alimenta a cadeia de ações ilícitas contra o setor.
Desde 1998, a NTC&Logística desenvolve, por meio de sua Assessoria de Segurança, ações permanentes para fortalecer o combate aos crimes contra o transporte rodoviário de cargas. A entidade atua com base em legislações específicas, promovendo eventos, estudos técnicos, propostas legislativas e articulações institucionais, com foco na proteção da vida, da carga e da infraestrutura logística.
Programação Preliminar
8h | CREDENCIAMENTO
8h30 às 9h | ABERTURA INSTITUCIONAL
9h às 11h | PAINEL 1: PANORAMA ATUAL DOS CRIMES CONTRA O TRANSPORTE RODOVIÁRIO
Palestrante: Dr. Waldomiro Milanesi – Delegado de Polícia e Especialista em Segurança
· Integração, Cooperação e Conhecimento entre os Órgãos de Segurança Pública
Palestrante: Dr. Djalma Moreira Gomes, Juiz de Direito do Estado de São Paulo
Palestrante: Dr. Antonio Fernando S. Oliveira – Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal
11h às 12h | PAINEL 2: ASPECTOS JURÍDICOS E REGULATÓRIOS
Palestrante: Dr. Marcos Aurélio Ribeiro, Diretor Jurídico da NTC&Logística
Palestrante: Engenheiro Lauro Valdivia, Assessor Técnico da NTC&Logística
12h às 13h | PAINEL 3: TECNOLOGIA E COMÉRCIO ILEGAL DE PEÇAS E RECEPTAÇÃO
Palestrante: Josefina Borghi, Gerente de Investigações Antifraude do Mercado Livre
Palestrante: Ricardo Miranda, Presidente do Grupo PAMCARY
Palestrante: Dr. Edson Vismona, Presidente-Executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial – ETCO
13h30min | Encerramento e Brunch
Realização
Patrocínio
Apoio Institucional
SINDIPESA – Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de Cargas Pesadas e Excepcionais
Conforme acordado durante o CONET & INTERSINDICAL realizado nos dias 21 e 22 de agosto, em Bento Gonçalves, solicitamos o envio de dúvidas sobre seguros obrigatórios, piso mínimo de frete e fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
O prazo para o envio é até 29/08/2025, por meio do e-mail juridico@ntc.org.br.
As questões recebidas serão compiladas e respondidas pelo departamento jurídico, e posteriormente encaminhadas à ANTT para validação. Esse material servirá para a elaboração de pauta junto à Diretoria-Geral da ANTT, com o objetivo de propor melhorias nos processos administrativos de aplicação de multas e fiscalização do TRC.
Após essa etapa, as respostas serão compartilhadas com todas as empresas, sindicatos, federações e associações filiados à NTC&Logística.
Agradecemos desde já a colaboração de todos.
Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística
(NTC&Logística)
Questionário, que leva até oito minutos para ser respondido, estará disponível até 31 de agosto
A CNT (Confederação Nacional do Transporte) iniciou uma sondagem para mensurar o impacto no setor transportador das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros. O questionário foi enviado, nessa quinta-feira (21), para transportadores de todo o país e de todas as modalidades, e receberá respostas até o dia 31 de agosto.
A pesquisa tem como objetivo principal entender como as medidas norte-americanas podem afetar a cadeia logística e a rentabilidade das empresas de transporte no Brasil. A partir dos dados obtidos, a Confederação poderá traçar um panorama mais preciso da situação, fornecendo subsídios para ações que reduzam os impactos das tarifas sobre os transportes rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo.
O questionário pode ser preenchido em cerca de oito minutos, com todas as informações fornecidas mantidas em sigilo. A CNT fará a análise dos dados de forma agregada, sem qualquer identificação individual dos participantes.
Objetivo é reunir dados reais que irão subsidiar a próxima revisão dos valores. Formulário pode ser preenchido até o dia 2/9
A estrada fala e a ANTT quer ouvir. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) acaba de lançar uma nova pesquisa online para ouvir diretamente transportadores e profissionais do transporte rodoviário de cargas. O objetivo é reunir dados reais que irão subsidiar a próxima revisão dos valores do Piso Mínimo de Frete.
O formulário já está disponível e pode ser respondido até 2 de setembro. São apenas cinco minutos de preenchimento, mas cada resposta faz diferença: é a oportunidade de contribuir para que as regras reflitam a realidade de quem vive o dia a dia nas estradas.
Instituído pela Lei nº 13.703/2018, o piso mínimo do frete garante remuneração mínima aos transportadores, protegendo condições justas de trabalho e evitando distorções no mercado. Para que essa política pública continue atualizada, é fundamental combinarmos estudos técnicos, análises de mercado e, sobretudo, a participação social — que, agora, se dá tanto pela tomada de subsídios já realizada quanto pela nova pesquisa aberta.
Essa iniciativa integra o 8º ciclo regulatório da Resolução ANTT nº 5.867/2020, que define os critérios técnicos e coeficientes utilizados para calcular o valor mínimo por quilômetro rodado, por eixo carregado. O processo é contínuo e inclui consultas, tomadas de subsídios, estudos técnicos e pesquisas de mercado, sempre com foco na transparência, no diálogo e na construção coletiva de soluções.
Instituição também figura, pelo terceiro ano seguido, entre os melhores lugares para trabalhar no Brasil, segundo a GPTW
O SEST SENAT recebeu, pelo segundo ano consecutivo, o selo Saúde Mental da GPMH (Great People Mental Health), reconhecimento concedido a organizações que consideram a saúde emocional como prioridade estratégica. A certificação é resultado da análise dos comentários da Pesquisa de Clima GPTW 2025, que registrou 86% de satisfação entre os colaboradores participantes.
Para a diretora executiva nacional do SEST SENAT, Nicole Goulart, o selo atesta o compromisso da instituição em criar um ambiente de trabalho saudável e positivo, pautado pelo respeito e pela valorização das pessoas. “O resultado também serve de base para o desenvolvimento de novas iniciativas voltadas ao bem-estar e ao fortalecimento de um clima organizacional cada vez mais inclusivo e sustentável”, destaca.
Além do destaque em saúde mental, em 2025 o SEST SENAT também foi certificado, pelo terceiro ano consecutivo, como um excelente lugar para trabalhar pela GPTW (Great Place to Work). O reconhecimento da cultura organizacional se estendeu regionalmente, com Unidades Operacionais de cinco estados figurando nos rankings locais: Bahia (9º lugar), Minas Gerais (13º lugar), Rio Grande do Norte (9º lugar), Rio de Janeiro (36º lugar) e Paraíba (5º lugar).
Com essas conquistas, a instituição reforça sua posição entre as organizações que priorizam o bem-estar de seus colaboradores e investem continuamente na construção de um ambiente de trabalho positivo e acolhedor.
Na última sexta-feira (22), a NTC&Logística, em parceria com a Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (FETRANSUL), promoveu o segundo dia de atividades da segunda edição de 2025 do CONET&Intersindical, com a realização da reunião Intersindical.
A Intersindical, tradicional evento da NTC&Logística realizado posteriormente ao Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado – CONET, reúne representantes de entidades de todo o Brasil – federações, sindicatos, associações –, além de especialistas e lideranças empresariais, para debater questões que impactam o setor. É nesse fórum que são analisados temas trabalhistas, tributários, de sustentabilidade, inovação e outros, com o objetivo de construir soluções que fortaleçam o Transporte Rodoviário de Cargas e, consequentemente, beneficiem toda a cadeia logística.
Na abertura do encontro, o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, fez um breve resumo do primeiro dia do CONET e destacou sua importância. “No CONET, tivemos a oportunidade de analisar os custos operacionais do transporte, discutir tarifas e avaliar as tendências econômicas que impactam diretamente a nossa atividade. É um momento de reflexão técnica, que nos dá subsídios valiosos para as decisões das empresas e das entidades representativas.”

Em seguida, Rebuzzi ressaltou o papel da Intersindical em complementar esse debate técnico com uma dimensão institucional mais ampla. “A Intersindical amplia o alcance das discussões, trazendo para a mesa lideranças de todo o país, que representam diferentes realidades do nosso setor. É um espaço em que unimos forças para enfrentar desafios comuns, compartilhar soluções e reforçar a coesão do Transporte Rodoviário de Cargas como atividade estratégica para o desenvolvimento nacional.”
Após sua fala inicial, o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi fez a leitura do Comunicado oficial do CONET, elaborado a partir da recente sondagem do Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas – DECOPE/NTC sobre os custos do Transporte Rodoviário de Cargas.
Confira aqui o Comunicado Oficial do CONET de Agosto de 2025.
Painéis e palestras
Dando início aos painéis e palestras da Intersindical, o “Painel Empresarial – CONET Em Pauta, desafios e oportunidades por segmento de carga” reuniu lideranças empresariais de diferentes segmentos do setor, em um debate marcado por troca de experiências e análises. Com a moderação do assessor de comunicação da NTC&Logística, Rodrigo Bernardino, participaram das discussões: José Marciano de Oliveira (Grupo Toniato – transporte de produtos químicos); Rosineide Fassina (Grupo Fassina – transporte de contêineres); João Naves (Rodonaves Transportes – transporte de carga fracionada); Antonio Luis Leite (Primax Transportes Pesados e Remoções Técnicas – transporte de carga indivisível); José Maria Gomes (Quimitrans – transporte de líquidos) e Jaime Kras Borges (Transportadora Minuano – transporte de produtos farmacêuticos).

Durante o Painel, que também contou com a participação do coordenador nacional da COMJOVEM, André de Simone, e dos vice-coordenadores, Hudson Rabelo e Jéssica Caballero Lopes, os empresários compartilharam a história de suas empresas, os desafios enfrentados em cada especialidade, práticas de gestão que têm feito diferença em seus negócios e perspectivas sobre o cenário econômico. O encontro também abriu espaço para perguntas do público, enriquecendo ainda mais as reflexões sobre oportunidades de investimento, inovação tecnológica e adaptação às novas exigências do mercado.
Na sequência, o engenheiro de Transporte e assessor técnico da NTC&Logística, Lauro Valdivia; o coordenador do Instituto COMJOVEM de Desenvolvimento Mercadológico, Geovani Serafim, e a vice-coordenadora, Valéria Melnik, conduziram uma apresentação no palco. Eles apresentaram a ferramenta da NTC&Logística para simulação de custos de frete no TRC, integrante do NTC Tech, e promoveram uma dinâmica interativa com a plateia.


Finalizando o conteúdo da manhã, o vice-presidente extraordinário de Relações Trabalhistas da NTC&Logística, Dagnor Scheneider, e o assessor jurídico da entidade, Dr. Narciso Figueirôa Junior, subiram ao palco para o Painel Trabalhista, que abordou os principais desafios das negociações coletivas de 2025 e as atualizações da Lei do Motorista. O Painel contou com a apresentação da Pesquisa promovida pelo DECOPE/NTC, com os dados sobre reajustes salariais, benefícios e contribuições sindicais, além dos impactos das decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) na ADI 5322 e das dificuldades enfrentadas pelo setor durante o processo de negociação.

Em sua exposição, o Dr. Narciso Figueirôa Junior apresentou propostas de alteração no Código de Trânsito Brasileiro e na Constituição Federal, voltadas a adequar a jornada e o descanso dos motoristas às peculiaridades do transporte rodoviário de cargas, sempre com a participação das entidades sindicais. Já Dagnor Schneider destacou a evolução histórica das despesas da Justiça do Trabalho e o aumento expressivo dos valores pagos em reclamatórias trabalhistas nos últimos anos, reforçando a necessidade de soluções jurídicas e de gestão mais eficazes.

Na programação da tarde, foi a vez de o Delegado de Polícia e especialista em Segurança, Dr. Waldomiro Milanesi, receber a palavra. Em sua palestra, o especialista apresentou um panorama atualizado sobre o roubo de cargas no Brasil, destacando que, apenas no primeiro semestre de 2025, já foram registrados 4.361 casos, com projeção de alcançar 8.722 ocorrências até o fim do ano. Milanesi também abordou as iniciativas legislativas e institucionais voltadas ao enfrentamento desse crime, como a criação do Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas, a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS) e, mais recentemente, a instituição do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (GAECO).

O delegado reforçou ainda a importância da Aliança Nacional pela Segurança Logística, uma iniciativa da NTC&Logística, e destacou que a criminalidade contra o transporte não pode ser tratada como um problema isolado, mas sim como uma questão de segurança pública, economia nacional e proteção à vida, que exige integração entre entidades, setor privado e governos para gerar resultados sólidos, mensuráveis e efetivos.
A programação seguiu com o Painel sobre Seguros, que abordou as atualizações legislativas no setor e os avanços na fiscalização realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O debate contou com a participação do Dr. Marcos Aurélio Ribeiro, diretor jurídico da NTC&Logística, e de Gizelle Coelho Netto, superintendente substituta de Serviços de Transporte Rodoviário Multimodal de Cargas (SUROC) da ANTT, que trouxeram análises técnicas e institucionais sobre as mudanças regulatórias e seus impactos para as empresas do Transporte Rodoviário de Cargas.


No Painel, foram apresentadas as mudanças da Lei 14.599/2023, que tornou obrigatória a contratação dos seguros RCTR-C, RC-DC e RC-V, todos vinculados ao RNTRC e acompanhados de um Plano de Gerenciamento de Riscos. Dr. Marcos Aurélio Ribeiro destacou a necessidade de adaptação das empresas ao novo marco legal, enquanto Gizelle Coelho Netto explicou que, com a Resolução ANTT nº 6.068/2025 e a Portaria SUROC nº 27/2025, a fiscalização será cada vez mais rigorosa, podendo levar à suspensão do RNTRC em caso de descumprimento. Na oportunidade, a superintendente respondeu diversos questionamentos do público sobre os temas apresentados.
O Painel sobre Infraestrutura contou com a participação de Jefferson Cristiano, gerente executivo de Estatística e Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), e Lilian de Alencar Pinto Campos, superintendente de Inteligência de Mercado da Infra S.A. Na ocasião, os palestrantes apresentaram análises e dados atualizados sobre a realidade da infraestrutura logística no Brasil, destacando gargalos, necessidades de investimento e as perspectivas para o Transporte Rodoviário de Cargas, reforçando a importância de planejamento e de políticas públicas consistentes para garantir competitividade e eficiência ao setor.


O último Painel técnico da Intersindical teve como tema a Reforma Tributária, com a apresentação “Aplicação da Reforma Tributária no Transporte de Cargas: Impactos, Riscos e Oportunidades para as Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas”. A palestra foi conduzida por Dr. Marcos Aurélio Ribeiro, diretor jurídico da NTC&Logística, e Alex Breier, especialista em Direito Tributário, que expuseram análises sobre as mudanças previstas, seus possíveis efeitos para o setor e estratégias de adaptação para as empresas. Após esse Painel, foram realizadas as considerações finais e o encerramento oficial do evento.

Findas as apresentações, o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, anunciou oficialmente Brasília como sede da próxima edição do CONET&Intersindical, que acontecerá em fevereiro de 2026.
Francisco Cardoso, em sua finalização, destacou a produtividade do evento. “Encerramos esta edição do CONET&Intersindical com a certeza de que os debates foram extremamente produtivos e enriquecedores para todo o setor. Tivemos dois dias de intensas trocas de conhecimento, integração entre lideranças e construção conjunta de soluções que fortalecem o Transporte Rodoviário de Cargas em âmbito nacional”.
Em sua fala, o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, enfatizou a alegria de realizar o evento no Rio Grande do Sul, agradeceu a todos os patrocinadores que fizeram mais essa edição do CONET&Intersindical ser uma realidade e pontuou a importância deste evento para o TRC. “O CONET&Intersindical reafirma, a cada edição, sua importância como o principal fórum de integração e debate do Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil. Aqui, conseguimos reunir lideranças de todo o país, discutir custos, tarifas, infraestrutura e questões institucionais que impactam diretamente nossas empresas. Este evento é um espaço único de diálogo e construção coletiva, que fortalece a representatividade do setor e contribui para o desenvolvimento econômico nacional.”
Durante o jantar de encerramento, a NTC&Logística realizou a tradicional homenagem à entidade anfitriã do CONET&Intersindical, entregando uma placa comemorativa à FETRANSUL. Também foi entregue uma placa de reconhecimento à maior delegação presente no evento, representada pelo estado de São Paulo.
A segunda edição do CONET&Intersindical de 2025 é uma realização da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), tendo como entidade anfitriã a FETRANSUL (Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul) e o apoio dos sindicatos filiados à federação. Conta ainda com o patrocínio de Autotrac, Fenatran, Rands, TOTVS, Transpocred e XBRI Pneus, além dos apoios institucionais do Sistema Transporte (CNT, SEST SENAT e ITL), FuMTran (Fundação Memória do Transporte), Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários) e Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), e o apoio logístico da Braspress.
Pesquisa NTC&Logística adverte: ESTABILIDADE DE CUSTOS NÃO RESOLVE DEFASAGEM DO FRETE
Apesar de um início de ano com custos estáveis e um mercado relativamente aquecido, o setor de Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) não conseguiu reverter a defasagem acumulada no valor do frete nos últimos anos.
Uma recente sondagem do DECOPE/NTC aponta uma defasagem média de 10,3% no TRC. Essa defasagem é de 8,6% para o transporte de carga fracionada, onde cargas de múltiplos clientes são compartilhadas no mesmo veículo, e de 11,1% para carga lotação, na qual a carga de um único embarcador ocupa toda a capacidade do veículo. A persistência dessa diferença entre o frete recebido e os custos apurados pela NTC&LOGÍSTICA demonstra a dificuldade em recuperar as perdas acumuladas ao longo do tempo.
A complexidade da cobrança do frete, com seus diversos componentes tarifários e taxas complementares, imposta pela dificuldade operacional, também é prejudicial. Muitos contratantes ainda não remuneram adequadamente o transportador pelos serviços prestados, pelas situações anormais e pelos serviços adicionais específicos. Tais situações acarretam custos adicionais que deveriam ser cobertos por componentes tarifários básicos, como Frete-Valor, GRIS (Gerenciamento de Risco), TSO (Taxa de Seguro Obrigatório) e outras generalidades, que são de vital importância para a saúde financeira da empresa. Um exemplo notável são os novos custos impostos pela Lei 14.599/23 aos transportadores de carga, tornando obrigatória a contratação de duas novas apólices de seguro, com apenas 10% tendo conseguido o ressarcimento neste caso específico.
Perspectivas para o Segundo Semestre: um cenário desafiador
O ano começou com forte pressão sobre os custos, devido ao início do processo de transição da reoneração da folha de salários, uma taxa de juros (Selic) em patamar muito elevado de 15,0%; o aumento da adição do Biodiesel ao Diesel, elevando o custo de manutenção dos veículos, e o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), entre outros fatores.
Por fim, a elevada taxa de juros no país obriga o transportador a manter atenção na concessão de prazos, que representam um custo financeiro elevado. Este custo deve ser repassado aos contratantes, considerando a negociação da forma de pagamento em cada caso.
Importante ressaltar que as planilhas referenciais de custos do DECOPE/NTC não incluem o custo financeiro.
Bento Gonçalves (RS), 21 de agosto de 2025.
Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística
(NTC&Logística)s e Logística
NTC&LOGÍSTICA
Sindicato destaca avanços no transporte de cargas e defende melhorias no Porto de Santos
O Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (SINDISAN) completa 88 anos em 2025. Para marcar a data, a entidade organiza uma celebração especial nesta quinta-feira (28), às 17 horas, na Associação Comercial de Santos (ACS), no centro da cidade.
O evento vai reunir empresários, autoridades e representantes do setor logístico. A programação inclui o lançamento de um vídeo institucional e a inauguração de um quadro em homenagem ao ex-presidente André Luís Neiva. A empresa S. Magalhães & Essemaga, com 105 anos de atuação, também será homenageada. Um coquetel encerrará a noite.
A presidente do SINDISAN, Roseneide Fassina, lembra que o transporte rodoviário segue como principal base da logística brasileira. “Nosso setor conecta os modais e garante a distribuição de cargas no país. Seguimos firmes nessa missão”, afirma.
Nos últimos meses, o sindicato mapeou os principais problemas que afetam o transporte de cargas na região. Entre eles estão:
Segundo Roseneide, o SINDISAN já iniciou diálogo com prefeitos e vereadores para buscar soluções. “Queremos unir empresas, governo e sindicatos parceiros para resolver esses gargalos. Isso fortalece toda a economia regional”, diz.
O sindicato também criou grupos de trabalho com participação direta dos associados. A ideia é gerar propostas práticas para melhorar o fluxo de cargas e a segurança nas estradas.
Desde 1937, o SINDISAN representa as empresas de transporte de cargas em 11 cidades. A entidade atua na defesa dos direitos do setor, nas negociações trabalhistas e no diálogo com autoridades locais, estaduais e federais.
Além disso, o sindicato participa de instituições importantes, como CNT, FETCESP, NTC, Associação Comercial de Santos e CET-Santos. Com isso, fortalece a presença do setor na gestão pública e nas decisões estratégicas da região.